Immortal Children - por Rainbow


Sinopse: Aparentemente doces e inofensivas, elas são o maior medo dos Volturi. Eram apenas um mito, pois nenhum dos vampiros criaria um ser imortal que pudesse ameaçar sua existência. Até agora.

[Adam]

Eu não queria ficar sozinho, queria ter amigos para brincar comigo, mas eu matava todo mundo. Isso me deixava triste.

Descobri que tinha uma opção para que tivessem mais iguais a mim sem que eu precisasse matar alguém. Eu só tinha que morder e depois sair correndo para não ter vontade de tomar todo o sangue depois. Assim eu teria muitos amigos, como Cloe me falou.

Cheguei à uma cidade chamada Barstow, onde tinham muitas crianças que poderiam ser minhas amigas. Eu iria transformar todas e ninguém ia brigar comigo. Cloe ia me proteger, ela falou que ia me proteger. Ela era minha mãe, tinha que fazer isso.

[Blair]

- Tudo bem. Eu vou, não se preocupe - disse ao celular. Minha irmã brigava comigo por eu não querer comparecer à “Reunião Anual da Família Simmons”.

Ela queria que eu aguentasse o tio Brady contando histórias da carochinha; meus avós apertando minhas bochechas e dizendo o quanto eu tinha crescido; minha mãe brigando comigo por eu não ajuda-la na cozinha e aquele monte de primos, alguns que eu nem conhecia. Como todos os outros anos, aquele fim de semana iria ser um saco. Sorte que a chácara que alugaram para a festa era enorme e ninguém perceberia se eu sumisse e me isolasse daquela bagunça. Eu não iria ter paz somente se o tio Joe e a tia Tina fizessem uma daquelas gincanas intermináveis.

- Só não esqueça de levar a sua câmera desta vez, ok? - Kath ainda não tinha desligado? - A mamãe fica uma fera se agente não registra.

- Pode deixar que eu levo, Katherine - e desliguei na cara dela. Kath não levaria como uma ofensa, eu fazia aquilo o tempo todo. Era o único jeito de fazer ela parar de falar. Katherine era minha irmã mais velha, meu modelo. Tinha 23 anos e estava prestes a se casar com Aron Reid; um tenente militar muito lindo, diga-se de passagem.

Coloquei os fones no ouvido e continuei a andar. Minha mãe mandou eu ir buscar uma caixa no correio, que era muito grande para o carteiro ficar carregando por aí. Pois é, cidade pequena era assim mesmo. Todo mundo se conhece desde sempre e não há nada muito exótico por perto.

- Boa tarde, Sra. Johnson - falei quando entrei no correio.

- Boa tarde para você também, Blair - ela pegou a prancheta onde estavam anotadas todas as encomendas que deveriam vir pegar. Depois de encontrar o sobrenome, foi para o depósito e voltou com uma caixa demasiado pequena para o meu gosto, mas que o velho carteiro Tom iria reclamar de ficar segurando. - Sabe o que a sua mãe pediu desta vez?

- Não. O que é?

- Parece ser uma cafeteira.

Eu suspirei. - Não sei por que ela continua comprando coisas pela internet. Deve ser uma compulsão ou algo do tipo. Agora eu tenho que ir, senão ela vai arrancar meus cabelos e eu vou estar horrível para ir pra festa. Não que eu me importe, mas...

A Sra. Johnson sorriu para mim, e eu saí do correio. Ela entendia o que eu achava dessas reuniões. - Tchau, querida!

Lá fui eu fazer o caminho de volta sob o sol escaldante de Barstow, no Texas. Passava pelo parque quando ouvi uma criança chorando. Olhei naquela direção, mas não vi nada, apenas ouvia o choro. Achei estranho e fui lá para ver. Quem sabe não era um dos filhos dos Kepler que tinha ido brincar com algum cachorro de novo e dessa vez se machucou?

Deixei a caixa no chão e fui ver o que era. Encostado em um carvalho estava um menininho. Não devia ter mais de sete anos, e ele chorava alto. Devia ser de birra, porque eu não vi uma lágrima em seu rosto. Também não o conhecia, talvez fosse novo na cidade. Quem ainda se muda para aquele fim de mundo deve ter algum problema. - Pare de chorar, por favor - ele fez o que eu disse, mas continuou com as mãos cobrindo o rosto. - O que aconteceu? Onde estão os seus pais? Olhe para mim e me conte.

O menino ergueu o rosto e me encarou fixamente. Seus olhos eram assustadoramente vermelhos. - Você está doente? - eu passei uma mão em seu rosto. Eu iria levá-lo ao doutor Wilson, e ele saberia o que fazer. Fiz menção de pega-lo no colo, mas ele pulou em cima de mim. Senti uma dor muito forte e meu pescoço parecia estar em chamas. Minha visão começou distorcer e depois escureceu. Senti meu corpo ficar fraco, e a inconsciência tomou conta da minha mente.

O que havia de errado com aquele menino?

[Yasmin]

- Pede pra tia Carrie pegar a boneca que eu deixei na sua casa, Yasmin?

- Vem comigo, aí você já pega.

Agente estava andando pelo parque para a minha casa, e encontramos minha vizinha Blair caída no chão. E tinha... Tinha sangue perto dela. Fiquei assustada e corri contar para a mamãe e a Sra. Simmons. A Sara ficou quieta e parada, mas eu nem prestei atenção nela. A Blair podia estar passando mal de novo. - Fale devagar, querida, não estou entendendo nada - a mamãe segurou meus ombros.

Parei e respirei fundo. - Blair está caída no parque.

A Sra. Simmons ficou branca e ela e a mamãe saíram correndo, me deixando com medo e sozinha. Fui para fora, algo que a mamãe proibiu, mas eu estava muito nervosa. Eu sabia que Blair tinha uma doença chamada dia...diabetes, acho. Mamãe me falou que ela podia passar mal de repente e se eu visse alguma coisa errada com ela, deveria avisar.

Levantei os olhos para o céu, pensando se Blair já estava bem. O Sr. Wilson curava tudo rapidinho. Quando olhei para frente de novo, tinha um menino parado olhando para mim. Eu não o conhecia. Ele tinha os olhos vermelhos, como se tivesse chorado muito. - Oi - ele falou, e fiquei envergonhada de falar com alguém que eu nunca tinha visto. - Meu nome é Adam.

Eu sorri um pouco, estava morrendo de vergonha. - O meu é Yasmin - eu não queria falar com ele, mas estava curiosa. - Você se mudou para cá? - Adam fez sim com a cabeça, e se aproximou um passo de mim. Eu fiquei com um pouco de medo. Ele me olhava estranho. - Eu tenho que voltar. A mamãe briga comigo se eu ficar aqui fora sozinha. Depois agente pode brincar. Tchau!

Me virei para casa, e ele estava na minha frente de novo. Eu fiz cara feia. - Porque agente não pode brincar agora?

- Eu não posso. Minha mãe vai ficar brava.

- Não vai não.

- Vai sim. E aí eu não vou poder sair para brincar nunca mais.

Ele veio pra perto de mim, e eu andei para trás. Eu não gostava dele. Tentei empurra-lo para que ele saísse da minha frente, mas ele não se mexia. Parecia um estátua, como aquelas do museu na capital. - Me deixa ir.

- Não, você vai brincar comigo.

Comecei a chorar. - Não quero brincar com você. Kath! - a irmã da Blair era legal e ela podia afastar aquela menina malvada de perto de mim. - Kath!

Ela não vinha, não estava me escutando. Eu soluçava alto, e Adam não me deixava passar. Corri para longe dele, para o jardim. Podia entrar pela porta dos fundos também. Não vi uma pedra que tinha perto do pinheirinho que plantei no verão, tropecei e caí. Chorei mais alto ainda, por que meu joelho ardia. Eu tinha me machucado. Adam estava parado ali, perto de mim, mas eu nem vi seu rosto. Ele se mexeu muito rápido, e pulou em cima de mim. Ele me mordeu e eu comecei a gritar de dor. Eu empurrava a cabeça dele do meu joelho. Mas ele não soltava. Só sei que tudo ficou escuro, e eu estava com medo daquele menino, o Adam.

[Sara]

Por que estava doendo tanto?

A mulher falou que não ia doer nada, mas eu quase não conseguia falar para ela o que eu estava sentindo, chorava muito. - Calma, já vai passar - mas não passava! Olhei para o homem que estava no fundo da sala, e ele fez uma careta para mim. Eu ri e a dor passou. A mulher tirou a agulha do meu braço e chacoalhou um vidrinho com alguma coisa vermelha dentro. - Olha o tantinho de sangue que eu tirei de você. Não precisava ter chorado por causa de um pouquinho. Mas como você foi corajosa e não tirou o braço... - ela foi até a mesa e tirou algo da gaveta. Se virou para mim e entregou o pirulito colorido. Era gostoso.

Dei a mão para meu pai e agente saiu do hospital. - Papai, por que agente precisa tirar sangue? - eu olhava interessada para o curativo redondo e engraçado que o homem tinha colocado no meu braço.

- Para fazerem um exame lá na capital, e nele fala se você tem uma doença ou não. Todo mundo tem que tirar sangue um dia - papai me pegou no colo e fomos para casa. A minha mãe ficou orgulhosa quando eu falei que ganhei um pirulito por que não mexi o braço, mesmo que estivesse doendo bastante.

Depois do jantar eu tomei banho, escovei os dentes e meus pais foram me dar beijo de boa noite. Eu não tive uma boa noite. Tive pesadelo. Com uma moça que me machucou, mas não pediu desculpas, e isso era errado. Ela não falou nada. Mas ela era muito bonita, mais bonita que eu. Acordei assustada no meio da noite, com vontade de ir ao banheiro mas não consegui fazer xixi, não saiu nada. Subi na escadinha para me olhar no espelho e ver se a moça do sonho era mesmo mais bonita que eu.

Não sabia quem era a menina que olhava para mim. Eu estiquei o braço pra tocar nela, e ela fez a mesma coisa. Cheguei mais perto para ver ela direito, e ela me imitou. - Oi - me assustei. Aquela não era a minha voz. Fiz cara feia para a menina e ela também ficou brava comigo. A menina do espelho tinha o olho vermelho, que me dava medo.

Desci e corri para o quarto dos meus pais. Senti um cheiro de pipoca doce e liguei a luz, mas eles estavam dormindo. Pulei na cama no meio deles, mas eles não acordaram. - Mamãe... - chamei na orelha dela, mas a mamãe não se mexeu. Eu fiquei com medo. - Papai! - ele não acordou. Eu fiquei de pé e pulei na cama de novo. Achei que eles iriam se levantar rindo por terem me enganado, mas eles não fizeram isso. Eles me deixaram triste. O que estava acontecendo de errado? Comecei a chorar, mas não saía água dos meus olhos. Muito estranho.

Senti que o cheiro de pipoca doce vinha da cozinha também, e fui para lá. Me estiquei para olhar em cima do balcão, e lá estava meu copinho com alguma coisa como suco de morango dentro. Peguei e tomei tudo. Era muito bom, eu queria mais.

A moça do meu sonho entrou na cozinha, sorrindo para mim. Eu me encolhi. Ela parecia muito a mulher que me atendeu no hospital, mas não era. A moça me mostrou um vidrinho com mais suco de morango, e eu aceitei. Peguei eu copinho e estendi para ela. - Quero mais suco de morango, moça.

- Não é suco de morango, Sara.

Fiquei confusa. - Então o que é?

- É sangue.

- Mas o papai falou que só usam sangue pra ver se agente está doente.

A moça se abaixou de frente pra mim, e ela tinha o olho vermelho que nem a menina do espelho no meu banheiro. - O seu pai não sabia que agente pode tomar sangue também.

- Pode?

- Se não pudesse, o sangue não teria gosto bom, não acha?

Eu fiz com a cabeça. - Eu quero mais sangue, moça.

Ela passou a mão na minha cabeça. - Meu nome é Cloe. E se você quiser, eu posso te ajudar a pegar mais sangue - ela se levantou e estendeu a mão para mim.

- Mas a mamãe não vai brigar de eu sair desse jeito?

Cloe sorriu. Ela era muito bonita mesmo. - Eu já conversei com eles, Sara, antes de eles irem dormir.

Aceitei a mão dela e ela me levou para longe. Eu queria mais sangue por que era gostoso e eu estava com muita sede.

[Jane]

Me aproximei do mestre, a quem eu tanto idolatrava. Não sabia como dar-lhe aquela notícia, que eu sempre temi em saber. - Senhor, fui informada de que crianças estão sendo transformadas - minha voz estava até um pouco falha.

- Onde? - ele se levantou parecendo muito exaltado.

- Em Barstow, no Texas, senhor.

Ele se sentou novamente, pensando. - Porque eles tinham que escolher um lugar tão ensolarado? Claro, não se importam com isso, não se importam com nada. Teremos que fazer isso rápido e sem chamar muita atenção. Não podemos deixar que ocorra tudo de novo, não é?

- Absolutamente não, senhor.

Ele me olhou serenamente, certo do que deveríamos fazer. - Chame o resto da guarda para mim, Jane. Por favor.

Eu assenti e me retirei. Aquela iria ser a primeira caça a crianças imortais que presenciaria e que também faria parte. Mas nós não podíamos permitir a existência de uma ameaça tão grande. As crianças não ficariam satisfeitas, elas continuariam matando e chamando atenção para a nossa espécie.

Deste modo não iria demorar para que os humanos tomassem conhecimento de que existíamos e ficariam curiosos como só eles. Eu era uma Volturi, e fazia parte da minha obrigação impedir que aquilo ocorresse. Nós seríamos protegidos a qualquer custo.

Esta fic é uma das finalistas do Concurso "Doces Ou Travessuras?".

2 comentários:

Bebetty_rp disse...

nossa as crianças transformadas deviam parecer pequenos demonios vestidos de ajos!

Mari disse...

amei esse fic crianças imortais
amei amei amei  esse fic é com certeza 100

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