- Renesmee? Renesmee, minha filha, o que houve. Fale comigo. – mamãe me sacudia freneticamente. Conseguia ouvir sua voz, mas não estava assimilando nada. – Carlisle, ajude-me aqui, por favor. Renesmee parece em choque.
- Aqui, dê isso a ela. É água com açúcar. – Vovô deu um copo à mamãe.
- O que aconteceu com ela, Edward? – mamãe perguntou ao meu pai.
- Billy disse que Jacob não apareceu em casa. – ele dizia. – Ela está se sentido culpada. Jasper? Pode nos ajudar?
Uma onda de tranqüilidade me envolveu. Mas eu não a queria. Eu queria estar preocupada. Jacob estava por aí sozinho e a culpa era toda minha. Eu tainha que tomar uma decisão séria. Tinha que ir atrás de Jake.
- Tia Alice, papai. – eu pensei. Sabia que tia Alice não podia ouvir meus pensamentos, mas via as minhas decisões. Então estava decidida a sair em busca de Jacob e decidida a pedir que eles me ajudassem e não me impedissem. – Eu preciso concertar o que aconteceu. Por favor, não me impeçam.
Tia Alice olhou para o papai. Esse, por sua vez acenou a cabeça e sibilou, enquanto ninguém estava prestando atenção nele, só em mim. – Cuidado. De qualquer forma, estaremos atentos.
- Vou fingir que quero ficar sozinha em seu quarto. Por favor, distraia todos, vou sair pela janela e vou atrás do Jake. Não deixe ninguém me incomodar. Deixarei algumas roupas com o meu cheiro no seu quarto para que ninguém desconfie. Voltarei assim que puder. – eu pensei. Fiz uma longa pausa, respirei firme. – eu... eu estou bem. Sério. Só preciso ficar sozinha um pouco.
- Tem certeza? – mamãe me perguntou. – Não quer que eu fique com você?
- Não mamãe. Eu ficarei bem. – eu fingi um sorriso e subi ao quarto. – Distraia-os. – pensei a meu pai.
- Sabe, querida, acho que nós podíamos levar Renée para conhecer nossa casa, que tal? Ela ainda não conhece. Emmett, eu também queria te mostrar meu novo equipamento de som. Por algum motivo não consigo instalá-lo. – Eles ouvi seus passos, saindo da casa.
- Esme, Carlisle, eu acho que ainda não ajustei a roupa de vocês. Poderiam vir prová-las?
- Agora? – vovó Esme perguntou? – Ah, Alice, Carlisle acabou de chegar. Não pode ser mais tarde?
- Agorinha, agorinha, agorinha. – Ela disse e eu sabia que estava rodopiando pela sala, empurrando meus avós pela escada acima. Tia Rose e tio Jasper já estavam ocupados. Ela assistia tv e ele continuava a ler seu livro. Sabia que com eles dois eu não teria que me preocupar. Tirei minhas vestes e coloquei um vestido lilás, prendi meus cabelos e sai em busca do meu Jacob.
Desci a janela com calma para que não me vissem. Não tinha toda a graciosidade dos vampiros para pular na janela e aterrissar com graça, sem provocar um estrondo enorme no chão. Então, desci pela parede e sai correndo em direção à floresta. Tentei rastrear o cheiro do Jacob, mas perdi o rastro quando ele entrou passou pelo rio. Sabia que nunca tinha ido além das margens do rio. Não sabia onde era o limite da fronteira entre os Cullens e os Quileutes, mas isso pouco importava. Desci pela margem do rio, tentando rastrear o cheiro dele. Sim... podia senti-lo de novo. Estava indo ao norte, corria rapidamente. Estivera naquele lugar mais cedo, depois da nossa briga. O rastro estava sumindo, então eu devia me apressar. Corri rapidamente seguindo meus instintos. Senti o cheiro de alguns animais por perto. Minha sede começara a apertar a garganta, mas não era tempo pra isso. Haveria muito tempo para caçar depois que eu encontrasse Jacob.
A mata começou a se fechar cada vez mais e a escurecer. Não pude ver mais a luz do dia e sim o crepúsculo caindo sobre a minha cabeça. O céu multicolorido me fez desejar que Jacob estivesse ali para contemplar aquele momento comigo. Me deslumbrei por alguns momentos com aquela linda pintura celestial, quando me dei conta de que eu não sabia para onde ir. Estava perdida. Não sabia se havia passado dos limites, não tinha mais certeza se Jacob estava dentro da floresta. Não tinha mais certeza de nada. Pela primeira vez tive medo da solidão. Pela primeira vez eu realmente tive medo da escuridão. Eu, uma criatura metade luz, metade escuridão, estava experimentando o pavor do escuro.
Não sabia o que fazer. Sentei no mato pela primeira vez e comecei a pensar em Jacob. Será que ele também estava com medo? Será que ele também estava sozinho? Com medo? Confuso. As samambaias me cobriram quando deitei no chão e me pus a chorar. Queria que ele jamais tivesse ido embora. Queria ter sido menos idiota e ter ouvido o que ele tinha a dizer. Queria poder estar sentindo o seu cheiro amadeirado mais uma vez. Era até como se eu realmente pudesse senti-lo, agora. E, realmente, estava sentindo. Levantei-me rapidamente. Meu vestido estava sujo pela terra, mas isso não importava. Só queria contemplar aquele grande garoto de pele avermelhada que estava a minha frente.
- Jake. – eu disse com a voz trêmula. Lançando-me em direção a ele. – Ah Jake, eu sinto muito, eu não devia ter dito aquilo. Não devia ter mandado você ir embora. – eu falei entre soluços, com lágrimas escorrendo dos meus olhos, tocando o peito nu de Jacob.
- Tudo bem Nessie, eu estou aqui. – ele me disse. Sua voz era a coisa mais linda que eu já havia escutado. Ele me envolveu com seus braços e mais uma vez eu me senti acolhida.
- Agora eu entendo o que aconteceu. Vovô explicou tudo para a gente. Você amava a mamãe...
- Por você ser parte dela, não é? – ele falou.
- Como você... – eu perguntei, mas ele sorriu e me interrompeu.
- Já aconteceu isso com um de nós. Emily e Leah são primas. Sam acreditava ser apaixonado por Leah pois ela tinha ligação sanguínea com Emily.
- Mas você me falou que Sam só conheceu Emily muito tempo depois, nem sabia da existência dela.
- Nem eu da sua. Na verdade, você ainda nem existia, você era aprte de Bella.
- Mas eu também era parte do meu pai. Porque você o odiava tanto?
- Questão de instinto. – Ele me disse, serenamente. – Hoje eu acredito que quebrei todas as regras. Já não sinto raiva dos vampiros. Com exceção da loira. – ele riu. – Tenho que me acostumar a eles, afinal, passarei a eternidade com eles, não é mesmo?
Eu sorri de volta. Passar a eternidade junto a Jacob e à minha família era tudo o que eu mais queria. Agora a minha vida estava completa. O momento estava tão intenso que eu não percebi a chegada de outra figura. Um grande homem, com a pele tão avermelhada quanto a de Jacob estava chegando, acompanhado de mais alguns parecidos com ele. Ele não precisou dizer quem era e porque estava ali. Eu já o conhecia. Era Sam Uley e eu bando e estavam ali porque uma Cullen havia invadido seu território.
- Olá Jacob. – ele disse. – Sua afeição pelos sanguessugas te impede de cumprir as leis dos nossos ancestrais?
- Ela não sabe onde é o limite, Sam. Ela veio me procurar, mas não se preocupe, nós já estamos de saída.
- Infelizmente, - ele dizia, com seriedade. – Creio que isso não será possível. Ela está em nosso território. Isso a faz prisioneira.
- Cara, não tente colocar as mãos nela. – Jacob rosnou.
- O que é isso, Jake. Vai brigar com seus irmãos por causa de uma garota e ainda por cima meio sanguessuga? – um dos meninos zombou.
- Fique fora disso, Jared. Isso é uma coisa de Alfa pra Alfa. – Sam Uley falou.
- Nessie, vá para trás. – Jacob falou.
- Não... – eu disse a ele.
- Nessie, não é hora de sua teimosia. Vá para trás.
- Eu não vou deixar que minha imprudência o machuque, Jacob. Foi minha culpa você ter ido embora. Foi minha culpa eu ter vindo até aqui e eu vou arcar com as conseqüências. Podem me levar. – eu disse dando um passo a frente.
De repente, uma voz familiar rompeu por cima das árvores. Um vulto branco apareceu e em seguida outros cinco.
- Não toque em minha filha, Sam. – mamãe disse. Parte de minha família se encontrava lá. Tia Alice, meus tios Jasper e Emmett, meu pai, minha mãe e vovô Carlisle. – Ela não tem culpa.
- Como sabia onde nos encontrar? – eu perguntei.
- Eu consigo ver seu futuro ao lado de Jacob agora que vocês são como um. – tia Alice disse. – Mas de repente esse futuro começou a desaparecer logo após você ter encontrado com ele, então achei que alguns lobos poderiam estar envolvidos e nós entramos na floresta.
- Conversaremos de sua imprudência depois, mocinha. – mamãe me olhou, levando seu olhar novamente a Sam Uley. – Sam, Renesmee procurava por Jacob. Ela não sabia dos limites. Ela não teve a intenção. Reconsidere.
- Mas, pelo que parece, a maioria dos sanguessugas avançou a fronteira, não é mesmo, Bella? – ele disse à minha mãe.
- Viemos buscar Nessie e Jacob. – tio Emmett disse. – Não é como se viéssemos lutar ou algo assim. Mas, se vocês quiserem brigar...
- Emmett, não piore as coisas. – vovô disse. – Sam, não viemos atacar ninguém. Estamos cientes do pacto. Na desrespeitaria as leis que criei junto com os seus parentes. Mas houve um grande mal entendido. Renesmee não conhecia a fronteira, ela só tinha vindo atrás de Jacob. Reconsidere, por favor.
Sam Uley fez uma pausa imensa. Por um momento, seus olhos pararam em Jacob. Passaram-se alguns minutos e ele ainda fitava Jake. Nessas horas gostaria de ter o talento do meu pai. Eu sabia que Sam Uley não era uma pessoa ruim, mas ele estava extremamente chateado com Jacob. Não o perdoou ainda pela saída do grupo e muito menos em viver numa casa infestada de vampiros.
- Quer essa seja a última vez, Jacob. Não sei se serei compreensivo numa próxima. Você não tem culpa da impressão ter sido na filha de dois sanguessugas, mas...
- Eu teria escolhido Nessie mesmo sem a impressão, Sam. – ele disse, me abraçando. Aquilo me confortou bastante, tanto o abraço quanto as palavras. – E nunca a abandonarei.
- Você é quem sabe. – Ele disse, enquanto sumia dentro da floresta.
- Renesmee. – mamãe me abraçou. – Eu não sei quem foi o mais imprudente. Você, seu pai ou sua tia Alice, mas estou feliz que você e Jacob estão bem.
- Eu estaria preparado para uma boa luta, sabe? – tio Emmett resmungou. Todos rimos.
- Vamos embora. – papai nos chamou. – Sam falava sério quando disse que não seria piedoso numa segunda vez.
Saímos todos da floresta. Chegando em casa fui recebida por minhas avós e tia Rosalie. Estavam felizes em me ver bem. Tia Rose, é claro, não estava feliz em ver Jacob.
- Então, loira, feliz em me ver? – ele abriu os braços, fingindo que ia dar um abraço nela.
- Não encoste em mim, pulguento. – ela disse, com rispidez.
- Ei loira, já sei porque você gosta tanto de sua BMW. – ele disse, enquanto sorria. – É porque você consegue soletrar o nome. – ele gargalhava. Ouviu-se uma gargalhada no fundo da sala e nem precisamos nos virar pra ver quem ria. Até porque, a voz enfurecida da tia Rose denunciou o dono da risada.
- EMMETT! – ela gritou.
- Ah, ursinha. Desculpe. – ele ficou sério.
- Bem, acho que como está tudo certo, e estão todos aqui, posso providenciar as coisas para que o baile se realize amanhã, não é mesmo? – tia Alice falou, empolgada. – Venha Jacob, espero ter acertado em suas medidas. – ela disse, puxando sua mão, conduzindo meu namorado pela escada acima.
Quando todos tiveram o que fazer, se adiantar com os preparativos, fazer ligações para os amigos vampiros, avisando do baile e pedindo para que já viessem alimentados, pois haveriam humanos na festa, eu chamei o meu pai num canto da casa para perguntar algo que estava me corroendo por dentro.
- O que Sam Uley pensou enquanto fitava Jacó, papai? – eu perguntei.
- Ele sentia um pouco de inveja de Jake. Sabe Nessie, Sam Uley não pôde optar em ficar com alguém que ama e se render à impressão. Jake teve a sorte de amar alguém e ter a impressão sobre essa pessoa.
- Mesmo eu sendo filha de vampiros, ele sente inveja de mim?
- Ele sente inveja do verdadeiro amor. Ele não tem certeza se estaria com a Emily se não fosse a impressão. Ele era feliz com a Leah e não lhe agrada magoá-la tanto.
Por um momento senti pena de Sam Uley. Realmente, ele não teve opção.
- Papai... Você acha que Jacob me ama de verdade? – eu perguntei.
- Quase tanto quanto eu amo a sua mãe. – ele sorriu. Dando-me um beijo na testa, ele se juntou à minha mãe, a abraçando e cochichando algo no ouvido que graças a minha audição apurada, pude ouvir perfeitamente. – Eu te amo mais do que tudo nessa vida.
- Eu te amo mais do que a minha própria vida. – ela respondeu.
- Eu sei. – ele suspirou, parecendo meio triste. – Você abriu mão dela para estar comigo, lembra?
- Não abri mão de minha vida para estar com você. Minha vida sem você não existe. Esta é minha vida e eu a escolheria quantas vezes fosse preciso.
Ele sorriu seu sorriso torto preferido.
- Sabe, senhora Cullen, está em dívida comigo. Não quer dar um pulo na nossa cabana?
- Agora? – ela sorriu, fingindo que pensava. – Tudo bem!
Essa era a minha deixa. Não queria ouvir mais nada sobre a intimidade deles. Me despedi de todos. Vovó Renée dormiria no quarto de tia Alice comigo e Jacob no quarto do meu pai. Quando entrei no quarto de tia Alice, ela estava espetando Jacob com um alfinete.
- Ai, baixinha, cuidado com isso ai. – ele riu.
- Se você ficasse quieto, mas não! Você se mexe demais. – ela disse, séria, mostrando a língua logo em seguida. – Oh, Nessie. Vamos mudar de quarto para que você durma. Venha, Jacob. – ela puxou o seu braço.
- Boa noite, meu amor. – ele me deu um beijo na testa, enquanto passou por mim.
- Boa noite, Jake. Durma bem. – eu sorri de volta.
Deitei na cama extra que havia sido colocada no quarto da minha tia. Fechei meus olhos e dormi uma noite cheia de sonhos.
1 comentários:
gostei mas os capitulos podiam ser maiores
Postar um comentário