A Visita dos Franceses - Capítulo 47: Discutindo

[Edward]

- Horas antes do telefonema para Jacob -


– O
quê? – exclamei para Alice.
Enquanto eu sentia meu autocontrole se esvaindo, notei que todos os outros que estavam conosco deixavam a sala escura, procurando nos dar privacidade.
Bella me olhou impaciente, estendendo a mão para o celular. Eu abafei o aparelho em meu peito e afaguei seu cabelo cor de mogno.
– Deixe-me resolver isso, Bella.
Sua boca formou um beicinho, mas ela concordou comigo, dando a impressão de não querer me deixar mais irritado. Voltei o celular ao ouvido, rindo um pouco da reação dela. O que não durou muito, porque a raiva voltou rápido. Encarei os móveis de cedro lustrado que decoravam o interior da casa dos Colbert, tentando controlar minha voz.
– Alice, eu pedi para ficarem onde estavam.
– Sei disso, mas já não está tudo resolvido?
Exalei o ar lentamente. Respire.
– Não. Você conhece os Volturi, eles podem encurralar um de nós e...
– ... E seria excelente ter toda a família Cullen reunida, concorda?
Revirei os olhos. Por mais que eu soubesse que era apenas uma desculpa de Alice para poder fazer a primeira festa de aniversário de Renesmee, não pude contradizer sua lógica impecável.
Suspirei.
– Está bem, Alice. Venha.
O grito de felicidade que ela soltou era estridente.
– Eu vou! Com Jasper, Emmett, Esme, Rosal...
– Com
todos, ótimo – eu a interrompi, impaciente.
– Quanto mau-humor, Edward. O que houve?
Bella sorriu e me abraçou. Ela ouvira a conversa inteira, obviamente. Era teimosa, e sabia que eu não resistia aos seus pedidos.
– Me deixe falar com Alice,
por favor? – ela murmurou, batendo os cílios longos teatralmente, com uma expressão divertida.
– Má garota... – eu ri. Beijei sua testa e passei, derrotado, o celular para minha esposa.
Ela o pôs no ouvido, ainda abraçada a mim, e cumprimentou Alice.
– Posso pedir uma coisa? Para a festa, você sabe – ela ainda usava sua voz persuasiva.
– Claro, Bella – Alice concedeu, tão confusa quanto eu.
Não conseguíamos imaginar em que mundo
Bella pediria por festas. Havia algo de muito errado.
– Traga Jacob com vocês. Por favor.
Arregalei os olhos e abaixei o celular de seu ouvido, abafando-o novamente em minha camisa. Aquilo com certeza já estava irritando Alice.
– Jacob?
– Sabe que a distância deve estar matando-o. Eu já castiguei demais Jake em minha vida. E pense em como Renes...
Nessie ficaria feliz – ela completou relutantemente.
Eu ri de sua tentativa de ser convincente, utilizando o apelido que ela odiava mas mesmo assim utilizava, por osmose.
– Acha que Billy aceitaria? Ou que Jacob gostaria de ficar entre tantos de nós?
A ruga de expressão que era característica dela apareceu em sua testa. Por alguns centésimos de segundo, ela ponderou minhas palavras. Depois abriu o sorriso iluminado que eu tanto amava e deu de ombros.
– Ele já suportou coisas piores. E sendo Jake, bem... A possibilidade dele aceitar é alta.
– Está bem.
Nós silenciamos ao mesmo tempo e pudemos ouvir a voz abafada e impaciente que vinha do aparelho celular.
– Não, não está bem!
Eu e Bella rimos.
– Desculpa Alice – Bella pediu, quando a deu atenção novamente.
– Hunf.
– Será que você pode...?
– Claro, claro – Alice falou, meio incomodada e meio divertida.
Bella riu.
– Muito obrigada. E se for possível, não convide o presidente da França para a festa de Renesmee.
Ela desligou antes de ouvir a reação – desapontada, com certeza, como eu bem conhecia Alice – da minha irmã favorita e voltou a tocar meu rosto.
– O que está lhe afligindo? Por que se há alguém aliviado neste mundo, com certeza sou eu. Esperava que também estivesse.
Olhei nos seus olhos dourados, que se fecharam um pouco abobalhados e tontos, como de costume, e então beijei suas pálpebras de lavanda.
– É bobagem minha.
Ela abriu os olhos e me beijou docemente.
– Já lhe contei muitas bobagens minhas, amor – ela sussurrou em meus lábios.
Eu sorri torto e suspirei.
– É só que... É meio difícil. Ver Nessie... crescendo... tão depressa. Daqui a pouco ela pode aparecer com uma faculdade na Holanda, ou uma aliança no dedo ou... – eu parei, ouvindo a histeria em minha própria voz.
O corpo de Bella tremeu em risadas mal disfarçadas nos meus braços.
– Isso é natural, Edward. Ela não pode ser seu bebê para sempre.
– Eu queria que houvesse um jeito de isso ser possível.
Bella me olhou de olhos arregalados.
– Já pensou se houvesse um meio de impedir o crescimento dos filhos? E Charlie o descobrisse antes de Renée me levar de Forks? Eu nunca poderia estar aqui com você!
Eu entrei na sua brincadeira.
– Oh meu Deus, o que seria de mim se Charlie fizesse isso? – balancei a cabeça horrorizado, para diverti-la.
Ela riu de novo e ergueu uma sobrancelha.
– O que
mais te aflige?
Imitei seu gesto, erguendo as sobrancelhas.
– Pensei que eu lesse mentes aqui.
Ela esperou a resposta calada.
Olhei pela janela e vi uma cabeça de bronze saltitando fora de nosso campo auditivo.
– O que dou de presente para Nessie?

1 comentários:

Letícia Ingrid disse...

*----* wontss Bella e Edward são tão fofos !!!
Definitivamente meu casal favorito, o companheirismo dos dois me deixa encantada !!!

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