Coração Inquieto - Capítulo 10

Eu acordei cedo porque estava ansiosa para buscar Claire e Alyssa no aeroporto. Os faxineiros estavam vindo de qualquer forma para estocar a cozinha e limpar a casa. Meu pai não gostava da minha mãe e eu em casa quando eles estavam por perto. Tenho ainda que descobrir o porquê, mas quando os faxineiros vinham, nós sempre temos uma viagem de volta para os Estados Unidos. Nós íamos principalmente as compras, ou mamãe e papai me levava a um bom restaurante para jantar. Dessa vez meu pai combinou para os faxineiros virem enquanto íamos para o aeroporto.

Na semana passada eu estive evitando a praia, principalmente Gavin, mas eu garanti a praia fora dos limites pra mim mesma. Ninguém parecia se importar exceto minha mãe. Toda semana ela me dizia que eu tinha que ir e conversar com Gavin, conversar com ele sobre como eu me sinto. Essa é uma conversa que eu quero evitar a todo custo.

Eu me vesti rapidamente, escovei meus dentes, e peguei um biscoito.

“Isso é tudo o que você está comendo?” Minha mãe perguntou quando eu caminhei pra fora da cozinha.

“Sim.” Eu disse com minha boca cheia.

“Vamos parar e almoçar antes de voltar pra casa.” Ela disse enquanto me seguia pra dentro do meu quarto. Fomos capazes de ficar fora o dia todo desde que estava nublado em LA hoje.

Eu engoli. “Ok!” Me ajoelhei pra tentar encontrar minha outra sandália.

“Aqui.” Minha mãe farejou uma vez e caminhou para a minha cômoda. Me levantei enquanto assistia ela abaixar pra pegar minha sandália desaparecida. Eu desejei ter herdado o senso de olfato e audição aguçado como o dos meus pais. Eu tenho um ótimo senso de olfato, mas não bom o suficiente para encontrar os meus acessórios desaparecidos.

“Eu sabia que te mantive por perto por alguma razão.” Eu ri.

“Ah é?” Minha mãe me alcançou enquanto eu tentava passar correndo por ela. Ela fez cócegas em meus lados e minhas pernas perderam a força. Ela segurou meu peso com facilidade enquanto continuava a me fazer cócegas.

“Ok, ok! Retiro o que eu disse.” Eu disse em histeria.

“Ótimo.” Ela riu.

Quando chegamos ao barco, meu pai entrou primeiro e pegou a mão da minha mãe enquanto ela entrava. Ela obviamente não precisava de ajuda, mas meu pai gostava de manter a fachada de que ela precisava de ajuda com coisas assim. Eu nunca ouvi minha mãe reclamar.

“Vamos Ness.” Jacob pegou minha mão e me pegou. Fui alcançada pelo meu pai ao mesmo tempo em que ele me alcançou. Uma vez que eu estava dentro do barco, andei até sentar com a minha mãe.

“Vamos Edward!” Jacob choramingou. Ele deve ter pedido algo ao meu pai em sua mente, porque ambas, minha mãe e eu, nos olhamos confusas.

“Não.” Meu pai respondeu com firmeza.

“Por que não posso dirigir?”

“Eu não vou deixar um cachorro dirigir uma lancha com a minha esposa e minha filha a bordo.”

“Eu não vou fazer nada estúpido!” Jacob reclamou.

Meu pai o ignorou enquanto ele virava o barco e acelerava. Parecia que meu estomago se comprimia contra minha espinha pela forma que meu pai saiu. Eu lutava para manter meu cabelo longe do meu rosto e ao mesmo tempo os braços da minha mãe me seguravam no lugar enquanto saltávamos nas ondas. Eu decidi provocar e brincar com Jacob. Eu empurrei os braços da minha mãe e me levantei e caminhei em direção ao meu pai. Ele sabia o que eu estava prestes a fazer, porque ele estava sorrindo amplamente.

“Pai, posso dirigir?” Eu perguntei enquanto olhava pra Jacob de canto de olho.

“Claro querida.” Meu pai recuou e eu agarrei o volante. Suas mãos permaneceram em cima das minhas, prontas para pegar o volante se fosse preciso.

“Que diabos é isso?” Jacob gritou.

“Eu não posso evitar, ela dirige melhor do que você.” Meu pai riu.

“Mimada demais ” Jacob disse entre dentes, mas alto o suficiente pata todos ouvirem.

“E seu ponto?” eu perguntei sarcasticamente.

“Meu ponto é que seus pais que te dão qualquer coisa e tudo o que você quer. O que aconteceu com trabalhar por aquilo que você quer?”

“Os Cullens não funcionam dessa maneira Jacob.” Meu pai riu.

Nós atracamos no porto e como sempre ganhamos olhares curiosos andando no cais. “Já viu um barco como esse antes?” Perguntou um rapaz ao seu amigo.

“Não, deve ser o barco mais rápido do mercado agora. Deve ter custado uma grana boa.” O outro rapaz respondeu.

“Eu me pergunto de onde eles vieram.” Um outro rapaz disse, se juntando aos outros espectadores.

Nós descemos do barco, nos dirigimos para o inicio do cais.

“Ness, fique perto.” Meu pai disse quando Jacob pegou minha mão.

“Eu estou com ela.” Ele disse ao meu pai.

Meu pai colocou seu braço entorno da cintura da minha mãe enquanto andavam na nossa frente.

“Você acha que o cara grande é o guarda-costas da garota?” Eu olhei pra trás, observando o pequeno grupo conversando, e nos olhando.

“Ele deve ser. Você tem que ter algum tipo de proteção quando tem um barco desses, e você viu as pedras que a mulher estava usando no dedo e no pulso? O marido deve ser algo grande.”

Jacob cutucou meu braço. “Pare de encarar, e ande pra frente.”

“Desculpe, eu achei engraçado ouvir o que as pessoas estão falando sobre nós. É algo diferente cada vez que venho aqui.” Eu disse enquanto nós parávamos no final do cais.

“Sr. e Sra. Cullen, sempre um prazer em ver vocês. Compras hoje?” Sr. Bixler, como sempre sorriu educadamente. Ele sempre pareceu um pouco nervoso em torno do meu pai, mas fazia certeza de sempre ter um sorriso estampado no rosto. Ele limpou o suor da testa como sempre fez ao ver o meu pai indo a sua direção.

“Não hoje, estamos pegando as amigas da minha filha no aeroporto.” Meu pai respondeu pra ele.

“Oh, sim. Senhorita Cullen, como está essa manhã?” Sr. Bixler se inclinou para olhar meus pais passarem. Seus olhos encontraram os meus por um segundo, e então ele olhou para o meu pai. ”

“Bem, obrigada. ” Eu respondi educadamente.

“Devemos estar de volta por volta das 4.” Meu pai disse enquanto ele deslizava o dinheiro em suas mãos. Eu não deveria saber dessa troca, mas meu pai sempre lhe entregava dinheiro para manter os olhos no barco enquanto estivéssemos aqui.

Meu pai ouviu meu pensamento, porque ele olhou em minha direção e sorriu.

Eu ri.

“Ah, quase esqueci.” Sr. Bixler disse nervosamente. Ele estendeu a mão segurando um pirulito que ele sempre me dava. “Tenham um ótimo dia”. Ele sorriu pra mim. Meu pai alcançou me passou o doce e eu o peguei alegremente.

“Obrigada Sr. Bixler!” Eu acenei pra ele, enquanto nos afastávamos.

“Pronta?” Jacob perguntou enquanto apertava minha mão ligeiramente.

“Sim!” Eu disse feliz. Eu saltei ao lado dele enquanto caminhávamos para o nosso carro alugado.

“O que estamos usando dessa vez?” Minha mãe perguntou curiosamente.

“Hummer!” Meu pai disse ansiosamente enquanto apontava para um monstro preto muito grande. As janelas eram negras como a pintura do carro.

“Aquilo?” Minha mãe engasgou.

“É demais!” Eu adicionei. Eu soltei a mão de Jacob e corri pra ele.

“É claro que você ia dizer isso.” Eu ouvi minha mãe murmurar enquanto eu empurrava ela e meu pai.

Jacob resmungou e balançou a cabeça. “Você realmente sabe como superar tudo, não sabe? Estamos aqui só pra pegar Claire, Quil e Alyssa. Você age como se você estivesse escoltando o presidente pela cidade. ”

Meu pai balançou a cabeça enquanto abria a porta do passageiro pra minha mãe. “Minha carga é muito importante.” Ele discordou, e se inclinou para beijar minha mãe. Então ele pegou minha mão e abriu a porta traseira pra me ajudar entrar. Ele beijou minha bochecha depois colocou meu cinto de segurança. “Muito importante.” Ele suspirou e fechou minha porta.

“Eu nunca tinha visto ninguém sair do seu caminho para proteger a identidade da sua família como você faz.” Jacob disse quando ele entrou ao meu lado no banco traseiro.

“Você nunca sabe quem está por ai. Sempre tem que estar seguro, Jacob.”

Jacob olhou ao redor e deu uma risadinha. “Não tão seguro assim.” Ele murmurou pra si mesmo.

Meu pai o ignorou.

“Legal! Pai, tem TV nos assentos!” Me movi para a borda do assento para mexer com a TV na parte de trás do encosto da cabeça da minha mãe. “Eu gostaria de ter sabido antes, eu teria trazido alguns DVD’s.” Eu suspirei. A viagem até o aeroporto era 3 horas, e isso com meu pai dirigindo. O transito aqui era horrível.

“Olhe atrás de você minha querida.” Meu pai olhou por cima do ombro piscando pra mim com um sorriso. Eu me virei e me inclinei sobre a parte traseira do assento. “Eu me certifiquei de colocar todos seus favoritos aqui.”

“Você é o melhor!” Eu gritei. Estendi a mão e agarrei o primeiro DVD que pude alcançar. Eu o coloquei e fiquei contente o resto da viagem.

Uma vez que estávamos no aeroporto, eu andei entre meus pais. Quando nós estávamos aqui eu não segurava a mão deles. Eu estava ficando velha demais para as pessoas acharem que eu estava com os meus pais. Eles me olhavam mais como irmão e irmã. Então meu pai me deixou andar sem segurar a mão deles, mas eu ainda tinha que andar entre os dois. Embora eu soubesse que isso torturava meu pai que nenhum deles podiam me segurar, a mão do meu pai repousava na minha lombar. Ele me levou no meio da multidão assim. Eu não me importava, não havia nenhuma vantagem em discutir com meu pai quando era pra me manter segura.

“Quando o vôo chega?” Eu perguntei, saltitando impacientemente.

“10 minutos.” Minha mãe respondeu enquanto ela lia os vôos recém chegados na tela. Nós andamos até a seção de bagagens. Jacob e eu brincávamos um com o outro até anunciarem a chegada do vôo.

“Ness!” Ambas Claire e Alyssa gritaram, Quil estava segurando a mão de ambas enquanto elas se esforçavam para que ele as deixasse ir. Quando ele deixou, as 3 corremos uma pras outras.

“Seu cabelo está tão comprido!” Alyssa apontou enquanto alcançava meu cabelo.

“Eu amo suas roupas!” Eu me afastei para ver a saia xadrez amarela e preta de Alyssa combinando com sua blusa. Claire tinha algo semelhante, mas a dela era roxa e preta.

“Tia Alice comprou para nós como um presente de despedida. Ela mandou uma na cor rosa pra você!” Alyssa disse enquanto erguia as sacolas de compras.

Eu peguei da mão dela e me dirigi a minha mãe. “Posso ir trocar, por favor?” Eu implorei.

“Assim que chegarem as bagagens delas.” Minha mãe disse, e olhou passando por mim. “Onde está minha sobrinha predileta?”

“Oi, tia Bella!” Alyssa disse enquanto corria pra ela.

Ela se inclinou pra abraçar Alyssa, em seguida, olhou direto para Claire.

“Claire, querida, você está ficando tão grande.” Minha mãe disse conforme beijava o topo de sua cabeça.

“Obrigada por vir com elas Quil.” Meu pai disse enquanto apertava a mão dele.

Ele revirou os olhos. “Sim, 2 horas de vôo cheias de ‘Ai meu Deus qual maiô você vai vestir? Eu tenho meu biquíni azul… ’ e em seguida teve, ‘Eu trouxe todos meus esmaltes para que possamos fazer a unha umas das outras.’” Quil fez sua melhor imitação de voz de menina, e todos rimos.

Quil e Jacob carregaram as bagagens enquanto nós voltávamos para o Hummer.

“Minha mãe iria amar esse carro!” Alyssa engasgou enquanto ela caminhava em volta do carro.

“Provavelmente.” Meu pai concordou.

Quil e Jacob descansavam na parte de trás com as bagagens conforme Claire, Alyssa e eu sentávamos no banco traseiro.

Minha mãe virou no banco para olhar Quil. “Quil, estou surpresa de Seth não ter vindo junto. ”

Ele riu. “Rosalie não o deixou chegar perto do avião. Ele ficou bem com isso, entretanto. Leah tem ele fazendo alguns patrulhamentos extras comigo e Jacob fora.”

Minha mãe consentiu e se virou pra frente.

“Onde vocês garotas querem almoçar?” Meu pai olhou por cima do ombro enquanto parava no sinal vermelho.

Nós 3 estávamos rindo por causa da nossa roupa combinando.

“Podemos comer no cais? Minha mãe disse que lá tem ótimos mariscos. ” Claire perguntou.

“NÃO!” Eu gritei, muito alto. Todos no carro viraram pra me olhar.

Jacob deu uma gargalhada.

“Ai, eu esqueci! Desculpe Ness.” Claire olhou para a tela no encosto da cabeça do meu pai.

“Está tudo bem.” Eu suspirei.

Nós decidimos ir a um caro restaurante italiano em vez disso. Claire, Alyssa, Quil e Jacob engasgaram enquanto passávamos pela porta. Estive aqui várias vezes, então não havia nada novo.

“São pilares de ouro de verdade?” Jacob sussurrou pro meu pai.

Ele acenou uma vez antes da recepcionista nos olhar.

“Boa tarde senhores. Quantos?” Ela perguntou enquanto olhava meu pai rapidamente. Eu olhei para baixo para ver minha mãe fechar o punho e se aproximar dele.

Eu fiz como se fosse vomitar. Claire e Alyssa riram de mim, e meu pai chegou por trás com sua mão livre e me empurrou levemente. Isso fez com que nós três ríssemos mais.

“Cardápio para três crianças e dois adultos, por favor. ” Meu pai respondeu educadamente.

Eu não comia mais do cardápio infantil, mas eu amava fazer os quebra-cabeças deles.

Vi sua boca enquanto ela contava o número de pessoas em nosso grupo. Quando eram apenas meus pais e eu, eles pediam comida e eu, pegando algo pequeno, podia comer do que eles pediam. Dessa forma evitávamos olhares estranhos do nosso garçom. A recepcionista olhou confusa, mas nos deu os menus desejados. Nós a seguimos pelo meio do restaurante, mas como sempre, meu pai a parou.

“Nós gostaríamos de algo mais reservado. Acontece que eu sei de fato que vocês sempre tem mesas abertas lá trás.” Meu pai soltou a mão da minha mãe por um breve segundo enquanto pegava dinheiro em sua carteira e colocava na mão da moça.

“C-claro.” Ela gaguejou e nos levou para a parte de trás do restaurante.

“Meninas, vocês podem sentar sozinhas se quiserem.” Meu pai apontou uma mesa de frente de onde a recepcionista colocou os menus. Ele olhou para a recepcionista intimidada. “Algum problema?”

“N-não senhor.” Ela gaguejou e pegou três menus infantis e colocou na mesa que Claire, Alyssa e eu resolvemos sentar.

“O que será meninas?” meu pai perguntou quando ele viu a garçonete vindo em nossa direção.

Nós demos nossos pedidos ao meu pai, e assim que a garçonete veio até nós ele disse o que nós queríamos. “Quil, Jacob? O que vai ser?”

“Eu não sei…” Quil disse enquanto ele olhava o cardápio.

“Não se preocupe com isso. Peça o que quiser. ”

Quil olhou para o meu pai rapidamente e sorriu.

Meu pai assentiu com a cabeça.

Jacob e Quil balbuciaram por 2 minutos enquanto eles escolhiam seus aperitivos e suas entradas. Ambos olhavam furtivamente para o meu pai esperando que ele os parasse. Ele estava distraído com minha mãe, então eles pediram quase tudo das primeiras duas paginas.

“Isso será tudo?” A garçonete perguntou, impacientemente.

“Edward.” Jacob sibilou e chutou meu pai por debaixo da mesa.

Ele olhou pra longe da minha mãe e rosnou. “O que?” Ele vociferou.

“Nós queremos mais alguma coisa?” Jacob perguntou pra ele.

Meu pai olhou pra mim, “Vocês meninas, tudo pronto?”

“Posso pegar uma salada antes do meu ravióli?” Eu perguntei pra ele.

“Qualquer coisa que você quiser.” Ele pediu minha salada para a garçonete e perguntou se Claire e Alyssa também queriam uma.

Depois que a garçonete se afastou eu ouvi um barulho alto e Jacob reclamou. “Isso doeu!” Ele sibilou entre dentes enquanto esfregava a canela.

“Não me chute novamente.” Meu pai alertou.

“Bem, se você não estivesse fazendo babando aí você teria ouvido a garçonete. ”

“Eu posso fazer você pagar pelas seis refeições que acabou de pedir.” Meu pai advertiu.

“Estou calando agora.” Jacob disse rapidamente. Ele saiu do lugar e sentou perto de mim. “O que as encantadoras senhoritas estão fazendo?”

“Brincando de jogo da velha.” Eu o respondi.

“Legal, eu jogo com a vencedora.” Jacob disse enquanto olhava Claire e eu.

“Eu jogarei com Lyss.” Quil esperou enquanto Jacob e eu saíssemos da mesa, para que assume ele pudesse se sentar na parede de frente para Alyssa. Eu fiquei esmagada entre Quil e Jacob. Jogamos até que nossas saladas e a primeira rodada de aperitivos de Quil e Jacob chegassem.