Coração Inquieto - Capítulo 16

As semanas passaram rapidamente com a escola. Eu fiz uma tonelada de amigos, e desde que meus pais nunca estavam em casa, todos eles gostavam de passar um tempo na minha casa. Claro que assim que meus agora primos Alice e Jasper chegavam em casa eles eram forçados a serem meus babás. Tínhamos um mês ainda de aulas e eu estava animada pelas férias de verão. Verão significava Jacob e Claire.

“Terra chamando Nessie!” Derek me arrancou de meus pensamentos enquanto ele jogava um travesseiro em mim.

Derek, Alyssa, Lauren, Melissa, Ben e eu estávamos esparramados no chão da sala de estar cercados por nossos livros da escola. Alice e Jasper estavam chegando a qualquer momento então nós achamos que melhor parecer que estávamos sendo responsáveis.

“Desculpe, o que foi?” Eu perguntei assim que voltei dos meus pensamentos.

“Você vai para o baile amanhã?” Derek me perguntou.

“Eu pensei que estávamos indo todos juntos.” Eu olhei para meu caderno e rabisquei no papel o deveria ser minha lição de casa de matemática.

Derek socou meu braço e riu. “Sim, avoada! Estávamos falando sobre isso enquanto você estava aí viajando nessa sua cabeça.”

Eu o soquei de volta. “Estou de volta agora, então pare com isso.”

“Ok vocês dois.” Alyssa riu.

Derek e eu nos tornamos muito próximos nos últimos dois meses. Nós pegávamos no pé um do outro por qualquer coisa. Ele está aqui todo dia depois da escola, estamos grudados sempre que temos a chance de estarmos juntos. Meu pai até gosta dele bastante. Eu sei que é só porque Derek e eu absolutamente não temos sentimentos sérios um com o outro, mas eu não ligava.

“Quem está com fome?” Alice falou enquanto ela vinha graciosamente para a sala de estar. Nós pulamos porque não ouvimos a porta da frente abrir ou fechar.

“Oi, Alice,” Eu olhei para trás dela esperando Jasper, mas ele não estava lá. “Cadê o Jasper?”

“Em casa. Ele ia sair com Tia Esme e Tio Carlisle.” Alice piscou para mim e eu sabia que eles estavam indo caçar. Eu vi pelos seus olhos escuros que ela precisava ir também. Eu rapidamente olhei ao redor da sala com humanos e de volta para ela.

“Por que você não foi com eles?”

“Porque Edward teria cortado minha cabeça se eu deixasse vocês crianças aqui sozinhas.”

Eu sabia que Emmett estava trabalhando, então isso devia significar que Rosalie iria caçar com também. Eu me levantei e caminhei ate ela, pegando sua mão. “Vamos, eu vou te ajudar a fazer alguns sanduíches.”

Assim que entramos na cozinha eu lhe enviei visões dela indo caçar com eles. Você realmente precisa ir e você sabe disso. Meu pai só vai perceber que ter um vampiro com sede em uma sala cheia de humanos é pior do que ter um monte de crianças em casa sozinhas por algumas horas.

Eu deixei meus pensamentos prolongando-se em sua mente enquanto ela ponderava sobre o que eu tinha acabado de mostrar e falar para ela.

“Você esta absolutamente certa.” Alice sussurrou. Ela fez sanduíches rapidamente, beijou minha testa, gritou um tchau para Alyssa e correu porta afora. Joguei os sanduíches no lixo e subi no balcão.

“Ei pessoal!” Eu chamei sob meu ombro enquanto tentava alcançar o pote na prateleira em cima dos armários.

Todo mundo correu para a cozinha e me olhou na minha posição enquanto eu continuava com minha mão no pote buscando meu prêmio. “O que você esta fazendo?” Derek ofegou enquanto ele caminhava até mim e estendia seus braços pronto para me pegar se eu caísse.

“Você não está um pouco velha para ser pega com a mão no pote de biscoito?” Derek riu. Envolvi minha mão ao redor de um rolo de dinheiro e o puxei.

Eu me abanei com o punhado de dinheiro e pulei do balcão. “O que vocês querem pedir para comer?”

“Fala sério!” Derek ofegou enquanto ele pegava o dinheiro da minha mão. “Deve ter centenas de dólares aqui!”

Eu dei de ombros. “Trocados. Tudo o que está nesse pote é trocadinho.”

“Eu sabia que sua cunhada e cunhado eram cheios da grana, mas eu não achava que eles eram tão cheios assim!” Ben ofegou enquanto pegava o dinheiro da mão de Derek.

“Podíamos sair para algum lugar.” Dei de ombros. “O que é que tem para se divertir por aqui?”

“Você quer dizer além de freqüentar sua casa?” Ben riu enquanto ele olhava ao redor da grande cozinha.

“Vamos pedir de todos os lugares que entregam em casa ao redor desse quarteirão e assistir os milhares de filmes que você tem lá embaixo no cinema!” Alyssa, é claro encontrou a coisa responsável a ser feita. Bem, responsável o suficiente para nós.

“Eu acho que poderíamos fazer isso.” Melissa disse enquanto ela alcançava o telefone. Ela começou a discar enquanto o resto de nós escolhia filmes para assistir.

* * *

Eu notei a hora e percebi que meus pais estariam em casa logo. “Hora de ir.” Suspirei.

Olhei ao redor para a bagunça das embalagens vazia de pizza, comida tailandesa, chinesa, mexicana , e algumas coisas de um lugar saudável que Lauren era obcecada. Todo mundo me ajudou a limpar e foipara casa, desde que eles moravam poucas quadras de distancia.

“Eu suponho que devíamos fazer um pouco de dever de casa.” Eu disse para Alyssa enquanto nos acomodávamos novamente no chão da sala de estar.

“Provavelmente.” Ela suspirou e nós nos esparramamos mais uma vez para terminar nossa tarefa.

Eu bocejei e olhei para o relógio. Tinha passado das dez e eu estava forçando meus olhos a ficarem abertos. Eu me recusava a dormir lá em cima no meu quarto quando estava em casa sozinha. Eu realmente não sei porque, mas só o pensamento de eu dormindo no andar de cima sem ninguém em casa me apavorava. Alyssa já estava dormindo com seu rosto no livro de Historia. Eu fechei os olhos por um momento.

A próxima coisa que percebi foi que alguém estava me movendo. Eu podia sentir o cheiro da minha mãe e me enrolei nela. “Desculpe.” Ela sussurrou.

Muito cansada para falar eu levantei minha mão para o seu pescoço e lhe assegurei que estava tudo bem. Depois perguntei onde meu pai estava.

“Ele levou Alyssa para casa. Ele vai vir aqui para dizer boa noite quando ele voltar.”

Ela me levou até meu quarto e me ajudou a colocar o pijama. Eu deitei na cama enquanto ela me cobria. “Como foi na faculdade hoje?” Eu bocejei.

“Vovô nos fez trabalhar duro, mas eu gostei. Eu vou te pegar na escola amanhã.” Ela me informou. “Eu não tenho aula de tarde.”

Eu bocejei de novo e esfreguei os olhos, tentando mantê-los aberto. “Você vai levar o seu carro?”

Minha mãe suspirou pesadamente. “Eu acho que sim.” Ela sorriu para mim e se inclinou para beijar minha testa. “Vá dormir. Estarei no meu escritório se você precisar de mim.”

“Mmhmm.” Eu murmurei já meio dormida.

Eu sabia que estava sonhando, mas parecia muito real. Eu estava na clareira olhando para uma mulher que eu nunca tinha visto antes. Ela estava segurando uma familiar criança pequena em seus braços enquanto ela gritava para alguém. Eu olhei através do pequeno espaço para o homem que eu imediatamente reconheci como vovô Swan. Sua expressão era nada além de dor. O que quer que fosse que a mulher estava dizendo ela o estava machucando. Ela apertou a criança que se contorcia mais perto de seu peito, mas a garotinha alcançou facilmente meu vovô.

Eu ofeguei quando o bebezinho olhou diretamente para mim. Os olhos castanhos dela, meus olhos castanhos me encarando. Era minha mãe, a mulher era a mesma segurando ela na foto no escritório da minha mãe. Isso deve ter sido a causa do sonho, minha mãe dizendo que estaria em seu escritório se eu precisasse dela.

Assim que a pequena Bella olhou para mim, lágrimas caíram de seus olhos. Ela virou sua atenção de volta para o vovô. “Papai.” Ela chorou em sua pequenina voz aguda, tentando alcançá-lo mais uma vez.

“Eu não posso deixá-la crescer nessa vida estúpida de cidade pequena! Charlie, me deixe ir.” A mulher implorou para o meu avô com o coração quebrado.

Eu pisquei e a cena diante de mim mudou. A mulher agora era a minha própria mãe, segurando uma criança pequena quase idêntica àquela que estava nos braços da mulher estranha. Meus olhos foram de minhas próprias mãos procurando por… meu pai, enquanto seu rosto tomado de dor assistia minha mãe se afastar dele comigo em seus braços.

“Apenas me deixe ir.” A voz da minha mãe agora ecoou no meu pesadelo.

“Bella…” Meu pai ficou boquiaberto. Pela primeira vez lágrimas verdadeiras escorreram por seu rosto. Ele olhou para mim assistindo a cena terminar na minha frente. Minhas lágrimas combinavam com as dele.

“Não! Não me leve embora! Por favor, eu quero o meu pai!” Os pensamentos da pequena criança soaram através dos meus próprios ouvidos, mas a voz não era minha, era a pequena voz da minha mãe.

A cena mudou de novo e era – o que eu assumi que era a mãe da minha mãe – virando-se para ir embora com minha mãe olhando por cima do ombro para o meu avô. “Volte! Não o deixe!” Eu gritei no espaço vazio. Um reflexo de mim mesma aparecendo do outro lado do meu avô, e ele lentamente desapareceu enquanto a mulher levava minha mãe para longe. “Não! Volte!” Eu gritei sem parar.

“Renesmee, querida acorde. É só um sonho. Querida, acorde.” Eu podia ouvir a voz do meu pai ecoando em minha cabeça. Eu acordei com os meus gritos, e num solavanco me sentei. Imediatamente os braços do meu pai me envolveram. Me protegendo.

“Pai.” Eu solucei em seu peito.

“Estou bem aqui.” Ele sussurrou enquanto afagava minhas costas. Suas mãos moveram para os meus ombros e ele me afastou dele, seu rosto sério. “Sobre o que era o seu sonho?”

Dei de ombros. “Eu não sei.” Pensei por um momento e suspirei. “Minha mãe eu acho. Vovô Swan estava lá também.”

“O que aconteceu?” Ele ansiou.

Eu lhe contei sobre o que sonhei, me encolhendo quando eu mencionei que o sonho mudou da minha mãe me levando para longe dele. Ele me puxou para o seu colo e me segurou apertado.

“Me mostre.” Ele insistiu. Ele parecia confuso. Eu fechei os olhos e revivi o horrível pesadelo. “Vamos lá.” Ele pegou minha mão e me guiou para fora do meu quarto, descendo o primeiro lance de escadas para o andar dos meus pais. Ele pausou em frente a porta fechada do escritório da minha mãe.

“Qual é o problema?” Minha mãe perguntou enquanto ela de repente aparecia na porta.

“Foi um sonho sobre Renée.” Meu pai ainda parecia confuso.

Os olhos da minha mãe arregalaram enquanto caiam sobre mim. “Você sonhou sobre ela?”

Dei de ombros. “Se Renée é aquela mulher,” eu apontei na direção da parede de fotos, “segurando você quando você era pequena, então sim.”

“Você disse alguma coisa sobre ela?” Meu pai perguntou para minha mãe.

Ela balançou a cabeça.

“Fui eu, eu vi as fotos quando nós nos mudamos para cá e eu estava curiosa. Eu acho que quando mamãe me disse que ela ia estar aqui no escritório antes de eu dormir isso me trouxe a memória da foto, e eu estava curiosa sobre quem ela era.” Eu murmurei, minhas frases soando uma só.

“Essa é a minha mãe.” Ela sussurrou.

“Ela deixou o vovô quando você era pequena.” Eu sussurrei de volta, já sabendo a história.

Minha mãe assentiu e olhou para meu pai.

“Ela deixou, mas está tudo bem. Os dois estão novamente casados agora e felizes com suas vidas.”

“Você ainda fala com sua mãe? Como eu nunca a conheci? Ela ao menos sabe sobre mim?”

As mãos da minha mãe vieram para os meus ombros enquanto ela me puxava para ela. “Ela não sabe sobre você, mas só porque ela não pode ser envolvida no nosso mundo. É muito perigoso para ela. Eu falo com ela, de vez em quando.”

“Ela realmente machucou o vovô quando te levou embora. Você também não gostou disso. Eu ouvi seus pensamentos. Você queria ir até ele,” Eu engoli. “Você não queria deixá-lo.”

“Eu realmente não me lembro daquele dia, a memória é ainda mais confusa desde que é uma memória humana.” Minha mãe olhou para o meu pai. “Mas eu acredito que era tudo isso que estava passando pela minha cabeça. Eu tinha quatro anos quando ela o deixou, e eu tinha idade o suficiente para entender que eu estava sendo afastada do meu pai. E não, eu nunca faria isso com o seu pai. Nós três somos um todo.” Ela pausou e olhou novamente para mim.

“Renée não é uma pessoa ruim.” Ela disse rapidamente. “O nome dela é parte do seu.” Ela apontou. “É uma combinação de Renée e Esme.”

“Oh! Eu finalmente entendi a esquisitice do meu nome.” Eu estava animada por entender da onde o meu nome surgiu.

“Eu vou conhecê-la algum dia?”

“Talvez, um dia.” Ela deu de ombros e se abaixou para beijar minha testa. “Da próxima vez, se você estiver curiosa sobre alguma coisa apenas pergunte. Não tem necessidade de ter pesadelos desnecessários, acredite em mim eu sei.” Minha mãe riu.

“Mais perguntas?” Meu pai perguntou enquanto ele colocou o meu cabelo emaranhado atrás do meu ombro.

“Não, com sono.” Eu bocejei.

Meu pai riu e colocou o braço atrás de meus joelhos, me levantando para seus braços. Eu devo ter dormido no caminho de volta para o meu quarto porque não me lembro de ter sido colocada novamente na minha cama.

3 comentários:

Laura Castro' disse...

;)

Bebetty_rp disse...

owl ti fofo

miriam vilela disse...

Se continuar nesse ritimo eles vão acabar magoando a Ness!

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