Já estava claro quando eu acordei. Nuvens cobriam o céu e uma chuva fraca impedia a luz de entrar pela parede de vidro. Estava dormindo no antigo quarto do papai. Eu gostava dele. Tinha um tapete dourado muito bonito. Combinava com a pequena cama que tinham colocado para eu dormir em ocasiões como essa, quando os homens iam caçar e eu ficava em casa com as mulheres da minha família. A cama era de ferro, dourada, com pequenas flores e passados desenhados nela. Era pequena, mas não era tão pequena na noite anterior. Ouvi uma pequena batida na porta. Devia ser a vovó. Mamãe, tia Alice e tia Rose nunca batem.
- Nessie, sua mãe pediu para eu acordá-la... MINHA NOSSA! – ela se espantou.
- O que, o que houve?
- Bella... Alice, Rose, venham aqui.
- O que houve, vovó? – eu perguntei, impaciente, enquanto descia da cama e fiquei em pé.
- Esme, o que – mamãe perguntou enquanto entrava em meu quarto. Ela parou e olhou para mim. – Mas... como? Já? Pensei que isso levaria mais algum tempo.
- Alguém pode explicar o que está acontecendo? – eu exigi.
- Meu anjo... não se assuste. – mamãe falou. Tia Alice e Rose entraram pela porta, olhando para mim, pasmas. – Venha até o espelho do quarto de sua tia, sim?
Então me encaminhei até o quarto de tia Alice. Tinha o maior espelho da casa, cobrindo maior parte da parede do seu closet. Então, de frente para o espelho, eu percebi.
- Mas... mas... – eu fiquei sem palavras. – Cadê eu?
A garota que estava no espelho com certeza não era uma menina de seis anos. Se parecia com a menina de dezoito anos do álbum de casamento dos meus pais. A noiva. Minha mãe. Uma pele branca, longos cabelos com leves cachos, porém bronze, e não escuros como os dela. Um rosto em forma de coração. Olhos cor de chocolate, semelhantes ao dela. O que diferenciava era a leve semelhança com os traços herdados pelo meu pai. O nariz da menina do espelho, por exemplo, era fino e bem feito. Eu levantei minha mão, e ela também, numa conexão perfeita.
Ouvi mamãe conversando com as outras. Ouvi pouco da conversa, estava muito concentrada na garota de, aparentemente, quinze anos à minha frente.
- Alice, você não conseguiu prever isso? – Tia Rose questionou.
- Esqueceu que o destino de Nessie é imprevisível? Eu não consigo ver algo que muda tão rapidamente.
Então, elas prestaram atenção em mim. Finalmente, em poucas palavras, minha voz saiu. Não de criança, como era até a noite anterior, mas uma voz suave, quase parecida com a da minha família.
- Essa... essa sou eu. – Eu afirmei.
- Renesmee... – mamãe não e conteve e me abraçou. – Você está linda, meu amor.
- Ela está um arraso. – disse tia Alice. – Mal posso esperar para comprar roupas novas pra você. – ela veio até mim com seus passinhos ligeiros e graciosos. – Vou ligar para o estilista em Milão e cancelar a encomenda. – e saiu do quarto.
- Você está linda, meu anjo. – vovó Esme também me abraçou.
Tia Rose me observava de longe, ainda meio intrigada. Depois, saiu do quarto.
- O que houve com ela? – eu perguntei.
- Síndrome da madrasta da Branca de Neve. – Tia Alice passava pela porta do quarto com o celular na mão.
- Como? - Eu não havia entendido.
- Bom, quando eu era humana, sua tia Rose não gostava muito de mim por seu pai me achar mais bonita que ela. – mamãe me respondeu. – Ela deve ter pensado que você mudaria o foco um pouco. Você é meio humana e para ela, nenhum humano é belo o suficiente para se comparar a.. Bem, a ela.
- Ah... – eu só consegui falar isso.
- Bom... Devemos ligar pra seu pai e contar o que aconteceu? Creio que Carlisle saberá dizer o que aconteceu. Quer dizer, sabíamos que isso aconteceria, mas só estávamos prevendo isso em três anos.
- Não, - eu disse. – Deixe-os caçar. Quando chegarem, vão descobrir. Não vou ter envelhecido mais que isso, não é mesmo? Os outros casos chegaram em seu limite com essa idade, não é?
- Sim, bom, você provou que toda regra tem sua exceção. Mas, tudo bem... algumas horas a mais não farão diferença. Venha, vou te emprestar algumas roupas minhas. – me disse enquanto saia do quarto. Nem havia percebi que minha camisola rosa de coelhinho – presente inútil da tia Alice, - tinha se transformado em uma camisa.
Depois de trocar de roupa, não houve muito o que fazer. Afinal, nenhuma de nós poderia prever o que acabara de acontecer. Mamãe ligou para vovô Charlie, explicando o que tinha acontecido. Vovô Charlie já havia se acostumado com a idéia de que eu era especial. Em menos de um ano eu atingi uma velocidade de crescimento surpreendente. Vovô Charlie não seria um problema. Mas, o que eu diria a Jake? Será que ele ainda seria meu amigo? Essa idéia atingiu fundo o meu estômago. Mas eu resolvi não ligar. Ele notaria a diferença de voz. Esperaria mais alguns dias para que pudesse falar com ele.
Papai estava chegando. Podia distinguir seu cheiro dos outros homens da minha família. Ele estava bem perto, tinha vindo primeiro. Eu resolvi me esconder em seu quarto. Não queria surpreendê-lo. Deixaria que mamãe contasse primeiro. Eu pude ouvir sua voz no hall, onde ficava seu piano.
- O que houve aqui? – Ele quis saber.
- Edward. É Renesmee. – mamãe respondeu. – Algo inexplicável aconteceu. Ela... ela...
- Bella, diga-me, por favor. – Papai, pediu, apreensivo.
- Bom... ela cresceu. De novo.
- Meu amor, isso não é novidade para nós.
- Nem mesmo quando ela chegou a sua idade limite?
Houve um silêncio. Um silêncio mortal. Eu sabia que papai estava procurando por meus pensamentos. A única coisa que eu consegui pensar foi estou bem, pai. Só estou mais alta. Ouvi a repentina batida na porta do quarto. Papai podia ser cavalheiro, quando queria. Mas a mania de compartilhar meus pensamentos com a mamãe tirava todo o mérito de me dar privacidade.
- Posso entrar? – perguntou ele.
- Pode. – eu respondi.
Ele entrou. Pude ver sua expressão. Ele me olhou por um longo momento. Era a primeira vez que ele via meu rosto. Apesar da familiaridade por ser sua filha e muito parecida com o que mamãe foi, ele olhou-me por um tempo como se fosse uma estranha.
- Sabe, - ele disse enquanto sorria enquanto caminhava em minha direção. – Se você não lembrasse tanto sua mãe quando humana e pelo seu cheiro, eu não teria reconhecido você.
- Eu disse que estava mais alta. – eu ri, enquanto ele me abravassava.
- É. É verdade. Mas, como isso...
- Então é verdade? – tio Emmett entrou porta a dentro. – Monstrinha, - ele amava me chamar desse apelido. – definitivamente, você é uma monstrinha. Será que ficou muito grande pro seu velho tio te pegar no colo? – e me pegou em seus braços, me jogando pra cima.
- Não, tio Emmett, - eu respondi, rindo. – Mas quem sabe, fiquei tão forte que consiga te derrotar numa queda de braços.
- Vamos tentar? – seus olhos brilharam. Competir era o que fazia seu mundo girar. Competir, ursos e tia Rose.
- Não creio que isso seja pertinente. – vovô entrou na sala, sorrindo. – Ela poderia te machucar, Emmett.
- Ha-ha. Em todo caso, vou ver Rose. Onde ela estará? – tio Emmett saiu do quarto.
- Então, pai, o que você acha? – papai perguntou ao vovô.
- Não tenho certeza. Terei que tirar uma amostra de sangue dela para ver se houve mutação em seu DNA, ou em algo assim. Acompanhe-me, Renesmee.
Fomos até o escritório do vovô. Papai saiu da sala, não estava acostumado com o cheiro do meu sangue, então resolveu ficar na porta e não permitir que ninguém entrasse.
- Bom, - vovô disse enquanto tirava o sangue do meu braço – vou ter que levá-lo para o laboratório do hospital. Não tenho o equipamento necessário aqui para isso.
- Vovô... O senhor acha que há algo de errado comigo? Quer dizer, além do que nós consideramos normal?
- Minha querida, - disse vovô, calmamente. – você é uma criaturinha especial. Nunca tinha visto um caso igual ao seu. Mas vai terminar tudo bem. Você já chegou a sua idade limite. Só precisamos descobrir o porquê de ter sido tão rápido. É claro, precisamos tirar uma amostra do sangue de Jacob...
- Jacob, por quê? – eu me surpreendi ao ouvir o nome de Jake. Não esperava que tivesse que contar a ele tão cedo.
- Bem, vocês têm uma espécie de semelhança genética, meu bem. Preciso avaliar para a dele também. Vou pedir a seu pai para telefonar e pegá-lo na fronteira. Não queremos sua tia Rosalie reclamando de Jacob molhado dentro de casa, não é?
- É... – respondi. Tinha esquecido de como tia Rose me olhou pela manhã. Não queria que ela ficasse chateada comigo. Pelo que mamãe me disse, tia Rose foi uma das que mais esperou a minha chegada. Quando sai do quarto, papai me olhou sério.
- Sabe Nessie, você não deve ligar para o que Rosalie diz. – disse papai enquanto passava seus braços ao meu redor. – Ela tem uma necessidade em ser o centro das atenções, mas isso não signifique que ela não a ama. Deixe as coisas se ajustarem. Vai voltar tudo ao normal.
- Espero que sim. – pensei. Não precisava dizer as coisas em voz alta para meu pai. As vantagens disso desapareciam com o passar do tempo. Ele riu com meu último pensamento.
- Bom, acho que devo telefonar para Jacob. – ele tirou seu celular de dentro do bolso. – Ou você prefere fazer isso?
- Não, prefiro que você o faça.
- Está bem. – ele discou o número. – Alô, Jacob? – houve uma pausa. Jacob devia estar questionando porque meu pai ligou. – Não, ela está bem... Ela só está um pouco diferente do que da última vez que você a viu. – ele não conseguiu controlar a risada. Sabia que papai havia perdoado tudo o que Jacob havia feito, mas ainda sentia a necessidade de rir quando o via aflito e preocupado comigo. Talvez uma vingança particular. – Não, não venha a pé. Vou buscá-lo na fronteira em cinco minutos. Carlisle precisa vê-lo também e... – ele fez uma pausa. – Olha, não vai ajudar se você ficar nervoso. Em cinco minutos estarei na fronteira.
E então, ele saiu.
- Renesmee? – mamãe me chamou do quarto de tia Alice. – Poderia vir aqui?
- Claro, claro... MAS O QUE É ISSO?
- Não é lindo? É o seu vestido de debutante! – Tia Alice exclamou, enquanto me puxava pra dentro do seu quarto e me mostrou um manequim com uma peruca avermelhada usando um vestido perolado, tomara-que-caia, com bordados dourados, sapatos combinando e uma tiara dourada. – Estava guardando para o daqui a três anos, mas para que esperar mais?
- Vestido de quê? – eu quis saber.
- Bom, meu amor, é costume que os pais dêem um baile apresentando a filha para a sociedade. Isso é chamado de Baile de Debutantes. – mamãe me explicou. – Eu estava tentando explicar à Alice eu não havia necessidade,...
- Mas como eu não dou ouvidos à sua mãe, - ela interrompeu. – eu vou dar esse baile. Vejamos, temos que chamar os Denalli, lógico. Será que seus amigos da escola viriam, Bella?
- Ah, claro. Há menos de um ano eles vieram ao meu casamento e não acharão estranho eu apresentar minha filha adolescente a eles. Grande idéia, Alice, porque você não lança fogos de artifício com o nome dela também?
- Não seria uma má idéia. – tia Alice rodopiou pelo quarto. – Adoro seu sarcasmo, Bella, ele sempre me dá boas idéias.
- Alice, você não tem jeito. – mamãe sorriu. Eu também acabei sorrindo, percebi que pela primeira vez desde que havia... crescido. Mamãe fitou meu rosto, levantou as mãos para o ar e disse – Ah... Agora são dois sorrisos tortos para eu não resistir. – me fazendo olhar no espelho, reparando que meu sorriso era igual ao do papai.
- É, quem sabe agora eu consiga persuadi-la a me deixar ir para a escola. – eu disse, enquanto eu me aproximava, sorrindo.
Então mamãe ficou naquela posição que eu já conhecia: a de predadora. Fitou-me séria e então pulou em cima de mim.
- Socorro, - gritei de brincadeira. – uma vampira descontrolada está querendo me aprisionar.
- Você não tem chances menina-vampira-humana, - ela falou enquanto prendia suas pernas em mim, já deitadas e rolando no carpete branco de tia Alice. – eu vou te enxer de beijos e abraços por toda a eternidade.
E rimos muito. Até tia Alice, que estava tentando manter o manequim a salvo da nossa brincadeira, acabou rindo bastante. De repente, eu pude ouvir o Volvo prata estacionar em frente à nossa casa. Ele está aqui, eu pensei. Jacob Black está aqui.
12 comentários:
Ela cresce de um dia pro outro...tipo literalmente *-*
Nosa senhora das malukas ela do nada aparente ter dezesete iou sezoito pirei
agora ela vai querer beijar o jake ta crescidina
Achei louco ela crescer 'TUDO' de um dia para o outro, mas ta valendo.....
meio estranho ela crescer de um dia pro outro, mais tudo bem...
amando assim mesmo!!
Desculpem que diga mas esta fic está mesmo MAL feita... Primeiro, no capitulo passado, a temperatura da Ness...E agora neste: ela cresce de um dia para o outro... E não me venham dizer que a intenção era que fosso uma "descoberta" pois todas disseram que já estavam esperando isso...No livro, ela cresce rápido, mas não passa de um tamanho para outro assim, como por magia, "clic"... Ela cresce como um humano mas, muito mais rápido... Cada ano de Ness representam 6 anos de um humano cumum...(Isto é, segundo esta fic, pois segundo o livro, ela terá 7 anos, quando parecer ter 18). Logo quando ela tiver um ano, ela aparentará ter 6 anos... Com dois anos, aparentará ter 12... E com 3 anos aparentará ter 18... E apartir dai não crescerá mais.
Beijocas,
NessCullen
que lindo
estou emocionada
nossa imagine alguem pulando em cima de vc!SOCORRO
BOM eu concordo contigo.Mas cada autor escreve de seu jeito.Cada pessoa pensa de sua maneira .E de vez enquando saimos do contesto da historia.Mais é muito bom o seu comentario que a cada um ano de vida nessie ela aparenta ter seis .
maldade com ela coitadinha da renesmee
Desculpe, mas vou procurar outra fic para ler. Afinal, como uma criança cresce de seis anos para dezoito anos e só percebe quando acorda?! Desculpe, mas a fic está mau feita. Já não bastasse a temperatura errada dela e, agora isso?!
Desculpe, mas vou me retirando, procurar outra coisa para ler...
Boa sorte, e se for fazer outra, leia atentamente os livros primeiro. E o livro Amanhecer acabou com Renesmee tendo por volta de oito a dez anos, o crescimento dela vai desacelerando com o tempo, e após sete anos de seu nascimento, ela para de crescer e alcança a meturidade de dezoito anos.
E quanto à dieta, descrita no 1° capítulo, ela só bebe sangue, não precisa e ninguém insiste para ele comer. E vampiros conseguem comer, porém não aguentam e vomitam, pelo que me pareceu, apenas a Bella colocou a batata pra fora, então Esme, Rosalie e Alice comeram e não vomitaram?!
Desculpe, mas adeus.
Não concordo com você Ness Cullen , pois se a história desta fanfic tivesse de ser igual ao livro seria uma cópia, e não teria a menor graça !! Ameei novamente !! você realmente tem talento para escrever!!
Engraçado* Encher*
Estou adorando a fic, não vejo a hora de Jacob e Ness se encontrarem!
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