[Stefan]
Devo ter dormido no carro, pois acordei assustado quando Carlisle bateu em meu vidro.
- Stefan? – ele parecia assustado. – Me custa acostumar-se com a ideia de que você e Damon podem dormir... – ele refletiu em voz alta.
Saí do carro, já era noite.
- O que conseguiu descobrir? Tem certeza que Damon está lá?
- Sim, ele está... Aquele carro – eu apontei para a Ferrari negra, – é dele, além de eu ter ouvido ele tocar gaita...
- Gaita? No castelo dos Volturi? É, só poderia ser Damon mesmo.
Me segurei para não perguntar o “por quê”. Talvez eu não quisesse saber de verdade... Sacudi a cabeça para espantar os pensamentos para longe.
- O que podemos fazer para salvar meu irmão?
- Eu posso ir até lá sem você Stefan. Você ainda está meio sonolento. Deve estar cansado ainda...
- Não, eu vou até lá, não vou lhe mandar sozinho pra um lugar tão perigoso.
Carlisle sorriu.
- Sabe, para uma pessoa egoísta como Damon, ele tem sorte em ter um irmão tão dedicado.
- Damon não é de todo mau... – tentei defendê-lo, era meio que automático.
- Ele é seu irmão, você vai defendê-lo de qualquer forma. – Ele parou por um instante. – Bem, mas o que vamos fazer é ir até lá.
- Certo.
Fechei o carro. Pensei em ligar o alarme, mas com tantas criaturas sobrenaturais, aquilo me pareceu algo inútil...
Descemos a estrada a pé e chegamos próximos ao portão.
Me perguntei o que faríamos para entrar. Será que pular os muros é uma operação de resgate igual aos filmes de ação? Eu entraria por um túnel escondido que só Carlisle sabia a localização?
Eu ainda buscava respostas quando chegamos ao portão, e ele apenas chamou... Só isso?! Confesso que fiquei frustrado.
- Jane, eu preciso conversar com Aro – ele não berrou, falou em tom normal. Acho que isso foi o mais estranho em toda a minha vida!
Uma garota loira de olhos vermelho-sangue apareceu das sombras. Confesso que cheguei a ficar temeroso com sua figura coberta por um manto negro. Acho que, mesmo sem querer, devo ter andado um passo ou outro para trás.
- Sobre o que gostaria de falar Carlisle? E quem é o rapaz?
- Ele é Stefan Salvatore, vocês pegaram o irmão dele por engano.
- Hmmm... Você conhece o pateta então?
- Sim, Damon é um conhecido nosso...
A tal Jane abriu os portões.
- Ok, vocês podem entrar.
Ela olhava para mim dos pés à cabeça. Aquilo estava se tornando desconfortante. Mas aposto que se estivesse sozinho, eu não teria conseguido entrar de forma tão fácil. Bem, não teria entrado sem ser para fazer companhia ao meu irmão. E olha que nem precisei pular o muro!
Andamos por vários corredores escuros, Jane em nossa cola. Carlisle, no entanto, parecia saber exatamente para onde iríamos. Ele conhecia tão bem aquele lugar escuro? Como é que ele sabia dos caminhos? Será que ele já foi um prisioneiro?
Eu queria que Edward estivesse aqui para me ajudar com algumas respostas rápidas...
E então chegamos a uma enorme sala. Eu estava impressionado com a arquitetura do local.
- Carlisle, que surpresa!
Só então notei três figuras em cadeiras de mármore enfeitadas com pedras. Deus, e depois Damon diz que eu é que estou branquelo demais... Será que ele viu esses três?
Se visse, pelo menos, pararia de me zoar.
- Olá Aro.
- O que o traz aqui?
- Eu vim atrás de Damon Salvatore.
- O corvo? E porque eu o entregaria ele?
Eu queria me manifestar, mas Carlisle fez sinal para não falar nada.
- Bem, em nome de nossa amizade.
- Quem é o rapaz?
- Irmão de Damon.
O tal Aro levantou-se e veio até nós, ele dava arrepios.
- Quem te transformou? Foi Carlisle?
- Não. – Eu não sabia se deveria responder.
- Foi Katherine?
Como eles sabiam? Ha, claro! Damon, seu tagarela.
- Sim.
- Há quanto tempo essa Katherine os transformou?
Eu olhei para Carlisle, eu não sabia se deveria responder.
- Pode contar Stefan. – Bem, se ele dizia.
- Bem, faz muito tempo, em 1864...
- E Damon?
- No mesmo ano, por Katherine também... Aliás, eu não sei ao certo, mas acho que no mesmo dia. Afinal nós nos matamos... - doía lembrar que enfiei uma espada sem dó em meu irmão. – Eu o matei...
- Interessante. O que sabe sobre Katherine?
- Ela é cruel e manipuladora... – Eu olhava para o chão, não estava lá para falar da Katherine.
- Me parece uma boa pessoa! – Eu o encarei, ele só poderia estar brincando.
- Boa pessoa? Ela é cruel e manipuladora, você não escutou? Ela mata pessoas!
Todos riram, menos Carlisle e eu.
- Todos nós matamos! – era um dos outros.
- Acho que vemos de onde vem a amizade dos Cullen, eles acham os mais diferentes – era o outro, também sentado.
Aquilo estava me deixando furioso.
- Quem transformou a Katherine? – eles falavam dela como se já a conhecesse. Se soubessem quem ela realmente era, eles se arrependeriam. Ela seria capaz de manipular até esses assassinos branquicelos...
- Bem, foi um dos primeiros amaldiçoados... É o que sei, me parece que chamava Klaus. Ele devia ser “tutte le persone buone come lei”! – ironizei, com raiva.
O moreno ao centro, Aro, olhou curioso para mim, e depois para os outros dois.
- Ragazzo italiano?
- Si, di Firenze.
- Hmm... Interessante.
Tive um leve pressentimento de que eu não deveria ter falado italiano com ele.
- Um dos primeiros amaldiçoados, então... – ele repetiu minhas palavras.
Carlisle me olhava assustado, parecia que ele queria me dizer algo, mas não falaria nada ali na frente de todos.
- Jane! Traga o corvo!
Carlisle ainda olhava para mim. Até ele havia se assustado? Eu não entendia...
Damon foi jogado ao chão por Jane alguns segundos depois.
- Irmãozinho!
Fui até ele.
- Damon! Porque você veio aqui? – eu sussurrei bravo.
- Bem, achei que o tal caçador de vampiros não existia... E infelizmente eu estava certo.
Eu o ajudei se levantar.
- Podemos ir então? Oh! – ele notou Carlisle. – E aí doutor, como anda sua filha?!
- Damon! – eu o repreendi.
Carlisle não respondeu nada, mas os Volturi olharam para nós com cara de curiosos.
- Qual delas? – era um dos sentados.
- A... – Damon olhou para Carlisle e parou.
Carlisle suspirou e falou por si só.
- Damon tem uma queda por Rosalie e já fez Alice fugir de casa.
Todos voltaram a rir. Com a exceção nós três.
- Você é bom em arranjar confusão, heim corvo...
Nem me diga, Aro! Nem me diga!
- Me digam, esse tal de Klaus – era Aro, voltando a ficar sério após um tempo, – vocês já o viram?
Eu não sabia o que responder.
- Que fixação nesse tal Klaus... – era Damon. – Nunca o vi... E se vi, nem lembro.
É... Pelo menos Damon era sincero...
- E desde quando vampiros esquecem? – Jane se irritou.
- Eles até dormem... – era Carlisle.
Eles nos olharam assustados e eu olhei pra Carlisle, que deu de ombros. Poxa, não era para ele nos ajudar sair daqui?
- Eles são diferentes...
- Percebo – era Aro. – Seus olhos não se parecem com o de nenhum vampiro que conhecemos.
- Eu digo o mesmo! – era Damon bancando o birrento.
- Bem, já que tudo ficou esclarecido, temos que ir – era Carlisle.
- Não tão rápido – era Aro.
Damon veio até meu ouvido sussurrar. “Ele deve ser gay!”
Até foi engraçado, mas, na situação em que estamos, não é hora de piadinhas... Será que Damon bebeu alguma coisa?
Carlisle olhou para o chão.
- Eles não vão causar confusão, eu me responsabilizo. Vocês confiam em mim, não?
- Mas, eu acho que precisamos conversar um pouco mais... Barganhar! – era Aro. Bem, olhando assim de longe, ele parecia mesmo “mais para lá do que para cá”...
- O que você quer, Aro? O que posso fazer?
- Você sabe o que quero! – Hmmm... Isso está ficando suspeito demais. Damon olhou para mim com uma cara “O que eu te disse?”
- Stefan, você sabe da localização de Katherine, ou desse Klaus?
- Bem, de Klaus não sabemos quase nada...
- E da moça?
Olhei para Damon, ele sabia mais dela do que eu...
- A última vez que a vi, ela estava conosco, mas depois ela disse que iria dar uma volta pela região – Damon disse sem gosto. Na verdade, ele estava chateado, ele ainda tinha uma quedinha por Katherine, e ela não dava a mínima para ele. – Sabe como são as mulheres, incompreensíveis!
É, bem, com essa parte eu tinha de concordar com ele...
- Qual a cidade de vocês? – Aro perguntou.
- Mystic Falls. Atualmente...
- Hmm... Enviaremos alguns dos nossos para uma pesquisa no local. Tenho certeza de que Felix e Demetri irão adorar conhecer novos ares. Quem sabe, Jane e Alec também podem ir... Mas, tem certeza de que a encontrarei por perto?
- Sim, certeza. Ela está amando nos fazer de idiotas há mais de séculos... Deve ter voltado para comemorar o centenário!
Alguns deles riram.
- É, você é engraçado.
- Obrigado pelo elogio, Aro, mas você já tem o que quer... Podemos ir com a sua palavra de que não fará mal a esses rapazes? – Carlisle perguntou.
- Sim, mas é uma pena trocá-lo por informações desse tal de Klaus. – Espera aí. Ele vai nos soltar?
Parecia mágica. Ele fez Aro trocar de opinião! No segundo seguinte, todos estavam de acordo com Carlisle. Como ele fez isso?
- Vão embora, mas saibam que estaremos de olho – o loiro deu o ar da graça.
- Você sabe que os Volturi tem regras, explique-as a eles!
- Eu explicarei. Obrigado. Vamos. – Carlsile nos empurrou.
* * *
Damon entrou em sua Ferrari, enquanto Carlisle e eu subimos a estrada para pegar meu carro.
- Stefan, você nunca me disse que a sua criadora foi transformada por um dos primeiros.
- Desculpe a sinceridade, Carlisle, mas nunca conversamos sobre isso. – Eu sei que estava sendo meio mau educado, mas era verdade.
- De fato... Bem, mas isso quer dizer que talvez as maldições sejam diferentes.
- Por isso somos diferentes?
- Sim, e por isso você dorme... Mas me diga, que história é essa de corvo?
- Damon pode se transformar em um corvo, e eu em um falcão...
- Sério?
- Sim, vocês não?
- Não, nunca conheci ninguém que pudesse. Mas, Damon não tem persuasão?
- Sim, ele tem... A propósito, o que foi aquilo? Eles estavam relutantes, você só pediu e... Puff... Você tem persuasão também?!
- Só uma ajudinha extra. Não é persuasão, mas é o que faço. Os conheço há séculos! Eu morei um tempo aqui – eu ia dar partida, mas me impressionei com a resposta.
- Você? Com eles?
- É... Há muito tempo atrás...
- Bem, acho que, de fato, temos muito que falar um para o outro.
Voltamos para minha casa. Ao chegarmos, Elena estava chorando e abraçada no Damon.
- Não faça mais isso Damon! Não suma assim! – Ela me viu e correu ao meu encontro. – E você também, não suma assim!
- Me desculpe.
Ela me abraçou ainda chorosa. Carlisle só observava a cena e não dizia nada. Ainda tínhamos muito a conversar.
5 comentários:
estou gostando muito................
postem ++++++
essa fik é d++++!
Quandoo vão postar o proximo capitulo ??
Bjãão .
:D
Hoje mesmo! ;)
Elena entre dois sentimentos: Damon e Stefan... continuee
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