Pensei que minha morte iria ser nesse momento. Até que eu nem estava muito preocupada, eu poderia ver minha mãe de novo, e retornar a viver em algum lugar que faça sentido pra mim. Mas eu também pensava em Charlie. Pensava no que isso causaria pra ele. Foi quando me vi rezando para que nada de ruim me acontecesse.
Foi quando um dos homens me agarrou, ah, não, não posso morrer.
- Me largue. Largue-me.
- Não, xiii – fez sinal para mim calar a boca. - Fique bem quietinha, ok? Nada de ruim vai te acontecer.
Como se eu fosse acreditar, ah não. Me vi rezando: " Pai Nosso, Ave Maria, Santo anjo do Senhor meu zeloso guardador..."
Ouvi um baque, mas não tive coragem de abrir meus olhos. Ouvi outro baque. Os homens não estavam perto de mim. Depois os barulhos foram sumindo, e me vi em um silêncio profundo. Não conseguia correr, mas não conseguia abrir os olhos.
Edward
Cheguei perto dela, tomando forças, coragem para me aproximar. Estranho que eu nunca tinha ficado tão receoso em ficar perto de alguém, muito menos uma humana. Mas ela não era só uma humana, ela tinha muito mais significado pra mim do que qualquer outra pessoa. Mas ela nunca poderia saber, há pouco que eu tinha me conformado, e o fato dela saber era algo que reviveria tudo de novo.
Eu sabia que não deveria me aproximar tanto dela, mas sabia também, que não conseguiria ficar longe. Quando cheguei há uma distância de 2 metros eu vi que ela estava de olhos fechados, petrificada. Ela não tinha visto o que ocorrera. E isso me livraria de muitos transtornos.
Bella
Passaram-se uns 5 minutos, e eu ainda estava na mesma posição, atônita.
- Abra os olhos.
Essa voz. A voz musical. Eu reconheceria essa voz em todo o canto do mundo.
Abri os olhos temerosos, aliás, nosso primeiro encontro não foi o mais agradável.
E ali estava o ser mais perfeito de todo o universo, Edward Cullen. Me olhando a uma certa distância, preocupado.
- Você está bem?
- E.. e..e..estou. – Vamos Bella se acalme. - O que aconteceu?
- Os homens foram embora.
- Você os mandou ir embora?
Ele hesitou um pouco.
- Sim.
- Por quê?
- Eles iam te estuprar e provavelmente te matar depois.
Nossa essa sinceridade me pegou em cheio. Mas era melhor assim.
- Mas o que você estava fazendo aqui?
- Acho que era eu quem deveria te fazer essa pergunta.
Fiquei sem graça, baixei meus olhos e olhei para as minhas mãos. Respirei fundo e respondi.
- Estava conhecendo a cidade.
- Péssima hora do dia para conhecê-la. A cidade pode ser pequena, mas o número de bandidos não é.
- Dês... Desculpe.
- Não precisa. É o meu dever.
O dever dele?
- Você é da polícia?
Estranho, meu pai só tinha colegas de trabalho da idade dele. E não um ser lindo, modelo que nem a aparição de minha frente.
- Não diretamente. Eu protejo a cidade á noite.
- Meu pai é da polícia e ele nunca me disse que tinha rondas de noite...
Ele hesitou.
- Seu pai não sabe. Eu faço isso por minha vontade.
- Que... Legal.
Poxa Bella, "que legal"? Que palavra interessante de se falar. Ele deve estar te achando uma doida sem assunto.
Fechei os olhos, respirando fundo. Quando os abri ele estava muito perto de mim. E ele era muito lindo.
- O que você está pensando?
Eu hesitei um pouco e resolvi ser sincera com ele já que ele fora sincero comigo.
- Eu estava pensando que tipo de anjo você é. Porque se você não tivesse aparecido eu estaria morta ou sei lá o que. – Não consegui olhar nos olhos dele, mas ele parecia transtornado?
- Anjo?- Ele riu nervoso. – Estou muito longe de ser um anjo, ou algo bom.
- Você não parece mal. – Agora ele tinha me ofendido, eu o elogiava, e ele se chingava. Ele ia rir do que eu ia dizer agora mais eu precisa dizer. – Antes de você me salvar, eu estava rezando para um anjo vir me salvar, e você apareceu. Então pra mim você é um anjo.
Esperei a risada, ou qualquer coisa do tipo. Mas não veio nada.
Ele me olhava sem expressão.
- Você precisa sair daqui.
- Aham.
E assim nós começamos a caminhar em silêncio.