Aniversário de Edward - por Miaka

O sol começou a nascer ao longe, com tímidos raios de luz que se lançavam pelo horizonte cobrindo as colinas com laranja, vermelho e amarelo.

Para mim, somente era dia por este acontecimento. O único que separava o dia de minha escuridão eterna.

Eu admirava o nascer-do-sol pela parede de vidro de meu quarto, reencostado em meu sofá, absorto em pensamentos.

Mais um dia comum. Igual a tantos outros que se passaram e a tantos outros que viriam. Mas sabia que era uma questão de instantes antes que Alice irrompesse a porta com seu jeito alegre e espalhafatoso de ser para comemorá-lo. De meu quarto era possível ouvir seus pensamentos alegres (sim, ela conseguia manter até os pensamentos alegres) de como iríamos passar o meu aniversário.

Aniversário.

Era até irônico pensar nessa data.

Comemorar o dia do nascimento de alguém… não estaria errado, isto é, se eu estivesse vivo.

Não seria mais correto então comemorar o dia de minha morte?

Enquanto pensava o quanto seria cômico comemorar o dia de minha morte, estando-se vivo, Alice adentrou pelo meu quarto:

- Feliz aniversário Edward!!!

- Obrigada, Alice.

Ela saltitou até onde eu estava e parou com mãos atrás de suas costas. Ugh. Não acredito.

- Ah.. vocês não fizeram isso.

Ela deu um sorriso maroto e revirou os olhos.

- Edward… você não achou mesmo que eu ia deixar passar essa data, ia?

- Tinha esperanças.

- Vamos! Carlisle e Esme estão lhe esperando!

Suspirei. Eu sabia que não adiantaria ir contra as vontades de Alice. Apesar de sua idade, ela tinha a teimosia de uma criança.

Me levantei e acompanhei o seu andar saltitante até o início das escadas, de onde pude ver Carlisle e Esme me aguardando junto à porta.

- Feliz aniversário, Edward! – Disse Esme docemente.

- Obrigada, Esme. – Parecia pior quando dito em voz alta.

Carlisle me olhou e sorriu, desejando o mesmo apenas com os olhos como se por um momento tivéssemos trocado os papéis e ele tivesse lido os meus pensamentos.

Desci lentamente as escadas como se isso pudesse antecipar o momento ao qual eles estavam tão ansiosos.

- Espero que goste, Edward. – Disse Carlisle abrindo a porta da frente.

Com respeito à expectativa de todos (e nisso inclui-se as súplicas de Alice), me policiei para não saber o que eles me dariam hoje. Acabou não sendo tão difícil já que Rosalie, Emmet e Jasper estavam fora da cidade por alguns dias para caçar e Carlisle, Esme e Alice passaram muito tempo fora atrás do “presente ideal”.

Fomos todos para fora e havia um grande objeto coberto por um manto branco.

Olhei em direção a Carlisle, que se manteve imóvel, sorrindo. Alice estava com as mãos entrelaçadas em frente ao peito, com animação suficiente por mim e por ela.

Esme caminhou lentamente ao meu lado e pôs a mão em cima do meu ombro.

- Eu dei a idéia a Carlisle, sabendo o quanto você gosta. Ele escolheu o modelo e Alice a cor. Vamos, veja!

Caminhei até o objeto e puxei o manto. No exato momento, o sol refletiu sobre sua superfície prateada e revelou um carro. Reconheci imediatamente que era um Volvo. Há tempos vinha com a idéia de comprar um novo carro, mas não havia me decidido ainda por qual. No exato momento que o vi, achei-o ideal.

Virei-me para todos com um sorriso no rosto.

- Uau, muito obrigado!

- Imaginei que você fosse gostar, ele é veloz do jeito que você gosta. – Carlisle disse enquanto caminhava até o meu lado.

Passei a mão sobre o capô e Alice apareceu ao meu lado girando as chaves no dedo indicador.

- Pronto para testá-lo? – E piscou para mim.

Eu sorri e peguei as chaves dela.

- Só se você vier junto.

Ela pulou de alegria e rapidamente se dirigiu à porta do passageiro.

- Carlisle, Esme? – Olhei em direção a eles.

- Podem ir, ficaremos em casa caso os outros dêem notícias! – Esme passou a mão pelo braço de Carlisle e ele assentiu com a cabeça.

Sorri em direção a eles e entrei no carro, onde Alice mexia no som já instalado.

- E então… para onde vamos? – Ela disse por cima do rock dos anos 80 que tocava.

- Vamos ver quanto isto aqui corre. – Sorri em direção a ela de uma forma que ela entendeu. E gostou.

Nos afastamos de nossa casa acelerando gradativamente e logo alcançamos a estrada. Estava satisfeito por sair. Sabia que se estivesse em casa quando os outros ligassem, também me desejariam feliz aniversário. E sinceramente, já tinha recebido parabéns demais.

- Edward… por que você detesta tanto de seus aniversários? – Perguntou Alice, de repente.

Me surpreendi com a pergunta. Ela perguntou de maneira séria, algo um tanto quanto raro de se ver, principalmente em datas festivas. Alice era interessante. Mesmo com um jeito alegre e descontraído de ser, ela conseguia ser madura de forma súbita.

- Eu… não sei dizer ao certo. Mas não parece certo. Aniversários são para se comemorar a vida. E você sabe muito bem que nós não estamos vivos. Nem se quer somos humanos.

- Sim, eu entendo. Mas não é uma forma um tanto quanto melancólica de ser ver? Digo, nós estamos juntos. Somos uma família. Passamos nossos dias como todos os outros – Olhei para ela com canto de olho com um riso – Bem, não exatamente como os outros. Mas nós estamos vivos. De uma forma ou de outra.

Eu olhei pela janela observando as árvores passarem por nós. Não adiantaria eu argumentar, Alice sempre teria um ponto de vista diferente do meu. Ela não entenderia que nossa existência não é algo correto. É contra a lei da natureza.

- Edward, pare!!

Rapidamente freei e olhei para frente e para ela de forma alternada.

- O que foi?!

- Uma… menina.

Olhei novamente para frente e vi perto do acostamento, a alguns metros, uma menina deitada. Parecia ter aproximadamente 12 anos. Alice saiu pela porta do passageiro e foi até ela.

Eu desci devagar e olhei para as duas. Instintivamente olhei para o céu. Como era de se esperar, o céu de Forks já estava encoberto, apesar de que há pouco tempo o sol estava aparecendo. Não havia problemas.

Caminhei até as duas. Alice já estava com a cabeça da menina reencostada em seu colo.

- Ela está viva, está apenas inconsciente.

Me ajoelhei ao lado de ambas e dei uma rápida verificada na menina. Seus cabelos eram cacheados, até a altura do ombro. Pele branca, coberta por algumas sardas. Corpo franzino, vestida com boas roupas. Não se tratava então de alguma menina de rua. A cena de vê-la estendida no chão me trouxe más recordações da noite em que Rosalie foi encontrada por Carlisle. Esperava que não tivesse ocorrido o mesmo com esta menina.

- Não é melhor levá-la para Carlisle dar uma olhada? Ela parece ter sofrido algum acidente… – Alice verificou alguns arranhões no braço da menina, mas não fundo o suficiente para que tivesse escorrido sangue. Teríamos notado de imediato.

- Espere aqui, ligarei para ele.

Quando estava prestes a me levantar, senti uma mão segurar firme minha blusa. Me virei e encontrei um vívido par de olhos verdes me encarando.

- Philip…

Continuei a fitá-la, sem dizer nada. Alice me olhou e olhou para a menina, confusa.

- Fique, Philip…

E novamente fechou os olhos, deixando sua mão cair no vazio.

Fiquei parado por alguns instantes, sem saber o que fazer primeiro. Então me levantei e corri até o carro para pegar o celular e liguei para Carlisle dizendo rapidamente o que tinha acontecido. Ele deu algumas orientações e disse que estaria ali em poucos minutos.

Voltei para o lugar e disse para Alice não movimentá-la, re-passando as informações dadas por Carlisle.

Os 5 minutos que Carlisle levou para chegar foram passados em silêncio. Não sabíamos o que dizer. A voz da menina pareceu ecoar em minha cabeça, com seu tom triste.

Carlisle disse que ela não havia sido atropelada. Que os arranhões em seus braços foram resultado possivelmente de uma queda contra o asfalto. Mas ela estava desnutrida. Aparentemente estava lá há dias.

Levamos a menina até o hospital, onde foi internada para receber soro e Carlisle foi comunicar a polícia local.

Eu e Alice ficamos sentados ao lado da cama da menina.

- Ela parecia tão triste…

Eu não respondi, mantendo meus olhos na menina. Me perguntava quem seria Philip e por que ela me confundiu com ele. Neste momento desejei ser capaz de também poder ler sonhos. Me levantei e me aproximei da cama, estudando cuidadosamente todos os traços desta menina. Nada apontava uma história, uma família. A única jóia que ela carregava era uma pulseira de ouro, com um pingente de urso. Segurei o pingente entre os dedo e percebi que havia algo escrito atrás. “Para sempre, com amor.”

Para sempre. As pessoas tinham uma facilidade em utilizar estas palavras com um sentido positivo quando, na verdade, para sempre soava mais como uma maldição. Olhei novamente para a menina. Os mesmos olhos verdes estavam abertos, me encarando, desta vez acompanhados de um sorriso.

- Obrigada por voltar, Philip.

Alice se levantou e se aproximou de nós. Eu não disse nada, com receio dos resultados do que eu pudesse falar. Os pensamentos dela estavam tão confusos.Não consegui entende-los de forma clara. Alice resolveu tomar a iniciativa.

- Olá, eu me chamo Alice Cullen. – Sorriu enquanto segurava a mão da menina – Este é meu irmão. Ele se chama Edward Cullen. Nós te encontramos deitada em um acostamento. Você agora está no hospital. Você poderia nos dizer o seu nome?

Ela me olhou com olhos incrédulos. Olhou depois para Alice e depois para mim novamente. Por instantes não disse nada até que lentamente virou o seu rosto e lágrimas começaram a rolar.

- Então ele realmente se foi…

E se entregou ao choro. Alice passou a mão em sua cabeça e me olhou suplicando para que eu fizesse algo. Mas eu não sabia o que fazer. Eu não sabia ao certo o que estava fazendo ali e nem por que estava me importando tanto com esta menina. A verdade era que ela me trazia muitas recordações. Segurei sua outra mão e disse suavemente:

- Se não se importa em me dizer… quem é Philip?

Ela então parou de chorar e me olhou com olhos tristes. Naquele momento, ela apenas disse o que pude ouvir vindo de sua mente.

- Meu irmão.

Então ela contou a mim e à Alice sua história. Ela se chamava Julie, possuía 11 anos e morava apenas com o irmão desde que sua mãe faleceu, há 4 anos atrás. O pai já havia falecido quanto ela tinha apenas 3 anos. O seu irmão sempre havia sido muito protetor, assumindo o papel de mãe e de pai. Mas então houve uma noite, há cerca de algumas semanas, em que ele saiu uma noite e somente voltou dias depois. Ele não deu nenhuma explicação sobre o porquê. Ele estava muito pálido e possui olheiras profundas. Desde então, ele passou a agir de forma muito estranha. Parecia constantemente ansioso, não mais comia, tinha acessos de raiva pela casa, voltava muito tarde… Às vezes nem se quer voltada.

Há cerca de 4 dias, tiveram uma discussão sobre como ele estava se comportando. Ele se virou e disse que iria sair, recusando-se a dar explicações. Ela segurou sua mão, pedindo para que ele ficasse. Ele puxou sua mão com força, desequilibrando-a e olhou nos olhos de Julie. Nesse momento, pude ver seus olhos. Olhos frios. Cheio de ódio. Gritou para ela nunca mais toca-lo e saiu correndo pela porta da frente. Ela tentou acompanha-lo, mas ele partiu em uma velocidade que ela nunca havia visto antes. Inutilmente, continuou correndo no meio da noite pela estrada gritando pelo seu nome. Até que se deixou vencer pelo cansaço e caiu na estrada.

Eu e Alice nos encaramos. Julie segurou minha mão firme e me encarou.

- Você possui as mesmas mãos frias que ele naquela noite.

Nossos medos se confirmaram. Um vampiro novo.

Nesse momento Carlisle entrou no quarto.

- Veja quem acordou… seja bem vinda. Meu nome é Carlisle Cullen. Você possui muita sorte que meus filhos te encontraram.

Ela não respondeu e virou o rosto. Em seus pensamentos, ela questionava a palavra sorte.

Olhei para Carlisle e seu sorriso logo se esvaiu quando viu minha expressão séria. Me aproximei dele e passei rapidamente o ocorrido. Ele olhou para a menina e para mim e disse com um tom de voz baixo o suficiente para que apenas eu ouvisse.

- Se vocês estiverem certos… logo teremos muitos assassinatos ocorrendo em Forks. Temos que tomar alguma providência.

Eu assenti com a cabeça.

Colocamos Julie no banco traseiro do carro e entramos no carro, dirigindo em direção à nossa casa. Já estava do crepúsculo. Ela se manteve em silêncio durante toda a viagem, encarando o sol se esvaindo pela janela. À noite, ela estava tão cansada que não ficou acordada para questionar o porquê não dormíamos. Todos estávamos sentados na sala de estar, refletindo onde Philip poderia estar. O riso de Alice quebrou o silêncio. Logo eu ri também. Esme e Carlisle nos olharam, sem compreender.

- É uma bela forma de se encerrar um aniversário. Caçando um vampiro. – Disse Alice.

Carlisle e Esme riram também. Alice de repente ficou séria e olhou para mim.

- Ele está vindo para cá. Ele sabe que ela está aqui. Ele… quer transformá-la.

- Quanto tempo? – Perguntei.

- Meia hora… menos, talvez.

Soltei um grunhido. Não daria tempo para leva-lo para muito longe da casa. Julie podia acordar.

- Vamos, rápido. – Disse, me levantando.

Alice olhou para mim e se levantou também.

- Carlisle, Esme, cuidem de Julie.

Eu e Alice saímos correndo pela porta da frente, sabendo que concordariam. Philip não estava muito longe e se movia muito rápido. Em cerca de 15 minutos, pude ouvir seus pensamentos. Confusos. Violentos. Com fome.

Logo nos deparamos com ele na estrada. Ele era magro e suas roupas estavam sujas, com sinal de que não eram trocadas há dias. Sua pele pálida como a nossa entrava em contraste com seus olhos negros. Seus olhos transmitiam raiva. Uma raiva contida de anos de abandono pela morte?

- Onde ela está? Eu sei que ela está perto! Consigo sentir seu cheiro… onde ela está?! – As palavras dele saíram quase que incompreendidas, como se fosse um animal falando.

- Acalme-se. – Alice disse suavemente, dando um passo a frente.

Philip levou as mãos à cabeça a soltou um rugido, arqueando seu corpo para frente.

- Não me diga o que fazer! Ela é minha irmã! Ela me pertence! ONDE ELA ESTÁ?

Ele deu um passo para frente e eu então me interpus entre Alice e ele, colocando uma mão na frente do corpo de Alice.

- Nós não te levaremos até ela, Philip. Ela é jovem demais para se tornar uma de nós. Deixe-a.

Ele pareceu surpreso por eu saber o que ele estava pensando, pois por alguns instantes tudo o que pudemos ouvir foi sua respiração cada vez mais forte.

- Eu não irei abandona-la. Nós já fomos abandonados muitas vezes. Não posso conviver com ela dessa maneira. Ela iria preferir assim! Vocês não sabem o que é melhor para nós! Vocês não nos conhecem!

- Você não conseguirá transforma-la. Você irá mata-la. – Olhei firmemente nos seus olhos, enfatizando a última palavra.

Ele refletiu sobre o que eu havia dito. Era difícil acompanhar os seus pensamentos. Eles são instáveis, cheio de horror. Por isso não consegui prever seu próximo passo.

Ele saiu correndo rapidamente, passando por mim e por Alice em direção à nossa casa. Nos olhamos por uma fração de segundo e imediatamente nos pusemos a correr atrás dele. Mas ele corria de mais veloz do que eu ou Alice. De uma forma desesperada.

Quando chegamos à nossa casa, Carlisle e Esme já estavam na frente, encarando Philip enquanto ele os encarava. Ele olhou para trás quando eu e Alice chegamos e novamente encarou nossa casa. Ele estava encurralado.

- Como vocês acham que ela vai viver? Ela tem apenas 11 anos! Ela precisa de mim! Não se metam em um assunto que não é de vocês!

- No momento em que ela foi vista por Alice, este se tornou nosso assunto. – Disse Carlisle calmamente.

- Philip…? – Julie apareceu na porta. – É você mesmo…?

- Julie! – Philip deu um passo à frente em direção à Julie e eu rapidamente me pus à frente dele.

- Julie, entre. Esse não é mais seu irmão.

- Do que você está falando? Philip!!! – Julie tentou correr em direção a Philip mas Carlisle a segurou firmemente. – Me soltem!!!

- Larguem-na! – Philip rugiu e se lançou em minha direção. Sem maiores dificuldades eu esquivei de seu ataque, mas percebi que o alvo não era a mim. Ele correu em direção a Carlisle e Julie, enquanto esta se debatia nos braços de Carlisle.

Esme se pôs na frente de Philip, mas com a sua fúria, logo foi empurrada para o lado. Alice e eu então nos lançamos sobre Philip. Com um rugido ele conseguiu escapar do nosso primeiro ataque, mas Alice surgiu atrás dele e mordeu o seu ombro. Ele gritou alto e eu aproveitei e o ataquei pela frente, mordendo seu outro ombro.

Nesta hora não foi Philip quem gritou e sim Julie.

- Parem! Parem por favor!!! – Ela caiu de joelhos no chão, chorando.

Atordoados, Alice e eu largamos por um instante Philip, que aproveitou o pequeno instante e correu para cima de Julie. Em menos de um segundo ele estava sugando sangue de sua garganta. Eu pulei rapidamente em suas costas, quebrando o seu pescoço e o arrastando para o lado da casa para finaliza-lo longe de sua irmã. Coberto de sangue, retornei para junto de Julie que estava estendida no chão, com sua cabeça apoiada no colo de Alice e sua mão sendo segurada por Esme.

Carlisle se aproximou de mim e disse:

- Ela é muito pequena, já estava desnutrida… temo que ela não irá suportar…

Não pude acreditar que por nossa causa esta menina iria perder a sua vida. Me ajoelhei ao seu lado e peguei sua mão das mãos de Esme e olhei para ela.

- Philip…?

- Sh… não diga nada.

- Não me abandone nunca mais Philip…

- Não vou.

Ela tirou a sua pulseira e me entregou.

- Eu te amo Philip… para sempre. Feliz aniversário. – E fechou seus olhos deixando sua mão entre as minhas.

Uma leve brisa passou por entre nós, dizendo o que não precisava ser dito em voz alta.

Eu estava sentado em meu sofá, olhando pela parede de vidro quando Rosalie entrou em meu quarto.

- Oi Edward…

- Oi Rosalie. Como foi a caça?

Ela revirou os olhos. Sabia que não precisava me dizer. E também sabia que não era importante.

- Como você está?

Olhei pela janela. Não sabia responder ao certo.

- Acho que acabou sendo o melhor para ela. Ela não merecia viver no mundo em que vivemos. E também não conseguiria viver sem o irmão, mas… o mais curioso foi que quando eu a encontrei, ela me lembrou você. Talvez por isso eu tenha tentado salva-la. Ela estava perdida, sem ninguém, abandonada e traída pelos que ela amava. – Olhei para Rosalie. Ela estava mordendo o seu lábio inferior. – Talvez por isso tenha tentado salva-la… mas provavelmente tenha sido melhor assim.

Rosalie tocou meu braço. Ela não era como Alice. Se ela pudesse ter tido uma opção, também desejaria ter tido o mesmo destino.

- Não há como saber, Edward. Não condene tanto nossa existência. Quando fui traída por meu noivo e abandonada… – Ela parou por alguns instantes. Aquelas memórias nunca cicatrizariam, passasse o tempo que fosse. – … eu já havia morrido. A dor que eu senti, matou parte de mim. Quando meu corpo morreu, me permitiu outra vida. Conheci vocês, conheci… Emmet. Vocês se tornaram a minha família. O meu mundo. A minha vida. Não digo que era melhor do que a que eu tinha antes, mas diferente. Eu era apenas uma criança. Um dia, Edward, você irá conhecer alguém que fará a sua existência ter sentido. Que o fará se sentir vivo. Não desista de nós. – E ela sorriu.

Eu ri da possibilidade de encontrar alguém interessante em Forks, relembrando das crianças que nos rodeavam em nossa escola com pensamentos menos interessantes do que a própria cidade.

Rosalie se levantou.

- Vamos Edward. Ouvi falar que você ganhou um carro novo. Que tal brincarmos um pouco? – Disse, piscando para mim.

- Vá na frente, logo lhe alcanço.

Ela deixou o quarto e mais uma vez dei uma olhada pela janela. O pensamento de encontrar alguém por quem me interessasse soou de forma ridícula, mas refleti um pouco sobre. Seria possível mesmo que alguém pudesse fazer valer a pena décadas de existência? Ri sozinho.

Impossível.

Coloquei minha mão no bolso e retirei a pulseira que Julie havia me entregado. Para sempre… sozinho?

Levantei-me e desci as escadas para encontrar as únicas pessoas que preenchiam o vazio do passar dos anos. Minha família.

26 comentários:

Bebetty_rp disse...

Nossa q melancólica essa fanfic!Mas interesante de uma forma bem bizarra!

Carollynaagatinha disse...

meus deus que lindoo chorandoo mt lindo

Yasmims2 disse...

linda, emocionante ,sem palavras ... :) quase chorei...

Deise disse...

A história é linda e bem escrita,mas tão triste!

luana disse...

lindo
pena que Julie tenha morrido
essa fic e linda eu comecei a chorar

Caroline s a disse...

acho que sou uma insensivel achei trite,e linda mas nao chorei nem um pouco

Caroline s a disse...

Bom eu achei muito intresante,e claro que ele estava errado sobre nao achar ninguem interesante em forks .Nos nao podemos disser a palavra nunca nos nao sabemos o que nos aguarda num desino nao muito distante

Yasmin0_0 disse...

Essa Fic é muito linda, me da vontade de chorar sempre que eu leio.

Biaznha Gata disse...

nossa perfeito..muito legal chorei com essa história..muito linda
parabéns!!
:D

Laura disse...

NOSSA AMEI :D

Beatriz disse...

muito linda essa historia

Lara disse...

Miaaaaka*-* linda fic!

Someone disse...

www . coldblood . blogspot . com /

Naty_13 disse...

eu gostei foi mto linda, coitada da julie...parabens pra qm escreveu essa fic

agnes cullen disse...

eu amo o edward eu morro de inveja da bella porque ele e lindo é um vampiro gatinho de mais se eu fosse a bella eu não chegava perto do jacob bleck

Amanda da silva cullen disse...

amei morro de imveja

BruninhaSouza disse...

Me emocionei com essa história!

BruninhaSouza disse...

Muuuito linda *-*

bella cullen disse...

é isso ai menina eu tb amo o edward...mas ñ tenho inveja da Bella,ela so ñ deveria ficar com o jake...ECA

Bella cullen disse...

adoooorei essa histora e coitada da julie....

Angela-oliveira-2011 disse...

nossa e otimo amei

Carolinaguerrero disse...

adorei é muito lindo !!!!

amyleeblack disse...

Coitada da Julie!

Queria que ela tivesse sobrevivido...

O Edward tá se iludindo! 
Jájá a Bella aparece pra atormentar ele 
a sua existência toda!!

LauraColombo disse...

para sempre...

Luuly Petters disse...

Muito linda !

everlyn disse...

ai amei esse cap. :D

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