O Primeiro Natal de Renesmee - Capítulo 1

Nota da Autora: Começando do momento que ela acordou, esse é o primeiro natal de Renesmee, de seu ponto de vista.

“Renesmee, querida? Hora de acordar, docinho. É dia de Natal.”

Abri meus olhos e pisquei quando a luz fraca me atingiu. Mamãe e papai estavam ambos lá como todos os dias, sorrindo para mim, e ambos seguravam algo embrulhado em um reluzente papel prateado. Foi quando eu lembrei: Natal!

Todos na minha família (e muitos dos convidados) tinham me contado sobre o Natal. Titia Rosalie me contou histórias sobre bolas brilhantes e belas festas, vovô Carlisle me contou a história do nascimento e do bebê Jesus, titio Emmett me contou sobre o Papai Noel e as renas voadoras que eram impossíveis de caçar, e a vovó Esme me contou sobre os Natais antes do papai conhecer a mamãe. Ninguém gostava de falar sobre o Natal passado, especialmente mamãe e papai. Quando eu perguntei, vovó Esme só disse que foi uma época muito triste porque eles não estavam juntos.

Coloquei uma imagem de titia Alice e titio Jasper em sua mente, e ela engoliu, mas não como se estivesse bebendo.

“Sim,” ela disse. “Como titia Alice e titio Jasper não estão conosco agora.”

Mamãe e papai não pareciam muito tristes agora. Mamãe tinha colocado seu pacote brilhante de lado para me levantar da cama e me abraçar. Coloquei minha mão em sua bochecha fria e mandei uma imagem dos presentes para sua mente. Ela e papai ambos riram, mas eu não sabia o que era engraçado.

“Tão impaciente! E por presentes também”, papai disse, olhando para mamãe.

“Não tenho dúvidas de quem ela puxou isso” mamãe disse. “Tudo bem, o seu primeiro.”

Papai sorriu para ela e gentilmente colocou seu presente em minhas mãos. Eu sorri largamente para ele e muito rapidamente rasguei o papel brilhante. Não despedacei o papel, todavia, apenas destruí a fita adesiva que o prendia. Eu gostei muito do papel dourado e prateado; eu não queria arruiná-lo.

No meio de todo o papel havia uma pequena coisa azul de metal, com botõezinhos pequenininhos e longos fios brancos saindo dele, como um rabo que se dividia em dois. No final de cada fio havia uma pequena ponta.

“É um music player,” papai disse. Ele pegou e colocou as pontinhas nos meus ouvidos, depois pressionou alguns dos botõezinhos. Uma telinha se acendeu e algumas palavras se moveram nela, mas eu estava ouvindo a música que saia das pontinhas.

“Fones de ouvido,” papai disse. “Se chamam fones de ouvido.”

Eu não o ouvi de verdade, mas sim comecei a cantar. Era a canção que papai sempre cantava para mim, a que ele disse que tinha escrito para mim, tocada no piano. Sorri muito feliz e fechei meus olhos para ouvir melhor. Parecia que o piano estava bem ali no quarto comigo, embora não coubesse. Pensei que eu poderia me perder na música e esquecer onde eu estava. Mamãe riu enquanto eu cantarolava com a música.

“Você não vai dizer obrigada?” ela me disse.

“Não faz sentido, Bella, você sabe que eu posso ouvir como ela se sente,” papai disse.

“Nada de errado em tornar boas maneiras um hábito,” mamãe disse a ele.

Parei de cantar e abri meus olhos por um segundo para olhar para o papai e pensar obrigada antes de começar novamente.

“De nada,” papai sorriu, “mas você não quer abrir o presente de sua mãe também?”

Tirei as pontinhas – fones de ouvido – dos meus ouvidos e papai pegou o pequeno presente de mamãe, embrulhado no mesmo reluzente papel dourado e prateado e com um laço brilhante em cima. Levantei as mãos e o peguei das mãos de papai, deixando o pequeno music player azul onde ele estava. Era no formato de uma caixa, e eu rapidamente tirei a fita adesiva do papel, a qual mamãe colocou na mesa próxima à minha pequena cama. Ela sabia que eu iria guardar o papel para mais tarde. Eu gostava de coisas brilhantes. Vi que eu estava certa sobre o presente: dentro havia uma pequena caixinha preta. Virei-a, olhando o material macio que a cobria. Era o mesmo material do qual meu vestido de festa vermelho de três semanas atrás era feito. Veludo.

“Dentro,” mamãe disse, sorrindo.

Encontrei a linha onde a caixa abria e tirei a tampa. Ela ficou conectada de um lado, como uma porta. Dobradiça, essa era a palavra. Eu continuava aprendendo tantas palavras novas todos os dias; às vezes era difícil pensar na que eu queria. Eu preferia usar imagens. Abri a caixa e senti meus olhos arregalarem.

Dentro da caixa havia uma pequena almofadinha feita de veludo, como a caixa, e na almofadinha estava um lindo colar de ouro. Era exatamente da mesma cor dos olhos do papai quando ele acabava de caçar. Papai sorriu quando eu pensei isso; era legal que eu não tinha que dizer tudo a ele. Ele sorriu ainda mais e tirou o colar da caixa. A corrente era bem fina e de ouro também. Na verdade o… pingente tinha a forma oval e imagens de folhas e vinhas em volta das beiradas, cravadas. Tão lindo. Então eu vi que o pingente tinha dobradiças também.

Papai pegou a caixa das minhas mãos para que eu pudesse abrir o pingente. Era meio complicado porque era bem pequenininho e era difícil encontrar algo no que segurar, mas eu tinha dedinhos pequenos e unhas grandes, então eu consegui.

Reconheci a foto imediatamente. Era de seis semanas atrás, quando titia Alice e titio Jasper ainda estavam em casa, e era uma foto de todos nós: titia Alice e titio Jasper, titia Rose e titio Em, vovó Esme e vovô Carlisle, mamãe, papai, Jacob e eu. Seth havia tirado a foto porque não havia ninguém sobrando. Eu estava no meio, com mamãe me segurando. Papai e Jacob estavam um de cada lado, e todos estavam ao meu redor. Titia Rosalie estava o mais longe de Jake possível, mas todos estavam sorrindo para a câmera. Eu estava muito pequena nesse dia, e meu cabelo estava apenas na altura dos ombros, mas ainda parecia comigo.

A foto era realmente muito pequenininha, mas eu podia ver os rostos de todo mundo certinho. Talvez o vovô Charlie não conseguiria, porque ele era humano, e a mamãe disse que os humanos não podem enxergar tão bem quanto ela e eu, mas todo mundo restante poderia.

“Você pode mudar a foto sempre que você quiser,” mamãe disse. “Eu tenho muitas delas que fiz menores para você.”

Sorri. Do lado da foto, havia alguns escritos estranhos em belas letras cinza-azuladas. Alcancei as bochechas de mamãe sem desviar o olhar para colocar uma imagem em sua mente da inscrição, e uma pergunta. Eu podia ler facilmente, eu gostava de ler, mas não podia ler isso.

“Significa ‘eu te amo mais que minha própria vida’,” mamãe disse. Sua voz ficou um pouco vacilante no final, mas eu ainda estava olhando para o escrito engraçado. Aquilo não se parecia em nada com nenhuma palavra que eu conhecia.

“Está em francês,” papai disse, e sua voz estava um pouco vacilante também. “Je t’aime plus que ma propre vie.”

As palavras eram estranhas, e a forma como elas significavam nada e alguma coisa ao mesmo tempo era estranha e maravilhosa. Soava bonito.

“Você quer colocar?” mamãe perguntou.

“Sim, por favor,” eu disse em voz alta.

Papai se aproximou para pegar o camafeu e prendê-lo em volta do meu pescoço. Seus dedos eram muitos frios, mas eu estava acostumada a ser mais quente do que todo mundo. Exceto Jacob, claro. Jacob era quente como eu.

“Assim,” papai disse, e deu um passo para trás para olhar para mim. “Você está linda,” ele anunciou, e eu sorri feliz.

“Assim como o pai dela,” mamãe acrescentou, e eles sorriram um para o outro.

“Certo,” mamãe disse de repente, “É melhor eu te arrumar para irmos à casa do vovô.”

“Na verdade,” papai disse, “é melhor adiar a arrumação para depois que tivermos visto o restante da família.”

Franzi a testa. Por quê?

“Ah,” mamãe disse. Então ela sabia o porquê. Eu teria simplesmente que esperar para ver. “Tudo bem, então vamos.”

Em seguida estávamos correndo pelas árvores. Eu adorava correr com mamãe ou papai ou co Jacob. Eles eram mais rápidos que eu, e eu podia olhar em volta sem me preocupar com onde eu estava correndo. Havia tanto que eu ainda não tinha visto desse enorme e empolgante mundo. É claro que eu sabia o caminho da Casa Grande para a Pequena Cabana e eu já tinha visto tudo ali, mas às vezes se eu tivesse sorte eu veria um esquilo ou um novo tipo de passarinho e eu poderia mostrar para a vovó Esme e ela me diria seu nome. Vovó Esme adorava olhar os pássaros.

Não vi nenhum pássaro hoje, mas não me importei porque hoje já era especial, e logo estávamos na Casa.

Jacob estava sentado do lado de fora na varanda esperando por mim. Quando ele me viu, um grande sorriso se espalhou pelo seu rosto, como sempre acontecia.

“Nessie!” ele gritou, e pulou da varanda para vir me ver. “Feliz Natal!” ele sorriu, e então se lembrou de mamãe e papai. “E feliz Natal para vocês também.”

“Feliz Natal, Jake,” mamãe disse sorrindo. Papai fez aquela coisa engraçada com seus olhos onde eles fizeram todo o caminho num círculo.

Dei uma risada e levantei as mãos para Jake. Mamãe suspirou, mas mesmo assim me colocou nos braços dele para que eu pudesse lhe contar sobre os presentes.

“Lindo,” ele disse quando viu o camafeu. “E você está usando! Que gracinha!”

Ele me moveu para um braço para que pudesse tirar algo de seu bolso. Era um outro presente, mas este não estava embrulhado em um papel brilhante. Ao contrário, estava em uma bonita bolsa de tecido marrom com cordas formando um nó. Eu rapidamente desamarrei as cordas e abri o embrulho.

“Está vendo, a Nessie consegue desamarrar!” Jake disse para mamãe. “Sua própria filha!”

“Muito engraçado, Jake,” mamãe disse, mas eu não estava ouvindo. Virei o saquinho de cabeça para baixo e uma argola de fios entrelaçados caiu, torcidos juntos como quando titia Rosalie trança meus cabelos, unidos para formar um círculo.

Usando sua mão livre, Jake pegou a argola e colocou no meu pulso. Estava um pouco grande, então escorregou facilmente.

“Como você cresce tão rápido, pensei que seria melhor fazê-lo grande,” ele disse.

Levantei meu pulso mais para perto dos meus olhos para ver melhor. Eu não conseguia dizer quantos fios diferentes tinha, mas havia muitos, todos com cores que eram um pouco diferentes. Havia vermelhos e marrons, e eu podia ver a cor do meu cabelo, e a cor do pelo de Jake, e a cor da pele de Jake, e a cor dos troncos das árvores, e a cor de sangue, e a cor dos olhos da mamãe, e a cor dos meus olhos… eu não conseguia dizer o nome de todas. Pressionei minha mão na bochecha quente de Jake para dizer a ele o quanto eu tinha adorado.

“Ah, pare, Ness, você está me deixando com vergonha,” Jake disse naquela voz engraçada que torna mentir uma coisa okl de se fazer.

Papai não pareceu tão feliz assi. “Contanto que isso não tenha o mesmo significado de um anel, Jacob,” ele disse em uma voz quase de rosnado.

“É claro que não!” Jake disse. “Ugh, já passamos por isso, isso seria doentio!”

Mamãe suspirou novamente. “Lembrete: alguns de nós não têm a menor ideia do que está acontecendo…”

Toquei a bochecha de Jake novamente, dessa vez com uma pergunta.

“Hum, bem, geralmente os caras dariam anéis como esse para as garotas quando eles as pedem… uh… em casamento. Caras Quileute, quero dizer,” ele disse, olhando para mamãe. “De qualquer forma, é por isso que eu fiz um bracelete, e não um anel. Achei que você ia surtar,” ele disse para o papai.

“Mas o propósito dos anéis não seria que eles demorassem um tempo muito longo para serem feitos que nenhum homem faria um a menos que verdadeiramente se importasse com a sua amada?” papai disse, ainda mais próximo de um rosnado agora.

“Tá, então o bracelete demorou mais, mas ter algo o que fazer com as minhas mãos me mantém são. Você sabe quanto tempo eu gastei naquele pingente de lobo que eu fiz para Bella?”

“Edward,” mamãe disse calma. “Não estrague isso para ela. Você sabe que Jake não quis ofender.” Ela soou um pouco estranha, um pouco triste. “É linda, Jake,” ela disse.

“Bella?” papai disse, e sua voz não parecia com nada como um rosnado agora. “Você está bem?”

Me virei e olhei para mamãe, e ela sorriu. Eu podia dizer que aquele não era um sorriso certo, um sorriso feliz, mas que sim ela estava fingindo. “É claro que estou bem. Vamos entrar? Tenho certeza que estão todos nos esperando.”

Papai ainda parecia preocupado, mas não discutiu. Talvez ele quisesse conversar com mamãe a sós mais tarde. Eles frequentemente tinham momentos em que parecia que eles iam dizer alguma coisa, mas então eles olhavam para mim e balançavam suas cabeças. Era um pouco irritante, na verdade. Papai sabia que eu sabia, mas ele jamais mencionou isso.

Jake parecia como se não tivesse notado nada, mas ele podia estar fingindo. “Claro, claro,” ele disse e todos entramos na casa.

2 comentários:

Bebetty_rp disse...

que fofa essa fanfic!

Rezinha disse...

Éhhh...Legalzinha---Mais prefiro a Renesmee Grande da Mais Ação.
Bjn

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi