De Repente... Religiosa - Capítulo 12: De Repente... Vocês!

Acredita em anjo

Pois é, sou o seu

Soube que anda triste

Que sente falta de alguém

Que não quer amar ninguém.

Por isso estou aqui

Vim cuidar de você

Te proteger, te fazer sorrir

Te entender, te ouvir

E quando tiver cansada

Cantar pra você dormir.

Te colocar sobre as minhas asas

Te apresentar as estrelas do meu céu

Passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel.

Vou secar qualquer lágrima

Que ousar cair

Vou desviar todo mal do seu pensamento

Vou estar contigo a todo momento

Sem que você me veja

Vou fazer tudo que você deseja.

Mas, de repente você me beija

O coração dispara

E a consciência sente dor

E eu descubro que além de anjo

Eu posso ser seu amor.

Música Anjo – Banda Eva.

Sabe quando você fala: Nossa, eu nunca imaginei que poderia ser melhor?

Sabe quando você chega a algum ponto em sua vida em que você começa a perceber que certas coisas não são exatamente do jeito que você achava que fosse?

Pois é... Eu estava vivendo uma dessas experiências nesse momento, e acredite se quiser A MELHOR DA MINHA VIDA!

Os lábios de Edward pareciam ter sido feitos para mim, um para outro, assim, como um quebra cabeças que precisava ser solucionado.

Como a tampa de uma panela que precisava ser fechada... Ou a mortadela que precisava entrar no pão.

Ok. Ok. Eu estou exagerando. Mas tem horas na vida que você perde a noção das coisas, e nem uma mísera descrição faz jus ao que realmente te acontece.

E isso estava acontecendo comigo.

Parecia que cada parte do meu corpo clamava por Edward. Cada parte do meu corpo queria conhecê-lo e dividir com ele cada suor, cada cheiro, cada mísero momento grudado.

As mãos de Edward percorriam minhas costas, cintura, cabelos, o corpo todo, em uma atitude não erótica, mas de conhecimento do outro, do corpo do outro.

Nós parecíamos dois desesperados ansiando por nós dois, naquele confessionário velho cheirando mofo. Mas parecia que esse cheiro seria o nosso preferido para sempre.

Esse beijo havia sido diferente do da cozinha. Aquele eu ainda tinha alguma parte da minha mente que acreditava que tudo era por um orgulho ferido masculino, mas nesse eu tinha noção de que era por sentimento, dos dois lados.

Mas Edward não havia falado nada com todas as mínimas palavras, e isso começou a me preocupar.

Quer dizer, e se fosse alguma espécie de orgulho ferido novamente? Ou outro sentimento não tão receptivo assim?

Eu endureci com esses pensamentos, embora meu corpo louvasse a continuação.

"O que foi...?" Ele perguntou preocupado, logo um grande vinco se formou em sua testa, e eu sabia que havia feito, ou pensado merda. Ó. TI. MO. Nem para curtir um agarra com um padre eu era capaz. Ambos estávamos sem ar, mas essa era uma sensação boa. Muito boa. "Oh não, Bella." Ele disse tirando os braços do meu corpo e se encostando contra a parede do confessionário, fazendo um barulho abafado. "Foi rápido demais... Eu agi apressadamente? Você não queria... Eu... Eu sou um condenado, desculpe..."

Eu o calei com um beijo, ele logo se soltou e relaxou, mas seus braços continuavam longe de mim. Hello... Eu ainda estava sentada em cima dele!

"Xi... Calma Edward... Eu quis também... Quer dizer..." Eu estava tremendo de vergonha. Eu não conseguia olhar nos olhos dele, e tinha plena noção de que eu deveria estar um pimentão no momento. "Eu confessei tudo aquilo lá... Espera!" Um clique surgiu em minha mente. "Era você?"

Ele assentiu mordendo os lábios.

"Você ouviu toda a minha confissão?"

"Bella... É por isso que estamos aqui..."

"Mas... Oh que vergonha." Enfiei minha cabeça entre as mãos. Ele riu um pouco mais descontraído, só ai que eu percebi que ele estava tenso. Tenso demais.

"Não precisa, linda menininha." Ele retirou as mãos gentilmente do meu rosto, e substituí-las pelas suas próprias, fazendo um movimento circular em minha bochecha direita. Eu acalmei com aquele gesto e relaxei, fechei os olhos, e acho que relaxei até demais, porque fui ficando meio mole no colo dele, até sentir algo meio duro embaixo de mim.

Ele ficou rígido, quer dizer, o próprio Edward, e apoiou suas mãos em minha cintura me impulsionando para sentar um pouco mais trás, onde eu não estivesse no campo de batalha. HAHA. Joguei toda a vergonha para o lado, e segurei seus braços firmemente.

"Não." Falei simplesmente, e ao invés de me afastar eu me aproximei mais, e sentei bem em cima do seu membro rígido coberto pelo jeans. Se fosse pela batina, seria muita ironia de minha parte, não é?

Edward fechou os olhos e mordeu os lábios, e nós dois gememos quando nossos sexos, ainda separados pelos panos das roupas se tocaram.

Eu mordi os lábios também e fechei os olhos enquanto minha cabeça ia para frente para se posicionar no vão do pescoço dele.

O cheiro dele era tão gostoso, forte, másculo que eu aspirei fundo ali, fazendo os pêlos do pescoço dele se arrepiarem.

Ouvi-o suspirar pesadamente, e seu quadril se moveu minimamente, mas aquilo foi o suficiente para eu cravar um pouco os meus dentes na pele macia de seu pescoço. Ele suspirou pesadamente, e eu respondi irônica.

"Quem é o vampiro agora não é?"

A resposta foi um leve assopro na orelha que fez tremer da cabeça aos pés e logo seus lábios beijavam meu pescoço, ao mesmo tempo em que os meus davam leves puxões no seu.

Era uma sensação tão gostosa, e indescritível... E eu queria que aquilo durasse para sempre... Mas eu sabia que tudo tinha um fim.

"Bella..." Ele suspirou contra minha orelha...

"Eu não quero que isso acabe..." Eu murmurei com medo de que fosse isso que ele fizesse. O nosso momento estava tão bom junto, e algo me dizia que aquele seria o último. Ali com ele, eu chegava até esquecer que ele era padre, que ele era proibido, e que eu deveria ser vista como um demônio para ele, mas alguma hora as verdades iriam aparecer. De novo.

"Nem eu... Mas. Você." Ele falou intercalando as palavras com um beijo que ia subindo do pescoço até a orelha e depois até a boca. "Esqueceu. Uma. Coisa."

"Esqueci?" Arqueei a sobrancelha, mas ele não poderia ver, logicamente.

"Aham..." Ele assentiu e me puxou para trás, para longe da tensão de seu membro, e para poder encarar seus olhos. Mas eu não o fiz, meu rosto queimava, e a parede atrás de Edward era bem mais bonita que ele, sabe... "Olhe para mim." Ele pediu. Eu tremulamente o fiz, e encarei um par de olhos verdes mais escuros do que o habitual, mais ternos e livres.

Naquela hora eu entendi, que tudo aquilo estava acontecendo, porque por dentro daquelas paredes de madeira velha do confessionário, Edward estava sendo livre.

Livre de qualquer título religioso, livre de qualquer juramento, pensamento, ou proibições. Ele estava livre para mostrar seus sentimentos, e era por isso que aquele momento estava acontecendo.

E era por isso também que eu compraria um confessionário e colocaria um em cada cômodo da casa, ou mesmo mudaria o meu endereço para esse, e as contas de água e luz seriam mandadas para lá. Tudo... Para que Edward continuasse agindo como ele estava agora.

"Você é linda..." Ele disse analisando cada canto do meu rosto como se ele não tivesse feito aquilo. "Eu nunca me permiti fazer... Eu sempre me achei um condenado por ter sentimentos por você e achar que você me via como um amigo, e um anjo..." ops, falei alto. "Sim, você falou..." Ele riu. "Eu me sentia condenado ao inferno por meio que trair você com os sentimentos que eu nutria... Mas quando eu ouvi você dizendo exatamente o que eu sentia hoje..." Ele olhou para o lado se lembrando da cena. "Eu senti algo inexplicável, algo que me fez correr até você e te chamar para ficar aqui dentro comigo... Até agora eu não consigo explicar... Não sei quais serão as conseqüências, mas..."

"Xi..." Disse calando sua boca com um dedo. "Não vamos falar disso..." Ele sorriu, e mordeu meu dedo levemente, quando eu me afastei, ele falou.

"Mas..." Ele beijou a ponta do meu nariz e sugou meu lábio inferior gentilmente, depois encostou sua testa na minha e suspirou. "É bom demais."

"É ótimo demais." Concordei.

Ficamos ali por não sei quanto tempo, até que finalmente ele falou:

"Você se esqueceu de uma coisa..."

"O quê?" Perguntei curiosa.

Ele levantou a cabeça e deu um sorriso torto para mim.

"De sua penitência."

OHJESUSCRISTO! Pára o mundo que eu quero descer dessa alucinação!

Penitência? Tipo, ajoelhar no milho? Palmatória? Oh Jesus!

Eu fiquei rígida instantaneamente, e ele riu.

"Com medo?" Ele arqueou a sobrancelha.

"Não, tipo..." Eu mordi meus lábios. "Eu... Não... Não tem nada de ajoelhar no milho, não né?"

Ele ficou sério, mas depois deu de ombros.

"Eu já fiz isso..."

"Fez?"

"Aham. Sua culpa." Ele admitiu.

"Minha?"

"Lembra quando Jasper reclamou que achou milho no altar?" Eu assenti. "Eu que tinha ido lá bem cedo e feito minha penitência, logo depois de ter minha primeira alucinação com você."

"Oh... A senhora Lucas falou mesmo que você tinha ido cinco horas da manhã... Mas espera? Isso já faz bastante tempo e... Alucinação?"

"Ei..." Ele riu, divertido. "Vá com calma..."

"Ok." Eu respirei fundo. "Então quer dizer, que há muito tempo você está assim... Comigo?"

"Sim... Acho que um mês."

"Um... Mês? E como eu nunca percebi."

Ele riu. "Eu tentei esconder da melhor maneira... Mas também você não percebia nem os seus próprios sentimentos, imagina os dos outros..."

Eu ri concordando, ele sorriu e seus dedos acariciaram minha bochecha em movimentos circulares de novo.

"Eu adoro isso." Ele disse de repente.

"Isso, o quê?"

"Sua pele..." Ele suspirou continuando com os movimentos, subindo depois para o meu cabelo. "Seus cabelos..." Ele aproximou seu rosto e cheirou-os como se fosse à flor mais cheirosa do mundo. "Morangos." Ele sorriu largamente. Suas mãos desceram para meu pescoço. "Seu pescoço..." Sua boca deu um leve puxão naquela região. A ponta do seu dedo indicador foi subindo do meu queixo até repousar em meus lábios, onde ele olhou fixamente. "E seus lábios..." Ele levou o próprio indicador á boca. Eu suspirei. "Adoro você toda."

"Olha quem fala..." Eu retruquei sorrindo de canto. Ele abanou a cabeça, sorrindo. "Quer dizer que a senhorita também tinha alucinações comigo?"

"Também? Você tinha?"

Ele assentiu. "Eu endoideci da primeira vez. Corri para a igreja, com um terço na mão e mil orações na cabeça..."

"Eu também me senti culpada..." Mordi meus lábios. "Pensei quase exatamente o que você pensou sobre mim..."

"A vida é estranha né?" Ele apertou seus braços em minha cintura me levando mais para perto. "Quando a gente acha que viu e sentiu de tudo..." Ele deu ênfase no 'sentiu'. "Chega uma hora que você vê que você nunca sentiu nada perto. Nada tão grande..."

"Quando eu penso que já me apaixonei por tudo quanto é tipo de cara errado; eu vou lá e me apaixono por um padre." Ele não riu, eu tentei completar. "Quer dizer, as mães adorariam um cara como um padre como genro, mas não sendo padre... Ah você entendeu."

Ele riu de canto. "Eu entendi princesa."

"Princesa?" Arquei a sobrancelha.

"É... Por quê? Não gosta?"

"Não. Eu gosto." Passei meus braços pelo seu pescoço. "É que nunca ninguém me chamou mais do que patinho feio..."

"Cegos." Ele resmungou.

"Oi?"

"Pensei alto foi?" Ele sorriu maroto. "São um bando de cegos. Como você disse até eu que sou padre, notei você. Apaixonei-me por você."

Eu assenti e abaixei a cabeça batendo a preocupação de alguns minutos atrás em mim novamente.

"O que foi...?" ele perguntou voltando com os movimentos na bochecha.

Suspirei. "Isso vai ser um problema né... Digo você ser padre..."

Ele me apertou mais forte contra si, como se também não quisesse que aquele momento acabasse.

"Vai." Ele disse simplesmente. Mas o que eu esperava? Eu largo por você, eu me redimo por você. Ou... Um pai dizendo que nunca vai morrer, sendo que já está no pé na cova?

Apesar da decepção inexplicável que me afligiu, eu sabia que aquilo era o certo. E o que eu e ele estávamos fazendo que não era.

"Ei... Nós temos esse momento juntos aqui... Só nós dois..."

Eu assenti tentando controlar as lágrimas. Ele me olhou atenciosamente, e com dor em seus olhos. Eu me chutei por causar isso á ele. Ele não merecia.

"Eu me sinto uma pessoa horrível, sabendo que eu nunca vou poder te oferecer, nunca vou poder te dar o que você merece..."

"Que papo de gente pobre, Edward." Resmunguei tentando contornar aquela situação.

"Mas é como se fosse." Resmungou. "Você sabe que não é fácil..."

"Se fosse não teria graça." Dei um sorriso maroto tentando tirar aquela cara de enterro que se apossou daquele rosto perfeito dele.

Aquele era o nosso momento perfeito, eu não sabia quanto mais iria durar, e por isso mesmo que eu queria vivê-lo da melhor maneira possível.

"ok. Ok. Você venceu..."

"Pensei alto de novo?" Resmunguei, rezando internamente para que aquele não fosse mais um hábito meu. Um péssimo hábito, por sinal. Se as pessoas começassem a ouvir todas as besteiras que eu penso, inclusive Lauren... As coisas definitivamente não ficariam boas para o meu lado.

Ele assentiu. "Mas eu concordo com você. É nosso momento."

Eu sorri. "Você me disse da penitência... Agora eu fiquei curiosa..."

Ele me apertou mais contra si, mas nossos rostos ainda se encaravam.

"Eu não sei se você vai gostar muito... Aliás, penitências não são de se gostar..." Ele sorriu se divertindo com algo. "Mas como é penitência, você terá que fazer, ou melhor, ouvir..."

"Fale logo Edward!"

"Você agüentaria ouvir os sentimentos de um padre velho e gordo por você?"

Eu ri enquanto abraçava-o fortemente. Edward se declarando para mim como penitência? HAHA, definitivamente, agora penitências eram uma das minhas coisas favoritas.

Aliás, não é todo dia em que um padre se declara para você.

Edward respirou fundo enquanto a ponta de seus dedos acariciava a minha bochecha, daquela maneira carinhosa que eu já descobrira que amava.

"Se eu soubesse que tinham penitências assim... Eu teria me confessado mais cedo." Brinquei com ele ainda em seu colo.

Ele deu um sorriso torto, e mudou nossas posições, de uma maneira que meus olhos encarassem diretamente os seus.

Ele deu um beijo na ponta do meu nariz, arrancando um suspiro feliz de minha parte. Céus! Eu estava nas nuvens!

"Quando eu paro para analisar as coisas agora... Eu percebo que eu sempre nutri sentimentos mais profundos por você, do que por qualquer pessoa... É estranho." Ele bufou. "Eu sempre justificava a minha necessidade de protegê-la, de cuidar de você, ou os ciúmes que eu tinha do Mike, como amor de irmão mais velho, ou de pai coruja." Ele riu irônico. "Desculpas... E desculpas... Todas elas para tentar esconder que eu te amava, sim. Como mulher."

Eu sorri, sentindo meus olhos começarem a lacrimejar. Escondi meu rosto no vão de seu pescoço, enquanto suas mãos faziam um movimento de vai e bem pela minha coluna.

"Eu sinto algo por você que eu nunca senti por ninguém antes, Bella... É tão indescritível... Eu sinto que te amo mais do que a mim mesmo, mais que tudo nessa vida. O meu coração me pregou uma enorme peça, mas acho que foi a melhor da minha vida."

"A minha também." Garanti.

"E esse momento está sendo tão perfeito. O nosso momento, anjo."

"Não!" Miei.

"O que foi?" Deu um sorriso torto.

"Anjo é você! Eu sou apenas... Enfim, alguma coisa..."

"Que tal? A mulher do padre?" Brincou.

"Eu sou sua mulher agora?" Perguntei com os olhos arregalados, voltando a encará-lo.

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos com a mão livre.

"O que você acha?"

"Eu... Huh... Edward, você... Vai largar?" Eu não conseguia articulares aquelas palavras de maneira correta. Quer dizer, Edward não devia realmente estar se referindo aquilo, não é? Deus me mande inteligência!

"Largar?" Ele arqueou a sobrancelha, confuso.

"Digo..." Engoli em seco. "O sacerdócio."

Ele ficou tenso... Tenso e duro como uma pedra. Por favor, não no sentido pervertido. Se bem que era essa não era uma má opção.

Ele fechou os olhos com força, e seus lábios ficaram em uma linha dura e rígida. Eu ficava cada vez mais atônita e amedrontada. O que diabos estava acontecendo ali?

"Edward..." Eu murmurei me aproximando de seu rosto e querendo algum sinal de vida feliz de sua parte. Hello... Acho que o nosso clima tinha sido estragado.

Ele continuou naquela posição, como se lutasse contra alguma coisa.

"Edward..." Minhas mãos alisaram sua bochecha, enquanto meus lábios tocaram levemente sua boca, mas logo uma mão prensou meu pulso, fazendo os meus movimentos da mão parar, e Edward se afastou dos meus lábios.

Quando eu olhei para ele, seus olhos verdes estavam abertos, com um sentimento que eu não tinha visto antes. Eu me assustei, e logo vi que o clima definitivamente tinha ido rio abaixo.

"Bella..." Ele disse com a voz rouca. "Eu não vou deixar de ser padre."

Foi como se tivesse passado um trem por cima de mim. Ah qual é... Há alguns minutos eu teria aceitado de boa, mas não depois dele vir e me dizer que me amava mais do que tudo, e que eu poderia ser a mulher do padre!

Ah! Eu tinha sentimentos á zelar... O que ele queria? Que eu fosse a 'prostituta do padre'?

Ou se ele me amasse mais do que tudo, ele largaria qualquer coisa para ficar comigo, certo? Ele não colocaria o sacerdócio em cima das coisas que ele gostava mais.

Poxa Edward, por que você foi falar aquilo?

"O quê?" Ele perguntou. Pensei alto de novo, merda!

"Edward..." Tentei me livrar do caroço que se formava em minha garganta. "Por quê? Por que você foi falar aquilo!"

"Eu não entendo..." Ele me olhou confuso e preocupado.

"Edward... Eu estava pronta para aceitar o que viesse pela frente depois desse dia, e desse nosso momento. Eu estava pronta para você continuar sendo padre, sendo tudo isso que você sempre foi! Mas você veio com esse papo de me amar mais que tudo, e ser mulher do padre! E agora tudo o que você diz parece uma mentira para mim! Por que se você me amasse realmente mais que tudo, você largaria o sacerdócio!"

"Bella... Você entendeu errado, eu... Estava brincando."

"Brincando? Então você estava brincando com os meus sentimentos? Brincando de padre descobrindo o sexo alheio? Não Edward! Eu posso ser boba a maior parte do tempo, mas não vou ser agora!"

Eu já estava exasperada, e fiquei mais ainda ao perceber que eu ainda estava no colo de Edward dentro daquele claustrofóbico confessionário.

Levantei-me em um pulo batendo as costas contra a parede o que me fez soltar incríveis palavras grandes, enquanto Edward se levantava também naquele espaço ínfimo.

"Você está entendendo errado Bella... Eu não posso deixar de ser padre... Por que..."

"Chega!" Eu gritei, ele se calou me olhando chocado. As lágrimas ferviam em meus olhos, enquanto meu dedo apontava em direção ao seu peito. "Eu não quero saber mais de nada! Você deixou bem claro, e você se contradisse quando disse que não largaria de ser padre!"

Eu tomei fôlego enquanto ele trazia uma expressão de dor.

"Como você quer que eu seja sua mulher, sendo que você continua padre e ainda por cima sem querer largar esse sacerdócio?"

"Bella, eu..." Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso.

"Eu não posso deixar de ser padre, sim eu sei. Por que..." Eu falei com os olhos cheios de ódio. E o dedo indicador martelado de encontro ao seu peito. "O sacerdócio, sim, você ama mais que tudo". Fuzilei.

"Não!" Ele pegou o meu pulso tirando o meu dedo de seu peito, e me puxou para perto, de uma maneira abrupta. De um jeito que padres, normalmente, não faziam. Ah qual é, normalmente padres não entravam acompanhados em um confessionário. "Não vou deixar que você estrague esse momento." E essas foram suas últimas palavras, antes de colar de uma forma selvagem os seus lábios nos meus.

Eu tentei lutar, juro que tentei, mas a força, o desejo era bem maior do que qualquer raiva predominante ali.

Edward me deixara fula com suas palavras; eu sabia que não iria ser fácil, mas também dizer que não largaria nada por mim, mesmo eu sendo a coisa mais importante para ele? Ah qual é, ele já me tinha, não precisava ter mentido daquele jeito.

Nossos lábios se moviam com volúpia, e da minha parte parecia mais um descontentamento de raiva do que qualquer outra coisa.

Edward sugou meu lábio inferior ferozmente, e eu devolvi mordendo sua boca, ele gemeu fraco, me fazendo ficar louca, ao invés de vingada.

Inferno! Aquilo estava errado. Mas... Who cares?

Eu já estava totalmente convencida que eu era dominada por aquele homem de batina em minha frente, quando nossas respirações começaram a falhar.

Mas seus lábios logo foram explorando as proximidades de minha boca.

"Eu. Não. Menti. Para. Você." Ele disse pausadamente enquanto distribuía os beijos. Eu já estava totalmente á mercê, como se alguma vez na vida eu não tivesse. "Mas as coisas são mais complicadas do que parecem..."

"Uhum..." Disse com a respiração pesada.

"Bella?" Ele olhou cuidadosamente para mim como se tivesse medo de que uma explosão viesse de novo a qualquer momento. Quando eu fiquei extremamente passiva, ele suspirou e despejou. "Eu estava brincando sobre a mulher do padre... Fui idiota, eu sei... Mas... Meus sentimentos são verdade. Tudo o que eu te disse foi à verdadeira e real verdade." Ri internamente com a escolha do advérbio e os adjetivos logo depois.

Eu não falei nada.

"Perdoa-me, Bella?" Ele pediu com uma carinha de cachorro abandonado.

Dentro de mim se travava uma batalha mortal. Eu não sabia o que fazer. Na verdade eu sabia. Eu sabia exatamente o que era o certo e o que era o errado. Só que meu coração não estava nem ligando para isso.

Eu abaixei meus olhos e no canto do confessionário encontrei uma pilha de papéis em forma de arquivo.

"O que é isso?" Apontei. Ele olhou e depois fechou a cara.

"São algumas coisas que o bispo me mandou ler."

"O que é?" Perguntei curiosa.

"Nada de importante." Ele tentou me beijar, mas eu desviei o rosto.

"Eu quero ver." Falei com convicção.

Ele abriu a boca para falar algo, mas eu já tinha me abaixado e pegado os papéis.

Eu levantei meus olhos, incrédula para ele.

"A pior decisão de minha vida: Largar o sacerdócio." Murmurei fria.

"Bella... Isso são coisas que..."

"Edward..." respirei fundo, tentando tomar coragem. Logo vi que encarando seus olhos e seu rosto perfeito, e aquela boca que eu havia acabado de beijar não ajudaria em nada nessa tarefa, então eu fechei os olhos. "Eu não quero sofrer."

"Eu também não quero te fazer sofrer..."

Eu joguei os arquivos no chão sentindo repulsa.

"Edward esse momento está sendo perfeito, mas e depois?"

"Depois... Eu não sei Bella." Ele abaixou os ombros, vencido.

Ficamos ali naquele clima tenso e totalmente em dúvidas durante o que pareceu uma verdadeira eternidade.

Eu sabia o que tinha que fazer, mas não sabia se tinha coragem.

"Você tem sua vida... E essa vida não me permite dentro dela." Comentei.

"Eu sei..." Ele mordeu os lábios com força e vi que ele fazia de tudo para não chorar. "Eu na verdade só sei que eu quero você. Como mulher. Que eu amo você. Mas realmente não posso dizer 'olha, é desse jeito que você tem que fazer'..."

Merda! Eu estava tão bipolar hoje. Quer dizer... Uma hora atrás estava toda assanhadinha para cima do cara de batina, no maior clima Love, depois vem à briguinha, e logo vem o beijo de reconciliação, e agora é a parte em que ambos estão cansados de tanta coisa diferente.

Minha cabeça já estava chegando a doer. E agora para variar, a minha bipolaridade dizia que eu tinha que lutar por Edward.

Mas como?

Eu soltei a primeira coisa que se passou em minha mente.

"A única maneira é você largar de ser padre."

"Eu não posso..." Eu fiz uma enorme carranca.

"Diabos, Edward! Como você espera que a gente fique junto então?"

Ele não olhou para mim.

"Eu não posso. Uma vez padre, para sempre padre. É assim."

"Não, não é. Eu conheço, quer dizer, eu ouvi falar de muitos que..."

"Mas não é assim! Todos têm livre arbítrio, mas tem o juramento, e tem todos aqueles anos que a gente passa estudando para isso. Não dá para simplesmente jogar tudo para o alto!"

"Então... Como você espera alguma coisa...?"

"Eu não sei. Bella, tudo isso está muito confuso, eu sei... Mas pensa bem... Olha toda a situação... Eu amo você, eu quero você, mas não tem como, porque eu sou padre. Quando eu ouvi você se confessando, eu senti algo que me fez pular em cima de você como um perfeito homens das cavernas, e só agora que a consciência está batendo na porta do confessionário."

Eu respirei fundo. "Quer dizer que você agiu precipitadamente, e que a gente não pode ficar junto?"

Ele ficou parado por um longo tempo, até abanar a cabeça em sinal afirmativo.

Eu engoli em seco e olhei para os lados. "Então é assim..." Eu murmurei. "A gente passa um tempo aqui, se declara um para o outro, depois diz que não dá mais, e cada um vai embora... Com o coração partido."

Ele não falou nada.

"É assim que tudo termina então, Edward?"

Vi uma lágrima escorrer por sua face, e a vontade que eu tive era de enxugá-la com meus próprios lábios era grande, mas parecia que eu e Edward fazíamos coisas impossíveis com um mínimo toque, e eu não queria que começasse de novo toda aquela bipolaridade.

Tudo aquilo havia sido tão estranho, mas finalmente parecia que uma onda de compreensão pairava sobre nós.

Tudo o que aconteceu, as palavras, não passara de um ato precipitado, do fogo da paixão. E agora... Agora depois daquele momento lindo, tudo virava pizza.

Inferno! Por que a vida era tão complicada?

"Bella, eu não queria que..." Ele tentou argumentar.

"Porra Edward, não tente voltar atrás. Ao mesmo tempo em que você me quer, você quer essa maldita dessa batina idiota! Você não pode ter os dois!" Gritei. Ouvi passos ecoando pelo local, e estremeci com a perspectiva de alguém nos pegar ali.

Ele também percebeu, mas ele ainda me fuzilava com o olhar.

Eu suspirei e murmurei, passando a mão pelos meus cabelos. "Você já deu seu recado, a gente não pode ficar junto. Ótimo. Eu já dei o meu, eu não quero sofrer, e quero uma família e um homem de verdade. Você não quer ser. Perfeito!" Abri a porta do confessionário me preparando para sair com o coração na mão. "Obrigada pelas palavras bonitas, e pelos gestos, mas desculpe se eu não acho que eles valeram tanto depois de como as coisas terminaram" E com um último olhar eu virei às costas, deixando um Edward me chamando, deixando um amor para trás.

Por mais que eu quisesse voltar, eu sabia que iríamos ficar sempre na mesma redundância, e que nada daria em nada.

E dali para frente eu tinha mais é que seguir o conselho de minha mãe.

Deixar de me apaixonar por ele. Partir para outra. E o pior, me afastar dele.

Para sempre.

Por que amor proibido, só muda, quando as pessoas mudam. E no caso, Edward não queria mudar.

É o crepúsculo, de novo. Outro final. Não importa quanto os dias sejam perfeitos, eles sempre têm de acabar.

Pe. Edward

Eu me sentia um verdadeiro escroto, e agora meu bordão cairia perfeitamente: Eu. Sou. Um. Condenado. Mesmo!

Por que eu fora falar demais? Por que eu fora falar justo aquelas coisas?

Bella agora se sentia ofendida – e com toda a razão – mas ela entendeu as coisas errado.

Embora nós não pudéssemos ficar juntos, e eu não pudesse deixar de ser padre, minha intenção nunca foi usá-la.

Se bem que aquela tarde algo subiu para minha cabeça, me impedindo de pensar com clareza em toda a situação, e acabar soltando o homem das cavernas que existia dentro de mim.

Bella saiu me ferindo com aquelas palavras – mas eu merecia de qualquer modo.

E ela não merecia a vida que eu não podia dar á ela. Eu descobrira essa tarde que eu a amava o bastante para saber que ao meu lado, ela não seria feliz. E que é melhor as coisas ficarem como sempre foram.

Se bem que eu sabia – infelizmente – que as coisas nunca voltariam ao normal entre mim e ela.

Nunca mais.

Havíamos chegado a um ponto em que não existe o meio termo, ou dana tudo de vez, ou resolve tudo de vez.

E pelos acontecimentos dessa tarde, estava tudo errado.

Não sei por quanto tempo eu ainda permaneci naquele confessionário. Eu sabia que dali para frente eu nunca os veria da mesma maneira... Nunca mais ouviria uma confissão da mesma maneira. Abanei a cabeça tentando afastar de mim aqueles pensamentos, que querendo ou não, estavam conectados á uma pessoa somente.

Bella.

Peguei os arquivos no chão com nojo, e saí lentamente do confessionário, encontrando uma sala escura, e a porta que dava para a rua, fechada.

Saí de lá, e no caminho pelos corredores encontrei outros padres que me olhavam como se soubessem exatamente o que se passava em minha mente.

Eu acho que aquilo se chamava consciência pesada.

Entrei no primeiro banheiro que eu avistei, e me tranquei dentro do Box. Olhei intensamente para aqueles arquivos, e imaginei eu no lugar de cada um daqueles padres. Imaginei-me largando o sacerdócio, embarcando em um amor com Bella.

Eu estaria feliz... Mas os problemas logo apareceriam para nós dois.

As pessoas ficariam em cima, os meus fãs não gostariam, olharia estranho para a gente, e Bella nunca conseguiria olhar diretamente nos olhos de uma pessoa, por que em todas, ela encontraria a culpa de ter sido a mulher que tirou o famoso padre Edward Cullen, do sacerdócio.

Eu não queria isso para ela.

E era uma fazer uma dessas coisas, que provava do que o amor era capaz. O verdadeiro amor.

Por isso, olhando aqueles arquivos, eu esvaziei a lixeira, e coloquei todos eles lá dentro.

Arrumei um isqueiro, e peguei álcool que estava nos armários para limpeza. Despejei tudo em cima dos papéis, e logo taquei fogo.

Aquilo queimava rapidamente na frente dos meus olhos, como forma de dizer que as coisas poderiam ser diferentes. Nem todos os destinos eram iguais.

Eu quase conseguia ver minha própria imagem. Agachado no Box do banheiro, com a lixeira de metal pegando fogo a minha frente, e fogo se refletindo no meu olhar.

Pois eu sabia que eu havia cometido o pior erro de minha vida, e eu sabia que poucas coisas eu poderia fazer para consertar.

Na verdade, nada eu poderia fazer.

As lágrimas afloraram mais uma vez nos meus olhos naquela tarde, que já estava em seu crepúsculo, e eu sabia que elas eram as primeiras de várias.

Várias outras lágrimas que eu choraria por não estar com Bella.

Bella

O meu mundo caiu...

Ic... Eu sou a Maisa... Beijo me liga... Rimou. HAHA! Glub!

Glub? Criança faz glub! Não... Faz gugudadá!

Sky! Sky faz gugudadá, na varanda... Com eu de pernas pro ar na rede.

Mas Edward, não! Edward não tá na varanda... Eu sou... Glub. Mãe solteira... Sky não tem... Ic... Pai!

Não! Não!

Sky não tem pai, Ic!

Ed... Ward... Não me merece... Não... Não... Não merece que eu chore por ele... Não! Chega Bella!

Você está bêbada. HAHA, bêbada é uma palavra TÃÃÃO legal... Combina com bêbado.

HAHA... Eu sou tão engraçada...

"Garçom, Ic, me vê mais uma vodca dupla pura!" Disse colocando o copo que estava na minha mão de cabeça para baixo, para constatar que não tinha mais nada. Hello... Copos não foram feitos para ficarem vazios. "Garçom... Se são copos são porque vem da palavra... Ic, comportar... Então, você comporta coisas... No copo... Entendeu? Traz a vodca!"

O menininho de cinco anos que era o barman me olhava estranho enquanto enxugava os copos do bar com um guardanapo.

"O que foi?" Disparei. Ele encolheu os ombros e se virou para o outro lado.

"Aqui sua água." O garçom chegou trazendo para mim um copo de PRÁSTICO, com o negócio transparente que NÃO era vodca. Vodca... Que linda tu és... Vodca... Oh yeah.

"ÁGUA? Por que água?" Esperneei. "Eu pedi vodca, meu filho, Ic, não sei se você percebeu, mas eu to pagando!"

"Pagando ou não, são normas da casa. Você já bebeu meio copo e já está nesse estado, imagina quando beber mais doses."

"Meio copo?" Cuspi. "Claro que não!"

Ele rolou os olhos. "Não toleramos marmanjos e dondocas caiando pelo nosso recipiente..."

Eu arregalei meus olhos, surpresa.

"Ei! Isso é um bar! Hello... Pessoas vêm para o bar para beber... Você percebeu que ambas as palavras começam com 'b'?" Eu miei. "Nem se pode mais ficar em fossa nesse país... Que país é esse? Que país... É ESSE?"

O garçom encolheu os ombros, vencido, e me encheu meu copo com um dedo de vodca. Melhor do que nada, não é?

Comecei a beber de golinhos, enquanto sentia aquilo descendo e queimando minha garganta e o dedinho do pé. Hei, não era a Técnica de Bella isso não, né? Rose! Cadê você? Se você estiver... Ic, escondida por aí dando água para mim pensando que é vodca, eu vou te matar!

A cada golinho eu ia falando...

"Isso é para você Edward." Mais um gole. "Que não me merece." Mais outro. "Que não larga sua batina." Mais um. "Mentiroso!" Mais. "Galinha." Mais. "Safado." Mais um. "Gostoso." Mais. "Lindo." Mais... Ops acabou. Devolvi o copo na mesa pedindo por mais.

O garçom já estava desesperado, e serviu mais um dedo.

De dedinhos em dedinhos, o sem dedos, enche o pé.

HAHA, eu inventei agora, não é legal? Gente... Eu acho que eu estou bêbada...

De repente um homem de terno com um microfone escrito alguma coisa como "CS". Hei... CS é tão legal. Eu adoro matar aqueles... EPA. É CQC.

CQC? O que é CQC?"

O carinha me encarou e fez um carinha de besta.

"Hi, we're CQC from Brazil. We want to know how do you feel in this moment wanting to drink more, and the barman don't leaving you?"

"Ei… Eu falo protuguês."

"Sorry, but we don't speak 'protuguês'."

"Não, seu burro!" Me virei para ele. "Português, você entende as coisas errados não é mesmo?"

O cara revirou os olhos e apontou para a câmera que estava bem atrás dele.

"Bem... Você poderia nos dizer qual a sensação de vir para um bar, curtir sua fossa, e as pessoas simplesmente não deixarem isso?"

"Ah claro." Disse estufando o peito e olhando fixamente para a câmera. "Caros colegas portugueses..."

"Brasileiros." Ele corrigiu.

"Tanto faz, é tudo no português." Revirei os olhos e me voltei para a câmera. "como diz o seu presidente, nunca na história desse país, a pessoa vai para um bar e é controlada pelos garçons... Ah qual é... Eles ganham com isso, sabe? E como diz aquela outra mulher do programa de humor, que não vejo nada de engraçado, EU TO PAGANDO!"

"Ual..." O apresentador falou. "Você assiste canais brasileiros?"

"Claro... Ic... Globo internacional..."

"Globo? Nós não somos da globo. Somos da Band... Mas isso é uma boa oportunidade para você mudar para o nosso canal e..."

"EI!" Fiz um movimento com minha mão querendo o impedir. "Se você não é da Globo, não tem papo... Ic... Beijos me liga... E dá um beijo para Maisa."

"Ela morreu..."

"Psicografa, tanto faz." Virei de costas para ele e vi enquanto eles ficavam enchendo o saco dos outros americanos. Só depois que a ficha começou a cair... Maisa. Morreu. Oul. Meu mundo caiu...

"Garçom, amor, vou virar famosa, não EPA!" Famoso me lembra Edward, que me lembra... Não, não. "Vê-me mais um."

O garçom já estava pronto para me expulsar do bar, eu sentia aquilo. Ele disse mesmo que eu bebera só meio copo? HAHA, ele estava é com inveja pela quantidade que eu havia bebido, e não queria confessar... Sei...

Está vendo Edward? Se você não me quer, a bebida quer!

O garçom colocou mais um dedo, e quando eu estava pronta para começar meus golinhos e respectivas palavras, uma mão forte, morena e extremamente máscula segurou meu pulso. Hello... Eu não estava tão bêbada para não notar uma coisa dessas.

"Acho que já chega por hoje." Ouvi uma voz rouca e extremamente sexy. Mais sexy que a do Edward... Cri... Cri... Mentira. Ah qual é, eu estava tentando esquecer ele e o primeiro passo era por falar mal.

"Eu não quero parar." Bufei como uma criança de cinco anos tentando tirar minha mão do aperto firme do homem. Com a outra mão morena ele pegou meu copo e colocou longe de mim, e a mão que segurava meu pulso foi fazendo uma leve massagem circular que foi me acalmando.

"Eu cuido dela, Peter." O homem falou para o garçom, que levantou os braços para o céu e saiu dali.

"Isso é bom..." ronronei, sentindo a leve massagem, simples, mas deliciosa na minha mão.

"Eu sei." Ele respondeu com um toque de riso na voz. Eu fechei meus olhos e me senti um pouco mais sóbria. Quer dizer, eu não estava bêbada antes... Claro que não.

De repente a massagem parou e eu fiz um muxoxo.

O homem riu e vi-o sentando no banquinho ao meu lado na mesa do bar. Pelo canto do olho vi que se tratava de um homem bem alto e atlético.

Eu abaixei minha cabeça levemente, e vi suas pernas firmes envoltas em uma calça social preta. Pela posição delas ele estava debruçado sobre o balcão daquela maneira sexy em que os homens sentam para chamar a atenção das mulheres. Subindo mais um pouco, vi uma blusa branca social, com vários botões... Por de trás dela dava para ver um pouco de seu peitoral definido, que ohmeudeus!

Subindo mais um pouco vi o seu peito que estava ligeiramente à mostra porque os dois últimos botões da camisa estavam abertos de uma maneira ainda mais sexy.

Os seus braços estavam livres e cheios de músculos... Oh Jesus.

Cheguei ao seu pescoço, largo que desembocava em ombros mais largos ainda. Ombros de homem! Ui!

E finalmente seu queixo, sua boca, carnuda, que estava curvada em um sorriso zombeteiro, mas ao mesmo tempo lindo.

Seus olhos de um castanho bem escuro e intenso, que pareciam penetrar minha alma, e seus cabelos curtos, mas repicados para cima, causando um efeito descontraído.

E tudo junto! Ohmeudeus!

Que homem era aquele?

Tudo durou alguns instantes, mas pela expressão dele, tempo o suficiente para perceber.

"Apreciando a vista?" Perguntou.

Eu engoli em seco diante daquele homem lindo que estava na minha frente.

"Na verdade..." Ohmeudeus, eu realmente devia estar bêbada. "Não tenho opinião formada, já que não vi você... De todos os ângulos..."

De onde saiu essa Bella Swan que eu não conheço? É a bebida... Que mexe com a minha cabeça e me deixa assim...

Ele sorriu um sorriso pervertido e se levantou virando de costas como um modelo e logo depois retornando.

Ele voltou a se sentar, e me olhou com AQUELE olhar 43.000!

"Aprovado?"

Eu sorri também contagiada, com uma 'pequena' ajuda alcoólica.

"E como!"

Ele abriu mais o sorriso, mostrando dentes longos e incrivelmente brancos, que pareciam clarear todo o ambiente a nossa volta.

Ele estendeu a mão para mim, e disse com a voz rouca:

"Prazer. Meu nome é Jacob Black. Mas para você, só Jake."

Pe. Edward

O bispo não estava nenhum lugar a vista, e isso eram bom – muito – pois eu não teria que arrumar desculpas esfarrapadas para ninguém. Algo como:

"Oi... Enquanto eu estava lendo os arquivos, apareceu Bella, se confessou para mim, e eu a agarrei dentro do confessionário... Ah, depois nós brigamos, e eu taquei fogo nos seus arquivos... Está bom para você?"

Realmente, patético.

Enquanto eu dirigia o meu volvo, meu celular tocou. Meu primeiro impulso era jogar ele para o lago do Central Park. Mas como bom educado que eu era eu atendi mesmo assim, embora não reconhecesse o número que mostrava no visor.

"Alô!"

"Edward, aqui é Renne."

"Renne?" Perguntei surpreso. Já até podia imaginar o assunto. Algo que envolvia 'Bella, chorando, triste, você, confessionário... ' É, eu realmente imaginava do que se tratava.

"Sim, desculpe te ligar..." de repente eu me lembrei que Renne começara a me tratar de forma diferente depois do sábado, quando nós fomos ao orfanato. Depois que deu a louca na Bella e ela saiu correndo de repente e se trancou por dois dias no seu apartamento, ela fechou a cara para todos, inclusive para mim. Fazendo assim, eu perder o posto de pop star da fé querido das mamães.

Poxa Edward, você está pensando tanta besteira!

"Que é isso, Renne."

"Bem, Bella meio que brigou comigo quando saiu de casa... E eu queria saber se ela está com você."

Eu engoli em seco.

"E por que ela estaria?" Renne hesitou, e soltou um longo suspiro raivoso.

"Sabe que eu não faço a mínima idéia?" Eu podia ouvir o sarcasmo em sua voz. "Se ela não está com você então, obrigada por qualquer informação..."

Mas eu estava começando a ficar preocupado com Bella. Vai que ela se envolveu em algum acidente, ou alguém fez mal a ela por meio dessas ruas violentas da cidade?

As probabilidades eram tantas, que chegavam a doer no peito, com a certeza de que algumas delas poderiam ter acontecido.

Eu sabia também que me sentiria terrivelmente culpado – e com razão – e nunca me perdoaria. E só de pensar em um mundo onde Bella não estivesse um grande vazio se formava no meu peito, junto com uma pressão que tornava difícil para eu respirar.

Todos esses pensamentos se passaram na minha cabeça em um milésimo de segundo, e eu logo estava impedindo Renne de desligar o celular, enquanto arrancava pneus quando o sinal verde se abriu e eu entrei em uma rua movimenta de NYC.

"Renne, eu acho que..." Eu estava pronto para falar que eu iria procurar por ela, ou mesmo para ligar para Alice ou Rose, quando eu vi algo que eu com certeza, nunca pensei que fosse ver, nem como alucinação.

"Edward? Edward?" Ouvi o som da voz de Renne me chamando, mas parecia que ela falava de dentro de uma caixa fechada, e sua voz estivesse abafada com uma rolha. Meus sentimentos começaram a desanuviar, e meu pé rapidamente pisou no freio, fazendo meu corpo ir um pouco para frente, mas sido impedido pelo cinto de segurança.

Mas o cinto de segurança abriu, e eu fui em direção ao volante.

Só lembro que o único som que eu ouvia era o de Renne me chamando pelo celular, e de algumas pessoas batendo no vidro do carro.

Bella

"... Você não entende isso? É algo, Ic, realmente frustrante..." Disse para Jake que me levara em algum momento da noite até uma mesa reservada que ficava em duas pilastras no fundo do bar, porém dava para ver boa parte da rua. Logo quando vi me lembrei da vaga na garagem onde Edward estacionara no sábado, mas logo comecei a repetir o meu mais novo mantra: "Se o Edward não me quer, a bebida quer."

Mesmo com esse mantra, Jake, que vi que se tornara a melhor pessoa do universo para mim aquela noite, não me deixou tocar e nem olhar para uma garrafa ou copo qualquer de bebida. Ele só colocou paternalmente uma garrafa de água mineral e um copo longo na frente, que já estava cheio.

Eu fiz qualquer careta, mas ele fez cara dura, e eu logo estava tomando leves golinhos de água, que foi descendo, descendo, se misturando com o meio copo de vodca, e fazendo uma verdadeira festa rave no meu estômago.

"Eu entendo..." Ele respondeu rindo. O sorriso dele era tão largo... Tão aberto... E tão branco que irradiava para todos os lugares. Uma das coisas que eu percebera a cerca de Jake, é que ele era famoso.

Eu logo tomei aversão disso. HAHA, quem você conhece ai que é famoso? Então... Mas logo vi que ele não era 'aquele' tipo, mas sim o cara popular... O tipo de cara que as pessoas inclinam o chapéu em respeito. Ou o boné, a boina, o lenço, o arquinho, tanto faz.

"Por que todo mundo aqui te cumprimenta? Você é o Barack Obama, e eu não to reconhecendo?" Falei vendo minha visão ficar embaçada, e sacar a hipótese que talvez realmente ele fosse o presidente, e eu estivesse ali dando meu showzinho particular. Quem sabe eu fosse contratada como boba da corte da Casa Branca?

Ele riu daquele jeito impressionante de novo, enquanto colocava o cotovelo na mesa e olhava para todos.

"Eles gostam do bar, e me cumprimentam por isso."

"Você tipo... É responsável por eles... Gostarem, Ic, do bar?"

"Sim." Ele alisou alguns fios de seu cabelo, que me lembrou certo padre de novo. MERDA! Desviei meus olhos para o super interessante copo de água em minha frente, e tomei tudo de uma vez, engasgando logo em seguida. Ele me olhou preocupado, e logo se posicionou ao meu lado dando leves tapas nas minhas costas, e erguendo meus braços.

Que mico! Mas logo os engasgos pararam, mas Jake continuava ali bem perto de mim.

"Está melhor?" Ele perguntou analisando cada milímetro do meu rosto. Eu gostaria que ele não fizesse isso. Não é verdade que os defeitos se vêem de perto?

O caso com ele era eu estar há uns dez metros de distância, e ele conversar comigo de lá. Vai que para ele eu parecesse a Angelina Jolie?

Ugh! Maldito pensamento de novo. Isso me lembrou que se talvez eu lembrasse a Jolie, Edward poderia largar aquela bendita batina branca com estolas vermelhas.

Mas não... Bella? Ah que é isso. Prefiro Jesus.

Eu mereço mesmo... Tem gente que nasce para ser feliz, e tem gente que nasce para sofrer. HAHA, adivinha de que grupo eu pertenço?

De repente Jake se levantou me deixando sozinha, e eu estava pronta para dizer aos quatro ventos que ninguém me amava e que ninguém me queria, quando ele voltou, pedindo para que eu abrisse a boca.

Hein? Abrir a boca para homem – bonito e charmoso – que eu nem conhecia?

Tá bom... Mas lá foi a Bella bêbada abrir a boca para ele.

Quando eu o fiz, ele colocou uma espécie de pastilha lá dentro, e seus dedos tocaram minha boca no processo, e eu – OPS – fechei a boca, prensando-os lá dentro. Os olhos de Jake se escurecerem, e eu o vi mordendo e passando a língua pelos lábios. Uh lálá.

Pe. Edward

"Eu estou bem!" Gritei pela enésima vez aquela noite para o grupo de pessoas que estavam ali perto do meu volvo.

Estava escuro o suficiente, e eu virara a cara o suficiente para que nenhuma delas visse o meu rosto, mas claro, quando se é famoso, reconhecessem até o dedão de seu pé.

"É o padre Edward! Ohmeudeus!"

"Vai rezar missa, saia detrás do volante!"

"Reza por mim, padre..."

"Ave Maria, cheia de graças..."

"Entra na minha casa, entra na minha vida..."

O que é isso? Uma mulher estava na frente do carro, com os olhos fechados e as mãos no coração. Balançava-se de um lado para o outro, e cantava.

"Mexe com minha estrutura, sara todas as feridas... Ensina-me a ter santidade... Quero amar somente a ti..."

Eu mereço...

"Desculpem senhoras, foi um mão jeito no volante..." Repeti de novo. Quando o cinto se soltou eu tive tempo de amortecer o impacto com o volante com o braço. Está certo, que ele estava um pouco dolorido, mas dava para agüentar.

Um reboliço se formava ao meu redor, de pessoas e pessoas querendo salvar suas filhas doentes, e velhinhos pedindo a chave do céu, quando um guarda com uma rosquinha na mão, e com ar de 'eu vou matar quem impediu meu momento com a rosquinha agora', se virou para mim.

"O que é meu filho?"

"Desculpe senhor guarda. Eu pensei ter visto alguma coisa no meu caminho, e confundi."

Ele abaixou até ficar no meu nível na janela, e depois olhou para a mulher que continuava cantando na rua.

"Você não é aquele padre que faz um programa de televisão?"

"Na verdade o programa está parado, para mudanças... Mas sou eu." Dei um sorriso amarelo.

Logo o guarda deu um sorriso enorme.

"Ótimo. É o seguinte, eu livro sua barra, se você der um autógrafo para minha mulher." Eu quase pulei de agradecimento em cima do guarda, mas me contive simplesmente perguntando:

"Cadê a caneta?"

Bella

Estávamos no maior clima, tensão, química, geografia, ou seja lá o que for, quando um copo apareceu na minha frente.

"Beba." Ele disse simplesmente pedindo saída da minha boca. Eu abri a boca e hesitante tomei um gole de água, mandando aquele comprimido para dentro.

Logo depois a consciência começou a baixar. E se fosse drogas? E se fosse ecstasy?

Oh Jesus! Onde eu fui me meter?

Ele percebeu minha expressão, e quando se sentou ao meu lado de novo, logo começou a explicar:

"É um comprimido desenvolvido em laboratório, que ajuda a tirar alguns efeitos da bebida e da ressaca que irá te perseguir amanhã cedo." Ele sorriu de lado.

"Ow..." Tomei mais um gole de água, e logo estendi a mão. "Eu quero mais."

Ele riu, e pegou minhas mãos nas suas, fazendo uma massagem circular.

E... M. E.R.D.A, de novo. Aquilo me lembrou os movimentos que Edward fez em minha bochecha hoje mais cedo.

Será que tudo iria me lembrar ele? Será que nem na minha fossa eu poderia esquecê-lo?

"Você ainda não me contou o porquê dessa sua bebedeira." Disse. E nem estava disposta a contar... Embora eu estivesse bêbada o suficiente para aquilo.

"E você também não me respondeu o porquê das pessoas te conhecerem e te cumprimentarem... Você é um astro do rock esquecido? Uma celebridade nova? Um modelo famoso? Um pop star da fé?"

Ele riu largamente, jogando a cabeça para trás, com as mãos ainda grudadas nas minhas.

"Pop Star da fé?" Debochou. "Com certeza não sou... Não é minha praia." Eu fiquei séria. Ah qual é o que ele tinha contra pessoas de fé? Eu mesma era uma... Mas aí... Eu me lembrei do que aquilo me lembrava... E logo sorri abertamente para ele.

"Que bom." Disse, idiotamente.

"Na verdade eu sou dono daqui. Ou melhor, um dos donos."

"Oi?" Fiquei confusa. "Você, dono? Desse... Bar?"

Ele assentiu.

"Minha família tem muitos negócios espalhados por aí... Um desses é uma rede de bares distribuídos um em cada bairro movimentado da cidade. Quem cuida desse é meu irmão, Seth, mas ele está fazendo uma cirurgia, e eu dou uma supervisionada por aqui por ele."

"Cirurgia? É grave?"

"Não." Abanou a cabeça. "Meu irmão gosta de muitas aventuras, e a última foi descer correndo a montanha de Hollywood."

"A montanha de Hollywood, aquela do letreiro?"

Ele assentiu com um sorriso de canto. "Ele perdeu o equilíbrio, e saiu rodando... Quebrou a perna... A cirurgia é para arrumar o osso, mas rápido que o gesso. Ele não gosta de ficar muito tempo parado."

"Ual."

"E quais são os outros negócios? Os seus negócios?"

"Eu tenho uma clínica veterinária. Esse é meu ramo. Eu estou pensando em abrir outras filias ao longo da cidade, mas tenho medo de possíveis veterinários estragarem o nome. Eu não posso estar em todos os lugares ao mesmo tempo... Mas olhe só! Eu conversando da minha vida, com uma pessoa que provavelmente não vai lembrar-se de nada disso amanhã!

"Claro que eu vou." Disse com um sorriso torto, que eu aprendera com quem? Inferno! "Pessoas como você, a gente não se esquece."

Vi os olhos dele escurecerem e ele passar a mão pelos fios do cabelo, nervoso. Eu sorri. Alguém mais me queria ali.

É Edward, se você não me quer, Jake quer.

Edward

O guarda deu um jeito para que eu conseguisse sair vivo dali, mas claro, logo depois de dar autógrafos para cada membro feminino da família dele.

Dei uma última olhada no bar, mas não deu para ver Bella novamente.

E logo aquelas imagens começaram a se projetar de novo como um flash.

Bella sentada, o homem alto com o dedo na boca dela, e ela o mordendo, provocadora.

Ugh! Era demais para minha cabeça. Só podia ser uma alucinação. Só que agora as desse tipo estavam virando contra mim, e não a meu favor.

Acabei optando por estacionar o volvo em uma área afastada, onde eu desci rapidamente e corri até a rua do bar.

O ritmo já havia voltado para o agitado, e as pessoas do bar continuavam alheias a tudo que se passava.

As luzes fortes, e o movimento fizeram com que eu passasse um pouco despercebido. De vez em quando eu via alguns olhares mais atentos sobre mim, no caso de uma mulher com uma menininha agarrada em sua saia.

"Você não é o padre Edward Cullen?"

"Não, você deve estar me confundido." E logo sai dela, não sem antes ouvir a menininha dizer que era eu sim.

Rolei meus olhos, amargurado, antes eu nunca faria aquilo com ninguém, e agora eu entendia do por que padres não casavam.

Acabavam prestando mais atenção á família, mulher e filhos do que se dedicar integralmente da igreja.

As luzes em neon do bar piscavam para mim, e eu atravessei a rua me encostando-se a um poste com os braços cruzados no peito.

De onde eu estava dava para observar Bella... Ela parecia realmente entretida em uma conversa com o sujeitinho com AS MÃOS DADAS! Ela dava sorrisos, que ela dava só para mim, daquele jeito lindo e inocente que eu amava. Mas não era para mim, era para ele!

Filho da mãe! Ugh!

Eu fechei meus pulsos como se fosse dar um soco, e era bem capaz que eu entrasse naquele bar, e metesse a mão na cara daquele homem alto e moreno.

Bella parecia realmente interessada no que ele lhe dizia, e eu pausei com meu lado não egoísta que aquilo seria bom, afinal ela poderia deixar de gostar de mim, para gostar de outro cara, alguém que pudesse dar a ela o que ela queria.

Mas o meu lado – ou melhor, a maior parte de mim – estava bem segura que eu não suportaria aquilo.

Ugh! E a vontade de entrar lá e puxar Bella pelos cabelos e trazê-la para os MEUS braços crescia cada vez mais.

Oh Jesus. Que tipo de padre eu tinha me tornado?

Bella

O clima entre eu e Jake crescia cada vez mais. E eu mais uma vez usava outro mantra:

"O ministério de Bella adverte:

Se você quer entrar na fossa e esquecer a pessoa que não te quer,

BEBA! E claro, converse com o dono do bar rico e gostosão.

Ele com certeza irá ajudar você."

Segue isso uma carinha feliz.

Nos meus dias normais de vida, eu nunca me imaginaria nessa situação.

Ok. Eu estava me sentindo qualquer coisa que fosse bem pérfida, mas eu achava intimamente que eu merecia pelo menos um pouco de carinho e atenção.

Era aquilo que as pessoas costumavam chamar de carência, não é mesmo?

Edward era o homem dos meus sonhos, da minha vida real, das minhas alucinações, dos meus pensamentos, e... Da minha igreja.

E simplesmente tudo o que aconteceu hoje, foi algo, simplesmente, inexplicável.

Mas no fundo do meu ser, eu preferiria que aquilo não houvesse acontecido. Porque assim pelo menos eu pudesse achar outra maneira de agir com a situação, ou mesmo não ficar no bar enchendo a cara com a primeira bebida transparente que eu visse pela frente, e querendo esquecer Edward. Que era alguém que eu definitivamente não esqueceria.

Credo, Bella! Pensamento positivo... Pensamento positivo.

Era isso.

Edward era padre... Não simplesmente um sacristão, como Jasper, ou um coroinha – se bem que essa idéia era engraçada-, e eu tinha que lidar com aquilo.

Talvez eu merecesse... Talvez Deus tivesse me castigando pelos meus anos tórridos em que eu colocava tarraxinha na cruz.

Talvez fosse uma forma de me dizer: "HAHA, ELE É MEU, E NÃO SEU! QUEM RI AGORA?"

Ugh!

"Bella?" Ouvi a voz de Jake me chamar.

"Oi?" Só ai que eu fui perceber que eu me perdera demais nos meus pensamentos sofredores, dignos de uma novela mexicana. Quem sabe eu não ingressasse na novela "Bella, a feia?". Se bem que era uma ótima sugestão para o meu caso.

Quem sabe assim, EDWARD LARGASSE AQUELA BENDITA BATINA!

"Onde você estava?" Ele sorriu de canto.

"Desculpe... É a bebida..." resmunguei tomando mais um gole da água. "Olha, eu acho que quero mais vodca..."

Ele riu e gesticulou com os dedos que aquilo não seria possível.

"Ótimo." Frisei. "Acho que vou ter que partir para a concorrência..." Fiz menção de me levantar e partir para o primeiro bar que servisse em quantidades ilimitadas e que não tivesse donos bonitos e controladores.

Ele segurou meu braço firme, mas gentil, e me abaixou de volta.

"Calma moçinha. É para o seu bem, prometo."

"Bem?" Critiquei. Fiquei como uma criança emburrada com os braços cruzados no peito, mas logo Jake fez um carinho divertido no meu rosto, e eu cedi um sorriso.

"Amigos de novo?"

"Não sei..." resmunguei fazendo um falso bico.

"Por favor, por favor, por favor..." Ele juntou as mãos, em uma falsa imploração. Eu estava tentando ignorá-lo, mas não consegui, dando risada dele.

"Ok. Ok." Ele sorriu e se ajustou na cadeira, no processo juntando minhas mãos nas suas. Aquele toque me era estranho, porque pela lógica há algumas horas apenas eu estava fazendo BEM mais com outra pessoa.

O problema é que não era uma pessoa qualquer. Mas sim o cara que EU amava. O cara que era PADRE!

O meu primeiro impulso foi tirar minha mão, mas eu pausei de novo em minha mente, estando consciente que quando o assunto era Edward eu sempre estaria sóbria o suficiente para pausar sobre o que eu tinha que fazer ou não.

Será aquilo errado? Quer dizer, eu estava agindo como uma verdadeira mulher que fora traída pelo namorado. A questão era que Edward não havia me traído, na lógica, ele havia somente dito que a gente não poderia ficar junto. O que era lógico, também.

Mas em algum lugar da minha mente problemática e cheia de músicas do Elvis Presley, eu achava aquilo uma espécie de traição pessoal.

E isso justificava um pouco de conversa – somente isso – com Jake. Que além do mais era bonito, e extremamente gentil.

Ah qual é, eu poderia fazer novas amizades, não é mesmo?

Por isso, depois dos meus pensamentos que levaram um piscar de olhos frenéticos, eu continuei com as mãos embaixo das de Jake – que era extremamente quentes – e dei um sorriso convidativo. Que eu esperava que não fosse TÃO assim.

Além do que eu não faria nada com ele não é?

Eu amava Edward. Não era uma conversa chata dentro daquele confessionário que mudaria esse fato. E também, bufei com o pensamento, não era nenhuma cena que envolvia saliva, que fariam a batina branca e as estolas vermelhas de Edward mudar de armário, para um que ficasse BEM longe dele.

"Você é linda, Bella..." Jake disse me dando um sorriso que era para ser sexy e charmoso. Eu tinha certeza que Rose aprovaria Jake, se o visse. E como Edward dissera uma vez para mim. "Ah se você tivesse aparecido oito anos atrás..."

"O quê?" Ouvi Jake perguntar, confuso. Merda! Pensar alto estava, definitivamente, se tornando um péssimo hábito adquirido.

"Oi? O que eu falei?" Diz que não foi... Diz que não foi...

"Algo como se eu tivesse aparecido antes..."

Eu corei de vergonha.

"Eu estava pensando em uma música." Dei um sorriso amarelo. "Ah... Se você tivesse aparecido antes... Lálálá... Minha vida se tornaria com sal... Lálálá... Entra na minha casa... Lálálá... Entra na minha vida... Ah claro... Há alguns anos atrás." Eu cantei em uma melodia calma e melodiosa do tipo "No chores por mi Argentina". Eu não sabia de que cargas d'água eu havia tirado aqueles versos horríveis, mas eles definitivamente não convenceram Jake.

"Bella... Você tem alguém?" Ele perguntou calmamente.

Eu hesitei em responder, e de repente eu olhei para o lado, por entre as mesas e fitei a rua, desviando meu olhar do de Jake.

Observei uma forma encostada no poste que eu reconheceria até no inferno.

Edward.

Eu tinha 99% que era uma daquelas boas alucinações que eu estava acostumada.

Mas se fosse ou não, a bebida e minha vontade, haviam se misturado, e feito eu fazer o que fiz a seguir.

Eu murmurei para Jake: "Só se for você."

Aproximei-me de Jake, e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa para impedir, eu o beijei com força, com os olhos abertos... Olhos que encaravam Edward.

Pe. Edward

Bella estava totalmente á vontade com aquele infeliz. Eles estavam de mãos dadas, riam... Davam olhares que apesar da distância provavelmente estava BEM reveladores.

Eu sabia que eu estava bipolar, e que eu deveria sofrer de algum tipo de doença maníaco-depressiva, mas eu não conseguia controlar meus sentimentos não é mesmo?

Tinha toda a questão daquilo ser proibido, e do outro lado tinha toda a questão de eu AMAR ELA!

Eu estava totalmente dividido entre a razão e o amor, e eu não sabia para que lado pender.

Eu sabia também que não importava quantas vezes Bella viesse, em todas, eu me acovardaria e direi que aquilo era errado, e todo aquele texto que parecia um enredo de novela mexicana, ou samba enredo de carnaval de milésima categoria.

Eu havia ficado oito anos estudando para ser padre, para chegar nessa altura da vida e encontrar alguém que abalasse toda minha estrutura e me fizesse repensar as coisas as que eu estava submetido.

Nem com Tanya fora assim... Mas com ela, nada era verdadeiro. Agora eu entendia. Na época parecia que seria algo avassalador, mas Bella... Bella, fez mudar minhas concepções da palavra amor. E com ela eu sabia o que aquela palavra verdadeiramente significava.

E agora eu estava com outro bendito sentimento que vinha com o amor. Os ciúmes. E a raiva que isso gerava. Não de Bella, mas de mim.

Por não ser homem o suficiente para devolver de forma física o amor que eu sentia por aquela mulher. Raiva dele, por ser o cara que ela agora procurava.

E ressentimento dela, por estar com ele, depois da tarde que tivemos.

Aquela tarde fora perfeita, mas acabara em algo não tão perfeito assim.

De repente, meu mundo parou, quando eu vi o olhar de Bella recaindo em mim. Primeiramente, eu pensei que ela estivesse olhando para as pessoas nas mesas, mas ela olhava para mim. Isso eu sentia.

Eu devolvi seu olhar, me recusando a desviá-lo, se bem que eu entendia que não conseguiria se tentasse.

E se eu pensava que o mundo não poderia ficar pior, eu estava redondamente enganado.

Bella mexeu os lábios falando alguma coisa para Jake, e logo os dois estavam se beijando furiosamente naquela mesa.

Ele beijando os lábios dela.

Os lábios que eram MEUS.

A pessoa que era MINHA.

Que ME amava.

Que ME beijara hoje.

Eu tentei fechar meus olhos e me desviar daquela imagem que se formava em minha mente, mas algo me fazia observar aquilo.

E Bella QUERIA que eu observasse também.

Pois ela me encarava... Ela me encarava com olhos desafiadores. Provando que NÃO precisava de mim. E que OUTROS a queriam.

Uma forte dor tomou conta do meu peito que foi se alastrando por cada região do meu corpo. Uma dor tão forte que eu não sabia que poderia existir.

"O problema Bella..." Eu murmurei para mim mesmo, querendo que o vento levasse minhas palavras até ela. "É que eu te quero também. Você não sabe o quanto... Mas você não entende..." Senti uma lágrima escoar por minha bochecha, mas deixei-a rolar, eu não queria que Bella me visse a limpando. "Você não entende, Bella..." Minha voz estava quase inaudível agora. "Que eu não posso." Ela deixou de me encarar e fechou os olhos curtindo o beijo DELA. Com OUTRO homem. "Simplesmente não posso."

E pela primeira vez na vida eu me amaldiçoei por ser o que sou.

Eu me amaldiçoei e me arrependi de ter me tornado padre.

Bella

O beijo foi parando lentamente. Não foi a melhor sensação do mundo – como eram os beijos de certo padre – mas não foi algo que me deu asco e vontade de vomitar na primeira privada.

Apesar da bebida, eu estava extremamente corada e bem... Não sabia onde enfiar a cara agora para Jake.

Eu fiz tudo por impulso por causa da visão de Edward, mas para Jake talvez eu fosse uma garota aproveitadora, vadia, fácil que se jogara em cima dele, sua bondade, e o patrimônio de sua família.

HAHA, sempre agindo certo, Bella. Troféu besta quadrada para você!

"Ual... O que foi isso?" Ele perguntou lambendo os lábios. Eu insistia em olhar para qualquer lugar que não fosse ele.

"Um beijo." Respondi seca.

"E quê beijo." Ele disse passando a mão pelos lábios, com os olhos faiscando. "Você é incrível, Bella."

HAHA ri internamente. Imagina se ele souber que está com saliva de padre na boca dele também? Ok, Ok. Foi maldoso.

"Obrigada." Corei. Ele segurou meu queixo entre suas mãos me fazendo olhar para ele.

"NÃO!" Eu quase gritei. As pessoas da mesa ao redor se viraram para nos olhar, eu corei.

"O quê?" Ele perguntou confuso.

"Nada..." Eu suspirei, na verdade eu não queria falar que aquele gesto que ele fazia no momento, era um gesto que eu SEMPRE associaria á certo padre gostoso pop star da fé. "Só..." Eu disse afastando suas mãos no meu queixo, enquanto engolia em seco. "Isso."

Ok. Eu havia acabado de beijar o cara e agora estava 'me sentindo' culpada por ele segurar meu queixo? HELLO! Alguém chame um terapeuta, eu preciso conhecer 'meu eu'.

"Ok." Disse, mesmo sem entender. "Mas isso foi realmente surpreendente... Mágico."

Eu dei um sorriso amarelo. Quando ele voltou a se aproximar de mim, eu virei o rosto.

"Onde fica o banheiro?" Ele hesitou e suspirou, apontando um pequeno corredor.

Eu levantei dali quase voando, e corri até o banheiro. Primeiro, eu entrei no masculino e alguns homens que estavam ali deram assovios. UGH! Eu entrei no feminino, e lavei meu rosto um milhão de vezes.

Que tipo de pessoa eu havia me tornado, beijando Jake na frente de Edward?

Depois de ter me declarado para ele! Ok, que não foi bem para ele, quer dizer, foi, mas eu não sabia disso no começo.

Oh Jesus! Tira-me dessa vida complicada. Coloca-me em uma vidinha de camponesa, para pastorear ovelhinhas perdidas, e dormir em barracas no melhor estilo O mistério da Montanha, sei lá o quê.

Voltei cautelosamente até a mesa e Jake conversava efusivamente com alguém a respeito de alguma coisa. HAHA, isso era lógico.

Eu estava quase saindo de fininho, quando Jake acenou para mim. Eu voltei com um sorriso amarelo e bebi todo o resto da garrafa de água.

Eu estava nervosa, mas a curiosidade era maior que tudo, de esguelha, então eu olhei para fora no mesmo lugar que eu olhara antes. Mas ninguém estava encostado no poste, e ninguém com cabelos cor de bronze estavam em nenhum lugar do meu campo de visão.

Suspirei. Talvez realmente fosse uma alucinação. Ok, que fora bem boba e não envolvia beijos e pão com Nutella. E seria melhor assim.

Pelo menos eu não me arrependeria TANTO do que eu tinha feito.

Mas o quê? Por que eu me arrependeria? Eu e Edward não tínhamos NADA, absolutamente NADA. Eu não devia nada á ele. E nem ele á mim.

Então por que cargas d'água eu estava me culpando e usando expressões do tipo 'não me arrependeria tanto do que eu tinha feito', se eu não tinha nenhuma espécie de compromisso com NINGUÉM?

Eu ainda estava no meu dilema fatal, quando o alguém que Jake conversava foi embora, e suas atenções se focaram na senhorita 'eu sou bipolar' que estava em sua frente.

"Tudo bem?"

"Claro. Ótimo. Nunca estive tão bem em toda minha vida." Resmunguei tudo de uma vez.

Ele riu. "Quer ir a algum lugar, acho que aqui está de fazendo mal."

Eu assenti. "Eu preciso mesmo de um ar fresco."

Parecia que o tal comprimido que Jake havia me dado realmente havia feito efeito. Não era nenhum milagre contra o estado bêbado, mas pelo menos eu achava que poderia andar em linha reta por dois passos.

"Você tem carro?" Ele perguntou enquanto saíamos do bar, logo depois dele dar as últimas coordenadas para os subordinados.

"Não... Vim a pé..."

"De onde você veio?"

"Da cúria diocesana..."

"O que foi fazer lá?"

Abanei a cabeça e dei um sorriso furtivo. "Complicar minha vida."

Ele riu sabendo que eu não falaria mais nada, e o manobrista logo apareceu com um Jaguar preto que era o carro dele.

"Poxa..." Murmurei.

"Brinquedinhos."

Ok. Dá-me um brinquedinho desses, e faça uma criança feliz!

Inferno! Aquilo logo me lembrou o reluzente volvo prata de Edward. Será que tudo iria me lembrar ele mesmo?

Saí da minha cabeça... Saí!

Antes de entrar no carro eu dei uma boa vistoriada no local para ver se ele estava por lá, atrás da árvore, ou dentro de um carro.

Mas não encontrei nem sombra.

Abanei a cabeça e entrei no carro de Jake.

No percurso fiquei observando a silhueta dele, e concluí que ele realmente era MUITO bonito. Não mais que Edward... Caramba! Eu quero parar de pensar nele.

Tentei alguma maneira de conseguir esse feito. Cantar, isso!

'Entra na minha casa... Entra na minha vida... Mexe com minha estrutura... '

Não! Diabos! Era a música dele!

'Quando Deus te desenhou, ele estava namorando... '

Não! Não! Deus e namorando na mesma frase não dava certo, e dava asas para minha imaginação.

"Devo presumir que essa ruga que se formou no meio de sua testa seja o quê?" Jake perguntou risonho.

"Nada." Murmurei.

Quando eu fui ver Jake havia parado o carro, mas eu não conseguia saber exatamente onde eu estava.

"Bella..." Ele se virou para mim. "Eu quero te beijar." E antes que eu pudesse dizer um "hmm... Verdade?", ele já estava me agarrando.

Aquele beijo não tinha grande coisa. HAHA, nada era grande coisa comparada á mesma coisa realizada por certo padre.

Mas não faça isso em casa. Se envolver com padres é perigoso.

Acabou que toda minha raiva canalizada, minha depressão e qualquer outra coisa, fez com que eu me envolvesse, ainda mais quando ele disse:

"Confie em mim, Bella." Eu abri meus olhos, e não encontrei os olhos castanhos de Jake, mas sim os olhos verdes esmeraldas cintilantes de Edward.

Eu o encarei surpresa, e ele deu meu sorriso torto preferido.

Eu tentei murmurar o nome dele, mas seus dedos pousaram em meus lábios me impedindo de fazê-lo. Eu somente assenti me sentindo totalmente entregue á ele.

De repente o senti me pegando e saindo do carro. Edward passou por algumas portas, e quando eu fui realmente ver estava em uma cama enorme e macia.

Eu não reparei em todo o trajeto, porque eu estava entorpecida demais com os olhos dele e todo o poder que ele emanava para mim.

Perguntei-me como a gente havia chegado tão rápido a casa paroquial.

Ele distribuía beijos por todo o meu rosto e foi descendo pelo meu pescoço. Eu só conseguia respirar com dificuldade e apertá-lo cada vez mais contra mim.

Era uma sensação prazerosa, maravilhosa... Perfeita.

Eu queria mais. Eu o queria inteiro. E provar que nós poderíamos sim ficar juntos.

"Eu quero você... Eu quero você..." Eu murmurei entorpecida.

Ele grunhiu. "Eu também... Oh, como eu quero..."

Ele atacou meu pescoço de uma maneira diferente de como ele havia feito no orfanato.

"Oh... Edward... Edward..." De repente ele ficou rígido em meus braços e sua boca parou no meu pescoço. Perguntei-me o que eu fizera de errado. "Edward?"

E tudo aconteceu muito rápido. De repente todo o encanto se manifestou, e um vulto pulou da cama. Quando eu fui vê-lo e perguntar por que Edward havia parado, eu me surpreendi vendo que ali na verdade, era Jake.

Oh Jesus.

"Edward?" Ele balbuciou.

"Oh Jake... Desculpa." Eu consegui dizer depois de um minuto de horror. Eu tapei minha boca com minhas mãos enquanto observava o quarto a meu redor e via que DEFINITIVAMENTE não era o quarto de Edward.

Ele fechou os olhos e abanou a cabeça, respirando fundo.

"Desculpe, eu... Foi minha culpa. Você estava bêbada... Eu me deixei levar... Eu..." Ele engoliu em seco. Ele se levantou em um pulo levemente transtornado. "Fique a vontade... Eu vou tomar um banho." E quase voou dali se trancando em uma porta que eu presumi que fosse o banheiro.

Eu tentei chamá-lo e pelo menos dar alguma mísera explicação, nem que fosse que o nome Jake me lembrava Edward, mas ele havia sido mais rápido.

Oh Jesus. Essas coisas só aconteciam comigo.

E olha a que ponto Edward mexia comigo. A que ponto toda essa situação chata mexia com meus nervos. Só comigo mesmo.

Levantei rapidamente da cama, e peguei o primeiro papel e caneta que eu encontrei.

Escrevi rapidamente.

"Jake,

Desculpa-me... Muito, muito, muito mesmo.

Você foi muito legal comigo hoje, e eu vou ser eternamente grata.

Nos vemos qualquer dia.

Beijos,

Bella Swan."

Nada demais, somente um tchau pelo menos.

Saí do apartamento e observei meu reflexo no espelho do elevador. Minhas roupas estavam amassadas visivelmente e meu rosto um verdadeiro caco.

HAHA. Que legal. Eu me sentia um caco.

Aquele prédio era bastante luxuoso e eu me perguntei como que eu e Jake entramos ali. Quer dizer, eu não havia notado nada, por que... EPA é melhor afastar todos esses pensamentos de mente.

Eu saí no saguão, totalmente confusa, e arrependida por esse dia.

Seria muito melhor que ele não houvesse acontecido. Facilitaria muito minha vida e meus sentimentos.

Mas algo que estava parado na frente do prédio, encostado em um volvo prata, me fez parar na hora de andar.

"Edward?" Eu sussurrei, com medo de que fosse uma alucinação.

Ele estava com o rosto rígido, seu maxilar estava duro e eu conseguia ver os ossos maxilares sobressaltados. Seu olhar estava duro também, e todo seu corpo parecia dizer 'repreensão'.

Encaramos-nos por não sei quanto tempo, e eu sentia a tensão que se apoderava ali.

Eu não ousava falar mais nada, e ele também sequer se mexia.

De repente ele falou, mas vi o ódio em sua voz, e aquilo me doeu profundamente.

"Não sou uma alucinação. Mas bem que eu gostaria que aquele beijo no bar fosse uma minha." Ele quase cuspia as palavras. E não passou despercebido por mim que ele nem sequer pronunciou meu nome no meio de suas frases, ato que ele SEMPRE fazia. Isso quando não tinha algo no meio como 'anjo, querida, linda menininha'.

Eu não conseguia responder nada para ele. Eu estava totalmente sem palavras.

"Acho que você soube aproveitar bem tudo o que aconteceu hoje mais cedo." Ele analisou minhas roupas amassadas com desprezo e vi a força que ele fazia para não desfazer aquela pose dura que ele ostentava. "E me doe saber que tudo acabou assim... Pensei que você seria diferente..." Aquelas palavras me esmagaram fundo. "Mas vejo que me enganei." Ele abriu a porta do volvo, e eu pensei que fosse para me dar carona, mas ele entrou, não sem antes dar um olhar duro para mim antes de arrancar pneus. "Espero que você seja feliz com... Aquele cara. O cara que te merece."

E assim ele foi embora, me deixando sozinha, atordoada, ressentida, e terrivelmente culpada, em algum lugar entre as ruas de Nova York.

6 comentários:

joyce_florzinha disse...

como eu havia dito: esse lobinho é muito intrometido! meninas comentem! ;)

Hermione disse...

Ahhhhhhhh!!! Esse foi o capítulo que a gente "ficou de mal"... todo mundo "meteu o pau" no Jake e eu fui uma das poucas que o defendi... bom continuo achando que quem sempre "paga o pato" por esse Edward ser um indeciso é o Jake... Bella não o ama, mas bem que usa MEU lobinho quentinho para esquecer seu verdadeiro amor!!!! Isso não tá certo não!!!!

Hermione disse...

Oras... bem que a Bella gosta daqueles braços fortes e quentes a envolvendo para afogar suas mágoas!!! Ele não é intrometido não, ela que é uma assanhada!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk vc tem razão mione!

Inae-oliveira10 disse...

ai que triste BELLLA TEM QUE FICAR COM EDWARD

Amy Lee disse...

Bem que a Bella gostou de ficar com o Jake !

Mais se ela não quer ele, eu fico com ele numa boa  (: 

kkkkkk 

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