Houveram momentos em minha existência onde eu desejei poder dormir. Ensino Médio… Escola de Medicina… Os anos 70…
“Não!” eu gritei.
“Ah, vai, Edward,” Alice choramingou. Por favor? Por favorzinho?
“Eu disse não, e é definitivo!” me virei e olhei para ela.
“Mas está na moda, estou apenas tentando fazer a gente se misturar,” ela disse com olhos arregalados.
“Não,” eu repeti, cruzando meus braços.
“Mas, eu vi em uma visão, você vai ficar ótimo!”
“Mentirosa,” eu disse secamente.
Ela estreitou os olhos. “Se você não usar, os humanos notarão que você parece diferente deles.”
Eu agarrei os ombros dela e disse firmemente, “Nada, em toda a eternidade, jamais me convencerá a usar um terno de poliéster branco.”
Ela fez uma cara feia e saiu da sala batendo o pé, gritando, “Jazz! Tenho algo pra você vestir!”
Valeu mesmo, Edward, Jasper pensou, sarcasticamente.
Deitei no carpete do meu quarto e fitei o teto. Tinha que me perguntar quando essas décadas terríveis acabariam? Eu acreditava mesmo que, em uma cidade menor, a moda não seria tão ruim. Mas não, a cidade de Glen Arbor, Michigan, era tão ruim quanto se estivéssemos morando em Nova Iorque. E a escola de Glen Arbor não era exceção.
Estávamos sentados na lanchonete da escola, fingindo comer, como sempre. Esfarelei um pacote de bolachas de água e sal enquanto tentava ao máximo me desligar da conversa de Alice e Rosalie. Seus pensamentos de moda eram tão triviais quanto das mulheres humanas.
Eles são muito pálidos… Me pergunto se eles fazem como aquele cara…
O pensamento me chamou a atenção imediatamente. Um filme estava repetindo-se na mente da garota. Algum filme ridÌculo sobre um vampiro chamado Martin, que drogava suas vÌtimas antes de beber seu sangue. Absurdo, como se algum dia precisássemos de artifícios tão frívolos.
Mas aquele cara também não tinha presas… Faz sentido…
Ela estava certa. Por alguma razão inexplicável, o diretor fez um filme de um vampiro sem presas. Eu tive que me perguntar se aquela garota, bem como o diretor, percebiam quão perto estavam de entender a verdadeira natureza dos vampiros. Claro, não poderia me perguntar por muito tempo.
“Holly Austin está pensando de novo, ” murmurei para Alice.
A garota no macacão jeans azul?
“Sim. ”
Ela está nessa a semana toda. Por que ela ainda não deixou de lado?
“Culpe George A. Romero, ” eu disse seco.
Assisti a mente de Alice enquanto ela procurava por inconvenientes no futuro. Certo o suficiente, Holly nos seguiria depois da escola e nos abordaria. Alice enrijeceu quando viu a próxima visão. Jasper bebendo o sangue da garota, como uma tentativa nobre de proteger nosso disfarce.
Não podemos deixar isso acontecer, ela pensou frenéticamente.
“Claro que não, ” murmurei.
Os outros estavam olhando entre Alice e eu, com expressões preocupadas.
“Uma garota humana está ficando muito desconfiada, ” expliquei.
Merda, Emmett xingou, e os ursos são tão bons nessa região… Não é justo…
Verdade, meu irmão, mas a vida raramente é justa.
Não pode ter sido nada que eu fiz, Rosalie estava pensando.
Você quer que eu cuide disso? Jasper perguntou.
“Não!” Alice e eu dissemos ao mesmo tempo, respondendo ao pensamento dele e a visão dela. Olhamos nervosos ao redor, os humanos tinham nos ouvido.
“Venham, ” instrui. Fiz sinal para os outros seguirem.
Maldição, Holly percebeu nosso movimento e ficou de pé na entrada da lanchonete.
“Eu cuido disso, ” murmurei para os outros. “Holly, ” eu disse em uma voz reservada para humanos desse tipo, “Bom te ver novamente. No entanto, meu pai encontrou um problema.” Bom, ele teria um problema se essa humana persistisse. “Sinto muito, mas precisamos falar com ele imediatamente. Aproveite sua tarde.”
Uau… Ele é tão… Uau… Seus olhos ficaram vidrados. Eu sorri, confiante de que a havia distraído com sucesso. Viramos em direção a saÌda.
“Por que vocês não tem presas?” ela soltou.
Nos congelamos. Felizmente, apenas alguns humanos ouviram e estavam no momento questionando a sanidade de Holly.
“Porque, ” Alice disse brilhantemente, “não combinava com nossas fantasias. Então decidimos não nos incomodar com as presas esse ano. ”
Brilhante, faltavam apenas algumas semanas para o Dia das Bruxas e Alice providenciou uma saída evasiva perfeita.
“Ah, ” Holly franziu as sobrancelhas. Não foi isso que eu quis dizer… exatamente… O que eu estava pensando antes?
“Vamos embora, agora. ” sussurrei para minha famÌlia. Andamos até a porta o mais rápido que nossa charada humana nos permitia.
Carlisle e eu ficamos em frente da grande janela de vidro, observando o Lago Superior.
“É uma pena, ” Carlisle murmurou, “eu estava começando a gostar mesmo dessa região. ”
“Sim, ” concordei, “Emmett também. Embora eu duvide que os ursos sentirão tanta falta da gente. ”
Carlisle riu. “Você acha que essa Holly será um problema?”
“Não, ” respondi, “estou certo de que ela esquecerá assim que partirmos. ”
Ele acenou com a cabeça.
Foi praticamente a primeira vez que chegamos perto da exposição. Mas lidamos com isso da mesma maneira de sempre. Simplesmente desaparecemos.
3 comentários:
Quase qe eles foram expostos!!!! uauuuuuuu.....
Jasper serve de manequim para a Alice, né? HAHAHAHAHA
bom este caapitulo e um pouco tenso ate eu estremeci quando edward disse que ela duvidou :/
Postar um comentário