A Visita dos Franceses - Capítulo 38: Vestígios

[Bella]

Ninguém se movia, apesar de todos estarem conscientes de que em pouco minutos estaríamos cercados por humanos curiosos e sonolentos.
Pensando em humanos, lembrei-me do motorista do caminhão. Estaria vivo?
– O motorista do caminhão está desacordado... Pode-se notar pelo batimento cardíaco alterado. Mas este rapaz... – Carlisle, que respondeu às minhas especulações sem saber, não pôde completar a frase.
– Está morto – a voz de Arthur quebrou. Ele ainda segurava o rosto curado, porém sem vida do motoqueiro.
Encontrei o olhar de Edward, penalizada. Foi quando notei que Renesmee tinha o rosto banhado por lágrimas, molhando a camisa do pai.
Sua face também transmitia a dor que ela sentia na garganta por estar envolta de tanto sangue. Mas ela chorava pela dor do amigo.
Comovida, tomei Renesmee em meus braços e enxuguei suas lágrimas que ardiam em meus dedos frios. Edward passou o braço pela minha cintura em um gesto protetor.
Senti minhas sobrancelhas franzirem.
Eu queria poder falar algumas palavras consoladoras para o menino cujo ato seria difícil e nobre até para os vampiros mais treinados.
– Está tudo bem... estamos aqui – sussurrei no ouvido de Nessie. Ela assentiu, fechando os olhos. Decidi falar algo para o garoto.
– A culpa não foi sua, Arthur – acrescentei num fio de voz baixo.
Ouvi um murmúrio ininteligível em francês como resposta. Dominique – que já abraçara o filho – me lançou um olhar agradecido pelas palavras.
– E agora? – Lilith perguntou num fio de voz tímida.
– Vamos ajeitar toda essa bagunça... – Dyllan sugeriu.
– Os humanos podem chegar a qualquer momento – concordou Stuart, com o mesmo alerta que tive há pouco.
Assentimos e pusemo-nos a reparar os danos do acidente. Foi duro, Edward pediu que eu me mantivesse longe e segurasse Renesmee. Aceitei. Por Renesmee.
Eles terminaram tudo em poucos minutos. Fizeram com que a cena parecesse um acidente de fato, porém sem vestígios do carro de Stuart.
Quando estávamos novamente reunidos, as crianças mais calmas, Stuart virou-se para Carlisle com a mais pura expressão de curiosidade.
– Vieram buscar Renesmee, mas têm problemas ainda.
Não era uma pergunta.
Era verdade.
– Não só os humanos estarão aqui em breve – Carlisle falou com a voz mortificada – Os Volturi devem chegar a qualquer momento. Zangados.

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