Como Eu Me Tornei... - Capítulo 02: Captura

“Alec”

“Sim?”

“Nada. ”

Estávamos sentados lá de mãos dadas, ouvindo os soldados devastarem a casa embaixo de nós. Anna, nossa irmã mais velha, de 15 anos, havia subido há uns 5 minutos atrás para nos dizer que os soldados estavam exigindo fazer uma busca pela casa. “Fiquem quietos”, ela cochichou para nós, “e pode ser que eles não encontrem vocês”.

Então ela desapareceu pela pequena e quadrada porta no chão, pela qual ela tinha vindo.

Anna era alta e esbelta, com cabelo longo tão escuro que era quase preto. Ele caia abaixo de sua cintura e estava geralmente preso em uma grossa trança que pendurava em suas costas. Ela era linda, com negros olhos profundos e compreensivos, que viam dentro da sua alma, e uma rica cor oliva. Ela era a única criatura em todo esse imperdoável mundo que se importava conosco.

Nossos pais haviam morrido há três anos com nosso irmão bebê, Domenico, na última grande praga.

Nossa irmã e nós havíamos escapado apenas com nossas vidas.

Então agora vivíamos com Anna, ela cuidava de nós, nos defendendo dos comentários horríveis, nunca desistindo de ter esperança.

De repente o chão em que estávamos sentados balançou e tremeu. Um som alto e abafado, como homens gritando, subiu pelas tábuas do piso.

Eles haviam nos encontrado.

Pânico começou a crescer em mim, me paralisando de medo e alarme.

Não, eles não podiam nos encontrar.

Eles não podem.

Não.

Olhei para Alec, seu rosto espelhando como ele se sentia, enjoado de medo.

Me senti tonta, a sala estava girando.

Ouvi um barulho alto de madeira se quebrando, o som de vozes triunfantes e, de repente, a porta se escancarou revelando a cabeça grande e feia de um soldado, seus olhos negros, opacos, como os de um besouro, vasculharam a sala sombria em busca de qualquer sinal de vida. Eu puxei Alec para trás de uma das caixas de coisas que estavam entulhadas na pequena sala, me encolhendo nas sombras, tentando nos camuflar na parede escura atrás de nós. Segurei meu fôlego rezando para que eles não nos vissem.

Virei minha cabeça em direção ao meu irmão. Entretanto, ao fazer isso, encostei no pequeno vaso de cerâmica com o qual Alec estava brincando momentos atrás. Ele rodopiou e sacudiu antes de cair. A fina cerâmica barata quebrou no instante em que tocou o chão, se desfazendo em mil pedaços.

O soldado que estava quase descendo novamente pelo buraco olhou para cima exatamente para o lugar onde estávamos sentados. Com um grito alto e vitorioso ele pulou do buraco e veio até nós. O resto aconteceu rápido demais para compreender. Ouvi um grito de desespero abaixo de nós – Anna – e o que pareceu mil fortes homens em uniformes vermelhos, correndo na nossa direção. Eles nos puxaram, brutalmente nos levantando e amarrando nossas mãos e pés. Lutando e chutando, eles nos carregaram de volta pelo buraco abaixo. Eu gritei e berrei tanto que eles providenciaram um pedaço de um sujo tecido verde e amarraram em volta da minha cabeça, me calando.

“ANNA!”

Eu tentei gritar através do pedaço de tecido sujo. Eu a vi, lágrimas escorrendo pelo seu rosto quase perfeito, implorando ao que parecia o general, para nos libertar. Quando ele balançou sua cabeça, Anna começou a gritar em angústia, exigindo e implorando para que nos soltassem.

Repentinamente, o general se voltou e deu um tapa forte em sua bochecha, deixando uma grande marca vermelha. Senti a raiva e a ira fervendo dentro de mim até que me encontrei desejando com todo a minha força poder ferir o horrível homem o máximo possível. Fixei meu olhar nele, desejando vividamente. De repente, ele deixou Alec cair e começou a tremer e se balançar para frente e para trás incontrolavelmente, como se estivesse em um transe, um olhar tanto de dor como de medo inscrito em seu rosto. O que estava acontecendo? Aos poucos ele começou a se acalmar. Então, respirando profundamente várias vezes, ele teve um colapso.

Encarei-o maravilhada. Eu fiz aquilo? Vi Alec olhando para mim com grande surpresa e espanto. Eu tinha feito aquilo. Mas ao invés de me sentir culpada e chocada por ter feito uma coisa tão terrível a um companheiro humano, senti como se estivesse voando. Uma grande onda de alívio tomou conta de mim, como se um grande peso tivesse sido tirado dos meus ombros.

Um trovão alto soou sobre nós e a chuva começou. A água caiu como pedras, imediatamente cobrindo tudo e formando bicas, vazando pelo teto.

De uma só vez, os soldados começaram a berrar, gritando sobre bruxaria e magia. Nenhum deles se aproximou de mim, mas ao invés disso, me ameaçaram com a ponta de uma faca, tentando me forçar para fora nessa noite de tempestade. Protestei, gritando e berrando por meu irmão e irmã. Houve um barulho alto e seco, o esmagar de vidro e a quente corrente de sangue escorrendo por minhas têmporas.

Desmaiei.

7 comentários:

Alice Volturi disse...

É que ela meio que já tinha o poder quando era humana, e ele foi amplificado quando tornou-se vampira. Por exemplo, isso aconteceu com a Bella: quando humana, nenhum vampiro podia ler sua mente ou usar seu poder contra ela. Quando vampira, esse poder aumentou, e ela podia fazer o escudo crescer em volta de mais pessoas... Espero que tenha entendido!

CarlyShay disse...

Então por que Jane usou o poder dela?
Não entendo! Se eles não eram vampiros naum tinha como Jane ter feito aquilo com o cara! Dá para me explicar o q aconteceu?

Alice Volturi disse...

Eles ainda não eram vampiros não, depois que se transformaram... ;)

CarlyShay disse...

Essa autora errou!! Eles já eram vampiros era? Por que se eram pq eles não se defenderam com a sua força de vampiro? Puff

Autora ruim... :S

Bella disse...

pois é, concordo totalmente com Alice Volturi eu tbm tive essa compreensão!!mas mesmo assim ainda ficou um pouquinho complicado pra entender, :( só depois de uns 5 minutos q caiu a a minha ficha.....

Convidado disse...

Eu não entendo! Vampiros não tem pele cor de oliva... Pq eles keriam os levar?

Anônimo disse...

Oh pai! dai-me paciência, viu?!
Gente, eles NÃO eram vampiros ainda!! Mas Jane já tinha o poder dela quando humana, só aperfeiçoou quando se transformou!!!
Urgh!
Estou amando, exelente autora!!!!

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