De Repente... Religiosa - Capítulo 02: De Repente... Starbucks

"Estou bem! Estou bem!" Disse me levantando e querendo garantir o mínimo de dignidade que eu tinha – praticamente nulo, mas mesmo assim não era algo para se jogar fora.

"Hei, você poderia ver mais por onde você anda Bella!" Ouvi uma voz conhecida me falar. Olhei para cima e avistei Emmet. Ele era vamos dizer "affair" de Lauren e trabalhava na sessão econômica do jornal. Ele era muito bonito e musculoso, e ao contrário de Lauren não me tratava como se eu fosse um lixo. – por mais que fosse assim que eu me sentisse.

"Oh Emmet! Eu vou morrer!" Disse chorando horrores. Abracei-o forte enquanto ele dava risadinhas secas. – como eu odiava isso – mas era Emmet e não Lauren.

"Ok, Bella. O que foi agora? Desse jeito que você está chorando você vai ficar desidratada em poucos segundos!" Ele brincou.

"Pára com isso. É sério." Disse ficando com raiva – mais raiva ainda. "Emmet eu tenho que sair daqui, se você não pode me ajudar, dá licença." Eu disse controlando um soluço e falando que nem uma criança de dois anos que ainda não aprendeu a andar.

"Ok." Ele disse se levantando as mãos em rendição. "Mas você está um caco, colega. Você tem certeza que vai acertar o botão do elevador?"

Rolei meus olhos para ele. Será que ele não via o meu estado emocional no momento? Ele tinha que ficar brincando comigo. Talvez ele não se importasse em entrar na minha lista negra de colegas de trabalho. Talvez eu devesse incluí-lo mesmo.

"Ahh... Garota, eu só estou brincando. O que fizeram agora com você?" Ele disse passando os braços em volta dos meus ombros. Agora eu realmente me sentia como uma criança de no máximo cinco anos.

Retiro o que eu disse. Eu gostava de Emmet, algumas vezes assim, quando ele não brincava com minha cara.

"Bella! Por que está aqui? Acredita que eu não encontrei o..." Rose parou de falar assim que viu Emmet ao meu lado. Ela havia acabado de sair do elevador com um copo de cappuccino e eu tinha certeza de que ele iria cair á qualquer momento se ela continuasse petrificada do jeito que ela estava olhando para Emmet.

"Oi Rose!" Emmet disse sorrindo mostrando suas covinhas. "Belo dia não?"

"É... Hum... Ó - Ótimo dia." Ela gaguejou. Rolei meus olhos para aquela cena. Ela olhou para mim com um olhar mortífero do tipo "eu estava na cafeteria até agora, e você aqui com ele".

"Bem, Bella" Ele disse voltando-se para mim. "Eu acho que você precisa curar essa sua deprê! Depois temos que marcar um encontro de vários amigos para distrair o que acha?"

"Não sei..." Disse incerta.

"Bem, você que sabe. Não sendo nenhum horário como amanhã eu estarei livre. Vou conversar com um padre sobre casamento!"

"Casamento"? Rose quase morreu ali do lado.

"Sim." Ele disse mostrando suas covinhas novamente.

"Seu?" Rose perguntou cética. Dele? Será que ele casaria com Lauren? Eu tinha que alertá-lo e...

"Não! Pelo amor de Deus, não! Sou muito jovem!" Ele brincou. "Tenho que acertar os últimos detalhes das bodas de meus pais. É hoje, vocês não se lembram? Vocês estão convidadas"

"Ok. E dê parabéns para seus pais" Acrescentei.

"Bem, agora eu tenho que ir. Rose será que você poderia fazer companhia para Bella?" Emmet perguntou com seu jeito jovial.

"Cl-claro." Ela gaguejou de novo. Eu sabia exatamente o pensamento que ela estava tendo no momento. Algo como "sua idiota, besta, para de gaguejar para ele".

"Bells, fique bem ok? Vou ali falar com Lauren." Ele piscou para nós duas e saiu lindo como sempre.

Quando ele não podia mais ouvir a gente, Rose quase me bateu com o potinho do cappuccino.

"Bella, que amiga você é, ele estava aqui com você, e eu lá... Nossa, que consideração..." Ela continuou a fazer um discurso de não sei quantas horas, até que finalmente eu consegui lembrar por que eu estava na frente do elevador.

"Rose, dá para você ficar quieta? Eu estou no meu momento deprê!"

"E você acha que eu não estou...?" Ela disse me dando um olhar mortífero. "Emmet acabou de sair daqui e eu fiquei gaguejando na frente dele! E além do que eu quase tive um surto achando que o casamento era dele".

"Tá, vai ficar aí, tchau!" Disse entrando no elevador e deixando ela embasbacada olhando para mim. Antes que eu apertasse o botão olhei para ela inquisitivamente.

"Ok, Ok. Vou entrar com você. Mas aposto que meu momento deprê é pior que o seu. O que poderia ser pior do que gaguejar na frente do cara de seus sonhos que namora com sua chefe?"

Ela entrou no elevador parecendo que o mundo ia cair. Assim que a porta se fechou, eu comecei a chorar tudo que era já para eu ter chorado.

"Por que você está chorando Bella? Ai que linda. É por mim." Rose disse me abraçando e começando a chorar também. "Bella, eu não sabia que você era tão sensível assim com os sentimentos dos outros. Você é tão amiga!" fiquei chorando cada vez mais, até Rose ficar impaciente. "Ok, Bella. Já deu sua prova de amizade, não precisa chorar tanto assim, nem eu estou mais chorando!"

"Eu não sei por que estou chorando, Rose..." Disse fungando. "Só sei que segundo manda o roteiro eu tenho que chorar..."

"Que roteiro?"

"Não é assim que a gente faz quando descobre que o namorado te traiu?"

"O QUÊ? Mike te traiu? Bella eu te disse para sair dessa. Mas me diga que foi com Lauren, assim Emmet larga ela, e aí..."

"Não." Funguei mais uma vez. "Ele me traiu com todas as garotas solteiras de Nova York."

"Owwwn, colega" Rose disse parecendo uma especialista, médica, psicóloga ou qualquer coisa do tipo. "Para isso só chorar não serve. Vem, segundo o roteiro, nós temos que ir para o bar."

"Eu acho que nunca bebi na minha vida." Disse já sentindo a queimação na minha garganta que parecia que ia para o pulmão, pro útero até o dedinho do pé.

"Bem-Vinda ao mundo das bebidas na hora do almoço!" Rose disse sorrindo. Mas apesar disso ela não estava bebendo.

"Lauren vai matar a gente quando perceber que não estamos lá..."

"Que se dane." Ela disse sorrindo. Olhei torto para ela.

"Ok, Ok. Eu sei que você não gosta quando fala "essas" palavras. Mas você tem que se acostumar. Você anda muito inocente ultimamente."

"Não estou não. Só não gosto disso. Qual é o problema com o inglês correto?"

"Se você quiser, eu uso meu inglês "craro"."

"Não obrigada." Respondi bebendo mais uma dose de uma bebida meio verde, meio azul... Na verdade quase não tinha cor. "Você não sabe quem me ligou hoje!"

"Quem? O homem do banco cobrando contas atrasadas?"

"Não" Revirei meus olhos. "O Padre Edward Cullen"

"O quê?" Ela engasgou. "Por que ele te ligou?"

"Para encomendar uma notícia, mas acabou que no final não deu em nada. E a propósito eu já vou tirar aquela música ridícula que você colocou no meu telefone!"

"Credo, Bella... Eu fiquei sabendo que esse padre é muito famoso. E as missas dele lotam! Dizem que ele é lindo!"

"Lindo? Um Padre?" Ri irônica. "Em que mundo você vive?"

"Certo, não vamos falar sobre isso. Mas qualquer dia pode ir á uma missa dele"

"Para quê? Poupe-me! Você sabe que eu não acredito em religião e nem nada envolvido!"

"Ok, Ok. Então voltando ao assunto da Lauren, eu já estou de saco cheio dela pelas coisas que ela faz com você e principalmente por ela ser "affair" do Emmet. Ah, acorda né... Ele é tão bonito, tão perfeito, tão legal, não merece uma mocréia como ela."

Olhei feio para ela de novo, mas ela me ignorou.

Continuei bebendo aquele negócio transparente novamente. Fiquei contando para Rose sobre a notícia de jornal, das pessoas rindo, e da maneira mais dolorosa que eu acharia para me matar daqui a pouco.

"Eu acho que você deveria ir lá, e dizer para ele que ele não te merece e que é para ele catar coquinho!" Rose disse sorrindo. "Eu adoraria uma oportunidade dessas, claro, tirando a ressaca, e o mal humor... Eu sempre quis dar a volta por cima na relação."

"Aah... Eu nem quero me encontrar com ele, ou ver a sombra dele e os "Garanhões da Cidade". Ic... Eu não quero ver mais aqueles olhos azuis profundos, aquela bunda... E aquela barriguinha..."

"Ei! Você quer esquecer ele ou não?" Rose me advertiu. "E olha, por experiência própria, lembrar dos "atributos" físicos de um ex não é uma boa maneira de esquecê-lo."

"Mas nem meu ex é."

"Então você trate de resolver logo isso..."

"Não sei Rose... Ic... Acho que minha cabeça tá rodando..." Mas mesmo assim bebi mais da bebida transparente. "Acho que bebi demais..." Bebi mais um gole.

"Você nem está bêbada, Bella." Ela revirou os olhos. "Ei, quando chegarmos ao escritório, eu vou falar que adiantamos o almoço, vamos ter que chegar mais cedo por causa disso."

"Eu fiquei de ligar para minha mãe... Ic..." Disse sentindo minha cabeça rodar. A sensação era tão boa... Eu beberia mais vezes.

O celular de Rose tocou e ela quase deu um pulo da cadeira. Ela começou a tentar falar, mas parecia que a voz não saía. Peguei o celular das mãos dela e vi a foto de Emmet abraçado com Rose e atrás um monte de velas e uma cama. Rose era super adepta ao photoshop.

"Se você não atender logo, você vai perder a oportunidade... Ic... E vai se lamuriar para sempre!" Disse á ela. Assim que ouviu o que eu disse ela respirou fundo e atendeu o celular.

"Oi Emmet! Aham... Claro. Estou com ela sim..." Ela piscou para mim e distanciou um pouco, me deixando sozinha em meu estágio adiantado de embriaguez.

"Garçom!" Gritei para o barman que estava ali. "Me vê mais uma dose dessa bebida aqui!" Um homem veio e me olhou como se fosse doida.

"Com gás ou sem gás?"

"Existe essa pergunta para bebidas?" disse percebendo que ficaria em coma alcoólatra á qualquer momento. Eu acho que eu sairia dali direto para uma reunião no AA.

"Não. Mas para água sim... Quer sem gás de novo?"

"Bella, você pensou mesmo que você está bebendo um Martini, uísque, vodca ou qualquer coisa do tipo? Você acha que eu sou que tipo de amiga?" Ela disse enquanto voltávamos para nossa sessão no jornal.

"Rose, o negócio desceu ardendo, eu me senti bêbada, eu..."

"Sim. Tanto que continua bêbada até agora né?" ela ironizou. "Bella, isso é uma técnica para curar depressão pós parto. Mas que eu estou usando com você. Aprendi com os caras da redação. Você engana a pessoa levando para o bar e pedindo água, dependendo do estado da pessoa ela acredita mesmo que seja uma bebida! Funciona mais ou menos como se fosse tivesse ficado embriagada, mas não tá. Não é legal?"

"Não." rolei meus olhos. "Você me enganou! Mas me diga o nome dessa técnica para eu usar com você qualquer hora dessas..."

Ela sorriu largamente, na verdade ela não parava de sorrir desde que desligou o telefonema de Emmet. "Bem, não tem tecnicamente um nome, mas acho que posso chamar de Bella's technique!"

Revirei meus olhos. "E o que Emmet queria no telefone?"

"Ah... Pensei que você não fosse me perguntar!" Ela disse pulando de felicidade. "Ok, que a gente não falou de nós, mas a gente conversou! E isso é maravilhoso! Eu não sabia que ele tinha o meu número, não é demais? Ele ficou perguntando de você, como você estava ele está preocupado, e eu respondi."

"Usando seu charme..."

"Ai amiga. Eu me surpreendo com a capacidade que você tem de me compreender!"

"Onde vocês estavam?" Lauren gritou assim que botamos o pé para fora do elevador. "Isabella eu já não disse que aqui tem regras e horários?"

"Nós fomos para um almoço adiantado, Lauren." Rose respondeu por mim. Ela era a única que tinha uma verdadeira coragem para fazer isso. E por mais que ela esteja se mostrando simpática no momento, eu sabia que ela ardia por dentro.

"E por acaso o trabalho de vocês está adiantado?"

"Está." Só que dessa vez eu que respondi, porque Rose estava petrificada olhando para a figura atrás de Lauren.

"Ei Lau, não fique assim... Deixe as meninas..." Emmet disse fazendo uma pequena massagem no ombro dela. Ela virou e deu um sorriso para ele, se derretendo. Ele deu um selinho nela, e senti Rose desfalecer ao meu lado.

"Deixo tudo o que você quiser, Em..." Ela disse derretida. Uma ótima oportunidade para sairmos do campo de batalha. Puxei Rose que estava petrificada e fui em direção á minha mesa.

"Você ouviu Bella? ' Em?' Só eu que posso chamá-lo assim! Ah que vontade de ir lá, e..."

"Calma Rose. Você quer ir á um bar?" Disse irônica.

"Acho que vou pegar mais um café, só isso." Ela disse se sentando emburrada em sua mesa.

"E eu tirar essa música que você colocou no MEU telefone" Falei aborrecida. "Você sabe que eu não gosto disso".

"Que é Bella?" Ela disse irônica. "Eu não coloquei nenhuma música no SEU telefone".

"Certo, eu acredito..." rolei meus olhos.

Sentei na minha mesa e vi alguns colegas de trabalho passando por mim rindo e indo para o almoço. Eu sabia muito bem do que eles estavam rindo – na verdade eles nem se davam ao trabalho de disfarçar isso.

Peguei o telefone e disquei para minha mãe.

"Mãããe!" gritei assim que ouvi sua voz.

"Filhinha. Isso são horas de ligar?"

"Desculpe, mas eu sempre te ligo esse horário..."

"Sim, mas você sabe que dia é hoje?"

"Não... Hmmm... Sexta?"

"Isso mesmo, sexta! Você não lembra que dia que é hoje para eu e seu pai?"

"Certo. Acho que não quero saber. Ligo-te mais tarde."

"Ok, filhinha... Ei, calma mocinho... Uh..."

"Mãe... Eu estou aqui ainda."

"Ah claro, eu sabia. Tchau Bella!" Ela desligou. Acho que eu teria que ir ao banheiro, eu estava meio enjoada com esse telefonema.

"Bella eu já estou indo para casa, você não quer uma carona?" Rose perguntou ajeitando sua bolsa no seu ombro.

"Não..." Bocejei. "Vou ficar mais um pouco..."

"Ah amiga, você está um caco. Você não pode ficar se remoendo por causa de Mike. Ele é um cachorro, safado e sem vergonha, e você não merece ficar sofrendo por causa dele." Ela disse passando uma mecha para trás da minha orelha.

"Obrigada Rose, mas eu vou ficar aqui seguindo o roteiro das solteironas chutadas."

"Ok." Ela disse. "Hoje é sexta e você fica aí nessa cadeira enquanto todos estão se divertindo. Eu vou pegar uma carona com Emmet hoje..." Ela disse sorrindo largamente. "Quer dizer junto com Lauren e outro amigo dele no carro, mas mesmo assim é com ele!"

"Estou feliz por você, Rose..."

"Bem, quando você concluir que já chega essa depressão pós chute na bunda, me liga, ok?"

"Ok." Disse suspirando. Rose mandou-me um beijo e saiu da redação me deixando sozinha no andar.

Fiquei ali petrificada um longo tempo até pegar minha bolsa e decidir ir para meu apartamento.

"Boa noite senhorita Bella. Vai sair hoje?" O porteiro do prédio, o senhor Wars falou sorridente como sempre.

"Não guerra, vou ficar em casa. Estou curtindo uma ressaca..."

"Hmm... Andou bebendo?"

"Aham. Chama "A técnica de Bella"

"Nunca ouvi falar desse coquetel..."

"Tenho certeza que sim." Disse e subi até o apartamento pelo elevador.

Tomei um banho bem frio para tirar aquela casca de tristeza, e vesti todos os moletons que eu tinha. Eu parecia uma bola de neve com uma cereja na ponta, mas eu pouco me importava. Desliguei o aquecedor, e me aconcheguei-nos vários edredons das meninas super poderosas.

E todos os meus sonhos foram perturbados por garanhões da cidade.

"Acorde, hoje o seu dia está... Ensolarado. Você que é nova-iorquina levante dessa cama, e vá curtir os últimos dias de sol. Isso foi para você mesmo, senhorita Bella, que tenho certeza que está dormindo e não pretende aguardar nas próximas doze horas"

"Inferno!" Gritei contra meu travesseiro. Rose impregnava minha vida não era possível. Ela havia programado uma mensagem de voz no meu celular para me acordar nesse horário todos os dias. A questão era que hoje era Sábado, e dia de dormir!

O telefone do meu apartamento começou a tocar e esse ainda bem, não trazia nenhuma música da origem religiosa.

"Alô!"

"Bella!" Ouvi a voz de Rose do outro lado da linha.

"Hei, eu estou dormindo. Me respeite?"

"Tenho certeza de que você não vai continuar mais á dormir, a menos que você jogue seu celular pela janela. O que eu acho que você não vai fazer".

"Não mesmo" rolei meus olhos. "Por mais que eu esteja tentada... Mas crise mundial."

"Isso! Ah Bella, eu preciso contar! Uma coisa boa e uma coisa ruim"

"Conte. Não tenho alternativa mesmo".

"Ok, certo. Ontem eu fui de carona no carro de Emmet, e você acredita que nós passamos a viagem inteira conversando?"

"Own. Isso é a coisa boa. E a ruim?"

"Lauren estava no carro."

"Vixi." Disse sentindo pena da minha amiga. "Agora você vai se tornar uma Bella dois no departamento. Se prepare para a pilha de trabalho".

"Quer saber, eu não estou nem aí" Ela disse simplesmente. "Então já está pronta"?

"Para?"

"Bella, você esquece tudo não é mesmo?"

"Sim, esquecer do que...?"

"Hoje é o primeiro dia, cura ressaca pós chute na bunda!"

"Eu não levei um chute na bunda"

"Certo, um empurrãozinho. Tanto faz. Se vista estou aí em cinco minutos".

Rose era alguém muito excêntrica para meu gosto. Eu tinha medo de conhecer mais pessoas como ela.

Cinco minutos depois ela realmente estava batendo na porta do meu apartamento. Vesti qualquer coisa, algo como um moletom bem folgado, e uma camiseta de propaganda.

"Jesus" Ela disse assim que abri a porta.

"Não, é Bella mesmo"

"Bella, aonde você vai assim?"

"Ficar em casa?"

"Não você vai sair comigo. Vamos vista algum vestido ou saia"

Fui forçada á vestir um vestido rosa que apertava na cintura com um cinto preto.

"Rose" Disse com lágrimas nos olhos. "Esse vestido foi Mike que me deu"

"Se você quiser você pode trocar..." Ela disse compreensiva.

"Não!" Concertei. "Quer dizer, bem não faz mal algum..."

"Certo, então vamos"

Rose me levou até seu carro esporte e saímos pelas ruas de NYC.

"Rose sabe o que eu estava pensando?"

"Hmmm... No seu próximo editorial? Ou na forma que seu cabelo ficaria mais bonito?"

"Na verdade, que talvez Mike não tenha feito aquilo por mal. Ou mesmo, ele não faça parte daquilo! Aliás, quantos Mike's Newtons existem na cidade?"

"Pelo que eu saiba somente aquele Mike" Ela olhou feio para mim. "Se você estragar o dia falando de Mike! Eu juro que te mato, Bella"

Chegamos ao Starbucks e antes que saíssemos do carro, Rose me deu um par de óculos escuros que tampavam metade da cara.

"Para que isso?"

"Você verá" Ela respondeu simplesmente.

"Ou não" Respondi para mim mesma. Os óculos eram verdadeiramente muito escuros.

Entramos no café e Rose me puxou até uma mesa dentro da área coberta. Franzi meu rosto para ela.

"Posso saber o que estamos fazendo aqui?"

"Tomando café da manhã como qualquer cidadão normal" Ela respondeu.

"Você está me escondendo alguma coisa"

"E por que você acharia isso?"

Rolei meus olhos. Pedimos um cappuccino com algumas torradas para acompanhar. E logo depois de cinco segundos que eu coloquei a torrada na boca, eu vi o motivo para estarmos ali.

"Não acredito Rose que você me trouxe para ficar vendo o Emmet!" Gritei exasperada.

"Hei, quer chamar a atenção mesmo, hã?" Ela respondeu ajustando seus óculos escuros.

"Ele está sozinho, porque você não vai conversar com ele e deixa-me ir para casa seguir o roteiro?"

"Por que vai ser muito suspeito. Olhe só. Eu e minha amiga estamos tomando café da manhã nos Starbucks distraidamente, até que... ahá! Emmet chega sem que nós soubéssemos disso! Que coincidência!"

Rolei meus olhos. "E como você soube que ele viria aqui?"

"Ele sempre vem aqui" Ela sorriu. "Pelo menos foi isso o que eu fiquei sabendo ontem no carro com ele" Ela piscou.

Quis me afundar em algum lugar. Realmente eu não merecia ficar ali usando óculos escuros esperando que minha amiga armasse planos diabólicos em que conseguisse dizer um simples "bom-dia" para seu amor.

"Ei quem será aquele ali que acabou de chegar?" Rose apontou para um homem alto, de corpo bem definido, e cabelos bagunçados cor de bronze. Ele se sentou ao lado de Emmet e eles se abraçaram como dois velhos amigos.

"Ele é muito bonito..." Disse o analisando.

"Bella!" Ela exclamou loucamente. "Você se interessou por alguém que não seja o Mike!"

"Hei, mocinha!" Me defendi. "Não me interessei por ele, simplesmente o achei bonito"

"O que dá no mesmo" Ela disse os observando por cima de seu canudinho. "Talvez eu possa ficar com Emmet, e você possa conversar com ele"

"Nem pensar" Abanei minhas mãos. "Eu ainda vou tirar a história a limpo com Mike. Quanto mais eu penso, mas eu acho que não era ele"

"Bella, existem três tipos de pessoas. As que não sabem contar, e as que são burras! Por favor, seja as que não sabem contar!" Ela disse com um sorriso.

"Pára sua boba" Bati de leve no ombro dela. "Ei, Emmet não disse que iria se encontrar com um padre para tratar das bodas dos pais? Será que ele ainda não chegou?"

Rose foi abrindo a boca devagarzinho, até ficar com ela totalmente aberta. O canudinho foi caindo de suas mãos lentamente. Peguei-o quando caiu no chão e estralei meus dedos na frente de seu rosto.

"Terra para Rose"

"Bella..."

"O que foi? Por que você ficou assim de repente?"

"Bella... Acho que você não vai poder conversar com ele"

"Eu não pretendia. Mas por quê?" Perguntei olhando na direção deles e não constatando nenhuma garota ou mulher por perto.

"Porque eu acho que o amigo de Emmet, o padre..." Ela engoliu em seco. "É ele..."

Eu comecei a rir descontroladamente da cara dela. Aquele homem lindo? Padre?

"Rose até parece que você não conhece padres! São todos barbudos, feios, velhos, barrigudos, que carregam uma bíblia por baixo do braço, um terço nas mãos e aquela boininha na cabeça. E não esse homem"

"Bella," Ela me olhou cética. "Acho que você misturou todas as religiões aí, ninguém anda com todas essas suas descrições"

"Rose, mas pelo menos nenhum padre é bonito que nem ele! Olhe para ele, parece mais um modelo do que um padre!" Disse. "Padres são padres porque não encontram mulheres! Mas esse pode ter a que quiser!"

"Bella, tem vezes que me surpreendo com a capacidade que você tem de pensar tão mal assim sobre religião. Não é algo do outro mundo como você diz"

"Quem vê, pensa que você é uma pessoa religiosa..."

"Talvez eu não seja uma praticante," Ela se defendeu. "Mas respeito e não critico da maneira que você faz!"

"Eu só digo a verdade" Repliquei emburrada cruzando os braços de encontro ao meu peito.

Pr. Edward Cullen

"Edward, aonde você vai?" Minha irmã petulante Alice me chamou no corredor da casa paroquial.

"Vou encontrar um amigo na Starbucks"

"Quem?"

"Alice..." Me voltei para ela com uma sobrancelha arqueada. "Você tem certeza que está me questionando sobre aonde eu devo ou não devo ir, com quem eu ando ou deixo de andar?"

"Não, mas..."

"Você quer ir junto, é isso?"

"Não." Ela virou as costas. "Só queria saber... Você não volta tarde não é? Tem as confissões hoje depois da missa da noite".

"Alice, eu não estou indo para a guerra, ou dormir fora. Como se eu fizesse isso!" Tentei arrumar meus cabelos no espelho, mas não consegui nenhum resultado plausível. "Estarei aqui até a hora do almoço comunitário"

Saí da casa paroquial e aspirei os primeiros raios matinais. Aspirei fundo e agradeci por mais um dia maravilhoso.

Arrumei a gola da camisa enquanto andava pelas ruas e ia em direção ao meu carro que se localizava na frente da catedral de St. Patrick's.

Uma recomendação que era feita para todos os padres eram usar uma pala branca na gola das camisas, porém eu não usava. Além de ser desconfortável, eu acreditava que para ser padre você não precisa mostrar as pessoas, e sim agir como um.

Lembrei da pequena conversa com Alice. Minha irmã caçula. Desde quando ela viera morar na casa paroquial ao invés de morar na casa dos meus pais, os dias ficaram mais bonitos, e claro, petulantes.

"Bom-dia padre" Uma senhora idosa me cumprimentou carregando uma cesta com várias frutas.

"Bom dia senhora Lucas. Deixe-me ajudá-la" Peguei as sacolas de suas mãos.

"Oh, não precisa! Eu faço isso!"

"Mas que é isso" repliquei. "Deixe-me ajudá-la"

"Se não há outro jeito..." Ela disse com um sorriso travesso enquanto eu a acompanhava até sua casa que era vizinha da catedral.

"Então padre, ouvi sua música nova no rádio. Tão bonita"

"Obrigado" Eu disse com um sorriso. "Vou cantá-la na missa hoje á noite."

"Eu estarei lá" Ela disse. "E depois tem a confissão"

"Isso mesmo" Chegamos á frente da casa dela. "Bem, um bom dia para a senhora e até a missa"

Até eu chegar ao carro várias pessoas me reconheceram e me cumprimentaram. O produtor do meu disco disse que eu deveria investir mais em minha imagem, para atrair mais o público. Porém eu não me importava com isso. Minhas músicas tinham que atrair pela sua essência, não pela face de seu cantor.

Antes que entrasse no carro um grupinho de estudantes soltaram risadinhas enquanto olhavam para mim, revirei meus olhos e entrei no carro.

Quando cheguei a Starbucks logo encontrei á grande figura de Emmet se destacando na multidão de mesas e cabeças.

"Emmet, o grande" Disparei assim que cheguei perto dele.

"Ah, se não é o nosso querido e famoso padre Edward Cullen" Ele sorriu e me abraçou firmemente. Conhecia Emmet há muito tempo desde á época de colégio. Ele fora o primeiro a quem eu dissera que estava pensando em seguir á vida sacerdotal.

"Quanto tempo, hã?" Disse me sentando na cadeira e puxando o cardápio para perto.

"Pois é. Mas você continua o mesmo. E atrasado!"

"Oh, não fale isso". Escondi-me atrás do cardápio de brincadeira. "Por uma boa causa garanto"

"Hmm... Como atender ás súplicas de alguém, dar dinheiro aos pobres...?"

"Não. Ajudar uma simpática senhora á carregar sua cesta de frutas"

"Oh, que lindo" Ele disse sarcasticamente. "Você realmente ingressou nessa vida, hã? E eu que pensei que você estava brincando comigo naquele dia"

"Eu nunca brincaria sobre isso" Disse firmemente.

"É eu sei, foi quando eu cheguei á essa conclusão que eu comecei a me apavorar..."

"Não fale isso. Eu estou feliz com essa vida"

"E Alice?" Ele perguntou enquanto chamava a garçonete. "Ouvi que ela se mudou para a casa paroquial"

"Sim..." Dei uma última olhada no cardápio e anotei o pedido mentalmente. "Ela quer ficar mais próxima ao lado religioso"

"Para se tornar uma freira supõe"

"Sim."

"Oh, família! Sua mãe deve estar orgulhosa"

"Na verdade, ela se decepciona porque ela quer ter netos, assim como ela quer que nós sigamos aquilo que queremos"

"É, é um difícil papel" A garçonete chegou e eu pedi alguns brownies recheados com passas de uva, e um copo de chocolate quente com canela. Emmet pediu a mesma coisa, só que no dobro da quantidade.

"Não quer mais nada de mim?" A garçonete perguntou enquanto mordia os lábios.

"Talvez sua alma..." Emmet disse baixinho para que só eu ouvisse.

"Não, obrigado." A garçonete fez uma cara triste e voltou para o seu balcão.

"Edward, você vê o que você está perdendo não vê?"

"Vejo somente que os antigos hábitos foram perdidos" Respondi simplesmente. "Além do mais eu estou comprometido"

"Com quem?"

"Com Deus, Emmet. Com Deus"

"Olha eu não sou gay e nem nada, mas eu acho que se algumas mulheres ouvissem você dizer isso, bem você não sairia vivo daqui"

"Ora, cala a boca"

Depois da nossa pequena discussão, eu e Emmet acertamos os últimos detalhes das bodas dos pais dele que seria hoje antes da missa comunitária.

Depois que comemos todo nosso café da manhã eu já me sentia satisfeito.

"Ah... Lembrei-me!" Emmet disse de repente enquanto limpava a boca com um guardanapo. "Você não ia mandar escrever um artigo sobre falta de religiosidade entre a população consumista ou coisa do tipo?"

"Ah... Isso ia sim"

"E por que "ia sim"?"

"Bem, eu liguei ontem para seu jornal para falar com alguém do editorial. Só que parecia que a editora não estava muito bem e eu acabei conversando com ela. E acabei esquecendo o artigo"

"Claro, você sempre ajudando as pessoas"

"Ela parecia perturbada" Disse me recordando da conversa estranha ao telefone.

"Por acaso se chamava Bella?" Ele perguntou de repente.

"Sim" Estava surpreso. "Você a conhece?"

"Ela trabalha em outro setor do meu jornal, mas eu e ela somos colegas"

"E como você soube logo de cara que se tratava dela?"

"Bem, ela descobriu que o namorado dela a traiu. E se não fosse só por isso, mas ele fazia parte de uma espécie de seita em que ficava com todas as mulheres que via pela frente..."

"Ela comentou, ela até chegou a perguntar se eu fazia parte disso" Eu ri e Emmet também. "Eu respondi, não, definitivamente"

"Ela estava muito abalada... Mas foi o melhor, todo mundo enxergava que ele não era para ela, menos ela. Até que resolveram publicar no editorial, que foi a única maneira para ela descobrir"

"Ela é meio concentrada demais nessas coisas?"

"Sim, se você coloca no jornal. Ela acredita"

"Ela parece ser interessante"

"E bonita, mas bem, você não pode ficar sabendo dos detalhes sórdidos"

"Emmet..." revirei meus olhos. "Talvez com o artigo eu possa ajudá-la..."

"Nem vem" Ele respondeu sorrindo.

"E por que isso?"

"Bella odeia religiões. Tudo que tenha ligado á isso, ou seja, até padres, ela odeia."

"Ela comentou, mas não acho que seja tão grande assim..."

"Bem, não sei... Mas eu não me meteria com isso se fosse você."

"É, se as pessoas não querem ser ajudadas, não há nada do que possamos fazer"

Bella

"Eu faço uma aposta com você de que ele não é padre"

Rose revirou os olhos. Estávamos ali há quase vinte minutos tentando decidir se ele era padre ou não. Confesso que estava começando a me preocupar, pois o tal padre não chegava, e bem se fosse aquele homem, bem... Seria um grande desperdício. Não que eu notasse, logicamente.

"E por que ele não seria? Por ser bonito? Quer dizer que alguém bonito não pode ser padre?"

"Não foi isso o que eu quis dizer, mas..."

"Mas nada"

"O que você apostaria?"

"Bella," Ela revirou os olhos. "Eu aposto com você. Mas fique sabendo que eu soube que muitas pessoas dizem por aí que aquele padre novo da catedral St. Patrick's é jovem e muito bonito!"

"Para um padre pode ser. Jovem com cinqüenta anos, talvez"

"Você é impossível"

"Realista" Corrigi.

"Ok, mas estamos aqui discutindo, e eu nem sequer fiz Emmet me notar" Ela raivou nervosa.

"Que tal ir até lá, e dizer simplesmente "Em, que coincidência você por aqui"?

"Não,..." Ela suspirou. "Tem que ser algo mais perfeito"

"Ah Rose, realmente me desculpe, mas... Eu realmente quero ir para casa e terminar meu dia de sono" Peguei minha bolsa e me levantei, eu estava disposta á sair dali

"Não!"

"Tchau Rose" Disse e saí da cafeteria ignorando Rose que gritava por mim. Eu realmente queria terminar meu dia de sono.

Pr. Edward

"Ei, Ed, olha a Bella lá!" Emmet gritou e apontou para uma mulher que saia toda raivosa da cafeteira e pedia um taxi.

"Parece que ela está nervosa hoje" Comentei.

"É, me surpreende ela estar aqui á essa hora da manhã. Pelo que eu a conheço ela deveria estar comendo brigadeiro na frente da TV assistindo Ghost!"

"Credo..."

"Ei, olha quem está lá..." Ele olhou para alguém atrás de mim. "Ei Rose"

Uma mulher loira com curvas bem pronunciadas se aproximou de nós, tímida.

"Ei Em" Pelo jeito que ela falou com ele e seu olhar já deu para ver que ela estava apaixonada por ele. E pelo jeito que Emmet á tratou também já dava para ver que ele não notara isso.

"Rose, esse é Edward Cullen, meu amigo de longas datas"

"Prazer" Ela disse.

"O prazer é meu. Senta-se conosco? Parece que sua companhia acabou de ir embora."

"É..." Ela disse sentando-se na cadeira que Emmet havia afastado. "Ela estava um pouco... Hm... Nervosa"

"Deu para perceber" Ri.

"Bem, Rose, se lembra que hoje é as bodas de meus pais, não é? Você e Bella vão?"

"Eu com certeza!" Ela disse prontamente. "Agora não sei Bella..." Ela olhou insegura para mim.

"É a história que ela odeia igreja?"

"Ela não odeia, vamos dizer que ela não se familiariza!"

Nós rimos. "Bem, isso é um problema. Mas ela não vai entrar lá e ser forçada á seguir algo que ela não queira"

"É, eu acho que ela acha que é isso que acontece..." Emmet completou. "Mas pode dizer á ela que eu ficarei profundamente ressentido se ela não for, e claro meus pais".

"Bem, se isso não a convencer, não sei o que mais" Rose suspirou. "Bem, eu tenho que ir, vou tentar convencê-la, prometo"

"Até mais, Rose" respondemos em uníssono. Depois que ela se foi eu olhei para Emmet com a sobrancelha arqueada.

"Você é burro ou o quê, Emmet?"

"Hmmm? Do que você está falando?"

Eu somente ri. "Nada, nada"

Bella

Assim que saí das Starbucks recebi uma mensagem de Mike.

"Você não me acordou hoje, o que aconteceu?"

Ah, eu sabia que todos estavam errados! Ele era tão perfeito. Como que ele poderia fazer algo como participar dos "Garanhões da Cidade"?

Mandei uma mensagem de volta.

"Eu nem me acordei ainda, amor..."

Depois disso ele não respondeu mais. Peguei o pedaço do editorial que eu havia arrancado do jornal e trazia sempre no meu bolso e olhei atentamente os nomes.

"Você deveria conferir, Bella..." A voz na consciência dizia. "Você pode ver isso para outras pessoas também."

Ok. Decidi-me á fazer isso.

Fui até a delegacia mais próxima, e pedi para falar com o delegado.

"Por favor, eu posso saber quantos Mike Newton existem em NYC?" Perguntei.

"Para?"

"É... Uma pesquisa de campo." Eu mostrei meu crachá do jornal para ele. Ele assentiu. Depois de dez minutos olhando os catálogos, ele me entregou três papeizinhos.

"Existem três na cidade. Aqui estão os endereços"

Saí da delegacia com o coração e a esperança na mão. Tinham três Mike's Newton na cidade! Um deles seria o tal garanhão, não propriamente o MEU namorado.

O meu celular começou a tocar e para minha infelicidade vi que Rose também mudara o toque dele para a mesma música religiosa do padre Edward Cullen! Maldita hora que eu deixei minha bolsa com ela e fui ao banheiro!

"Rose... Já te disse para não trocar meus toques" Já disse com raiva.

"Ei Bella, se acalme" Ela disse do outro lado da linha. "Onde você está?"

"Saindo da delegacia"

"Oh, o que você fez?"

"Denunciei você para a polícia por troca sem autorização de toques celulares!" Disse ríspida.

"Credo"

"Na verdade eu fui saber quantos Mike's existem na cidade."

"Ah, de novo Bella?" Ela bufou. "Você já não se conscientizou que esse cara não é para você?"

"Certo se você não quer me ajudar..."

"Ok. Eu posso até ter o prazer de ver compreender que ele é o tal Mike! Mas como que você vai fazer para descobrir quem é quem?"

"Não sei..." Fui pega de surpresa. Eu realmente não fazia idéia do que fazer.

"Bem, talvez eu tenha uma idéia ou duas, mas para isso existe uma condição"

"E o que foi?" Perguntei já sabendo que vinha bomba.

"Hoje tem as bodas dos pais de Emmet, e ele chamou a gente! E você tem que ir. Você sabe como você adora os pais dele e como eles te adoram!"

Revirei meus olhos. Porém ela não podia ver isso, logicamente.

"Você não pode fazer essa desfeita pra ele! E com os pais dele! E o que custa você ir lá só uma hora e prestar essa homenagem? Prometo que não terá ninguém embaixo dos bancos para te pegar!"

"Não tenho certeza tanta certeza disso..."

"Bella!"

"Ok, Ok" Suspirei. "Eu vou, pelo Emmet, e pelos pais dele, e por mais ninguém"

"E por mim, claro." Rolei meus olhos.

"Mas depois você promete que me ajuda com Mike?" Perguntei.

"Ajudo. Passo o domingo inteiro procurando se você quiser"

"Valeu Rose."

"As seis eu passo para te buscar, por favor, não vá de preto"

"Como que você leu meus pensamentos?" Ela deu uma risadinha seca.

"Eu te conheço, simplesmente..." Ela disse. "Esteja sóbria e pronta nesse horário. Beijos"

Desliguei o telefone e logo mudei o toque infernal de celular.

Rumei até meu apartamento com a pretensão de dormir até chegar a hora das tais bodas de prata dos pais de Emmet.

Não sei por que, mas eu achava que algo iria acontecer, e que não fossem, por favor, monstros horripilantes puxando meu pé por baixo do banco da igreja.