As Quatro Estações - Capítulo 13: Kathryn Merteuil

Os dias foram se passando, e tudo indicava uma gravidez normal. Quero dizer, uma gravidez normal para quem via de fora. Porque nossa família sabia que um cruzamento entre um lobisomem e uma meia vampira – que deveria ser híbrida – nunca seria normal.

Eu já estava com um mês de gravidez. Eu não tinha noção nenhuma se era garoto ou garota, que nome teria e nada dessas coisas. Estava muito complicado para descobrir; vovô Carlisle não conseguia ver nada nas ultrassonografias.

Mas ele tinha seus palpites médicos sobre tudo, como sempre.

Primeiro: Carlisle achava que o bebê tinha 24 cromossomos. Jacob tinha 24, eu tinha 24, então seria mesmo o mais óbvio.

Segundo: ele achava que o bebê tinha uma grande porcentagem de “humanidade” no DNA. Com isso, talvez ele conseguisse ser mais normal do que todos nós.

Terceiro: ele achava que o bebê tinha mais probabilidade de parecer vampiro do que de parecer lobisomem. Mas nada certo ainda... só palpites.

Não tínhamos nem no que se basear, afinal esse era um caso único no mundo.

Ou melhor, nós achávamos que era. Até aquele dia.

Eu saí com meus pais para caçar, nas redondezas. Já era um lugar habitual e vazio, que conhecíamos bem.

Eu estava terminando de sugar o sangue de um veado quando ouvi alguém se aproximando. Meus pais, que tinham avançado um pouco mais na floresta, ficaram alertas e voltaram.

- Não se mexam – sussurrou meu pai para minha mãe e eu. – Pode ser algo perigoso.

Ficamos imóveis. A coisa estava se aproximando; eu podia ouvir. E então, ouvi uma voz feminina.

- Eu vim em paz. Não vou machucar vocês.

E uma linda mulher, de uma beleza exótica, apareceu na nossa frente. Não parecia ser uma vampira, afinal seus olhos eram verde-azulados. Seus cabelos lisos caíam em uma cascata negra até a cintura sinuosa, acompanhada de um quadril acentuado.

Ela abriu os lábios cheios e vermelhos para falar novamente.

- Perdoem-me por ter aparecido tão repentinamente – disse ela, em uma voz profunda e melodiosa, com um enorme sotaque francês. – Sou Kathryn Merteuil. – Ela olhou para mim. – Eu sei o que você é.

- S-sabe? – murmurei.

- Você é uma meia vampira – afirmou ela, com a maior certeza. – E eu sei o que está dentro de você.

Congelei. Minha mãe colocou-se defensivamente na minha frente.

- Como sabe? – desafiou ela.

- Eu sei, porque sou igual.

Olhei interrogativamente para meu pai, que assentiu. Isso significava que ele vira na mente da mulher, que ela estava falando a verdade.

- Pensei que meu caso fosse único no mundo – observei.

- Não é – afirmou.

Meu pai e minha mãe se entreolharam.

- Você poderia nos acompanhar, Kathryn Merteuil? – pediu meu pai. A mulher o encarou, curiosa.

- Onde vamos?

- Você precisa explicar muitas coisas – disse minha mãe. – A todos nós.

Kathryn assentiu e nos seguiu pelo caminho de volta para casa. Quem abriu a porta foi tio Emmett, sorrindo.

- Hey! Já voltaram da caça? Como f... – Ele parou quando viu Kathryn. – Quem é você?

- Calma, Emm – disse minha mãe. – Está tudo bem. Ela veio conosco.

Emmett continuava olhando desconfiado para ela. E meio atordoado, porque Kathryn era realmente bela.

- Emm, você pode chamar Alice, Jazz, Carlisle, Esme e Rose? – pediu meu pai. – Precisamos conversar. O assunto é sério.

Emmett assentiu.

- É pra já.

E disparou escada acima na sua velocidade vampírica. Em menos de dez segundos, todos já estavam na entrada, olhando fixamente para Kathryn – que parecia estar alheia à tudo.

Nós quatro entramos na sala e todos se acomodaram nos sofás. A única que ficou de pé foi Kathryn.

- Onde está Jacob? – sussurrei para tio Jasper, que estava do meu lado.

- Com a matilha. Parece que temos um... problema – respondeu ele baixinho para mim.

Arregalei os olhos.

- Problema?

- Bem... um invasor. Eles não sabem exatamente o que a coisa é... não parece humano, nem vampiro, nem lobo. Estão fazendo um grande interrogatório. – Jasper riu. – Logo Jacob voltará, Nessie. Acalme-se.

Com o poder do meu tio, ele nem precisava pedir para eu me acalmar.

Meu avô tomou a palavra.

- Bem, Edward. Você nos chamou aqui porque tem algo importante a explicar.

- Ela tem – corrigiu meu pai, apontando para Kathryn. – Ela diz que seu nome é Kathryn Merteuil. E está falando a verdade.

Kathryn ergueu uma sobrancelha.

- Como sabe, mon cher?

- Ele lê mentes – respondi.

Ela ficou claramente incomodada com aquilo, mas assentiu.

- Creio que eu tenho uma grande história para contar a vocês.

- Temos a eternidade – disse Esme, sorrindo carinhosamente para ela. Kathryn sorriu e começou a contar.

- Este rendez-vous começa com a minha avó, Blanche Merteuil. Ela era uma humana da alta societé parisienne, bem-sucedida, com muitos homens. Um por noite. Sua vida se resumia nisso: festas e homens.

“E em uma noite, aconteceu algo que ela não esperava. Um homem mais belo que qualquer coisa que ela já vira – meu avô, Sebastian -, apareceu. Ela não teve dúvidas ao levá-lo para a cama.

- Íncubo – sussurrei, já compreendendo. Kathryn assentiu e continuou contando.

- Sim, um íncubo. Como vocês sabem, os íncubos se apossam das mulheres. E minha avó ficou grávida da minha mãe.

“O normal é as mulheres morrerem no parto. Vocês devem saber disso. Minha avó teve minha mãe aproximadamente trinta dias depois de engravidar, e morreu após concebê-la. Meu avô Sebastian, o íncubo, voltou para buscar a bebê e levou-a consigo.

“Minha mãe - Annette Merteuil -, por sua vez, era o que chamamos de meia-vampira. Cresceu rapidamente, em questão de dois anos, e quando atingiu a maioridade, parou de crescer. Meu avô lhe ensinou tudo que ela precisava saber sobre o mundo dos vampiros e outras criaturas míticas. E lhe falou, inclusive, sobre os lobisomens.

Estremeci. Meu pai percebeu e veio parar atrás de mim, enquanto Kathryn continuava contando.

- Minha mãe foi ensinada por meu avô para matar e estraçalhar todos os lobisomens que aparecessem em seu caminho. Como uma caçadora feroz, ela cumpria o seu trabalho com louvor e habilidade. Mas o inesperado aconteceu... – Ela fez uma pausa. – Meu avô morreu.

“E então minha mãe ficou sozinha nesse mundo. Continuou fazendo o que seu pai lhe ensinara, para dar seguimento à linhagem de caçadores de lobisomens. Nessa época, minha mãe estava morando em Marseille, cidade que abrigava uma incrível quantidade de lobisomens. A França sempre foi o lar dos vampiros e lobos, vocês devem saber disso.

“Até que um dia... Thierre Valmont, meu pai, cruzou o caminho da minha mãe. Um lobisomem. Ela ia matá-lo, mas algo nele impediu que ela fizesse isso. Vocês já devem ter entendido: ele teve um imprinting com minha mãe. E ela acabou se apaixonando por ele. Por um lobisomem, por uma criatura que ela repudiava.

“Pouco tempo depois, eles casaram-se e mudaram-se para Côte d’Azur. Minha mãe engravidou, e isso foi uma surpresa geral.

Ela olhou para mim e sorriu, antes de retomar a narrativa. Todos estavam prestando uma imensa atenção em Kathryn.

- Ela pensava que não podia ter filhos. Meu avô lhe dissera isso, porque era o certo a acontecer. Mas, por ironia, ela conseguiu a proeza de engravidar, e me teve. O período de gravidez dela foi completamente normal, até... o parto.”

Arregalei os olhos, e percebi que minha mãe estava à beira de um ataque de lágrimas – se ela pudesse chorar. Como assim, até o parto?

- Eu... – Kathryn baixou a cabeça, num olhar agonizante. – Matei minha mãe no parto. Não teve como... eu tenho sangue de lobisomem. Eu acabei me... transformando e minha mãe não agüentou.

Ela começou a chorar. Alice passou um braço pelo ombro dela.

- Não chore. Não foi culpa sua.

Estávamos todos pasmos. O que quer que estivesse dentro de mim, iria me matar.

E, por incrível que pareça, eu não estava com medo por mim.

- E o seu pai? – sussurrei. – O que aconteceu com ele?

- Eu... nunca mais o vi – ela respondeu. – Ele passou a me odiar por saber que eu matara o amor da vida dele. E me abandonou.

“Cresci sozinha, no subúrbio de Paris. Com o tempo aprendi o que eu era, e que não havia mais ninguém comigo. Descobri que eu tinha um dom... que carrego comigo até hoje. Eu sinto o que as pessoas são. E senti vocês aqui... eu precisava conhecê-los. Precisava alertá-los.

Ficamos todos um bom tempo refletindo o que Kathryn estava falando. Eu acabara de descobrir que ia morrer, e isso era fato. Senti minha mãe me abraçar.

- Nós não vamos deixar que nada aconteça a você, meu anjo – ela murmurou. - Nada. Ouviu?

Assenti.

- Não estou com medo.

- Você é idêntica à sua mãe – disse meu pai amargurado.

Eu dei uma risada conformada.

- Não nego minhas origens, pai.

Nesse momento de tensão, a porta se abriu. Jacob, Seth, Quil e Embry entraram, carregando junto um homem.

- Aqui está o invasor – disse Seth teatralmente.

10 comentários:

Ve emo disse...

posta mais por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor,por favor...

Gabu disse...

nossa cada vez melhor =)

Carollyne disse...

Haa eu chorei agora posta logo outro capitulo vaii?Que linda a Historia dela ..bjs

Karina Martins ;D disse...

Meeldeeus !!

LOOUCA PARA OS PROXIMOS CAPITULOS !!!

Quandoo vãão postar o proximo ?

Bjão. Esse é definitivamente o melhor lugar pra se ler otimaas fan fics ...

Kitty_kody disse...

Quando eu começei a ler esta fic achei que seria algo novo, mas pelo que vejo não o é, é na verdade a estória de Bella com Edward,só que com novos nomes: Rennesmee e Jacob.Quando é que vão parar de misturar as estórias? Não que eu esteja falando aqui que o bebe de Nessie e Jake tem que ser único,mas forçar a estória dessa maneira é ridículo e infantil.Quando os leitores se propõe a ler uma fic imagino que querem ler algo a mais e não a mesmisse de sempre.Espero que entendam bem isso: NÃO ESTOU CRITICANDO O SITE.bjs

Raquelindagv disse...

Cade a continuação,assim vcs acabam me matando de curiosidade!

Alice Volturi disse...

Hoje à noite postaremos o próximo! ;)

Maria BS. disse...

ameei!!

LauraColombo disse...

 Tadinha da Kathryn,sozinha nesse mundo,tomara que ela fique com os Cullen's?nao posso esperar para o proximo capitulo,ai to amando.Mais se o pai dela a deixou,como ela sabe da vida dela?

Andy disse...

Aaai qe merdaaa... A nessie naum podee morrer senhoor..

:{

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