A Visita dos Franceses - Capítulo 48: Controlando Rose Rumo A Paris

[Emmett]

Eu já fora tanto aeroporto de Seattle que estava ficando enjoado. Era cansativo até lembrar a quantidade.
Tudo bem, nada era cansativo para mim (pelo menos não ao pé da letra), mas era confortável imaginar que fosse.
Argh. Eu andava muito complexo ultimamente, pensando em tantas antíteses.
Isso era tão Edward.
Aliás, Rose estava muito ansiosa, depois da primeira ligação dele. Furiosa era uma palavra mais pesada, considerando que ele desligara na cara dela, e, se eu mencionasse isso, no mínimo ela me mostraria o quão lindos eram seus dentes.
À essa altura eu não sabia se ela queria fazer picadinho de Edward ou de Jacob. Melhor ficar quieto e não correr o risco de entrar na lista.
Mas eu sabia que Rosalie ansiava por ver Nessie de novo, por mais que tivesse que ficar no mesmo avião que Jacob estaria. Já havíamos comprado o presente de aniversário dela. E Alice já havia comprado a passagem do lobo.
O salão de embarque estava ligeiramente lotado. O cheiro de sangue era forte, mas suportável. Tanta gente assim iria a Paris conosco?
Nesse momento, só quem esperávamos – eu e Rose – eram Jasper, Esme, Alice e o lobo em questão. Talvez a demora contribuísse no mau-humor ordinário dela.
Suspirei de alívio quando senti o cheiro deles entrando na fila de check-in. O cheirinho sutil de Jake também, é claro.
– Viu só, aqui estão eles – eu disse inutilmente, já que ela os sentira tão bem quanto eu. E franzira o nariz. Eu só tentava tranquilizá-la, e por isso estava com um braço sobre seus ombros.
Ela bufou.
Ai, Ai.
Quando os vi passando pelo portão que levava até nós, meu queixo caiu.
– Pretendemos nos mudar para a França? – questionei, incrédulo.
Jasper segurava cerca de 8 malas de tamanho limite nas mãos. Malas cor-de-rosa e azul-bebê. Alice tinha um sorriso maníaco e feliz no rosto, e Esme parecia satisfeita com isso.
Isso porque eles já haviam despachado aquelas malas que não podiam ir conosco. Essas eram as de mão.
Até Rose se espantou.
– O que está levando?
Jacob riu e revirou os olhos.
– A Disneylândia, psicopata.
Por mais que a ofendesse, eu reprimi uma risada.
Rose o ignorou. Claro que Jacob estava ciente de que seria muito ignorado naquela viagem. Mas ele não parecia disposto a desistir, e eu o admirava por isso.
– Na verdade – Alice falou com sua voz fina e risonha – se fosse possível, eu levaria mesmo.
Jacob suspirou. Jasper também.
Eu ri.
– São os presentes, a decoração, os painéis de recordação, os vestidos e os laços de Nessie, as lembranças de Charlie e do povo de La Push, as congratu...
– Está bem, está bem, chega! – eu a interrompi.
Jazz me olhou agradecido.
– Acho que Billy só me deixou ir com vocês pra poder se livrar logo de Alice nos seus ouvidos. Eu não o culpo. Talvez eu o inveje um pouco...
Alice lhe mostrou a língua.
Eu ouvi o som da voz humana distorcida no interfone anunciando o embarque.
– Vamos – Esme nos chamou.
Rose fuzilou Jacob com os olhos.
– Quero respirar nestas próximas horas.
– Pra isso que servem as máscaras de emergência, Loura. Elas são brancas, redondinhas e caem do teto quando acontece alguma coisa de ruim com a aeronave.
Ela rosnou, e eu tive que a acompanhar em sua corrida até o avião.
Como eu disse, enjoativo. Corríamos na mesma velocidade que usávamos nas aulas de Educação Física.
Eu esperava que Nessie não fosse a única a se divertir em Paris.