"Eu vou MORRER!"
"Você vai morrer se você NÃO tirar essa sua bunda grande e gorda dessa poltrona!" Rose disse séria apontando um dedo assustadoramente para mim.
Reclinei na poltrona vermelha de couro que minha mãe havia me dado anos atrás quando viera tentar a sorte em NYC.
"Eu não tenho uma bunda grande e gorda!"
"Mas vai ter se continuar nessa poltrona comendo brigadeiro enquanto assiste 'Dirty Dance'" Ela disse se aproximando de mim e pegando no meu braço com força.
"Ei! Pare com isso, Rose"
"Você disse que iria. Você sabe como os pais de Emmet vão ficar profundamente ressentidos se você não for a algo que é de extrema importância para eles! Além do que eu prometi que te ajudaria amanhã com Mike!"
"Mas eu Rose, você não entende...?" Disse falando em sussurros enquanto o suor começava a pingar pelo meu rosto. "Eu tenho pavor de igrejas, simplesmente eu imagino o Chuck ganhando vida naquelas estátuas enormes!"
Desde que Rose me "subornara" a ir à missa de boda dos pais de Emmet, eu entrei em um dilema contraditório. De um lado o carinho que eu sentia pelos os pais dele, e de outro, claro, o pavor, na verdade mais ódio, que eu sentia de igrejas. Eu havia prometido para Rose que eu iria se ela me ajudasse amanhã com Mike e pudesse ter realmente certeza de que ele NÃO fazia parte dos garanhões da cidade. Mas agora eu realmente não queria ir á igreja e ter de me deparar com minhas nêmeses.
"Bella olha só..." Rose disse diminuindo a voz, enquanto falava pacientemente. "Se você encara a igreja como sua inimiga, você tem mais é que ir lá e enfrentá-la! Lembra aquele ditado 'é melhor saber onde seu inimigo está'?"
"O problema Rose é que eu sei MUITO bem onde o inimigo está. Para sua informação, tem uma em cada bairro dessa cidade!"
"Certo,..." Ela revirou os olhos. "Eu vou ser obrigada á ligar para Emmet para dizer aos pais dele que você não vai, porque você é uma Atéia do tamanho do mundo, e nem vai fazer um mínimo sacrifício para os pais dele que sempre te ajudaram e te apoiaram desde que você chegou a NYC!" Ela disse calmamente, e pegou o celular discando o número de Emmet.
Será que ela realmente faria isso? Quais eram as chances de os pais de Emmet não ficaram ressentidos? Se o próprio Emmet não ficasse chateado? Calculei em minha calculadora mental e depois do período de Download descobri que as chances afirmativas eram nulas.
"Alô, Emmet...?" Rose disse no telefone. "Eu tenho que te dizer uma coisa..." Ela olhou para mim por cima do olho. "Bem, é que Bella..."
"Não!" Corri até ela e roubei o celular de suas mãos. "É que eu já estou me arrumando e já chegamos ai!" Falei rapidamente até constatar que do outro lado da linha só tinha um "tu...tu...tu..."
Rose riu e pegou o celular de volta enquanto eu me controlava para não dar um soco na cara perfeita dela.
"Vamos Bella, agora se arrume, vou procurar uma roupa para você"
"Preta!" Respondi revirando os olhos, vencida e indo até o banheiro para tomar banho.
"Não" Ela sorriu. "Ainda bem que eu te conheço bastante bem, e vim mais cedo para te vistoriar... Ah, eu devo ganhar um OSCAR!"
"Bella até parece que você vai ter um ataque cardíaco!" Rose disse enquanto ela estacionava seu conversível vermelho – como se alguém que trabalhasse em um jornal tivesse dinheiro para isso- quando viu minha respiração pesada.
"Eu te disse, eu te disse..." Me limitei a dizer.
"Qual foi a última vez que você foi á uma igreja?" Ela perguntou enquanto tentava estacionar o carro em uma pequena vaga limitada por dois carros. "Mais que inferno, porque ele não pode estacionar mais para trás?"
"Acho que aos quatorze anos. Ou seja, há quase dez anos! Eu fui obrigada a fazer a Crisma lá em Washington"
"Não entendo até hoje esse seu ódio por igrejas" Ela disse bufando ainda sem conseguir estacionar o carro.
"É uma longa história. Qualquer dia eu te explico. Mas só se você quiser odiar igrejas também."
Ela revirou os olhos e bufou.
"Rose, pare em outra vaga, ou melhor, pare lá em casa, ai eu desço, aproveito e furo seu pneu!"
"Não, eu quero ESSA vaga!" Ela disse. Revirei meus olhos para aquela cena.
"Que igreja é essa?" Perguntei. Olhando para a enorme construção.
"É a Catedral de 's. Fiquei sabendo que é aqui que o padre Edward Cullen reza missas! Finalmente podemos ver se os boatos da beleza dele são verdadeiros!"
"Acho que você vai se decepcionar..." Disse amargamente.
Ao longe vi um homem alto correndo em nossa direção. Olhando mais de perto vi que era o mesmo homem que eu e Rose vimos na Starbucks junto com Emmet. Ele realmente era lindo. Ele se aproximou e eu quase caí para trás. Se minha respiração antes estava pesada, eu realmente agora teria um infarto fulminante.
"Ei Rose!" Ele cumprimentou. Como que ele a conhecia? "Vi você hoje mais cedo nas Starbucks"
"Assim eu me lembro" Ela disse com um sorriso. Ah... Por que eu tinha ido embora mesmo? Eu acho que deveria ter ficado lá mais por algum tempo.
Ela passou a mão pelos cabelos de uma maneira sexy.
"Eu vi que você está com dificuldade, esse carro aqui na frente é meu, então vou colocá-lo mais para frente! A casa paroquial não tem garagem ainda"
"Ah claro, obrigada" Rose sorriu. E ele foi entrando em um Volvo Prata que estava em nossa frente.
"Ual... Ele é lindo..." Eu deixei escapar.
"Não é?" Rose disse. "E muito gentil"
"Ele deve ter vindo para as bodas, já que é amigo de Emmet!" Disse.
"É... Agora não entendi por que ele disse que a casa paroquial ainda não tem garagem!"
"Ah... talvez ele quisesse estacionar lá, não sei." Disse revirando os olhos. O homem saiu do carro e acenou e Rose colocou o carro na vaga. Ele mexeu em seus cabelos e com um sorriso se dirigiu para dentro da catedral novamente. "A única coisa que eu sei, é que talvez essa missa não seja tão dolorosa assim"
Pr. Edward
Assim que estacionei novamente meu Volvo Prata eu suspirei e mexi nos meus cabelos com um sorriso enquanto avistava minha relíquia. Padres não tinham dinheiro para comprar carros daquele jeito, na verdade nós fazíamos certos 'voto de pobreza'. Porém eu sempre fui apaixonado por carros, e eu nunca largaria meu Volvo na garagem de casa enquanto eu corria com minha vida sacerdotal.
- Ei Emmet! Acabei de ver sua 'colega' de trabalho que encontramos hoje na Starbucks!"
"Rose?" Ele perguntou ajeitando sua gravata inconscientemente. Emmet estava sentado em um banco na igreja na primeira fila enquanto os convidados começavam a tomar seus lugares lentamente.
"Sim. Ela estava com outra mulher que não conheço..."
"É talvez... Ah, eu tenho que recebê-la! Não posso ser mal educado!"
"Certo..." Revirei meus olhos. "Eu vou para dentro da Sacristia me vestir, a missa começa daqui quinze minutos".
Chegando à Sacristia, alguns ministros da Eucaristia estavam se arrumando, cumprimentei-os e fui até o pequeno armário onde estavam minhas batinas.
Logo quando abri descobri uma rosa vermelha com um cartão enrolada em sua folha. Revirei meus olhos. O cartão provavelmente continha uma declaração de amor de alguma mulher solteira – ou muitas vezes, não – deslumbrada.
Eu já recebera muitas coisas assim, incluindo calçinhas fio dental vermelhas com um beijo grudento de batom enchendo-as. Coloquei a rosa em um saco plástico para pode jogar fora depois. Eu realmente não queria que as pessoas vissem nada assim, embora eu desconfie que elas saibam.
Coloquei minha batina branca, com as estolas vermelhas. E conversei com os ministros até chegar o horário da missa.
Bella
"Ei Rose, ei Bella" Emmet saiu da igreja e veio nos cumprimentar assim que saímos do carro.
"Ei Em" Eu disse junto com Rose. "Onde estão seus pais?"
Ele revirou os olhos. "Estão fazendo um 'suspense'" Ele falou. "Eles inventaram que vão fazer como se fosse o dia do casamento deles novamente. Minha mãe entrando com marcha com vestido branco saindo de uma limusine, e meu pai esperando no altar."
"Vai ser divertido" Rose falou sorrindo derretida nos olhos de Emmet.
"Claro..." Disse internamente revirando meus olhos.
"Vamos entrar então. O padre já foi se arrumar, daqui a pouco começa"
"Ei, Rose, Emmet..." Disse com uma última pontada de esperança. "Podem ir indo, que eu... Hum... Vou tomar um ar antes, sabe como que é né?"
Emmet riu e Rose me olhou desconfiada.
"Confesso que estou surpreso que você tenha até vindo, Bella... Tenho que dizer aos meus pais depois o 'sacrifício' que você está fazendo por eles."
"Eu acho melhor..." Rose começou, mas o próprio Emmet a interrompeu.
"Vamos lá Rose, Bella precisa de um arzinho! E também você pode fazer companhia para mim. Meus pais não gostam de Lauren muito, na verdade bem, eles nem conhecem direito, por isso ela não vem."
"Ela não vem?" Vi os olhos de Rose brilhar.
"Não..." Ele disse sorrindo inocentemente. "Vamos então...?" Ele estendeu o braço para ela, e Rose aceitou toda derretida. "Bella você tem exatamente dez minutos para seu 'ar'!" Ele disse olhando ameaçadoramente para mim. Logo depois eles entraram juntos na igreja.
Fui até o carro de Rose e encostei-me à porta enquanto olhava todo o movimento.
Peguei meu cigarro inexistente e comecei a fumar.
Depois de longos minutos uma limusine prateada virou a esquina da catedral e estacionou bem na frente. De lá saiu à mãe de Emmet, que ao longo dos anos ainda se preservava muito bonita.
Corri até ela e a abracei já que a porta da catedral havia sido fechada para o momento 'suspense'.
"Bella, querida! Que surpresa" Ela disse me abraçando de volta. "E aí como eu estou?"
"Linda!" Sorri para ela.
Eu adorava a mãe de Emmet, e o pai também. Eles eram amigos dos meus pais na juventude, mas as profissões e o mercado de trabalho fizeram eles se separarem de cidades e perder um pouco o contato. Quando eu vim para NY, a mãe dele se ofereceu para me ajudar nos primeiros meses, e foi assim que eu conheci Emmet, que conseguiu também um emprego para mim na edição do jornal do NYT, depois que eu me formei em jornalismo na faculdade de NY.
"E por que está aqui fora? E não está lá dentro com os outros?" Ela perguntou enquanto arrumava o vestido.
"Eu já vou entrar... É... Eu estava tomando só um ar..." Sorri constrangida. "Eu me sinto claustrofóbica em igrejas"
"Ah entendo... Mas bem, chegou o momento. Deseje-me sorte?" Ela sorriu nervosa.
"Sorte" Cruzei meus dedos e sorri. Logo me afastei e fingi que iria entrar na igreja pela porta lateral, mas quando a marcha tocou e ela entrou, eu voltei para frente do carro de Rose.
Realmente era um golpe de mestre... Ninguém ficaria ressentido, e eu também não teria que entrar na igreja. Ouvi um forte estrondo de trovão e estremeci.
Provavelmente Alguém não havia gostado de minha decisão. Ou simplesmente o tempo estava ameaçando chover.
Pr. Edward
- Boa noite á todos! – Sorri para a assembléia. – Estamos aqui reunidos hoje para celebrar as bodas de pratas, que é um momento tão importante na vida de muitos casais, que tem vivido em comunhão por esses longos vinte e cinco anos, na vida de igreja e no amor do pai...
Enquanto continuava falando, observei as pessoas. Emmet estava ao lado da Rosalie que trazia um sorriso bobo nos lábios. De repente Rose começou a olhar para todos os lados da igreja procurando por alguém. Depois ela falou algo para Emmet que também começou a olhar ao redor. Ele começou a rir e encolheu os ombros enquanto Rose assumia um ar zangado.
Provavelmente era a tal amiga que sumira da missa. Talvez ela fosse a tal Bella que odiava igrejas. Deus tenha piedade de pessoas assim...
Bella
Ah não, não chove na minha chapinha, não!
Eu precisava sair dali, mas para aonde? Perto da catedral havia algumas árvores, mas não era grande o suficiente, além do que eu teria companhia de outras espécies que também queriam salvar suas chapinhas.
Olhei ao redor, e o único lugar que oferecia um abrigo decente, era a enorme catedral que se projetava em minha frente.
Olhei para cima e vi a cruz praticamente piscando e dizendo "Hahaha, vai ter que entrar!"
Ótimo. Pesei meu cabelo em minha balança mental. Será que ele era tão importante assim? Quer dizer, eu quase o deixara natural e todo desgrenhado, com minha ENORME vontade de me arrumar, para alguém que não fosse Mike. Porém Rose quase enfiara a chapa goela abaixo na tentativa de acalmar o leão que não era eu, por mais que parecesse, mas meu cabelo.
Corri até a igreja e quase tropecei durante o caminho, os primeiros pingos de chuva pareciam querer apostar corrida comigo. Mas meu cabelo não!
Encarei a enorme porta de carvalho e suspirei e entrei de uma vez. Assim que entrei distingui uma voz masculina, porém eu não via nada lá de dentro, porque a porta e o interior da igreja eram separados por uma espécie de rede- sem furos – que não me permitia ver nada lá dentro.
Talvez eu estivesse segura ali. Ufa, pensei comigo mesma.
Eu estava em território inimigo, eu sabia, mas esse suposto território inimigo estava ajudando meu cabelo no momento, então eu poderia dar uma trégua nem que fosse pelo período em que o tal São Pedro quisesse me prender ali.
Vi ao longe um casal sentado em uma mesa com uma pequena faixa escrito "DÍZIMO"
Eles olhavam para mim como se eu fosse louca. Certo, do jeito que eu havia entrado ali, até eu me achava um pouco.
"Ei, vocês tem um guarda chuva?" Falei me dirigindo á eles, mas acho que falei alto de mais. Opps...
"Xi..." A mulher falou e com um dedo me chamou até seu encontro. Quando eu cheguei, ela sussurrou. "Está tendo uma celebração agora, não podemos falar muito alto!"
"Ah claro..." Revirei os olhos.
"Talvez você esteja aqui para a missa comunitária. Ela vai começar daqui a alguns minutos quando acabar as bodas de pratas que está ocorrendo"
"Na verdade..."
"Você veio para as bodas de prata? Então você está atrasada, ela já está acabando..."
"Sim, eu... Bem, mas antes, será que você poderia-me dizer aonde é o banheiro?"
"Claro." Dessa vez foi o homem que disse. "Suba essa escada aqui, vai dar direto em um corredor, é a primeira porta."
"Hum... É longe e alto...?"
"Não muito. Considerando o tamanho dessa igreja" A mulher disse sorrindo gentilmente. "Se quiser eu posso acompanhá-la."
"Não, é... Bem, eu posso achar o caminho sozinha" acenei rapidamente e subi as escadas que me foram indicadas. Por mais que eu estivesse sozinha em território inimigo, eu não poderia dar o gostinho de me ver remediar á fronte de um par de escadas. Aliás, havia uma trégua, mas bem... Talvez não fosse tão trégua assim.
Eu não sabia como estava minha cara no momento, e eu não queria esperar para que alguém viesse, cutucasse meu ombro e dissesse que tinha uma bomba na minha cabeça, que era meu cabelo. Eu precisava conferir.
Eu não poderia entrar na igreja, procurar por Rose e Emmet de qualquer jeito. Eu tinha uma dignidade á manter.
Depois do que me pareceram dez anos eu finalmente achei uma porta onde estava escrito "banheiro". Ótimo, talvez eu me deparasse com um banheiro público ou coisa do tipo, com papéis higiênicos jogados para todos os lados – se houvesse papel higiênico.
Entrei, e me fitei no espelho que estava até em um bom estado. Meu cabelo estava normal deparando com as enormes gotas extraterrestres que o atingiram como uma bala de prata.
Ótimo Cabelo! Você conseguiu! Você sempre conseguiu! E agora, eu tenho que conseguir! Como Rose disse, eu tenho que encarar tudo de frente.
Respirei fundas umas dez vezes, falei mil frases motivadoras para mim mesma que eu havia decorado de livros de auto-ajuda, até que finalmente eu decidi sair dali. Talvez a mulher do dízimo achasse que eu estava com a cabeça entalada na privada, ou tinha usado o banheiro para cometer suicídio.
Desci as escadas e ao longe vi Rose e Emmet saindo da igreja. Mas já havia acabado? Outros convidados saiam também tentando se proteger da chuva, e quase um tumulto havia se formado.
Tentei correr e me aproximar dos dois, mas fui impedida, e quando eu cheguei perto deles pude ver Rose olhando derretida para Emmet.
"Acho que ela foi embora, aquela pilantrinha! Enganou-nos, Emmet!" Ela bufou, mas eu sabia que ela estava feliz por poder ficar sozinha com Emmet, sem nenhuma Bella ninfomaníaca para atrapalhá-la.
"Bem, também acho. Ela não está lá fora, e ela só poderia ter vindo se esconder da chuva aqui. A chave do carro não está com você?"
Tentei passar por um casal, mas eles me impediram.
"Está então vamos embora...!" Rose disse.
"Pode usar meu casaco..." Emmet ofereceu. Rose corada aceitou e eles saíram abraçados se escondendo na chuva, enquanto eu ficava com a cara enfiada no chão.
"Rose!" Gritei, mas ela já estava longe e a chuva não ajudava.
Oh, mas que b****.
Tentei achar algum conhecido, mas todos ou já havia embora ou eu não conhecesse. Eu não poderia sair nessa chuva... Até um taxi aparecer, não só meu cabelo estaria no brejo, mas todas minhas roupas, e o resto de alto estima que eu ainda mantinha intacto.
"Ei mocinha, já chegou para a missa?" Uma senhora idosa veio me cumprimentar.
"Não..." Disse meio brusca. "Estou presa aqui."
"Vixi..." Ela falou com um sorriso meigo. "Acho que vai ter que esperar muito tempo. Há anos que eu não vejo uma chuva assim, sabe parece que é o destino..."
"Claro, Claro..." Se o destino estava pregando peças para que eu permanecesse naquele lugar, eu acertaria as contas depois!
"Meu nome é Senhora de Lucas, e o seu?"
"Bella!" Falei sem prestar atenção enquanto via se a chuva parasse. Porém realmente alguém, o destino ou somente São Pedro queria que eu permanecesse ali. A única solução era ouvir a velhinha.
"Nome lindo, e combina com você. Acho que a única solução é me acompanhar á missa..."
"Eu..."
"Vamos não lhe custa nada. Além do que você vai amar!"
"Uma missa? Difícil..." Porém ela não ouviu meu comentário e já foi me puxando para detrás da rede, fazendo com que eu desse de cara com várias fileiras de bancos marrons, e tetos pintados com figuras, anjos e santos. "É, sabe... Eu... Acho melhor eu ir embora..."
"Oras, o que te custa uma hora aqui na casa de Deus?" Ela respondeu mostrando um lindo sorriso. "A missa já vai começar, é logo depois das bodas. Olha já vem gente chegando..."
E de fato as pessoas começaram a chegar abrigadas da chuva e ofegantes pela corrida até a porta da igreja. Eu queria me afundar no banco ao lado da senhora de Lucas, ainda mais sendo o primeiro da igreja.
Eu não poderia sair de fininho, porque todos perceberiam. E nem muito menos dormir, porque bem... Alguém se dignaria á me acordar.
Eu sabia que era uma má idéia vir á igreja, e uma simples ida as bodas de prata dos pais de Emmet havia me levado á assistir á uma missa ao lado de uma senhora que apesar de simpática, tinha uma força impressionante e me puxou até a primeira fila daquelas inúmeras que tinham.
Várias pessoas começaram a vir cumprimentar a Senhora de Lucas. Parecia que ela era o tipo de Senhora Pop star ou celebridade da igreja. Eu só bisbilhotava tudo com o canto do olho, enquanto as pessoas me olhavam de cima á baixo se perguntando o que eu estava fazendo ali. Algumas me olhavam com desaprovação, outros com desdém. Ei, por quê?
E essa ida também tirava qualquer esperança que eu teria de analisar mais de perto o homem do volvo prata de hoje. Talvez ele já tivesse ido embora com os outros, por que ele não estava em nenhum lugar da igreja. Mas ei, eu ainda amo Mike!
A velhinha se aproximou de mim e perguntou. "Conhece o Padre Edward Cullen?"
"Se me permita à grosseria, eu não estou muito dentro do quesito padres"
"Quer dizer que você não está aqui por causa dele?" Ela perguntou parecendo assombrada.
"E por que eu deveria?" Perguntou no mesmo tom. Talvez ele fosse o filho dela, o pop star júnior na versão sacerdotal.
"Oras..." Ela revirou os olhos. "Essa igreja, apesar de famosa por sua história e tudo, nunca atraiu tanta gente, e jovem, como atrai desde que esse padre veio para cá. Muitas garotas como você que não ligavam a mínima para igreja se tornaram totalmente devotas. E muitas senhoras estão achando que você é mais uma. As noites de sábado, essas garotas, elas passam aqui"
"Passar a noite de sábado em uma igreja? Que falta de vida social e fim de mundo!" Eu ri um pouco alto e me controlei quando vi algumas cabeças se virando para mim.
"E o que ele é? Um Brad Pitt da vida? Um Tom Cruise?"
"Eu diria que é ainda mais bonito. Sabe, eu adoraria que minha neta casasse com alguém como ele, pena que seguiu essa vida"
"Eu acho, desculpe a grosseria novamente, que a senhora precisa de óculos, senhora Lucas"
"Eu os uso" Ela disse tirando um pequeno par de sua bolsinha de contas. "E enxergo muito bem" Ela piscou e virou sua cabeça em direção ao altar.
Ei, que velhinha safada! Mas um padre melhor que Brad Pitt? Ok, finalmente hoje eu descobriria por que as pessoas falam tanto desse padre! Porque ele é famoso por suas músicas e dizem por sua beleza. Mas disso eu duvidava. Falando nisso, eu já tinha mudado aquelas músicas do meu toque de celular?
"Ei, por que tem algumas mulheres olhando feio para a senhora?" Eu perguntei observando esse fato ao meu redor.
"Ah..." Ela encolheu os ombros. "Todos querem sentar nas primeiras filas, mas eu sempre consigo"
Eu estava achando tudo muito estranho...
Pr. Edward
"Padre, eu acho que sua missa é a única que lota com uma chuva como essa" Um ministro disse enquanto nós nos preparávamos para a missa que logo aconteceria.
"Eu prefiro acreditar que seja fé..."
"Bem, e a confissão de hoje, vai cancelar?"
"Não" Disse tentando arrumar meus cabelos, mas não conseguindo um bom resultado. "Tem pessoas o suficiente. Acho que vou cantar hoje..."
"As pessoas vão amar! É como um show ao vivo"
Eu ri. "Bem, está na hora, vamos entrar"
Bella
Um canto chato começou e do fundo da igreja veio uma fila de gente vestida no que parecia alguns uniformes.
Veio três casais com as mãos apoiadas de frente ao colo, dois menininhos vestidos de vermelho e branco e um homem com uma espécie de toalha branca com cachecóis vermelhos.
Ei, eu conhecia aquele homem! Era o homem do volvo prata, e ele era muito... Muito lindo. Ao longe nos outros bancos eu via um par de garotas babando assim como eu para ele. Será que era esse o programa delas no sábado á noite? Ir á missa? Agora eu via o porquê.
Mas será que aquele homem ia sempre à missa?
Talvez ele fosse um religioso, e bem... Não era uma coisa tão grande assim. Eu poderia me acostumar. Mas ei eu amo Mike!
E aquela coisa vermelha, muito sexy, como ele todo. Pena que ele estava usando aquela roupa estranha por baixo, afinal o que era bonito é mais para ser mostrado.
"Já vi que você gostou do Padre Edward Cullen?" A senhora de Lucas falou sorrindo por cima dos óculos.
"Hã?" Fechei minha boca quando eu vi que ela estava aberta, e enxuguei-a também ao ver a baba escorrendo.
"Padre Edward Cullen!"
"Ah é verdade, onde ele está?" Falei procurando por alguém careca e barrigudo. "Ahá, ali está!" Disse apontando para um homem na última fila, ao lado de uma mulher que parecia que iria desmaiar.
"Ei, abaixe esse dedo" A velhinha pediu, e eu corei. Eu estava meio tonta. "Aquele não é o padre Edward, o padre Edward é..."
Mas antes que ela continuasse o homem lindo havia começado a falar, e bem, eu não entendia nada do que ele falou depois do "boa noite", só lembro de ficar observando o movimento de seus lábios sedutores abrindo e fechando.
Ainda bem que a velhinha havia me colocado na primeira fila. Aquele era um tipo de programa de sábado noturno que eu só queria ver da Área VIP!
Bem, eu fiquei tão presa naquele homem lindo em minha frente, que eu me esqueci de procurar o Padre Edward Cullen. Ele realmente era velho, por que bem, Edward era nome de pessoas de três gerações passadas!
Se aquele velho barrigudo no último banco não era, eu realmente não sabia quem seria o infeliz bonitão, terceira idade. Sendo que a maior parte da população ali era da ala feminina.
"Eu ainda não achei o padre Edward Cullen..." Murmurei para a senhora Lucas. Ela somente riu e balançou a cabeça.
"Demora um pouco para acreditar..."
O homem lindo olhou para a senhora de Lucas e deu um sorriso que ela retribuiu! Ei! Eu também quero! Ele se virou para mim e pareceu ficar meio surpreso, mas também deu um sorriso.
Ah... Acho que eu havia esquecido temporariamente de certos garanhões da cidade e Mike Newton.
Eu ainda estava procurando pelo Padre Edward Cullen, para provar para Rose que ele só tinha uma voz bonita, e não uma aparência, quando o homem lindo começou a cantar.
Ele cantava tão bem... Com a voz tão perfeita. Soltei um suspiro, que quando fui ver foi um coletivo.
Mas eu conhecia aquela música... Sim, eu conhecia.
"A música que Rose colocou por gozação soava em meus ouvidos. Era uma música religiosa que um padre famoso na cidade cantava. Rose sabia que eu odiava esse tipo de coisas, religião, padre, e quaisquer coisas do tipo."
"Bella ouvindo músicas do padre Edward Cullen, posso saber desde quando é religiosa?" Um colega de trabalho gritou do outro lado da sala. Revirei meus olhos.
Oh, não! O cara era cover do Padre Edward Cullen?
"Por que esse cara imita as músicas do PR. Edward Cullen?" Perguntei para a velhinha o meu lado.
Ela riu e respondeu ainda com um sorriso.
"Porque ele é o Padre Edward Cullen"
De duas coisas eu estava convicta. Primeira, eu acho que iria vomitar. Segunda, aquela velhinha tinha problemas na cabeça!
Eu comecei a rir escandalosamente de sua piada sem graça, e algumas pessoas viraram para me olhar. Ainda bem que a atenção da maioria estava voltada ao canto do cover do padre – o cara lindo.
"Muito boa essa piada, senhora Lucas" Eu ri batendo de leve no ombro dela, enquanto ela me olhava como se eu fosse ser internada em um hospital psiquiátrico á qualquer momento. "Eu acho que consigo uma vaga para a senhora no Casseta & Planeta!"
Ela olhou para os lados discretamente e quando viu que todos viraram as babas para onde o cara lindo estava – o padre! HAHA! – ela se voltou para mim com um sorriso.
"Demora, não é?"
"O que demora? Para você tirar a aposentadoria? Sim, concordo"
"Não..." Ela revirou os olhos. "Quer dizer, isso também. Mas demora as pessoas acreditarem realmente que ele é padre!"
"A senhora ainda continua brincando?" Perguntei já achando nada engraçado.
"Estou falando sério..." Ela disse convicta por cima dos óculos. Percebi que estávamos inclinadas na direção uma da outra e falávamos em sussurros.
"Ótimo. Então eu vou falar sério, também..." Respirei fundo, juntei as palmas das minhas mãos, e comecei minha tese de mestrado, que padres não eram bonitos! "Ele não pode ser um padre, pelo simples fato de parecer um modelo de passarela!" Inclinei no banco, satisfeita, olhando de soslaio para a senhora Lucas. Ela não poderia rebater esse argumento.
Porém ela sorriu.
"E o que faz..." Ela perguntou mais baixinho. "Uma pessoa bonita não poder seguir uma carreira religiosa?"
"Oras, eu..." Pensei um pouco. "Ela pode ter quem quiser e o que quiser. Por que ela largaria esse 'dom' de nascer lindo, para desperdiçar na igreja?"
"E quem disse que é desperdício? Por acaso Deus não merece? Aliás, foi ele quem criou!"
"Mas ele não é carne e osso. E os homens sentem... Necessidades"
A velhinha revirou os olhos. A música já estava acabando, e nosso papo acabaria. Ela somente acrescentou.
"Junte os fatos e verá. Talvez seja hora de abrir mão de seus pré-conceitos"
Como que aquele cara lindo podia ser padre? Eu tinha uma concepção de padres que definitivamente não se ajustava aquele ser lindo em minha frente.
A senhora Lucas estava caduca ou somente brincando comigo? Bem, ela pediu para eu analisar os fatos, então vamos analisar.
Inclinei-me no banco com a cabeça baixa em uma atitude pensativa.
Primeiro, a música. Sim, definitivamente a música que o cara lindo cantara era a mesma do padre Edward Cullen, e a voz muito parecida.
Segundo, Starbucks. Emmet iria se encontrar com um padre, e no período que estive lá ninguém apareceu somente o cara lindo. E segundo Rose que estava lá, somente ele apareceu.
Terceiro, o carro. Por que o cara lindo havia dito que ainda não tinha vaga para carros na casa paroquial?
Quarto, por que eu não achava um cara feio e barrigudo naquela igreja que não fosse o que estava sentado no último banco?
Quinto, em troca de que, a senhora Lucas iria falar que aquele cara era o padre?
Sexto, por que tinha tantas mulheres naquela missa, suspirando e babando por ele? Por que havia disputa pelo banco da frente? Por que as meninas largavam sua vida social de sábado á noite para ir á igreja?
Sétimo, por que esse cara estava vestido com roupa de padre?
Oitavo, por que eu ainda estou me perguntando essas coisas?
Pois só tinha uma explicação, e eu acharia que poderia morrer á qualquer momento. Peguei meu celular na pretensão de ligar na discagem rápida para a ambulância ou mesmo para Rose para dizer meu testamento.
Pensei em abrir os olhos e acordar desse sonho esdrúxulo.
Pensei em me saltar no próximo viaduto, ou mesmo sair gritando "POR QUÊ?" que nem uma louca na frente de toda a igreja.
Olhei para cima e observei o cara lindo em minha frente de novo. Ele não havia sumido, e o pior de tudo continuava como antes.
Por que, definitivamente, não havia dúvidas á respeito disso, e eu não podia mais enganar a mim própria.
Aquele cara lindo em minha frente, só podia ser O Padre Edward Cullen.
16 comentários:
Do jeito que ele é GATISSIMO eu tbm ia pensar que tava sonhando!!!!!!!!!!!!!!!
Quero os proximos caps.!!!!!!
A Bella vai chorar mto quando descobrir que o cachorro do Mike faz parte dos garanhões
Bjs...........
Eu tbm ja dive um queda por um seminarista pena que so vi ele tres ou quatro vezes Eu fazia teatro na igreja e tava perdo do natal então dinha algum seminaristas la e ele era um desses ele era lindo pelo menos pra mim nao conseguia parar de olhar pra ele nas missas que fui e ele tava tradução nas tres ou quatro missas em que vi ele.Isso ja faz um bom tempo. Depois nunca mais vi elel ou dive noticias=/ Fiquei triste pq ele tinha foi embora. O seminario dele não é de outra cidade =/
Egua, isso que é mostrar respeito com a igreja
Nossa que horror. Gostar de Padre deve ser estranho.
Quando eu me apaixonei pelo o meu professor ja era imagina Padre.
Tem um recado pra vcs na postagem da sinopse
e tem muitos casos de gente que se apaixo nou por padre
Mas se fose como o Pr. Edward ate eu entrava na onda
Ja gostei de um garoto que pretendia seguir a careira de padre, era que nem o Edward um D-I-S-P-E-R-D-I-C-I-O que virace padre no final ele não me quis e nem virou padre
Ps: não que eu se ja feia nem nada
Pra que tanto desperdicio. O cara é o maior gato e é um PADRE. Eu emtendo a situação da Bella, não da mesmo pra a creditar que ele é um padre.
To doidinha pra ler o prosimo capitulo, essa fic ta bonbando assim como A Infiltrada
Tentou fugir mais não deu certo acabou assistindo uma missa, e descobrindo quem é o Padre Edward Cullen rsrsrsrsrs.
Loucapelo proximo capitulo... e louca pra saber como vai ser a procura pelos Mike's Newtos.
É Bella,é mesmo muuuuuuuuuuuuuuuuuito DIFICIO acreditar q o Edward,aquele Deus Grego M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O é PADRE!vc deve ter ter feito um estriper na cruz!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,aff!gostar de PADRE é um castigo!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,mas é a verdade!
Estou me identificando muito com essa história... já gostei de um padre... na verdade ele ainda era seminarista, eu era coordenadora do grupo de jovens da igreja e ele era o responsável pela orientação litúrgica... ele era tudo de bom, usava aparelho nos dentes, eu achava lindo, um Frei moderno... até rolou um clima, mas ele acabou se ordenando, No fatídico dia meu grupo era responsável pelos cantos da cerimônia... fui de preto!!!!
Nossa mais essa Balla é sonssa vil, primeiro ele levou quase meia hora pra perceber q o Maik a traia, e ainda acha que ouve um ingano, agora ela leva mais duas hora pra perceber que Edward totoso Culen, é um padre lindo....
gente essa fic é de++...
fico rindo sem parar kuando leio .
bjokaas
haha leeenta demais a bella *-*
adoro esse jeito assim dela !
realmente estou gostando muuito (:
Simplesmente quando esse padre é o EDWARD CULLEN!! Isso éh que eh casigo de vdd!!
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