Sem Sorte - por Rosalie Hale

Ele era bonito, educado, simpático, cavalheiro, conquistador... Um príncipe encantado alado em seu branco e impotente cavalo branco. Por outro lado, também era ciumento, possessivo, controlador, machista... Ou seja, o cavalo branco acabou de partir sem destino... O cavaleiro? Caiu...

Ok... A verdade era única, mas tinha de ser aceita, quer bem ou não...

Acabei de sair de casa para encontrar esse meu cavaleiro acidentado, e, diga-se de passagem, com o meu novo carro, que ninguém consegue deixar passar em branco...

Edward me deu novo carro, me obrigando a aposentar meu querido Ford... Ah, isso é tão... desconfortável... Me sinto como se estivesse traindo meu Ford... Ele era tão velho e estava tão acabado, mas eu ainda gostava dele... Ele era como se fosse meu amigo, meu companheiro dos momentos... Passei por tanta coisa esses últimos tempos com ele!

É, eu acho que gosto de coisas velhas, antigas...

Que Emmett não ouça isso, caso contrário, terá total prazer em zoar com Edward para toda a eternidade...

Ok, não muito antigas, mas, digamos, tradicionais... É... Assim a situação fica bem melhor!!!

Fui dirigindo então o meu novo exagero de carro – ah sim, por que Edward nunca me dá um presente que não seja exagerado, ou um pouco escandaloso...

E esse carro era mesmo escandaloso... Uma Mercedes Guardian blindada nunca passa despercebido por aí. Odeio quando todos ficam olhando para ele... Parece que vão arrancar alguma peça para levar para casa... Acho que esse é um daqueles carros que todos vêem só na TV, ou nas revistas, e nunca pensam em ver pessoalmente...

É, bem... Eu continuo preferindo a minha Ford... Que Deus a tenha, minha picape...

Em todo caso, liguei o rádio e comecei a cantarolar a música que tocava...

Eu estava dirigindo na minha faixa certa, quando um louco em uma picape veio em minha direção... O pior: na minha pista... A picape dele era amiga da minha para vir em minha direção? Ok, eu não estava com tanta saudade de uma picape assim! E esse não era o momento exato para sarcasmos...

Não consegui desviar a tempo, mesmo que eu estivesse a poucos quilômetros por hora. O impacto foi da mesma forma que eu pensava que era: seu corpo fica e sua cabeça vai para frente em uma sensação de terá a cabeça arrancada... Foi horrível...

Eu não conseguia me mexer muito, e não ouvia nada do outro carro. Desliguei o som. Levantei a cabeça... Ai, dói...

Olhei no retrovisor e vi sangue em minha testa... Muito sangue... Droga! Essas coisas só acontecem comigo!

Eu via o líquido escorrendo e eu não fazia nada. Olhava ao redor, e só via as coisas meio que... Parecia que eu estava bêbada, muito bêbada! Tudo girava... A janela do carro parecia subir e descer, e girar... Eu estava desmaiando? Bom, por enquanto não... Eu acho...

Ouvi alguém chingando algo e abrindo a porta do carro... Em seguida, mais alguns palavrões e um barulho alto. A pessoa tinha chutado algo - o carro, provavelmente...

Eu não aguentava mais... Minha cabeça doía e eu a sentia dura, pesada... Descansei a cabeça do couro macio do volante, e então eu percebi que foi de lá mesmo onde eu consegui aquela cascata da minha testa.

Maravilhoso. Perfeito. Era tudo o que eu queria...

Mas, o pior ainda estava por acontecer... Eu tinha de descobrir quem era a pessoa que cometeu esse ataque suicida contra um Guardian blindado...

Pois ele se mostrou. E estava bravo. Idiota.

- Ow moça, abre essa porta!

Quê? Deus, eu estava me sentindo tão longe...

- Abre essa merda de porta, moça, se não eu te arranco a força daí!

Como eu não reagia, ele começou a se descabelar.

- Moça, se você não abrir, vou fazer algo da qual você não pretende nem sonhar!

Ok, ok... O que será que ele quer?

Eu ia abrir a porta, mas ele foi até a picape e pegou algo. Só percebi o que era quando ele mesmo abriu a boca e enfiou o cano na boca.

- Se você não abrir a boca, eu me mato, e então você se temerá pelo resto da sua vida por não ter aberto essa merda dessa porta!

Ah... Ok, ok...

Abri a porta. É, bem... Eu não devia sair desse tanque blindado sem nenhuma proteção, mas... O que mais eu poderia fazer?

- Que bonito a senhorita, não?! – Maravilha! Além de mau motorista, ainda é um bêbado louco... – Ainda dirigindo um carrão e fica aí agora fazendo doce pra mim, né... Olha só bonequinha, você não passa de ninguém, tá... Você sequer sabe com quem está falando!

É... Não sei mesmo!

- Você não vai responder à minha pergunta?

- Qual pergunta? – eu consegui falar, mesmo que as palavras saíssem cuspidas...

- Ora, sua insolente... Piranha, biscate, vaca... Você vai se arrepender...

Eu não entendi o que o deixou tão magoado, mas, mesmo assim, ele me pegou no colo e começou a andar em direção a... a... Ah, meu Deus! Ao precipício... A curva da estrada em que estávamos era perto do precipício... E era tão mais alto e assustador quanto o precipício que os Quileutes costumam pular!!!

Percebi que estava em perigo. Tentei gritar, mas não saia muita coisa... Eu estava começando a sentir o pânico crescer gradativamente em mim... E crescia rápido... Inferno...

E ele fez o que eu mais temia... Me jogou...

Eu comecei a escorregar e cair... Tentei me segurar da forma que eu pude nas pedras, mas elas estavam soltas... Além de não me deixar segurar, elas me cortavam e me ralavam... Tentei segurar com mais força, mas eu só caia...

A ponta do precipício estava um pouco mais abaixo de onde eu estava. Agora, a costa não estava tão mais íngreme... Se eu desse sorte, conseguiria me agarrar em algo...

Tentei, tentei... E Nada!

Eu caía e caía e nada acontecia... Meu Deus! Vou morrer antes mesmo de me casar! E justo agora que eu já estava convencida de me casar e tinha conseguido que Edward me transformasse!

Se ele já tivesse me transformado, eu teria descido do carro naquela hora e corrido para longe... Melhor, encheria ele de pancada. Melhor ainda, correria e chamaria Edward para resolver as coisas para mim.

O pânico inundava minha garganta. Eu tentava gritar, e não saia nada. A única coisa que eu escutava enquanto escorregava aos poucos, era a minha respiração forçada. Eu estava me esforçando para subir, mas... Como?

Comecei a chegar na beirada. Meus pés começaram a cair, e então foi apenas uma questão de segundos para que minhas pernas estivessem balançando ao vento penduradas...

Tentei me segurar mais ainda. Deus, por que eu morreria justamente agora, depois de tudo o que passei? E justo assim, eu morreria? Deus, por quê?

Continuei escorregando... Escorregando...

Não tive forças o suficiente, e acabei deixando com que apenas meus braços continuassem na beira do precipício. Eu estava pendurada, e se me soltasse, viraria purê! Nem purê, para falar a verdade... Seria mais para sal... pó...

Não consegui, e então meu braço escorregou. Fiquei pendurada pelas mãos. Eu sentia o meu peso todo contra as minhas mãos. Eu sentia as pedrinhas se afundando em minhas mãos, cortando e se aprofundando em minha pele. Eu sentia que precisava emagrecer ou fazer um pouco de musculação. Ok, se eu sobreviver, quem sabe eu pegue algumas dicas de musculação com Emmett...

Meus dedos já estavam formigando. Uma mão caiu. É, esse era o fim... A outra mão já estava se soltando mesmo...

Eu podia sentir o suor escorrendo pela minha testa – ou seria ainda o sangue? – e aquilo me incomodava. Eu estava toda dolorida. Minha cabeça estava martelando...

Eu não ia aguentar, e ia soltar logo, logo... Não eu... Não... Fechei os olhos...

Não consegui aguentar mais, e então soltei.

Para meu espanto, eu não caí. Será que eu já tinha morrido? Estava no céu? Impossível... Eu ainda sentia o cheiro do mar e o vento frio batendo em minhas pernas... Abri os olhos... Eu ainda estava no mesmo lugar, só que... Sim, meu herói tinha chego. Edward me segurava. Seus olhos dourados me fitaram preocupados, e então ele me puxou para cima.

- Bella, eu pensei que comprando um carro blindado você estivesse mais segura!

- Por favor, não brinque, ok? Acho que já chega de sarcasmos e ironias demais pelo homem...

- Como está sua cabeça?

- Doendo. Parece que um elefante sentou em cima dela!

- E o airbag?

- Er... Isso tinha no carro?

- Sim, e devia ter aberto assim que você bateu.

- Acho que esse airbag foi parar em outro lugar então, porque não me lembro de olhar para uma bolha branca.

- Bella, descanse. Chegaremos em breve em casa, e então Carlisle poderá cuidar de você.

Edward me pegou no colo. Eu me sentia uma criança, um bebê. E foi bem assim que me senti, literalmente, pois ao me levantar, ele não demonstrou ter feito nenhuma força.

- Rosalie, por favor, leve o carro para casa.

Rosalie? De todos de casa, a Rosalie? Por que ela veio? Não entendi...

- Ok. Mas, o que faremos com... isso! – Ela estava se referindo a picape?

- Ele não é boa pessoa, Rosalie! – Não, não era a picape!

- E você quer que eu faça o quê?

- Você sabe, ao menos, o que ele queria fazer?

- Quem sabe das coisas é você, então não me pergunte!

- Ele estava pensando em fazer algo pelo qual você já passou, Rosalie. Algo que te fez... sofrer...

- É... Bem... Isso?! – Ela disse, provavelmente, pensando no que ele queria fazer...

- Sim – ele respondeu de uma forma tristonha, acanhada... O que ele queria dizer com isso?

- Eu... eu... eu não acredito! – Não acredita no quê?

- Calma, moça... Não fica brava não... Eu sou inocente, não queria fazer nada não... – o moço bêbado reagiu pela primeira vez desde que eu caí... Ou, pelo menos, essa foi a primeira vez que eu o ouvi depois que cai... Tanto faz... Minha cabeça ainda doía, do mesmo jeito...

- Calma? Como quer que eu tenha calma quando você pensa em uma coisa dessas, seu nojento?! Como quer que eu tenha calma quando você é um monstro?! – ela estava me defendendo? Nossa... Cadê a Alice com a minha câmera para registrar isso?

- Olha, moça...

Tentei olhar, eu estava curiosa, mas minha cabeça doeu como se tivesse levado várias alfinetadas no cérebro. Rosalie estava prensando o cara no lateral de sua picape, que por sinal, estava muito amassada, acabada... É, acho que a estratégia de blindagem de Edward deu certo... A picape estava acabada, mas o Guardian estava inteiro... Sem um sinal de arranhão, pelo menos pela minha vista... Edward, com certeza, irá encontrar algum arranhão no carro depois...

Foi aí que eu escutei alguém se engasgando. Quem era?

- Rosalie, tenha cuidado, por favor! Veja bem o que você fará!

- Eu sei o que eu faço!

- Rosalie!

Olhei para ver o que acontecia, era Rosalie segurando o homem pelo pescoço contra a lateral do carro. Espera aí... A Rosalie esganando alguém? E... por mim? Ok, por isso eu não esperava...

- Seu imbecil... – ela disse jogando o homem nas pedras. O homem não se levantou de novo. Meu Deus, Rosalie tinha matado o homem!

- Edward! A Rosalie... ela... ela...

- Acalme-se, Bella. Ele ainda está vivo! Só está desacordado!

- Certeza?

- Sim.

- E você liga se não estivesse vivo? – era Rosalie brava. A Rose de sempre... – Veja só o que ele tentou fazer contra você! Isso não é justo! Isso não é humano! Ele sim é que é um monstro! Idiota, imbecil... A minha vontade é de picotar ele em pedacinhos!

Pedacinhos? Urgh... Se Rosalie quase tinha matado o homem se controlando através de Edward, imagine o que ela seria capaz de fazer se não estivesse se controlando! Santo Edward!

Ok, meu estômago não gostou nem um pouco disso...

- Rosalie, por favor, se controle! Bella, está tudo bem?

- Eu... Eu acho que sim...

- Vai logo embora, Edward! Eu dou um jeito no resto.

- Nem pensar... Eu te espero!

Edward me colocou no chão e foi até o lado de Rosalie.

- Esperar não me impede de voltar e arrancar a cabeça!

Ai... Arrancar? Cabeça? Sangue? Ai meu estômago...

Bem... Não deu tempo e nem pude segurar... Vomitei todo o almoço... Rosalie olhou com desprezo de lado, e Edward veio até mim de novo.

- Bella.

- Eu tô... – pigarreei, – eu estou bem... Por favor, acabe logo o que vocês tem de fazer aí... O que vocês estavam conversando antes...

- Seremos rápidos...

- Sim, eu sei...

E foi mesmo... Fechei os olhos e assim que os abri, o Guardian estava mais longe de onde eu tinha parado, a picape estava com a parte amassada de frente a um poste, e o homem jogado no chão logo ao meu lado.

Assim que me dei conta da cena, Edward e Rosalie vieram até mim conversando.

- Acho que está tudo pronto!

- Só falta um pequeno detalhe...

Rosalie foi até a traseira da picape, e com o quadril, deu uma leve empurradinha no carro. Isso fez com que a frente dela se encaixasse completamente com o poste. Ela foi até a janela, e quebrou o vidro de dentro para fora.

- É, você está se tornando esperta!

- Cala a boca!

Rosalie entrou no carro, deu a partida e saiu cantando pneu. Olhei para Edward, que já me pegava no colo novamente.

- Por que ele tem de estar logo perto de onde eu estava?

- Para fazer de conta que o vômito era dele... A Delegacia daqui irá pensar que é dele, e que em todo o acidente, só houve ele de envolvido.

- Mas... Tem certeza de que nada sairá errado?

- Sim. Ele está bêbado mesmo, todos pensarão que perdeu o controle e bateu. O barulho, todos os ouviram...

- Como assim?! Barulho.

- É... Você acha que eu cheguei até você como? Ouvi o barulho do choque entre os carros, e como eu sabia que você viria, pensei que seria você. Comecei a correr um pouco, e então ouvi os batimentos de seu coração. Por acaso, encontrei Rosalie ali perto com Esme. Elas estavam caçando, e então pedi para que Rosalie me ajudasse com o acidente, enquanto Esme iria avisar Carlisle.

- Esme... Ela não está enfartando, né?! – O que eu disse não teve sentido... – Quer dizer... Você sabe... Está nervosa?!

- Bem... Sim, mas ela já foi avisar Carlisle para vir do hospital ver você. Ele não demorará!

- Ok.

- Então, agora descanse, ok?!

- Vamos correr?

- Sim, mas não se preocupe. Só feche os olhos... Não se sentirá mal...

- Mais mal ainda?!

- Eu sou formado em Medicina, sabia?! E eu sei que você pode dar uma corridinha...

- Eu odeio quando você fala dessa forma, autoritária...

- É?! Eu não...

Me aninhei no peitoral de mármore frio de Edward. A sua pele fria e dura meio que serviu como um consolo para os músculos de meu corpo. Por incrível que pareça, eu ainda estava tremendo, um pouco assustada ainda com todo o acidente...

Começamos a correr... Eu sentia brevemente algumas folhas e o vento, mas preferi não abrir os olhos...

- Durma, Bella. Será melhor.

- Você me desculpa?

- Pelo o quê, mais especificamente?

- Pelo carro.

- É, bem... Até com os tanques você se machuca. Estou começando a pensar em algum tipo de bolha plástica para você se locomover de hoje em diante!

- Aha... Engraçadinho!

Fechei os olhos. Acho que durmi, a dor na cabeça sumiu, assim como todos os barulhos...

15 comentários:

Thammy disse...

Boaa

Taty disse...

gostei muito

viihs disse...

Oh yeah! mto legal!

Thai ☠ disse...

Legal! Gostei :D

Marii ♥ disse...

Muitooo Boaaa!! Nossa ainda bem q a Bella tem o Edward pra salvar ela!! auhsauhusahusah

Mirian Leto disse...

Gostei muito!

liviatdl disse...

mt boaa
+ tive a impressao d qm fez a fik n gosta da bella

Vivisrolling disse...

A fic era um sonho... bem loco néeam?!

ketelly disse...

doreiiii.
foi muito legal

beatriz_cs disse...

tá massa

Bebetty_rp disse...

kkkkkkkkkkkkk,q oneshot maluka! muito boa!E engraçada!

Maria Eduarda disse...

esa fic é uma das piores que eu ja li....rosale vc ja escreveu melhores...tente colocar mais emoçao e vc vai ver como ganhara mais elogios
bjo

Pi Da Ros disse...

comecei a ler e achei q ela tava sonhando e quando fosse cair acordaria com o Edward chacoalhando ela :p

Pi Da Ros disse...

idem

Carol F. disse...

Ri com o cara xingando a Bella! Foi hilário!

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