Coração Inquieto - Capítulo 04

Sábado, finalmente. Abri meus olhos e me sentei, olhando ao redor do quarto. Pulei para fora da cama e espiei pelo corredor. Não havia nenhum som em parte alguma. Terminei de abrir minha porta e fui para o corredor na ponta dos pés. Passei pela sala de estar, que estava vazia. Olhei para o corredor que levava ao quarto dos meus pais. Estava escuro, a porta deles estava fechada. Eu havia levantado antes deles? Eu sabia que eles não dormiam, e o que eles faziam a noite inteira, eu não tinha ideia. Deve ficar tedioso. A risada do meu pai me fez dar um pulo e ele abriu a porta. “Bom dia. Você acordou cedo. “

Dei de ombros. “É sábado, fiquei animada.” Assisti-o sair do quarto e fechar a porta atrás dele. Ele estava vestindo apenas shorts. Olhei na direção da porta fechada.

“Onde está a mamãe?”

“Ela sairá em um minuto. O que você quer para o café da manhã?” Ele perguntou enquanto colocava as mãos nos meus ombros, empurrando-me na direção da cozinha.

Eu sorri e lhe lancei visões de mim comendo um omelete com queijo e presunto.

“Pode deixar.” Ele me soltou quando chegamos na cozinha. Caminhei até a geladeira, passando-lhe os ovos e tirando o leite para fora. Ele me passou um copo e eu me sentei à mesa. “Você dormiu bem?” Meu pai perguntou enquanto trabalhava no fogão.

“Sim, mas eu sonhei com o homem-peixe. Foi estranho.” Tomei um gole do meu leite.

Meu pai derrubou a espátula e se virou para olhar para mim. “Que tipo de sonho?”

Não pude evitar de soltar um risinho. “Que eu estava caçando, e o bebi até secá-lo.”

“Você não ia gostar do gosto dele de qualquer forma. Ouvi dizer que o sangue deles é quase azedo.” Meu pai zombou.

“Apenas um jeito de descobrir.” Murmurei.

“Você deixe ele pra lá. Fazem 3 dias desde que o vimos. Não acho que ele vá nos incomodar de novo. Portanto você não precisa ir pescá-lo, nem a família dele.” Ele colocou meu café da manhã na minha frente. “Coma.” Ele beijou o topo da minha cabeça e saiu da cozinha.

Enquanto ele saía eu lhe lancei imagens de mim lá fora na praia procurando por conchas. “Está bem! Só tome cuidado.” Ele respondeu rápido demais, e ouvi-o acelerar o passo enquanto voltava para o quarto.

Engoli meu café da manhã inteiro e corri para o meu quarto. Rapidamente enfiei minha roupa de banho e uma saída por cima. “Estou saindo!” Gritei enquanto corria para o meu quarto de jogos para pegar meu balde de brinquedos de praia. Corri para o closet do corredor do quarto dos meus pais para pegar uma toalha.

“Divirta-se! Leve seu celular, te ligaremos quando quisermos que você volte pra casa.” A voz da minha mãe flutuou pelo corredor. Eu parei, esperando que ela perguntasse se eu havia feito a cama, o que eu não havia, mas ela não disse mais nada. Dei um passo em direção à porta deles, mas dei de ombros e saí correndo da casa.

“Vou levar meu quadriciclo!” Mesmo estando lá fora eu sabia que meu pai podia me ouvir. Esperei por um minuto inteiro por algum sinal de protesto, mas nada aconteceu. Abri as portas da garagem e passei a parte de trás da mão na minha testa. Estava quente demais para não passar o dia na praia. Pendurei meu balde no guidão e enfiei meu capacete, o que me fez ficar com ainda mais calor. Como o assento estava quente eu sentei na minha toalha. Virei a chave, e saí da garagem. Eu ainda vaguei por ali por alguns segundos esperando que meu pai ouvisse o motor e viesse dizer que eu não podia dirigir sozinha. Nenhum sinal dele, então eu virei e acelerei em direção à praia.

Quando cheguei lá, estacionei o quadriciclo perto das árvores. Peguei todas as minhas coisas e ajeitei minha toalha na areia. Alcancei meu balde e peguei meu rádio portátil. Liguei-o e ajeitei o resto das coisas. Assim que terminei atirei minha saída na toalha, peguei meu balde vazio e me dirigi em direção à água. As conchas que eram lavadas pelas ondas eram lindas. Eu havia começado uma coleção quando me mudei para cá, e agora ela ocupava duas estantes na sala de estar.

Me sentei, deixando a água vir e me atingir. De vez em quando eu conseguia pegar uma concha que estava sendo trazida pela correnteza. Fui com a mão para pegar outra, mas era uma mão. “GAH!” Eu engasguei e fiquei de pé num salto. Meu balde caiu, e minhas conchas preciosas foram levadas embora pela água. Me virei para a garota parada na minha frente e rosnei. “Você me fez derrubar meu balde!”

“Desculpe.” Ela deu de ombros e se abaixou para pegar uma. “Aqui.” Ela estendeu o braço para entregá-la para mim.

“Obrigada.” Resmunguei. “Espere, quem é você?” Seu longo cabelo preto pendia solto abaixo de seus ombros, e ela vestia um traje de banho que parecia ter sido feito de coisas do fundo do oceano. Era legal.

“Me chamo Cassandra, e você é?”

“Renesmee.” Olhei para ela confusa. “Você é uma sereia?” Perguntei. Ela concordou com a cabeça e se sentou, e eu me sentei ao seu lado.

“Sim, meu pai é o homem com quem você se encontrou no outro dia. “

“Oh, Peix… Ashton?” Perguntei.

Ela concordou com a cabeça. “Eu sinto muito por ele ter ficado bravo com você. Nós estávamos nos alimentando nos arredores e ele achou que você era uma ameaça. Ele é um pouco superprotetor.”

Eu ri e atirei uma concha quebrada na água. “Nem me diga.”

“O que você é?” Ela perguntou. “Eu não quis soar rude, me desculpe. Mas eu nunca soube que esta ilha era habitada por humanos. Não dizendo que você não seja…”

“Cassandra, está tudo bem.” Dei um risinho quieto. “Sou uma híbrida. Meio-humana e meio-vampira. Minha mãe e meu pai são vampiros.” Ela ofegou e se afastou de mim. “Relaxa, eu não vou beber seu sangue. Meu pai me disse que vocês têm um gosto azedo.” Percebi o que havia dito e rapidamente adicionei, “Mas ele nunca provou ninguém da sua espécie! Isso foi o que ele ouviu. Ele nem sabia que vocês eram reais até o outro dia.”

Cassandra relaxou. “Azedo?” Ela perguntou.

Dei de ombros. “Você tem cheiro de peixe para mim, mas quem vai saber.” Parei por um minuto e olhei para ela. “Como foi que nós nunca vimos nenhum de vocês por aqui? Nós já estamos aqui há alguns anos. “

“Nós nos mudamos bastante. Não queremos que os humanos nos descubram, então ficamos num lugar por um tempinho e depois nos mudamos. Não havíamos estado aqui por cinco anos, então achamos que seria seguro voltar.” Ela deu de ombros, e ficamos sentadas em silêncio por alguns minutos.

“Quantos anos você tem?” Ela perguntou enquanto atirávamos conchas quebradas no oceano. Nos levantamos e decidimos caminhar pela praia.

“Acabei de fazer 11… bom, algo do tipo.”

“Eu também tenho 11. Espere, o que você quer dizer com algo do tipo?” Ela andou para a minha frente para me bloquear.

“Você não precisa permanecer na água?” Perguntei, lembrando das guelras atrás das orelhas. Tive um calafrio.

Ela deu um risinho. “Eu estou.” Ela disse e chutou água em mim. Dei de ombros e continuamos caminhando. Então, o que você quis dizer antes? Quando disse algo do tipo. Você foi transformada nessa idade?”

“É uma longa história.”

“Nós temos um bocado de praia.” Ela disse, e nós duas rimos. Eu lhe contei minha história de vida, e ela parecia se pendurar em cada palavra.

“E então, isso é tudo. Esquisito, huh? “

“Isso é incrível! Sua mãe é muito valente.”

“Como é a sua mãe?” Eu já conhecia o pai dela.

Cassandra parou e se sentou. Eu a imitei. “Minha mãe morreu quando eu era um bebê. “

“Sinto muito.” Sussurrei. “O que aconteceu?”

“Meu irmão estava nadando em águas perigosas, ela foi atrás dele e tubarões a pegaram antes que ela voltasse.” Ela sussurrou.

“Uau, isso é terrível.” Eu disse suavemente, e coloquei o braço ao redor dela. “Seu irmão ficou bem?”

Ela deu um suspiro pesado. “Sim, somos só eu, ele e nosso pai. É por isso que ele é tão super-protetor conosco. Não podemos ir a lugar nenhum sem que ele saiba.”

“Meu pai é igual. Eu não tenho um histórico muito seguro, e nem minha mãe. Então meu pai é super-protetor com nós duas. Onde seu pai acha que você está agora?” Perguntei-lhe. Ela estendeu o braço para baixo e pegou uma concha, e colocou-a numa bolsa que estava amarrada ao redor do seu corpo.

“Pegando conchas.”

Eu ri. “Meus pais acham a mesma coisa.” Eu suspirei e baixei os olhos para as minhas mãos. “Meu pai não quer que eu converse com nenhum de vocês.”

“Nem o meu.” Ela deu um sorriso zombando. “O que eles não sabem não os atinge. “

HA! “Fácil pra você falar.” Ela me olhou confusa e eu balancei a cabeça. Não senti vontade de tocar no assunto. Neste instante, um garoto que parecia apenas alguns anos mais velho que eu caminhou para fora da água. “Isso é bizarro.” Apontei. Cassandra riu.

“É só o meu irmão, Gavin.” Olhei para ele e ele estreitou os olhos para mim.

“O papai está procurando por você. É quase hora do jantar.” Ele disse, e Cassandra e eu ficamos de pé num salto.

“Estou frita!” Eu gritei e corri em direção às minhas coisas.

“Volte amanhã!” Cassandra gritou para mim.

“Se eu puder!” Gritei por cima do ombro enquanto corria.

Cheguei no meu quadriciclo ao mesmo tempo que meu pai voou para fora das árvores. “Onde você estava?” Suas mãos se agarraram aos meus ombros.

“Bem aqui.” Engoli duro, e levantei meu balde. “Pegando conchas, como eu havia dito. “

“Onde está seu celular?” Ele perguntou, e eu me virei apontando para a minha toalha com todas as minhas coisas em cima.

“Você não ouviu ele tocar?”

“Acho que está no silencioso. Desculpe, não vai mais acontecer.” Eu disse enquanto caminhava até a toalha.

“Está?” Ele perguntou e eu o vi pegar seu celular e discar meu número. Fechei os olhos com força quando o telefone tocou alto.

“Ok, ok. Eu fui caminhar pela praia e esqueci meu celular. Não vai mais acontecer.”

“Pegue suas coisas, sua mãe preparou seu jantar. Você deve estar morrendo de fome dado que não almoçou. “

Passei pelo meu pai e fui até meu quadriciclo, e ele segurou meu braço para me parar. “Por que você está com cheiro de peixe?” Ele rosnou.

“Eu estava nadando, e antes pescando. Desculpe por não ter ido almoçar, eu comi aqui.” Ele estreitou os olhos para mim, procurando dentro da minha mente. Eu lhe mostrei visões de mim pescando e nadando. “Está vendo. Foi tudo o que eu fiz. “

“Ok…” Ele suspirou e soltou meu braço. “Precisa que eu te espere?”

“Não, não! Estou bem. Vá na frente. Vá avisar a mamãe que eu estou indo pra casa.” Esperei até que ele estivesse fora de vista antes de desabar no chão.

“Você fez! Você realmente fez!” Sussurrei para mim mesma. Eu não podia acreditar que havia acabado de mentir para o meu pai, e ele havia acreditado em mim! “Eu sou boa.” Me levantei e limpei o suor da testa. “Mas essa foi por pouco.”

“Você encontrou alguma concha?” Minha mãe perguntou enquanto eu entrava na casa. Ela flutuou até mim, seu vestido de verão branco ondulando atrás dela.

Eu lhe estendi meu balde. “Só algumas. Eu estava pegando e veio essa g- onda e derrubou meu balde.”

“Oh, não.” Minha mãe beijou o topo da minha cabeça e pegou meu balde. “Tenho certeza que as que você pegou são lindas, e você pode tentar de novo amanhã.” Ela disse enquanto virava para lavar as conchas. Eu corri atrás dela.

“Então eu posso ir de novo amanhã?”

“Não vejo por que não.” Ela lançou um sorriso para o meu pai, e ele piscou para ela antes de beijá-la.

“Mas se você for ficar o dia inteiro me avise, e eu te preparo um sanduíche. Sem mais peixe, você está fedendo.” Ela disse enrugando o nariz. Meu pai riu e passou os braços ao redor dela.

“Sem mais peixe, entendi.” Atirei minha toalha no chão e sentei-me à mesa para jantar.

“Mãe?” Perguntei assim que meu pai saiu do seu lado. Ele saiu da cozinha em direção ao meu quarto de brinquedos. Ele ia falar com o tio Emmett.

“O que é?” Ela se virou para olhar para mim, colocando a frigideira que ela estava limpando na pia.

“Você pode colocar seu escudo ao meu redor essa noite?”

“Por quê?” Ela olhou na direção do meu quarto de brinquedos.

“Eu só quero pensar um pouco, sozinha.”

“Claro, querida.” Ela se inclinou e enfiou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, e beijou minha testa. “Sua mente é toda sua.”

“Obrigada.” Eu sorri e enchi a boca com o meu espaguetti. EU CONHECI UMA SEREIA E ELA É TÃO LEGAL! Eu gritei de novo e de novo dentro da minha mente. Eu não conseguia mais me conter. Eu devia muito à minha mãe, então decidi terminar de lavar a louça sozinha.

Minha mãe olhou para mim com suspeita, sentiu minha testa, e então deu de ombros e saiu da cozinha. Eu me perguntei o que havia com Gavin, ele estava provavelmente apenas tomando conta da irmã. Mas ele era extremamente gatinho. Eu dei um risinho para mim mesma. Sim, Ness, isso acabaria bem. Ei pai, posso ir num encontro com um lindo e mais velho Tritão? Eu me segurei na pia enquanto ria da minha piada interna.

“Qual a graça?” Meu pai perguntou enquanto entrava na cozinha. Ele parecia estar um pouco aborrecido.

Eu dei de ombros e balancei a cabeça. “Nada.”

Ele cruzou os braços contra o peito e estreitou os olhos para mim. Eu encarei de volta. “Bella!” Ele gritou e foi a passos largos para onde quer que ela estava. Eu soltei meu prato na água com sabão e fui nas pontas dos pés até a porta da cozinha.

“Bella.” Meu pai disse de novo quando a encontrou no meu quarto de brinquedos, no computador. Eu espiei pela quina.

“Só um segundo, Alice.” Ela disse e se virou na direção do meu pai. Ela levantou as sobrancelhas. Ele não devia esta parecendo feliz. “Sim?”

“Por que você está bloqueando Renesmee?”

“Ela me pediu.”

“Por quê?”

“Eu não sei.”

“Bella, eu falo com você mais tarde.” Tia Alice disse, e minha mãe acenou para a tela, e desligou-a sem nem olhar.

“Baixe o escudo.” Ele disse inclinando-se sobre ela. Eu ia entrar e falar alguma coisa, mas decidi não fazê-lo. A encrenca seria maior do que a que minha mãe já estava metida agora.

“Não.” Minha mãe disse com rigidez. Eu dei um sorriso largo.

“Ela está escondendo algo de nós.” Ele sibilou para ela.

“Como o quê? Que ela pilotou o quadriciclo sem capacete? Edward, nós somos os únicos nesta ilha. No que ela poderia se meter?”

“Quem sabe! Ela é sua filha.”

Minha mãe revirou os olhos, e se levantou passando os braços ao redor do pescoço dele. “Ela é uma garota em crescimento, dê a ela alguma privacidade.”

“Está bem.” Meu pai gemeu, e minha mãe ficou na ponta dos pés para beijá-lo.

“Isso!” Eu sibilei e me virei rapidamente para voltar aos pratos.

“Renesmee.” Meu pai me chamou.

“Nada! Eu só pensei numa coisa.” Assegurei-lhe. Ele rosnou e minha mãe apenas soltou um risinho.

Após terminar eu tomei um banho e subi na cama. Eu mal podia esperar pelo feriado de primavera para que eu pudesse apresentar Cassandra a Claire e Alyssa. Eu me perguntei o que Jacob acharia dela. Bocejei e agarrei meu lobo de pelúcia. “Boa noite, Jakey.” Sussurrei na orelha do lobo e fechei meus olhos.

6 comentários:

Laura disse...

Gostei muito ;D

Bruninha disse...

kkkkkk tritão gatinho? kkkkk
tá com tudo Nessie!

Bebetty_rp disse...

kkkkkkkkkkk, tritão gatinho?kkkkkkk;D

Danielejosiane_pb@hotmail.com disse...

nessie fikar cum um tritão ??
oq o jake ia acha dissu ..kkk
e ainda por cima gatinho ??
num é a toa q vc é filha da Bella , sóh se mete em encrenca ...kkk

Larissa Prates disse...

Um tritão gatinho e um Lobo maravilhoso!? Meu Deus Nessie!! Cê ta com tudo em!!

Ju Castelo Branco disse...

Será que o "Tritão gatinho" vai querer conhecer a Ness

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