De Repente... Religiosa - Capítulo 15: De Repente... Não Mais Que De Repente

"Tanya. Tanya Dennali."

Eu fiquei estática. Também não era para menos. Hello... Eu estava tendo alucinações de novo?

Oh Jesus! Eu precisava ir a um psiquiatra, eu estava virando esquizofrênica!

"Alô? Alô? Hei, alguém aí?" Ela perguntou. Eu engoli a baba que escorria da minha boca, e fiquei abrindo e fechando a boca como um peixeinho tentando articular uma palavra. "Olha... É quase dia após Natal, eu estou trabalhando para salvar cachorros de ressaca, e eu tenho muito trabalho a fazer e..."

"Não... Quer dizer... Cachorros têm ressaca?" Perguntei totalmente confusa.

"Modos de expressão." Ela deu uma risadinha. "Você se surpreenderia com a quantidade de problemas humanos que cachorros adquirem..."

"Aham..." Eu ainda estava meio boba.

Espera. Quantas Tanya's Dennali existiam no mundo?

Uma, três, dez mil?

Quais eram as chances da Tanya Dennali, filha da ex-cozinheira do seminário, irmã de Katie agora esposa de Arthur, que se envolveu de alguma maneira com Edward, ser a mesma pessoa que eu estava falando agora?

Oh Jesus.

NYC não era tão grande assim.

Ou melhor, o destino não era tão inevitável assim.

"É, huh... Você... Tem... Irmã?"

HAHA, quais eram as chances de uma Tanya Dennali com irmã? Ainda continuavam muitas.

"É..." Ela pareceu confusa. "Posso saber o porquê da pergunta?"

Engoli em seco. "Ah não sei... Quer dizer, na verdade," Limpei a garganta. "Eu tenho um amigo, meu irmão... Que te achou interessante, mas... Quer sua irmã, então ele queria o nome e o telefone dela..."

Ohmeudeus, que espécie de desculpa é essa?

Ela hesitou do outro lado. "Ele poderia muito bem me querer, não estou comprometida... Quer dizer, tem o filho da mãe do Aro que está me enrolando, mas isso seria bom para ele ver o que está perdendo..."

"Mas ele quer sua irmã!" Quase gritei.

"Ei... Katie tem marido, ok? Agora se o seu irmão for gatinho diga para ele me procurar, vou trabalhar até o final de semana."

E ela desligou.

Realmente a irmã dela era Katie.

Ohmeudeus. Quais eram as chances de ter várias Tanya Dennali por aí com irmãs chamadas Katie?

Eu comecei a tremer... Então, a Tanya que parecia tão distante – mas precisamente no passado de Edward – estava ali, perto, trabalhando na clínica veterinária de Jacob.

Será muita coincidência?

Ouvi o telefone tocar, e demorou uns longos minutos até eu digerir toda a informação e poder colocar o fone no ouvido.

"Alô?"

"Bella é Alice."

"Oi Alice." Disse com a voz robótica.

"Credo Bella... Estamos em alguma cena de 'Eu, robô? '"

Revirei meus olhos, já voltando ao meu normal.

"Não, engraçadinha. E é esse telefone NET que deixa a voz estranha."

"Ah, todo esse negócio da promoção é furada então?"

"Pois é." Disse nem sabendo do que realmente eu estava falando.

"Ah, Bella. Você precisa me ajudar. Edward e Emmet deram as mãos e estão enchendo meu saco sobre o convento. Será que eles não entendem que eu tenho vocação para isso?"

"Na verdade... Ninguém entende Alice."

"Oh Até você?"

"Não falei nada!" Retruquei.

"Certo..." Ela hesitou. "Mas então, eles se recusam a ir até lá conhecer um pouco onde eu vou ficar e tudo..."

"Lá aonde?"

"No convento, Bella! Você está lesada hoje, hein?"

"Projetos de freira não falam essas palavras." Sorri.

"Você sequer já conheceu uma para falar desse jeito?"

"É... Huh, não."

"Está vendo, você não entende."

"Mas sei o suficiente sobre elas. Inclusive que não permitem decote, e nada mostrado... Huh vamos ver, a não ser o rosto." Tirei sarro.

"Isabella Swan, você quer assinar sua sentença de morte? Olha que eu te mando para a cadeira elétrica."

"Acho que seria bom eu ir até esse convento, aproveitar e mostrar para a madre superiora essa conversa que estou gravando."

Ela ficou em silêncio, com certeza achando que eu estava gravando aquela conversa.

"Bellinha querida, amor da minha vida... A paz de Jesus esteja com você..." Ela começou em uma voz docinha, tão atípica Alice.

"Alice você não presta." Comecei a rir.

Ela me acompanhou. "Ok. Edite aquela parte e repita bastantes vezes o 'querida' tá? Mas falando sério, vamos hoje? Por favor, por favor. Edward está tão chato, não sei que bicho o mordeu."

Eu ia dizer que sabia, mas preferi deixar as palavras para eu mesma.

"Eu estou tão cansada..." Fiz um bocejo. "E conventos... Não são o meu forte."

"O que aconteceu com o de repente... Religiosa?"

Eu ia dizer para onde ia toda minha religiosa, mas mordi a língua mais uma vez.

"Ok, eu vou. Mas prometa que não vai ficar o dia inteiro, eu tenho huh... Assuntos para fazer."

"Certo. E pode deixar que eu vou dizer para o Ed como você é legal por estar indo comigo..."

"Ele não vai?" Mordi os lábios, esperando que ele fosse. Não via ele desde domingo na hora do almoço.

"Ele está compenetrado nesse momento em um jogo dos Yankees com Emmet na TV. Nem parece que ele é padre viu..." E ao fundo eu ouvi vários 'GO YANKEES".

Eu ri internamente. Eu ia dizer o porquê que ele não parecia tanto um padre, mas mordi a língua pela terceira vez.

HAHA. Era tão emocionante.

"Ok, então você passa aqui?"

"Passo. Dez minutos, beijos."

"Alice?" Perguntei, mas ela já havia desligado.

Ela queria que eu me livrasse da preguiça, do cansaço e da descoberta que Tanya Dennali estava mais perto do que eu imaginava em dez minutos?

Pulei de um salto da cama e tentei optar por alguma roupa decente. Como podemos ir a um convento?

Decote? Saia rodada? Huh... Talvez eu pudesse reusar as minhas roupas de beata que eu usara alguns meses atrás para impressionar inconscientemente Edward.

Bem... Edward não iria, então não teria riscos, certo?

Eu não precisaria ir fatal, mas ao mesmo tempo estaria dentro dos limites do lugar. Isso, perfeito!

Peguei a sacola onde tinha guardado – claro que eu não joguei fora, era uma relíquia – e tirei o mofo, pó, ácaros, ácido sulfúrico, e mil outras coisas mais que haviam se acumulado ali.

Logo estava na frente do espelho analisando a minha beldade.

É. Nada como se vestir de beata.

Alice tocou a campainha e vi que ela se vestia o extremo oposto do que eu.

Estava com uma bata folgadinha com um decote em V. E uma calça jeans coladinha e scarpin alto.

Oi? Até parecia que quem seria o projeto de freira seria eu.

Dirigimos até os arredores de NYC. O convento parecia que era do outro lado do mundo, e eu tirei várias cochiladinhas no caminho.

E olhando para Alice e lembrando a recém descoberta que Tanya – o passado de Edward – estava tão próximo, eu tive noção do que eu poderia fazer.

Alice era irmã dele... Provavelmente sabia de cada passo dele, e quem era Tanya. Assim como Emmet provavelmente sabia.

Então o negócio era simplesmente tentar arrancar isso de Alice. E o convento seria uma boa pedida.

Suspirei firmemente, e encarei as estruturas do convento confiante.

Eu sabia que eu descobriria mais sobre Edward naquela semana. E eu sabia também que mudaria minha vida.

O convento com certeza não era o lugar que eu escolheria para passar minhas férias de verão... Nem de inverno, outono, primavera, ou qualquer outra época do ano.

Ah fala sério, o que eu poderia fazer em um lugar como aquele além de rezar?

Não, espera. Deixa-me reformular a pergunta.

O que Alice poderia fazer naquele lugar? Quer dizer, além de usar os lençóis como vestidos?

É. Eu teria que avisar a madre superiora algo como: "Mantenha tesouras longe de Alice, ela pode muito bem cortar as toalhas, lençóis e até o hábito para fazer roupas."

UGH!

Chegando aos enormes portões, Alice estacionou o Porshe amarelo dela.

Hello, freiras tinham votos de pobreza, não é?

E outra coisa... Por que tanto ela quanto Edward tinham carrões, sendo que eu tinha que viver de alugados?

Oh, vida injusta.

Uma mulher vestindo roupas parecidas com as minhas apareceu no portão e ficou olhando com os olhos esbugalhados para nós duas.

OU melhor, para o carro.

"É, huh... A madre superiora... Está... Em reunião..." Ela gaguejou.

Quando vi que Alice estava ocupada demais vendo as estruturas medievais do convento, eu tomei a fala:

"Reunião?" Eu quase ri. Se eu contasse o que minha imaginação estava fazendo a cerca disso, algo como freiras de terninho e pastas de executivos na mão, e participando de uma reunião com outras freiras e padres da mesma situação. HAHA. Eu acho que seria expulsa, então mordi minha língua pelo não sei quantas vezes hoje.

Isso era sinal de mente pérfida? Ohmeudeus.

"É. Uma reunião com dom Daniel." Pelo que eu sabia o tal de Dom Daniel era o bispo diocesano. E um sentimento ruim se apossou de mim ao ouvir isso.

"Ah, então, acho que temos que voltar outra hora?" Sorri amarelo, com esperança de que eu pudesse sair dali o mais rápido que eu pudesse.

Aquele lugar me dava medo, sério.

"Não, senhorita Alice, eu fiquei encarregada do tour, e quando a madre ficar livre ela irá atender você, e sua... Amiga." Ela apontou para Alice, que ainda estava de boca aberta, e veio quicando em nossa direção.

Espera! Ela me chamou de Alice?

Antes que eu pudesse dizer quem era a verdadeira Alice, a pequena postulante começou a encaminhar-nos entre os corredores, portas, corredores, portas, corredores, portas...

E no final eu tinha certeza que tinha percorrido uma pista de Cooper inteira.

Eu comecei a ficar sem ar... Isso que dá fumar Bella... Isso que dá...

Ok. Eu não fumo, mas enfim...

"Á. Gua..." Eu murmurei sem fôlego.

"O quê?" A freirinha perguntou confusa.

"Aguaaaaa..."

"Águia?" Ela sorriu. "Ah sim, a águia é o símbolo do nosso convento. Disse que há muito anos, quando ele foi construído, existiam muitas águias por aqui, e se pode ver várias ainda dependendo da época do ano."

"Não... ÁGUA!"

"Ah, entendi." Aleluia! Foi o que tive vontade de dizer, mas antes que eu pudesse reprimir alguma coisa, eu levei um banho de água na cabeça.

"Mas que mer... É essa?" Gritei me sacudindo toda e eliminando a água que caia pela minha roupa.

Alice estava ali segurando um copo de plástico em minha frente e sorrindo amarelo.

"Você estava tão desesperada assim... Tive que fazer."

"Alice você me paga!" Eu gritei vendo minha roupa em estado deplorável. Quer dizer, na verdade não estava. A saia que fora a maior atingida era preta, e não aparecia muito, mas a blusa que era branca ficara um pouco, mas secaria.

Alice continuou a rir, e a freirinha lançou um super olhar assustado para ela.

Até eu daria um se não a conhecesse direito.

E ela ainda tinha dúvidas que tinha vocação para freira?

Aquilo ali tinha vocação para aprendiz de diabo, isso sim!

O tour continuou, e estava algo tão interessante sabe?

A vontade que eu tinha era de me perder nos milhares de jardim e só levantar quando tudo aquilo acabasse.

Mas ao contrário de mim, Alice estava fascinada por tudo.

Confesso que nunca vi alguém tão interessada em ruínas do que ela.

Até que a freirinha disse que a reunião da madre terminaria em pouco tempo.

Subimos várias escadas, e eu já estava começando a fatigar novamente. Até que eu vejo um elevador em um canto, e encaro aquilo de boca aberta.

"Hey! Por que estamos nos matando nessas escadas, se tem elevador ali?"

A freirinha sorriu. "É exclusivo da madre. Ela já é de idade, e não agüenta subir e descer as escadas."

"Poxa... E por que ela não pode dividir isso com a gente?" Perguntei incrédula. Agora eu sabia para onde ia o dinheiro das contribuições da missa! Para elevador particular?

Ah... Eu iria publicar isso no jornal.

A freirinha encolheu os ombros e continuou subindo as escadas. Já até tinha aprendido o jeitinho submisso dela. UGH! Se em uma próxima vida eu entrasse em um convento, eu iria fazer uma pequena revolução.

Tipo, noviça rebelde.

"Não é maravilhoso, Bella?" Alice disse quicando ao meu lado, quando a postulante tinha nos levado até uma sala que dava para o escritório da madre.

"Nunca vi nada igual." Resmunguei.

"Sabe? Seria tão legal que você entrasse no convento comigo..."

"O quê?" Eu quase gritei.

"É. Todo esse negócio que você ficou de repente religiosa e tudo. Acho que talvez seja Deus te chamando."

"Alice..." Olhei para o céu e ergui minhas mãos, incrédula. "Eu nunca vou entrar em um convento."

Ela me ignorou e começou a me falar as vantagens de se entrar lá.

Algo como vida sem estresses, paz interior, estudos bíblicos...

Que só de falar já davam sono na pessoa que os escuta.

Mas sobre as palavras que eu havia acabado de proferir, eu lembraria delas alguns meses mais tarde.

Eu estava me afogando em meu chazinho de erva doce com alguns cookies que tinha em uma mesinha ali na pequena sala.

Eu sentia falta de TV, mas eu duvidava muito que eu achasse alguma coisa que ligasse com tomada em um raio de dez mil quilômetros.

Exceto, a chaleira elétrica.

Alice chegara a um ponto de analisar até as dobras do sofá e dizer como tudo era obra de Deus, e quando se cansara disso decidiu ir até o banheiro que ficava praticamente do outro lado do convento.

Eu fiquei por lá dando a desculpa que meu estômago precisava ser forrado, quando a enorme porta do escritório da madre se abriu e um homem careca saiu de lá.

Ele me viu e ficou me encarando como se eu fosse um estudo científico, eu logo desviei meu olhar para uma mulher igualmente idosa, vestindo um forte hábito e com uma cara de anjinho, que me lembrava muito à senhora Lucas.

Não, na verdade. Era a senhora Lucas.

"Você deve ser Alice..." Ela disse com um sorriso e vindo me abraçar calorosamente. Eu ainda estava meio confusa e não tive forças para dizer que eu não era Alice.

"Senhora Lucas?" Perguntei depois de um caloroso abraço.

Ela riu e colocou as mãos gentilmente nos meus ombros. "Você deve conhecer minha irmã gêmea suponho..."

"Irmã gêmea?" Perguntei besta.

"Sim, Katherine Lucas... Eu sou Mary Lucas."

"Oh... Vocês são huh... Idênticas."

"Somos gemas idênticas." Ela disse calorosamente. Eu logo me senti confortável com a presença dela, quer dizer, a senhora Lucas sempre me lembrou minha avó paterna, que eu gostara muito enquanto era viva. E agora ela tinha uma irmã gêmea? Impressionante.

"Então você é a irmã de Edward..." Ouvi a voz de o velhinho falar.

"É, huh..."

"Mas claro que é. É tão bonito quanto. Beleza é mal de família, né?"

Senti-me lisonjeada em ser comparada em beleza com Edward, se bem que eu sabia que ali era tudo educação.

"E o senhor quem é?" Perguntei de supetão. Ele começou a rir estrondosamente e logo começou a tossir.

"Ela é tão engraçada não é, Mary?"

Eu ia abrir a boca, mas ele me cortou.

"E seu irmão nunca lhe trouxe para a cúria... Fiquei sabendo que você se mudou há alguns meses apenas para a casa paroquial..."

"É..."

"Mas Esme e Carlisle tem realmente muita sorte." Ele me cortou de novo. "Em ter dois filhos com vocações religiosas."

"Oh... E Edward como está? Eu costumava vê-lo enquanto ele ainda estava no seminário... Ele sempre foi tão gentil..." A madre perguntou.

"Sim... Ele, huh, está muito bem." Disse confusa.

"Também pudera né? Depois de tudo o que aconteceu com o pobrezinho... Ainda bem que ele está bem."

Tudo o que aconteceu o quê?

"É, mas agora tudo está mais ou menos resolvido." O bispo disse com uma voz enigmática. "Mary você se incomodaria em me emprestar Alice um minutinho só? Eu tenho algumas coisinhas leves para falar com ela."

"Ah claro. Bem... Vocês podem usar o meu escritório." Disse gentilmente.

"Obrigado." Ele disse e abriu a enorme porta para eu entrar.

Eu ia dizer que Alice estava no banheiro, que eu não era ela, que muitas coisas, mas toda vez que eu sequer tentava abrir a boca, eles me cortavam com alguma coisa.

UGH! Talvez vir com roupa de beata não fosse uma boa idéia realmente.

Mas que diabos o bispo queria falar comigo afinal?

Quer dizer, o que ele queria falar com Alice?

Eu me sentei em uma larga cadeira de frente para uma mesa e o bispo sentou-se em uma espécie de trono do outro lado.

Eu logo me lembrei da minha casa em Washington, que na infância, tinha um adesivo no banheiro escrito: "Sente no troninho, e seja feliz."

Eu tive que morder as bochechas internamente para não rir da recordação.

"Bem, senhorita Cullen..."

"Desculpe, mas..."

"Não, por favor, me deixa terminar." Ele me cortou. Bem, eu tentei avisar não é?

"Mas..."

"Não..."

"Mas, eu..."

"Não..."

"Mas..."

"Senhorita Cullen, espere à hora de falar." Ele disse rígido.

Ok né... Depois de tantas tentativas eu ficaria realmente quieta. Tomara que tenha câmeras escondidas pelo escritório, para que não me acusem de falsidade ideológica depois.

Eu tive que morder minha bochecha internamente para me impedir de rir, ao me lembrar de uma novela mexicana.

Ah usurpadora... Que tirais o coração... UGH, alguma coisa assim.

"Bem..." Ele começou colocando as mãos juntas sobre a mesa e retirando os óculos. "O seu irmão deve ter te falado da conversa que eu e ele tivemos há cerca de um mês."

Eu já disse que não ia falar mais nada, por isso só assenti.

"Como eu acho que tudo é posto entre familiares, você certamente está a par de toda a situação."

Assenti de novo, embora não fizesse a mínima idéia do que ele estava falando.

Ele suspirou pesadamente e com um dedo ele massageou os olhos.

Ninguém tinha avisado para ele que não se podia colocar mãos sujas nas mucosas? Gripe suína! Hello!

"Então, eu não tive a oportunidade de conversar com ele de novo... Por isso eu queria saber como ficaram as coisas..."

Era para eu falar agora? Pois eu não iria. Tranquei minha boca.

"Senhorita Cullen... Por favor, responda."

Eu ia fazer mais birra, mas decidi acabar logo com aquilo.

"Bem, huh... De que precisamente coisas você está falando?"

Ele riu. "A situação sobre a garota Swan."

Oi? Garota Swan? Eu?

"Eu... Huh, eutanásia, isso é realmente errado né?" Contornei. " Quer dizer, você está dizendo, Isabella Swan?"

"Sim."

"É, huh... Tudo ficou... Bem..."

"Que bom." Ele disse sorrindo. "Acho que todos aqueles arquivos que eu dei a cerca de tentações a cerca de padres e arrependimentos o fizeram enxergar a razão."

Ok. Espera! Quer dizer que o bispo sabia alguma coisa entre Bella e Edward? Entre Edward e eu?

E também que o bispo dera arquivos de arrependimento e tentações a cerca de padres para ele?

Hum... Agora as coisas faziam sentido. Edward estava na cúria aquele dia na confissão, porque ele estava conversando com o bispo sobre isso.

Mas parecia que não dera muito efeito. Ri internamente.

"Você sabe... o Edward é famoso, bonito... E as mulheres caem em cima... E eu como bispo, devo alertá-lo sobre os perigos e as tentações... Eu o alertei a cerca de Tanya, e deu certo. E fico feliz que tenha dado certo a cerca da garota Swan."

Há, se ele achava que iria ficar falando em como Edward era vulnerável na minha frente ele estava muito enganado.

Seria pecado mentir para bispo? Ah... Acho que seria mais ainda beijar um padre, então, eu poderia muito bem fazer isso.

"Apesar de todos os quesitos de meu... Huh, irmão... Ele é muito centrado, e tem plena consciência de seus atos... E acho que não é qualquer mera tentação que vá fazê-lo deixar para trás a vida que demorou oito anos para construir."

Bem... Eu omiti o fato que: Eu não era uma mera tentação. HAHA. Eu era o amor dele. Isso seria prepotência? Por era a pura verdade. E verdades foram feitas para serem ditas. E também que ele era muito centrado nessa vida sacerdotal... E isso eu sabia por pura experiência própria.

"Sim, eu sei... Mas tem vezes que, huh, um homem viril como ele, é tentado."

"Com certeza." Ops...

"O quê?"

"Ah... Sempre tem tentações." Mordi a boca novamente.

"Certo..." O bispo me analisou longamente talvez achando que eu praticava incesto com Edward. Eu hein... "Então... Eu acho que a cruz está fazendo o seu papel na vida de seu irmão..."

"Espera. De que cruz o senhor está falando?" Perguntei totalmente confusa.

"Oras. A cruz que eu lhe dei há seis anos logo quando ele decidiu seguir a vida no seminário. Você sabe, não poderíamos perder o seu irmão daquele jeito, ele era muito precioso. E quando ele saiu do seminário, todos ficaram muito chocados. Tínhamos medo que ele seguisse o exemplo de Arthur, mas felizmente ele voltou."

Hey espera... Então a cruz tinha um valor simbólico para Edward? Aquela enorme cruz que ele sempre carregava no pescoço? E bem... Ela não estava mais no pescoço dele, fora substituída pela outra metade da cruz que eu carregava agora no pescoço, que fora presente de Emmet.

Hey, o que aquilo tudo significava?

E também... Edward chegara a sair do seminário? Por quê? Como assim seguir os passos de Arthur? E por que Edward voltou depois e recebeu a cruz?

Ohmeudeus, eu sabia que existiam ainda muitas coisas por trás disso, e de alguma forma eu sabia que todas estavam ligadas intimamente com Tanya.

Que eu ouvira tantas vezes sendo mencionada em uma conversa de Edward e Emmet, dos pais dele, e cuja mãe era cozinheira do seminário quando Edward estava lá.

Meu Deus, eu precisava descobrir o que acontecera há seis anos, e eu sabia que seria muito importante.

O bispo se levantou me tirando dos devaneios:

"Bem, fico feliz que agora esteja tudo bem com ele. Com certeza, os danos seriam muito maiores agora do que naquela época... Mas se você diz que está tudo bem... Eu acredito."

Eu me levantei mecanicamente, ainda confusa com tudo, até que eu ouvi um grito característico de Alice.

"Eu sou Alice! Não, não. Aquela é minha amiga, Bella!"

"Quem está gritando?" O bispo disse confuso.

Puts... Era agora que eu era presa por usurpação?

Eu saí pela porta e fui até Alice. Ela me olhou assustada.

"Bella o que está acontecendo? Eu fui ao banheiro e você entrou lá? E estão dizendo que eu não sou eu mesma!"

"Bella..." Falei entre dentes. "Fique calma."

"Bella? Por que você está me chamando de Bella?"

"O que está acontecendo?" O bispo perguntou nos encarando confusos.

"É, huh... Dom Daniel... Essa é Isabella Swan." Alice abriu a boca, mas eu dei um beliscão nela que a fez se calar imediatamente.

"Isabella?" Ele olhou Alice atentamente. Alice me olhou horrorizada, e eu dei um olhar profundo para ela. Não me manda para a cadeia Alice!

Depois de muita relutância ela assentiu.

"Oh prazer... Bem, vou deixar vocês sozinhas... Até mais." E ele se foi me dando um olhar significativo.

Ohmeudeus. Essa fora por pouco.

"Isabella Swan, o que acabou de acontecer aqui?" ela esbravejou assim que o bispo saiu de vista.

"Alice..." Revirei meus olhos. "A culpa é sua de se parecer menos que uma freira do que eu!"

E continuamos a discutir, até que eu expliquei que o bispo me confundira com ela e me chamara para uma conversa. Somente deixei de lado o conteúdo desta.

Até que quando a madre chegou, nós resolvemos tudo, e essa apenas sorriu divertida.

Ela olhou para Alice e perguntou algumas mil vezes se ela realmente tinha vocação. De modo diferente claro, perguntando algo como: Você não está se escondendo de alguém aqui dentro? Não é nenhuma desilusão amorosa ou coisa do tipo?

UGH! Eu apostaria com ela que ela não chegaria nem a entrar no convento. Mas depois discretamente eu avisei a madre superiora para deixar tesouras e agulhas bem longe de Alice.

Quando Alice terminou de rebater todos os argumentos da madre, ela acertou tudo para entrar ali logo depois do ano novo.

Seria precisamente em uma semana, e eu meio que duvidava que alguma coisa mudasse até lá. A não ser que a pressão fizesse alguma coisa.

Antes de sairmos à madre olhou bem para mim e me perguntou se eu não queria entrar pro convento. Eu tive que mordeu o interior das minhas bochechas novamente para não rir da cara dela, mas simplesmente respondi que quando eu criasse juízo eu entraria.

Ou seja... Nunca.

Por que uma pessoa com juízo nunca se apaixonaria e trataria de seduzir um padre não é mesmo?

É... Não.

"Bella, parecia que a madre queria que você entrasse ao invés de mim."

Eu ri. "Não sou a de repente religiosa? Não foi isso o que você jogou na minha cara?"

Ela bufou enquanto se dirigia ao porshe.

"Mas também não era para tanto..."

"Mas quem mandou vir a um convento vestida como que uma modelo?" Ela revirou os olhos.

"Eu estou aproveitando meus últimos momentos."

"Eu ainda me arrependo de não ter dito das tesouras e agulhas para a madre."

"Você não faria isso..." Ela me lançou um olhar por cima do ombro.

"É. Talvez não. Vamos a deixar descobrir por si própria."

Alice revirou os olhos e começou a dirigir. Eu comecei a batucar meus dedos no assento enquanto eu pensava da maneira que eu começaria aquele assunto, que parecia que o destino colocava cada vez mais perto de mim.

"Alice..." Chamei.

"Huh?"

"Posso te fazer uma pergunta?"

"Eu estou de mal de você." Ela fez um biquinho.

"Ah Alice... Deixa de birra, vai." Argumentei.

"Ok. OK."

"É, huh... O que aconteceu... Com... Edward no seminário que parece que todo mundo sabe o que foi menos eu?"

Ela mordeu os lábios e pela primeira vez na vida eu vi uma Alice indecisa.

"Bella... Eu não gosto de falar muito sobre a vida dos outros... Na verdade, é meu irmão e é algo particular dele... Não acho que seja algo que ele se orgulhe..."

"Já sei." Revirei meus olhos. "Eu tenho que perguntar a ele, e só ele pode me dizer."

Mas quando ele me diria na situação em que a gente estava?

Uh... Nunca.

"É." Alice assentiu. "Mas olhe, você e ele são muito unidos... Acho que quando ele estiver pronto, ele vai te falar..."

"Será?" Perguntei indecisa.

"Claro." Ela sorriu. "Mas Edward realmente se arrepende de tudo... E ele já acha demais algumas pessoas saberem."

"Eu entendo." Eu garanti, mas na verdade não entendendo.

O resto do trajeto continuou o mesmo, até que Alice disse se eu queria ir com ela e Rose para o shopping.

Eu me perguntei o que uma quase-freira iria fazer em um shopping, mas ela disse simplesmente que tinha que curtir a última compra.

"Eu vou ficar o dia inteiro lá, ninguém me tira a não serem os seguranças do shopping. Hoje eu vou me esbaldar."

Eu revirei meus olhos, e na última hora eu pedi para que ela não me deixasse em casa, mas sim na Clínica Veterinária Black.

Eu sentia que se eu quisesse descobrir alguma coisa sobre Edward e Tanya, seria ou com ele, o que era improvável, ou com a própria Tanya.

E seria isso o que eu iria fazer.

"Não quer mudar de roupa, Bella?" Ela me perguntou e eu encarei a roupa de beata que eu ainda usava.

"Não..." Reprimi um sorriso. "Acho que isso só vai me ajudar."

Quando eu cheguei perto da enorme construção que era a Clínica Veterinária Black eu logo me senti uma anã de jardim.

Ok que eu era não nenhuma Hortência, mas eu também não tinha as mesmas medidas que Alice.

Jake era realmente muito rico, e o irmão dele ficara bom da cirurgia e voltara a tomar conta do bar, enquanto o irmão se dedicava totalmente a sua clínica.

Eu já tinha ido algumas vezes ali, mas nunca realmente tinha visto nenhuma Tanya. Quer dizer... Como se quando você visse uma pessoa, você soubesse logo o nome dela.

Eu entrei e um sininho tocou logo.

Algumas pessoas que estavam com seus cachorros logo começaram a falar: "Benção irmã." E derivados.

HAHA. Eu estava fazendo bem meu papel não estava?

Chegando à enorme mesa de recepção, uma mulher morena e alta estava lá ajeitando alguns papéis.

Eu li seu nome no crachá. Leah. Não. Não era Tanya.

"A paz de Jesus esteja com você." Disse me aproximando.

A mulher levantou os olhos assustada e logo deu um sorriso amarelo. Ela estava suando? Ohmeudeus, eu parecia uma aberração assim?

"É, huh..." Disse desconfortável e ainda querendo saber qual era o problema comigo ou com ela. "Eu queria saber... Se... Se..."

"Senhorita, minha cachorra está com dor de barriga não dá para atender não?" Uma mulher chegou me cortando.

"Desculpe... Mas a veterinária que substitui o senhor Jacob está sozinha..."

"Mas e daí? A pequena Lottie está com dor de barriga!"

"Olha irmã." Eu disse colocando as mãos nos ombros dela. "Reze para Deus que ele irá curar a dor de barriga de sua pequena Lottie, ok?"

A mulher que segurava um vira lata com a língua de fora me olhou e assentiu.

UHU! Isso que eu chamava de autoridade! Eu me vestiria de freira mais vezes se fosse assim.

"Olha... Eu, huh... Queria uma consulta." Eu me virei para a tal de Leah.

"Consulta?" Ela perguntou com os olhos arregalados.

"Sim... Você sabe... Eu... Veterinário..."

"Mas a senhorita Tanya é veterinária, não médica."

Então... A tal de Tanya era veterinária? Huh. E eu era uma freira e tinha autoridade. Tenho que lembrar a senhorita daquilo.

"Mas eu quero uma consulta com a veterinária Tanya. Se tiver que colocar raça ai coloca... Huh, Aquita." Eu parecia com um Aquita? Bem, talvez eu devesse ter posto Rotweiller.

"Mas, huh..."

"Olhe, Leah, eu sou uma freira, idosa, e com problema nas costas... não dá simplesmente para marcar uma consulta?"

"Mas temos hospitais e..."

"E estão todos ocupados. Você sabe como é hospital público." Revirei os olhos. "Arranje-me então uma consulta com a senhorita Tanya, ou você quer que todas as pragas do Egito caiam em cima de você?"

"Não... Não..." Ela se agitou e começou a anotar alguma coisa. Ela começou a suar mais ainda, e parecia que ela estava terrivelmente assustada com alguma coisa.

Até que ela me entregou um papel que eu teria que assinar.

Em alguns garranchos eu escrevi: "Serva de Deus."

Leah franziu o cenho ao ver aquilo, mas eu simplesmente comecei a assobiar aquela música emocionante. "Mexe com minha estrutura, sara todas as feridas..."

"É, huh, olha..." Ela começou a falar. "Eu posso estar errada e tudo... Mas..."

"Ei, meu cachorro está com gases dá para ir logo?" Outra mulher gritou da recepção. Leah ficou em dúvida, mas acho que ela optou em não ter um bando de besouros visitando a casa dela mais tarde.

"O que estava falando?" Perguntei a incentivando.

"Então... Eu posso estar errada... Mas você não é Isabella Swan?"

"É... Por quê?" Perguntei desconfiada.

"Bem... O nosso patrão tem uma foto sua, quer dizer, de uma pessoa exatamente igual a você, só que sem essas roupas na sala dele... E... Você é freira..."

Ah... Então quer dizer que Jake tinha uma foto minha na sala dele?

Então era por isso que a tal de Leah me olhava assustada. Quem não olharia ao pensar que o patrão tinha um caso com uma freira?

"Ela é minha irmã gêmea." Me desculpei.

UGH! Eu inventei tantas mentiras hoje que eu acho que iria para o inferno só por causa delas.

"Ah..." Ela suspirou de alívio e enxugou o suor que escorria por sua testa. "Pensei que tinha algum tipo de relacionamento..."

Eu comecei a rir. "Relacionamentos entre pessoas com votos de castidade e pessoas que não? Imagina." Caçoei sendo que eu estava em uma relação dessas.

Claro não eu sendo a freira, mas sim amando um padre.

UGH! Vida irônica.

Logo Leah começou a relaxar, e depois de esperar o cachorro-paciente sair de sua consulta, Leah indicou o caminho que eu deveria seguir.

Chegando à porta, ouvi a mesma voz do telefone, só que bem mais bonita e aveludada.

"Serva de Deus, Aquita."

Eu entrei na sala respirando fundo, e tomando cuidando para colocar cada pé na frente do outro de forma certa e parecer confiante.

A sala era bem espaçosa e era separada por uma cortina de uma área onde provavelmente se cuidava dos cachorros.

Eu olhei tudo aquilo e logo meu olhar se centralizou em uma enorme mesa de mogno, e a mulher loira, de corpo escultural, olhos intensamente azuis, e cabelos ondulados estilo Giselle Bündchen que caia perfeitamente por seus ombros e cintura, que estava por trás desta.

Logo eu me senti um lixo... Ainda mais vestindo as roupas que eu estava.

Então agora eu conhecia pessoalmente quem era parte do passado de Edward. Agora eu sabia o porquê que ele abandonara o seminário.

Fora por causa de Tanya Dennali.

Quem fez com que ele não resistisse á tentação.

Fora por causa daquela mulher, que Edward se mostrava mais fechado comigo.

A mulher que estava ali, sentada sorrindo, linda e esbelta, em minha frente.

"Tanya Dennali?" Eu perguntei pausadamente.

Ela sorriu calorosamente e assentiu. Eu fiquei parada ali sem reação, até que o sorriso se apagou do rosto dela lentamente, sendo substituído por um franzido de testa.

"Huh, algum problema...?" ela perguntou.

"N-não..." Como que eu queria que Edward cedesse à tentação? Eu havia me esquecido que eu não passava de alguém desinteressante... Alguém que parecia nada perto daquela mulher, que afetara tanto a vida de Edward?

UGH! Eu era o Frankenstein perto dela.

"Huh... Irmã... Sua... Aquita?"

"Eu sou a Aquita." UGH, idiota, idiota.

"Você?" Perguntou confusa.

"Não, er, quer dizer... Eu queria falar com você."

"Falar... Comigo?" Ela perguntou pausadamente. Ela observou bem minhas roupas, e de repente começou a parecer preocupada. Talvez associando o meio religioso a alguma coisa... A coisa que eu iria perguntar á ela.

"Sim." Assenti ainda me sentindo um lixo.

"É... Eu tenho muitos cachorros ainda para atender, Jacob não está aqui e..." Ela parecia querer fugir de alguma coisa?

"Eu tenho que falar com você, senhorita Dennali." Eu disse com a voz mais firme que eu pude achar. "É questão de dever."

Ela me analisou por um longo instante, até suspirar, e indicar a cadeira de frente á ela.

"Quer alguma coisa...?" Ela perguntou educadamente.

"Não, obrigada. Estou bem." Respondi ainda pensando em como eu perguntaria aquilo. Diabos, eu não sabia o que ela tinha feito exatamente para ter alguma inspiração, ou saber por onde iniciar.

Ficamos em silêncio por algum tempo enquanto eu analisava as pregas da minha saia de beata. Tanya parecia longe em pensamentos.

"É, huh, irmã? O que há para falar comigo...?"

"É,... Senhorita Dennali..."

"Tanya." Ela cortou.

"Tanya..." Eu repeti. "Bem..." Respirei fundo iniciando a nova onda de mentiras do dia. "Eu sei o que aconteceu há seis anos." Oh gosh. Senti-me em pleno filme: 'Eu sei o que você fez no verão passado. ' UGH!

Ela hesitou. "O que... Aconteceu?"

Eu respirei fundo. "Você... E o atual padre Edward... Na época seminarista."

Ela arregalou os olhos e vi-a respirar fundo algumas vezes. Ela fechou os olhos provavelmente tentando esquecer ou se acostumar com alguma coisa. Até que quando voltou a abri-los ela respondeu com uma voz dura.

"Eu não sei o que você está falando." Mas eu sabia que ela mentia. Não pelo nervosismo dela. Por que será que todo mundo ficava daquele jeito sobre o assunto?

UGH! Eu imaginava que Tanya seria alguém bonito, claro para conseguir de alguma forma afetar tanto Edward mesmo depois de tanto tempo, mas nunca imaginei encontrar alguém que não se olhava no espelho a cada cinco segundos, ou era esnobe.

Na verdade eu esperava encontrar uma espécie de bruxa, ou vilã adolescente das patricinhas de Beverly Hills, mas não encontrar uma mulher. Trabalhadora. Educada... E com certeza não esnobe.

UGH! Eu tinha que mudar meus conceitos sobre ex. Quer dizer, ela não era ex de Edward, ou era?

Inferno! Era para isso que eu estava ali, para descobrir alguma coisa, usando da 'fantasia' de beata para jogar o verde mais fluorescente que eu pudesse.

"Não minta para uma freira."

Ela me analisou. "Você realmente não é uma." Ohmeudeus. Como ela descobrira? "Você não veste um hábito inteiro, além do que seu cabelo é comprido preso no coque."

Pelo menos o meu total disfarce não estava totalmente surrupiado.

"Ouça... Você não pode mentir para mim do mesmo jeito." Retruquei pesando minhas palavras e tentando ser 'gentil'.

Ela respirou fundo e fechou os olhos. "Olha, com todo respeito, mas o que você quer em um dia movimentado, perto do ano novo, comigo? E sobre algo que aconteceu há seis anos? Não dá simplesmente para deixar tudo para trás?"

Bingo! Ela estava se abrindo.

"Desculpe por isso... Mas é necessário."

"Mas por que tem que vir aqui falar comigo? O que você quer?" Ela começou a perder a pose ao se levantar da cadeira e andar nervosamente de um lado para o outro. "Por que você tem que vir aqui desenterrar tudo isso? Algo que eu estou tentando há tanto tempo esquecer? Já não basta Katie e minha mãe."

"Você sabe que isso nunca será esquecido." Contornei. "Mas por que você não tenta falar... Pode te ajudar."

"Eu já falei! Falei muito! O bispo falou comigo, os pais de Edward falaram comigo, todo mundo falou comigo, e eu já falei com todo mundo. E isso há seis anos! Por que voltar?"

"Por que isso te perturba tanto?"

"Desculpe, mas não é da sua conta..." Ela retrucou se virando para me olhar friamente. "Ouça, eu não quero falar sobre isso, eu me arrependi, ok? Eu posso ter aceitado o que minha irmã e minha mãe planejaram, mas eu me arrependi! Eu era apenas uma adolescente! Eu estou a seis anos tentando mudar minha vida, fazendo estágio e finalmente trabalhando nessa clínica que é uma das mais prestigiadas da cidade. Eu estou conseguindo passar por cima dos meus pecados, e, por favor, não venha voltar com eles à tona."

"Já tentou se confessar...?"

"Confessar?" Ela perguntou com escárnio. "Claro que já, e com a única pessoa que eu confiaria. Com o único padre que eu teria coragem de fazer isso."

Ela não precisava dizer quem era, pois eu sabia muito bem.

"Mas ele não quis me ouvir... Ele me acusou de mentir diante de Deus... Ele me acusou de tantas coisas aquela tarde." Ela virou o olhar para o lado e tentou esconder as lágrimas que insistiam em cair. "Eu tive que sair... Ele não queria ouvir nada do que eu dizia. Nada."

A imagem de Edward perdendo o controle – no mau sentido – me atormentou. Eu nunca vira Edward tratando alguém mal, acusando alguém...

Então as coisas começavam a se encaixar, mas ainda faltava o motivo de tudo.

O que a mãe e Katie obrigaram Tanya a fazer? O que ela assentiu fazer e depois se arrependeu?

"Ele estava com raiva... "Joguei verde querendo mais informações. "Talvez seja hora de tentar conversar com ele de novo, resolver as coisas com a cabeça fria."

Eu estava cavando minha sepultara só podia. Falar para ela se aproximar dele? E se ele ainda se sentisse atraído por ela? Adeus Bella! UGH!

"Não." Ela disse friamente. "Todos deixaram bem claro para mim que não era para eu nunca me aproximar dele novamente. Eu tentei juro... Eu não o amava... Mas eu gostava demais... Edward sempre foi à melhor pessoa que eu conheci, e eu somente fui uma cachorra com ele."

"O que você fez?" Perguntei já se esquecendo de qualquer disfarce, ou tentativa de mostrar que eu realmente já sabia de tudo.

"O que eu fiz? Todos sabem o que eu fiz. Quer dizer... Todos que o conhecem... Porque todos trataram de abafar o caso... Por acaso você não vai achar em nenhum lugar algum registro dizendo que Edward deixou o seminário. Tudo o que se tem é sobre o Arthur e Katie. Mas nunca sobre nós dois."

"Vocês dois...?"

"Olha..." Ela mexeu nos longos cabelos e depois se olhou friamente para mim. As lágrimas continuavam caindo, mas ela ainda não mais pensava em esconder. "Eu não sei por que você veio aqui me lembrar de tudo isso... Eu fiz coisas erradas, e fiz Edward fazer o mesmo... Eu compeli Edward a fugir comigo, eu fiz ele se afastar da família para ficar comigo, mas eu me arrependo! Não é o suficiente? Diga para Deus que eu me arrependi, ok?" Ela bufou e abriu a porta para eu sair.

Eu ainda estava estacada no meu lugar. Eu tentava processar aquelas novas informações, tentava imaginar o que realmente tinha acontecido. E várias teorias surgiram em minha mente, mas logo uma imagem se formou intensamente.

Eu e Edward no confessionário naquela tarde... No guarda vassouras... Na cozinha da minha casa... Momentos com aquele... E logo um sentimento estranho surgiu em mim.

"Você e Edward já..." Engoli em seco olhando para o nada. "Vocês... Vocês..."

Ela me olhou com escárnio. "Se transamos?"

Eu assenti lentamente ainda meio tonta.

Ela riu histérica e abriu ainda mais a porta, enquanto eu me levantava e ficava de frente para ela encarando os enormes orbes azuis.

"Ele era seminarista... Mas..." E assim ela praticamente me empurrou para fora e fechou a porta atrás de si. Logo eu distingui o barulho de soluços, o que eu imaginei que fossem os dela.

Mas ela nem precisou completar a frase para eu saber.

Eu mesmo usara muitas vezes.

"Ele é padre, mas é homem..." Eu sussurrei. Assim como eu costumava falar isso, Tanya costumava dizer a seis anos: 'Ele é seminarista, mas é homem. '

Oh Céus!

"Irmã! Sua benção." Uma voz extremamente conhecida veio atrás de mim no corredor da clínica. Virei-me ainda trôpega, e vi Jake abrindo a boca em um perfeito "O" e os olhos arregalados. "B-Bella?"

"Oi Jake." Falei sem graça.

Ele abriu a boca para falar, mas fechou de novo, parecendo um perfeito peixinho.

"Não, não entrei para o convento e nem nada parecido." Garanti. Ele soltou o ar em alívio e me analisou de cima á baixo.

"Por que essas roupas?"

Eu encolhi os ombros. "Mudança de hábitos." Ele sorriu nervoso coçando a cabeça com as mãos. Piolho? HAHA.

"Bem... Uh, algum problema com Sky?"

"É, huh... Vim pegar a ração."

"Ah claro." Ele sorriu. "Vem, vamos." Ele me ofereceu o braço e eu aceitei.

Fomos até a pequena lojinha que ficava do lado da recepção e ele pegou a ração. Na recepção Leah nos olhou assombrada, com certeza achando que eu mentira para ela a cerca de ser freira, ou mesmo de não ser a mesma pessoa da fotografia da sala de Jake.

"Leah, essa é Bella." Ele apresentou. Bem agora ela realmente estava assustada, e eu tratei de sair dali o mais rápido o possível. Antes de sair eu vi Tanya chamando algum paciente canino e nossos olhares se cruzaram. Ela desviou o olhar rapidamente e saiu por entre os corredores.

Eu somente suspirei.

Eu não peguei um taxi, eu fui caminhando até em casa mesmo.

Eu queria pensar com clareza e com tempo.

As informações eram tantas.

O que a mãe e Katie tinham planejado para Tanya que ela aceitou fazer e se arrependeu?

Provavelmente foi isso que fez com que Edward fugisse com Tanya do convento e vivesse com ela, abandonando a família.

Mas o que Tanya fez para que Edward voltasse?

Eu sabia que entendendo Tanya e Edward, eu nos entenderia.

Por isso que aquilo tinha tanta importância para mim.

Mas algo estava me incomodando profundamente.

Edward fugira com Tanya... Tão facilmente... E eles... Huh... Transaram...

Edward não era virgem... Não era.

UGH! Como que eu poderia pensar que ele era também?

Mas algo me incomodava mais ainda. Por que Edward cedera a tentação com Tanya e não comigo?

Está certo que ele era seminarista e agora padre, mas mesmo assim...

Mesmo assim... Eu queria que ele também fugisse comigo, eu também queria que ele fizesse amor comigo.

Inferno! Eu queria tantas coisas vindas dele.

Se Edward realmente me amava como ele havia dito uma vez, por que não?

Por que Tanya sim e eu não?

Será que ele a amara mais do que eu?

UGH! As lágrimas começaram a cair conforme eu andava. Cheguei ao meu apartamento e tirei a roupa de beata colocando o primeiro jeans e camiseta que eu achava pela frente.

Estava um dia muito frio, embora a neve desse uma trégua.

Sky veio correndo em minha direção e eu coloquei a ração para ela, que comeu feliz.

Eu ainda estava com o olhar perdido no nada... E só um pensamento ecoava em minha mente:

"Eu também quero que Edward faça amor comigo. Eu também quero que ele fuja comigo."

Eu sabia que era ciúmes do que ele teve com outra mulher antes de mim... Eu sabia, mas eu queria.

Eu o queria. Eu queria ter ele.

Como Tanya tivera.

Sem pensar, eu peguei minha bolsa e mesmo sem casaco eu saí do meu apartamento correndo.

Minha pele argumentava comigo por causa do frio intenso, mas eu não ligava. Eu corria o mais rápido que eu podia.

Eu sentia que meu lado racional estava cego.

Eu só sabia que eu precisava de Edward... Agora.

Alice estaria o dia inteiro no shopping com Rose e a casa paroquial estaria vazia. Somente com Edward ali dentro.

E essa seria minha oportunidade.

Corri por um longo tempo... E minhas pernas doíam, assim como eu tremia por conta do frio.

Eu só parei quando eu encarei a construção da casa paroquial em minha frente.

Uma cruz estava pregada bem no alto, quase no teto, e eu suspirei:

"Sabe Deus... Você não é amor? Por que então impedir um tão forte assim?"

Pe. Edward

Emmet saíra de casa depois que o jogo acabou. Na verdade acho que eu não estava sendo uma boa companhia.

Eram tantas coisas que acontecendo, que UGH! Realmente era demais até para mim.

Alice saíra com Bella para o convento e depois ligara dizendo que iria para o shopping com Rose.

Eu iria perguntar "E Bella?", mas mordi minha língua.

Eu tinha que me manter afastado dela o mais que eu conseguisse, porque eu sabia que eu não conseguiria muito resultado se eu pensasse e me ocupasse com ela o tempo todo.

Coloquei o leite para ferver para o chocolate quente e fui tomar um banho igualmente quente. Quando terminei coloquei uma calça de moletom e fui até a cozinha terminar a bebida.

Passei a mão pelos meus cabelos me lembrando nostalgicamente de épocas de minha vida.

Minha infância... Minha adolescência interrompida com o seminário... Tanya...

Tanya.

Abanei os pensamentos da minha cabeça e peguei um pacote de cookies no armário.

Minha vontade era de dormir e me esquecer de tudo; e na verdade era isso que eu pretendia fazer hoje pelo dia todo.

Eu rezara uma missa já de manhã, e não precisava me preocupar mais com isso.

Lembrei-me da minha volta ao convento... Do meu estado depressivo... Da reconciliação com minha família e a igreja, e das composições das músicas para me distrair.

"O bispo está te esperando, Edward." Martha disse calorosamente, mas eu conseguia ver a preocupação por trás das lentes grossas de seus óculos. "Senti sua falta."

Eu sorri fraco. "Eu também Martha." Ela assentiu e me indicou a porta que dava para a sala do bispo.

Assim que entrei o vi sentado em sua poltrona de costas para mim. Olhei ao meu redor e me senti claustrofóbico e reprimido.

"Edward..." Ele disse se virando e encarando meus olhos. Sua expressão estava séria, mas logo um enorme sorriso se estampou, me deixando assustado e confuso. "Seja bem vindo de volta ao lugar que você pertence."

A minha ordenação e o lançamento do meu CD... O sucesso... Os shows... A catedral...

Meus amigos... E Bella.

Terminei de tomar o chocolate quente, e suspirei pesadamente enquanto me encostava-se à bancada da pia pensando em tudo, e como as coisas poderiam ser diferentes.

Eu tentava cada vez acreditar mais que Deus escrevia certo por linhas tortas, mas cada vez ficava mais difícil.

Não na minha situação.

"Eu tenho um presente para você." Ele começou.

"Presente?" Perguntei totalmente confuso.

"Sim, na verdade dois... Eu prometo que ninguém a não ser do seu círculo mais íntimo vai saber o que aconteceu e também não haverá restos disso em nenhum lugar do mundo."

Eu assenti aliviado, porém envergonhado por estar naquela situação.

"E o outro..." Ele sorriu e pegou uma caixinha de sua mesa. "É isso."

Peguei a caixinha, incerto e abri e lá dentro se revelou uma enorme cruz em madeira.

Eu o olhei ainda mais confuso: "O quê...?"

"É para você se lembrar sempre desse dia... O dia que você voltou depois de ser tentado... Se lembrar que você sempre voltará para a igreja, e para com isso, tentar se mantiver longe das tentações."

E agora no lugar da enorme cruz, estava a metade da pequena que eu dividia com Bella. Emmet sabia o que ela significava, e ele deixara bem claro no Natal que ele torcia pelo nosso amor.

Guardei tudo em seus devidos lugares e olhei pela janela da cozinha para a rua movimentada lá fora.

A neve dera um descanso, mas se bem que seria uma boa desculpa de morte.

Algo do tipo: "Padre é encontrado morto soterrado em neve em frente a sua casa."

É isso iria funcionar.

Andei quase me arrastando até meu quarto, ouvi um barulho estranho vindo de algum lugar, mas ignorei.

No quarto deitei de braços abertos na cama e fechei os olhos tentando apagar toda e qualquer imagem de minha mente.

Todos os meus pensamentos se resumiam... Bella... Bella... Bella...

Suspirei pesadamente e murmurei: "Bella..." Sentindo a simples textura da pronúncia daquele nome em minha boca. O doce mel que ele emitia.

"Eu estou aqui Edward." Eu ouvi a doce voz dela ecoar nos meus ouvidos.

Até que uma alucinação seria muito bem vinda agora...

"Bella..." Repeti de novo brotando um sorriso nos meus lábios. Eu queria ouvir sua voz de novo.

Só o que eu ouvi foram passos. Passos no carpete do quarto que se aproximavam de onde eu estava.

Uma alucinação tão vívida de novo? Um novo sorriso se brotou em meus lábios.

Senti o colchão ranger enquanto um corpo quente se aproximava de mim. Uma mão pequena e macia acariciou meu peitoral desnudo e eu estremeci.

"Oh Bella..."

"Edward... Meu Edward." A voz respondeu.

Senti-a cada vez mais perto e sua respiração próxima a mim. Parecia tão real...

"Seu... Seu..." Repeti pesadamente sentindo a fragrância de lavanda que emanava do seu corpo. Minha... Minha...

Eu poderia ficar para sempre curtindo aquela alucinação... Eu poderia, sim, eu sabia disso.

Senti lábios tocando os meus levemente mandando descargas elétricas por todo o meu corpo.

Nunca fora tão real assim... Mas eu gostava... Talvez a necessidade e o amor fossem tão grandes que cada vez ficava parecendo mais e mais verdadeiro.

Esqueci que era padre, que o mundo caia em minhas costas... Somente quis curtir aquele momento alucinante, porém tão vívido.

Eu correspondi o beijo lento e doce, porém profundo.

Eu sabia que não teria coragem mais para dizer a Bella o quanto eu a amava e a queria do meu lado, por isso eu tentava passar tudo pelo aquele beijo tão real, mesmo sabendo que ela não saberia disso, por que não era ela ali.

Era algo intenso da minha mente.

Ela se separou de mim e eu soltei um muxoxo. Ouvi uma pequena risadinha e depois um pedido em uma voz rouca:

"Abra os olhos, Edward..."

Eu obedeci. Eu sempre obedeceria.

E ali estava ela... Perfeita... Com os cabelos soltos caindo pelo meu peito, a face a centímetros da minha... A boca rosada, carnuda e extremamente convidativa.

Tão real...

Eu sorri, e ela também.

Minhas mãos foram para sua face sentindo o contorno de cada lado, de cada ângulo. Seu nariz, sua boca, sua testa, suas bochechas coradas... Seus cabelos macios... Tudo tão perfeito e parecendo tão real.

Talvez eu nem devesse me preocupar tanto com essas coisas, se eu tivesse alucinações tão vívidas assim sempre, eu poderia me acostumar á elas, e tentar me manter afastado da real Bella.

Bella fechou os olhos curtindo o carinho e sua face descansou na palma de minha mão. Eu a contemplei naquela face de anjo e sorri, pois era ela o anjo a quem eu amava.

Ela abriu os olhos lentamente, e seus orbes chocolate me encararam, transmitindo todo o nosso sentimento como uma avalanche dos mesmos.

Eu sorri de novo, curtindo aquele momento... Nossos olhos se encaravam... O verde e o castanho... Uma perfeita combinação...

"Eu te amo..." Eu disse para minha Bella alucinógena.

"Eu também." Ela assentiu, e logo nossos lábios voltaram a se tocar.

Eu sentia a doçura dos lábios dela... E aproveitei para cheirar um pouco mais de seu perfume de lavanda tão presente em todos os lugares de minha mente.

De repente nosso beijo começou a se aprofundar, e minha língua pediu passagem na boca dela.

Ela assentiu com um pequeno gemido, e nossas línguas se encontraram em um ritmo totalmente voluptuoso. Eu gemi de satisfação e senti as mãos de Bella apertarem meu cabelo com força, causando um pouco de dor.

Eu me afastei rapidamente, e a encarei; Ela parecia tão confusa quanto eu.

Alucinações eram tão reais assim? Chegavam a doer?

Não... Não... É claro que é mais uma, entre tantas outras.

Sorri para ela e voltei a beijá-la ferozmente, enquanto um braço contornava sua cintura e a trazia cada vez mais perto de mim.

Suas pernas estavam entrelaçadas nas minhas, e eu queria seu corpo cada vez mais perto do meu.

O beijo estava cada vez mais intenso e meu corpo estava quente e praticamente pulsando.

Eu gemi enquanto Bella mordia meu lábio inferior... Foi tudo o que bastou para que eu a virasse de costas a cama, e eu ficasse em cima dela.

Ela olhou maliciosa para mim e eu sorri beijando seus olhos... Seu nariz... Rocei minha boca na sua... E logo minha boca começou a explorar a pele maravilhosa de seu pescoço.

Bella riu enquanto as duas mãos me puxavam para cima pelas costas:

"Meu vampiro."

Eu ri e passei a língua pelo seu pescoço sentindo ela se contorcer embaixo de mim.

Abri a boca levemente, somente permitindo morder um pouco de sua pele.

Fui dando mordidinhas e sentindo-a estremecer e gemer embaixo de mim, até chegar a seu queixo e subir em direção a sua boca.

Eu a olhei tão lá para mim e voltei a beijá-la.

Lembranças de uma época passada surgiram em minha mente, mas eu não precisava me preocupar. Aquilo era somente uma alucinação...

Uma ótima alucinação... Mas Bella realmente não estava ali.

Minhas mãos saíram de sua face e foram explorando seu corpo. Suas curvas que faziam minha mão tremer...

Bella se arqueou e minhas mãos desceram por entre sua coxa, subindo pelo seu quadril até os seus seios...

Oh Jesus... Alucinações eram realmente as melhores coisas que Deus inventou para um padre necessitado.

Eu logo tirei minhas mãos dali... Mas Bella alucinação, me surpreendeu, pegando minha mão e levando até seus seios.

Eu a encarei confusa, e ela murmurou:

"Toca..."

Eu gemi de prazer e logo minhas mãos envolveram o seio direito dela que estava coberto pelo tecido da blusa.

Bella gemeu e voltou a me beijar, e suas mãos buscaram o fim das minhas costas, onde ela arranhou toda a extensão com as unhas afiadas.

Eu apertei mais os seios dela em reflexo e logo nossas bocas continuaram a se tocar.

Eu já não agüentava aquilo... Eu sentia que eu estava pronto para tê-la. Mas como ter uma alucinação?

Bem, pouco me importava.

Como um perfeito homem das cavernas eu arranquei sua blusa com um estalo e logo seus seios ficaram totalmente expostos a mim, somente cobertos pelo leve tecido do sutiã azul.

Eu fiquei admirando eles, até que Bella murmurou em uma voz rouca e sexy:

"Muito melhor tocar, do que olhar."

Eu soltei um rugido gutural com aquela mulher linda ali em minha frente, e logo depois o homem das cavernas já havia me tomado completamente.

Eu sempre fora um garoto tímido.

Na escola, com os amigos de rua, até mesmo com meus pais.

As pessoas sempre pareciam me tratar diferentes das outras crianças. Sempre queriam puxar assunto, ou ficavam cochichando ao meu respeito pelos cantos.

Mas eu acabava me afastando... Coisas e timidez de criança.

Alice sempre fora o extremo oposto de mim... Ela sempre era muito sociável, e com um par de amigos correndo pela casa.

Minhas maiores companhias sempre eram meus pais... Minha mãe sempre foi uma pessoa religiosa... Ia á missa todos os finais de semana, e fazia parte do grupo de ajuda, como dízimo e catequese.

Ela escutava vários programas religiosos tanto no rádio quanto na TV, e como hábito, eu fazia companhia intermitentemente para ela.

Com isso aprendi a rezar e a ir a missa todos os finais de semana.

Eu sempre ficara admirado com os padres, e líderes religiosos. Eu os achava tão impotentes e tão... Legais.

Pelo menos era essa minha visão.

Eu achava que eles não viviam sozinhos, apesar de não ter uma família com eu tinha. Sempre cercados de pessoas que iam ver suas missas, dos problemas delas e da igreja... Nunca sozinhas ou solitárias.

"Um dia você poderá ser um deles, Edward." Minha mãe disse uma vez quando estávamos assistindo a um programa do bispo diocesano. Dom Daniel.

E aquilo martelou sempre em minha cabeça.

Alice chegara a me incluir em suas rodinhas de amigos, e eles me acolhiam, mas eu sempre não voltava no dia seguinte, eu preferia ficar junto com minha mãe, rezando e ouvindo os mesmos programas de sempre.

Eu não sabia o que tinha errado comigo... Só sabia que eu tinha admiração por aquele mundo que minha mãe também participava e que eu começara a gostar.

Eu absorvia cada palavra que eles diziam como "Deus é amor. Deus é tudo. É impossível viver sem Deus."

E eu acreditava. Porque em minha mente de criança, eu tinha tudo o que era bom.

Eu tinha uma família boa, tinha saúde... E isso tudo vinha de Deus.

Eu nunca tive motivos para duvidar de Deus – eu fora criado daquele jeito – e nunca motivos para reclamar, pois se algo acontecia é porque "é a vida", ou "o rumo certo das coisas."

Outra coisa dessa época, é que eu nunca fora próximo de meninas. Apesar das amigas de Alice sempre montarem barracas em cada canto de casa.

Até que surgiu uma garotinha com longos cabelos vermelhos e olhos azuis faiscantes, uma amiga de Alice.

Victória Brown.

Eu percebia olhares dela sobre mim toda vez que eu ia até a cozinha me entupir de doces e chocolate, mas o que eu poderia fazer afinal?

Até que um dia ela entrou no meu quarto de repente e disse que me amava.

Eu fiquei atônito ante aquela situação. "Como ela poderia me amar, se eu nem a conhecia direito?"

Foi aí que minhas barreiras começaram a ser quebradas, e eu e ela nos envolvemos em um romance de adolescentes de treze anos.

Minha mãe ficara feliz por mim, aliás, minhas barreiras estavam sendo ultrapassadas, mas eu sabia que no fundo o sonho dela era me ver como padre.

Um filho servindo á Deus.

Mas foi a vez de Victória. Eu comecei a sair com ela, minha irmã e seus amigos, e acabei conhecendo pessoas como Emmet.

Eu estava feliz, mas quando eu voltava para casa, eu sempre ia assistir aos programas religiosos e ouvia as músicas.

Minha mãe sorria fracamente para mim e eu retribuía com um sorriso radiante. Afinal eu estava feliz.

Só que um dia eu soube. Victória havia se aproximado de mim para fazer ciúmes para um amigo de infância que tinha aquela venda sobre os olhos de "amizade" a cerca dela.

E quando finalmente ela conseguiu seu objetivo, ela me revelou e nós terminamos.

Eu fiquei triste... Aliás, era minha primeira desilusão, mas isso não foi motivo para eu me afastar de meus amigos.

Eu e Emmet nos tornamos inseparáveis, e fomos para a mesma escola na primavera. Emmet sempre fora o garoto mais popular, e eu acabara entrando nessa onda.

As meninas brotavam em nossa frente, e 'casualmente' esbarravam em nós, ou deixavam cair os seus livros.

Eu já estava começando a deixar de ser o Edward garoto tímido, para ser o Edward popular.

Eu fazia parte do time de Beisebol e Natação da escola, e todos os treinos eram lotados... De garotas.

Mas sempre quando eu voltava para casa, minha mãe estava ali e eu lembrava as intermináveis horas rezando, e assistindo aos mesmos programas.

E eu me lembrava da minha fascinação pela igreja e os líderes religiosos.

Eu conseqüentemente lembrava a frase de minha mãe:

"Um dia você poderá ser um deles, Edward."

E eu comecei a me perguntar: Por que não?

Eu sempre fora um garoto religioso, e apesar de popular eu nunca havia esquecido a maneira como eu crescera.

Até que um dia o Grupo de Jovens da Catedral que eu participava, fizeram um retiro no seminário da cidade.

Como não tinha outro lugar cedido, resolvemos ir para lá.

Arrastei Emmet comigo, e ele foi a contragosto, mais interessado nas garotas que poderia encontrar do que realmente participar do retiro.

Acabou que foi um final de semana muito bom. O seminário era em um terreno enorme, com vários dormitórios, uma piscina de dois metros de profundidade – que eu adorara- um enorme campo de futebol e uma extensa área de plantação.

Além da capela que tinha.

Afinal, o seminário parecia ter tudo o que eu gostava.

E sempre a frase de minha mãe martelava em minha cabeça.

Até que um dia com quase 15 anos, eu decidi ser padre.

Tudo se juntara. A admiração pelos líderes religiosos, o seminário... Tudo, até que eu contei para minha mãe.

Ela explodiu de felicidade e me abraçava a cada cinco minutos dizendo o quanto estava feliz. Meu pai também estava, mas eu sabia que ele preferia ter seus netos, bisnetos e uma tremenda linhagem pela frente.

Mas pelo menos eles tinham Alice para esse papel ainda.

Contei para Emmet, e ele achou tremendamente engraçado.

Afinal, um cara popular, feliz, e realizado o que poderia querer fazer em um seminário, que segundo ele, era um lugar de solidão e para pessoas mal amadas?

Mas Emmet não tinha tido a mesma experiência e gostos do que eu.

Então aos quinze anos entrei no seminário.

Como eu ainda estava no colegial, eu ainda tinha aulas normais na escola.

As garotas me fuzilavam com olhar, e todos me olhavam diferente como se eu fosse uma espécie de aberração. Até que um garoto chegou a mim e disse, em uma tarde:

"Você tem tudo que todo garoto quer, é bonito, tem popularidade, é rico, e agora você vai ser padre?"

Eu não ligava. Por que, aliás, ali tinha tudo o que eu queria...

No seminário tinha a cozinheira responsável, Irina. Ela cozinhava extremamente bem, embora o seu jeito fosse um pouco rabugento.

Tinha duas filhas. Katie e Tanya, que a ajudavam quando não estava na escola. Arthur, meu colega de quarto adorava a companhia delas. Quando não tínhamos aulas ou tínhamos que fazer alguma tarefa, ele ia até o jardim e conversava horas com elas.

Até que Arthur me disse que estava interessado em Katie.

Eu fiquei chocado, aliás, padres não podiam se casar.

Mas a única resposta que eu recebi, foi:

"Padres, sim... Mas eu sou seminarista, e quem aqui está pensando em casar?"

Até que eu comecei a encobrir os dois. Ele saia sempre que podia com ela, enquanto eu ficava o acobertando.

Tanya vinha para meu quarto e ficávamos conversando escondidos, esperando Arthur e Katie voltarem.

Sempre ficávamos conversando... Somente isso... E ela acabou se tornando uma boa amiga naquele seminário.

Eu tinha plena consciência que ela era linda... E todos os outros seminaristas se controlavam para não olhar demais para ela, mas eu tentava deixar claro em minha mente que ali era só amizade.

Porque eu não era como Arthur.

Até que o tempo se passou, e este mesmo, me disse que Tanya estava interessada em mim. Que conversara com Katie e esta dissera que a irmã suspirava pelos cantos, chamando pelo meu nome.

Eu fiquei confuso... Arthur disse que Katie era incrível, e que talvez fosse hora de eu começar a sair com Tanya também.

Eu neguei.

Era claro.

Mas as conversas de noite entre eu e Tanya continuavam... Até que eu comecei a olhar para ela como Arthur havia dito.

Como ele olhava para Katie.

Agora estava claro o sentimento dela por mim, só eu não sabia o que fazer, ou mesmo como agir.

Até que as coisas aconteceram com naturalidade... A química foi aumentando, e acabou que nos beijamos.

Eu tinha quase dezessete anos, e meus hormônios estavam em plena ebulição, e eu ali no convento.

Ali que eu notara que uma coisa o seminário não tinha que eu gostava: Mulheres.

Afinal eu era um garoto de dezessete anos, querendo ou não, com os hormônios na flor da pele, e sem as experiências das descobertas amorosas já que no seminário eu era privado disso.

Olhando de agora, eu imagino que talvez eu tenha entrado muito cedo.

Se eu tivesse experimentado um pouco mais a vida, talvez eu não visse necessidade de fazer isso quando eu já tinha um compromisso.

Ou talvez... Só talvez... O destino fizesse Bella vir ao meu encontro... E eu e ela poderíamos viver como um casal que se ama normal.

E agora eu estava ali. A que ponto eu chegara...

Tendo alucinações com uma mulher que chegara com seu jeito espalhafatoso, atrapalhado e ao mesmo tempo inocente. De mansinho, ela cravara permanência no meu coração, e eu imaginava tocá-la, beijá-la e vê-la nesse exato momento.

"Oh Bella..." Disse como uma lamuria depois dessa onda de pensamentos conflitantes. "Se você tivesse aparecido antes..."

Ela olhou fundo nos meus olhos e sorriu: "Eu estou aqui."

Eu sorri também sendo levado pela onda de sentimentos que aquela simples alucinação me proporcionava.

Os seios dela continuavam ali em minha frente, e um misto gigantesco de sentimentos se passou em minha mente.

Desejo e amor. Certo e errado. Ver ou não ver... Ser condenado, ou não ser condenado... Eis a questão.

Eu sabia que as coisas poderiam ser muito diferentes se fosse a Bella verdadeira ali.

Mas aquilo era uma alucinação.

E oh Deus! Ele sabe como eu sofrera todo esse tempo desejando-a em segredo e não podendo tê-la.

Mas quem sabe... Talvez... Só talvez... Isso fosse algo que Ele me proporcionara justamente para esse fim?

Não fazia sentido, se olhar pelo ponto que ele gostaria de me afastar de Bella, mas minha mente arranjava desculpa para si própria.

Foi como eu lera uma vez em um livro famoso: "O ser humano cria desculpas para explicar um ato que sabe que é errado."

Mas por que eu estava pensando isso, se ali era uma alucinação?

Todo esse pensamento passou-se em um milésimo de segundo em minha mente, até que eu voltei a sorrir.

Afinal... Eu estava feliz... Aliás, meu coração sempre quisera estar ali... Somente a razão me impedia.

As mãos de Bella mexiam em todo o meu corpo me causando arrepios. Eu sabia que nem a neve das épocas recentes poderia fazer o mesmo que Bella fazia.

O quarto ficara quente de repente, em um mundo frio. E nossos corpos funcionavam como perfeitos geradores.

Ri com o pensamento, que poderíamos abastecer eletricamente uma usina daquele jeito.

"Queria que você fosse real..." Murmurei para a alucinação. Ela abriu os olhos lentamente e me olhou atentamente. Será mesmo que eu queria aquilo?

UGH! Todo aquele lance de bipolar.

"Eu sou."

Eu me deixei convencer com aquela resposta. Minhas mãos traçaram um caminho de fogo pela sua cintura, por sua barriga lisinha, que um dia poderia crescer e crescer, e gerar uma nova vida.

Uma nova vida.

Sim... Mas não comigo.

Bella nunca geraria uma nova vida comigo.

Outro homem estaria com a verdadeira Bella em seus braços, outro homem satisfaria seus desejos, e outro homem passaria a mão pelo seu ventre e imaginaria como seria quando ali gerasse o filho dos dois.

Abanei esses pensamentos de minha mente, afinal, eu pensava demais.

Alguma lei de Freud dizia exatamente o contrário do que eu fazia ultimamente, por isso, por que não ouvir os grandes sábios? Afinal, eles eram sábios.

Minhas mãos logo chegaram ao fecho de sua calça, e eu me refazei como se uma onda de choque, ou uma mão mecânica invisível me fizesse parar.

O cheiro de lavanda ainda continuava no ar, impregnando minhas narinas amorosamente, e Bella continuava deitada com a cabeça em meio á vários lençóis, criando uma espécie de áurea em torno de sua cabeça.

Ela sorriu gentilmente – e uma onda de confiança me invadiu- como se fosse isso mesmo que ela quisesse.

Ela pegou minha mão e deu um beijo cálido em sua palma, enquanto com sua própria ia guiando a minha entre as curvas de seu corpo.

Até o fecho de sua calça.

"Sou somente eu aqui." Ela sussurrou. Eu assenti, e minhas mãos abriram lentamente o zíper, que desceu em um estalo.

Meu corpo refreou de novo, mas Bella de alguma maneira me deu coragem com seus arranhões e beijos distribuídos.

O som meio esperançoso em meio ao quarto inundado por nossas respirações pesadas foi como um sino nos meus ouvidos.

Até que lentamente a peça jeans começou a descer. Minhas mãos guiavam-na lentamente por entre as coxas e as pernas brancas e torneadas de Bella.

Cada centímetro revelado era como um centímetro do céu, ou o paraíso – o lugar que iríamos quando morrêssemos.

Eu sabia que seu o paraíso fosse assim... Eu não rejeitaria tanto a idéia de morrer.

A peça jeans escorregou para o chão com uma destreza nítida – como se seu estado natural fosse sempre ali – no chão do meu quarto.

Eu fechei meus olhos aspirando o cheiro dela. Estava virando como uma droga.

Algo que eu me lembraria do odor, até quando o mesmo não estivesse perto de mim.

Bella fez carinho dos meus cabelos, o que foi algo delicado e totalmente doce.

Seria possível aquilo tudo, tão real, mágico e perfeito ser parte de uma mísera alucinação...?

Minha mente disse: "Para de pensar, Edward."

E eu parei.

"Olhe para mim, Edward..."

Ouvi a voz doce me pedir. Abri meus olhos lentamente, e encarei minha Jasmim somente de peças íntimas azuis e rendadas delicadamente.

Era como uma visão dos deuses.

Era como um corpo feito especialmente para mim... Para ser meu.

Para sempre.

O olhar de cobiça e desejo afundou em meus olhos verdes, e o mesmo se fez nos castanho chocolate dela. Eu lentamente comecei a subir, com minhas mãos fazendo companhia na subida, tocando tudo o que podia tocar.

Até meu rosto e o dela ficaram pertos... Pertos de mais.

Minhas mãos chegaram à parte úmida e quente de seu corpo. Eu conseguia até sentir os batimentos cardíacos deslocados de posição.

Eu não os toquei... Somente senti, e fechei meus olhos com força.

Uma onda de desejo me invadiu, e eu me perguntei:

Até quando uma alucinação dura?

Quando que Bella sumiria de minha frente como uma nuvem de fumaça e eu ficaria ali, desligando o aquecedor elétrico, para ter o banho mais frio que o Alaska já viu?

"Eu amo você." Repeti para minha Bella - alucinação.

"Eu também... Sente como?" Ela pegou minhas mãos e colocou de encontro ao seu coração, exatamente no meio de seu peito.

O coração dela batia acelerado, como se pudesse sair a qualquer momento quicando pelo quarto como uma bola de ping pong.

Como que eu pudera sentir aquilo?

Alucinações não são tão vívidas assim... Alucinações não são reais assim... Alucinações não são carnais.

E se não fosse a nenhuma ilusão em minha frente?

E se algum modo... Fosse Bella?

Eu fechei meus olhos com força tentando de algum modo fazer com que o corpo quente e pulsante embaixo de mim desaparecesse...

Mas não... Cada vez mais quente... Cada vez mais lá... Cada vez mais Bella.

Quando eu voltei a abrir meus olhos e minhas mãos continuavam pousadas sobre seu peito, milhares de pensamentos e emoções passaram por mim.

Eu e Tanya no seminário.

Eu e Tanya discutindo o futuro.

Eu e Tanya fazendo as malas.

Eu e Tanya fugindo...

Eu e Tanya... Eu e Tanya... Eu e Tanya...

Não! Não!

Eu não poderia deixar tudo acontecer do mesmo jeito.

Tanya dissera que me amara... Mas fez o que fez do mesmo jeito.

"Leia esses arquivos Edward... São histórias de padres que cederam á tentação, mas se arrependeram. Para muitos... Foi tarde demais."

Não! Não! Eu não poderia deixar as coisas ficaram 'tarde demais'. Eu não poderia repetir os mesmos erros, ser levado pelos mesmos desejos e hormônios idiotas.

Eu não era mais um adolescente de 17 anos, eu tinha vinte e quatro e não igualmente imaturo.

O verde e o castanho se olhavam... O verde e o castanho se amavam...

Eu precisava fazer aquilo parar... Eu precisava...

Eu a amava... Mas eu precisava fazer aquilo parar.

"NÃO!" Eu gritei.

Bella deu um pulo da cama com meu grito, e a mão que estava em seu coração voou junto comigo para longe da cama.

De repente toda a mágica do momento se dissipou, e o silêncio antes sexual e confortável, se tornou algo cheio de partículas de tensão.

Bella me olhava com os olhos arregalados da cama. Um lençol estratégia e mecanicamente cobrindo a parte exposta de seu corpo.

Eu passei a mão pelos meus cabelos e duas enormes lágrimas desfilaram pelo meu rosto, solitárias.

"O que... Foi?" Ela perguntou com a voz baixa, e eu sabia confusa.

Céus! Eu também estava! Eu não era o cara mais certo e confiante do mundo. Eu era o bipolar de toda a história do colégio.

Eu era o tímido menino que ficava sempre ouvindo programas religiosos com a mãe enquanto sua irmã brincava com sua rodinha de amigos bacanas.

"Você não pode estar aqui. Você não podia ter entrado aqui." Esperneei, falando as primeiras coisas que vinham em minha mente. Tudo saiu de minha boca com uma avalanche de palavras cortantes. "Saía daqui, Bella! Saía!"

"O quê?" Foi uma espécie de grito surdo de sua parte. Um ato incrédulo.

"Saía daqui! Você é o demônio! Você só quer me tentar, me fazer largar a igreja! Você quer me arrastar para o caminho do mal! Saía daqui!"

Eu me arrependi quase no mesmo momento de minhas palavras.

Bella não era Tanya. Bella não era Tanya.

Mas a semelhança daquele ato desencadeou grandes memórias e perfuradoras em minha mente.

"De... Mônio?" Ela falou lentamente como que pesando a catástrofe das palavras.

Eu não respondi, eu só gritei. "Saia daqui!"

Eu precisava ficar sozinho. Eu precisava pensar com clareza. Eu precisava ficar longe daquele perfume e daquele corpo.

Um longo tempo se passou, até que vi Bella com a expressão totalmente dura, passar uma perna para fora da cama, depois outra.

Ela respirou fundo e finalmente se levantou ainda com os lençóis cobrindo seu corpo.

Ela olhou para qualquer ponto na parede por um longo instante, e engolindo em seco, se virou para mim com dor no olhar.

Ficamos nos encarando, e de repente, ela deixou cair o lençol ao longo de seu corpo, como um véu caindo em cascata suavemente por uma obra de arte.

Eu fechei meus olhos para evitar que eles percorressem mais uma vez cada milímetro daquela pele, quando ouvi um muxoxo:

"Você realmente é bipolar, padre." Eu abri de novo meus olhos, e lá estava ela ajustando o lençol de volta ao seu corpo.

Eu respirei pausadamente, enquanto ela encarava a peça jeans que estava jogada no chão ao lado da cama.

"Sai... Daqui..." Disse já quase sem forças. Eu ainda continuava parado bobamente no mesmo lugar, com as mãos atadas ao longo do corpo, e com a respiração querendo falhar a qualquer minuto.

Suor escorria pelas minhas têmporas, e cada vez eu sentia o frio do lado de fora adentrando no quarto grande, mas pequeno demais no momento.

"Por que você começou, se ia parar?" Ela disse me encarando profundamente.

Eu engoli em seco e não respondi. Eu não teria coragem de dizer que eu estava – em minha mente- me aproveitando de uma alucinação.

Ela me chamaria de louco, ou de idiota. No mínimo.

Ela respirou fundo.

"Por que simplesmente..." Ela continuava com a voz firme, mas vi nesse momento ela controlar um soluço. "Não pôde me amar?"

Eu fechei meus olhos com aquelas palavras cravando fundo em mim.

Ouvi alguns passos no carpete e temi que ela estivesse se aproximando de mim novamente, mas ao invés disso, ela se agachou e pegou a calça do chão, logo depois sua blusa.

Ela observou as peças como se elas fossem grandes experimentos científicos, e murmurou:

"O que Tanya tem que eu não tenho?"

Aquilo me fez despertar completamente do meu torpor.

Como ela... Sabia de Tanya?

Ou pior, como que ela se comparava e ainda achava que lhe faltava alguma coisa, que supostamente Tanya tinha?

"O quê...?" Perguntei incrédulo.

"Isso mesmo." Ela elevou o nível da voz, já perdendo o controle antes estipulado. "Por que você foi capaz de dormir com outra mulher... E não é capaz de dormir comigo? Você me disse que me amava você me disse que nunca tinha sentido isso por ninguém antes... Mas pelo visto você sentiu por Tanya!"

"O que você está dizendo?"

"Se você me amasse, você estaria nesse momento embaixo dos lençóis comigo."

"É por que eu te amo que eu não faço isso! Você quer se condenar ao resto da vida ao amor de um padre?"

Ela engoliu em seco e vi que aquelas palavras perfuraram fundo em sua carne.

"A decisão é minha! A vida é minha! E isso não muda o fato de que você foi capaz de abandonar tudo por ela, e não por mim!"

"Eu tinha dezessete anos!" Esperneei.

"Mas você fugiu! Tenha a coragem de um adolescente e faça isso pela gente!" Ela gritou.

"Eu não posso..." Abaixei minha voz. "Bella... Por favor, saia daqui."

"Você quer que eu saia para nunca mais te ver... Para não ser tentado... Para não ser seu demônio particular. Você quer que eu saia porque você tem medo de viver sua vida!"

"Essa é minha vida!"

"Não é! Já que você acredita tanto em Deus assim, não seria plausível o fato de não ser uma mínima coincidência eu ter entrado em sua vida?"

"Chega..." Murmurei com dor.

"Por acaso Tanya não poderia ter sido um sinal de que aquela não era sua vida? Mas você voltou!"

"Voltei por que eu descobri tudo! Voltei por que eu vi que ela não me amava, e só queria meu dinheiro! Ela era minha tentação e eu a concebi... Mas eu aprendi."

"Edward, por acaso eu estou pedindo seu dinheiro?" Ela gritou e logo começou a se vestir furiosamente, primeiro suas calças e logo depois sua blusa. "Eu não sou Tanya! Eu estou querendo tentar você por ser demônio algum! Eu estou aqui por que eu te amo, caramba!"

Ela terminou de se vestir e me encarou por longos segundos, a distância mínima, as respirações entrecortadas, o peso das palavras ainda em nossas mentes.

"Sai daqui..." Eu disse pausadamente, e a voz saiu como um fio leve e quase imperceptível. Uma forte dor de cabeça se alastrava em minha mente, e eu queria ficar sozinho.

"Você não merece o meu amor." Ela sussurrou, antes de sair pela porta do quarto.

Aquelas simples palavras alastraram fundo em minha mente, mas eu sabia que era a mais pura verdade.

Eu não merecia o amor dela.

Não eu. O padre Edward Cullen, louco, condenado e bipolar.

Eu olhei para a cama onde minutos antes estávamos ali cedendo aos prazeres da paixão, e corri atrás de Bella.

Eu queria dizer que eu sabia que não merecia aquele amor... Iria dizer que era melhor ficarmos separados... Não nos encontrarmos mais.

Milhares de planos e estratégias se formaram em minha mente.

Talvez a volta de Bella para o orfanato depois do longo um mês, não fosse uma boa idéia.

Talvez seja hora de eu me afastar, e não ela.

Eu saí pela porta da frente e vi Bella correndo acabando de sair dos portões. Ela se balançava e as mãos freneticamente subiam até seu rosto.

Até que como câmera lenta, eu vi:

Um carro acabava de dobrar a rua em alta velocidade, e o gelo derretido dificultou o freio dos pneus.

O carro seguiu pela rua em direção á Bella, que estava alheia aquilo tudo correndo no meio dela.

Eu dei um passo para frente e minhas mãos se esticaram deliberadamente, enquanto um grito se formava em minha garganta.

"BELLA, NÃO!" Ela se virou ao som da minha voz, mas logo seu rosto se virou em choque ao ouvir o ruído de pneu e o carro furiosa e rapidamente indo em sua direção.

34 comentários:

Ariely_pox disse...

Alice cade a postagem
ela ainda nao apareceu

Naty_14 disse...

consegui da uma fugidinha, tomare q naum demore mto pra se postado, a festa tava otima, Lice naum tinha bala de coco :/ e Leh os brigadeiros tavam otimos 8D.

Naty_14 disse...

eu ja vi site q as vezes demoram pra posta um novo capitulo 2 semanas e ainda é uma vez por semana e eu prefiro aki mil vezes pq é toda semana e tres vezes, por isso q eu prefiro esse site, e tbm sem fla dos comentarios né?

Alice Volturi disse...

Ela vai ser postada HOJE.

Alice Volturi disse...

A partir de 8 da noite! ;)

JOYCE_FLORZINHAS2 CG disse...

MENINAS FALO COM VCS AMANHÃ TO ESGOTADA E TENHO Q ACORDAR CEDO. PRA QUEM COMEÇA AMANHÃ BOA SORTE E NOS VEMOS AMANHÃ AS 19H OU 20H BEIJO ADORO VCS :)

Alice Luttz disse...

Ou quero bala de coco. Muita. Pega pra mim.

Alice Luttz disse...

Não. Chateada. Mais falei tudo que tinha pra falar. E pra quem quer saber do site aqui ja vai ser postado e as postagens aqui e mais rapido.

Leticia disse...

Bala de coco pra vc brigadeiroo pra mimmm \O/

Grazi disse...

alice que horas vc vai postar hoje?

Leticia disse...

Natyyy que vc consiga dar uma fugidinha e ler a fic... Ate mais flor bejoss

Naty_14 disse...

coitada da bella, agr deu mta peninha dla, e o ed naum ve q ta na cara q os dois se pertence? pelo jeito, ainda naum. e será q a bella vai se atropelada? morrendo aki, ainda bem q o proximo capitulo vai se postado hj UHUHU. até mais tard, meninas.

PS: talvez hj, eu naum vo consegui comentar logo de tardizinha por ter uma festa d aniversario. mais vo tenta da uma fugidinha pra le, bjus e ate mais.

Naty_14 disse...

eu sei como é q é isso Lice, mais ta desculpada e a Natalia respondeu o seu comentario q vc deixou pra ela? bjus!

Leticia disse...

Eu esto anciosissima pelo inicio, estou contanto as horas e procurando fazer de tudo pro tempo passar bemmm rapito

Leticia disse...

OMG.... Belaaaaaaa aii que triste eu vou chorar, coitada ta bellinha o que o Edward falou pra ela foi horrivel... Sei que é dificil pra ele mais não precisava der chamado ela de Demonio. Natalia vc é malvada msm emm oq ue que é isso que quero saber oq ue vai acontecer com a Bella... Vc gosta de ver agente sofrer, isso ja virou fatoo!
AAAhhhhhhh vou der um treco aquiii buabuabuaaaaa

Alice Volturi disse...

Ela será postada hoje à noite! ;)

Geise Kas85 disse...

Não estou entendendo nada, onde tem a segunda temporada de a infiltrada? Eu também quero ler!

Alice Luttz disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKK'

Leticia disse...

OOOhh Lice por mim esta tudo bem anjoo não fica assim, isso é normal a curiosidade fala muito muito alto as vezes e a gente não resiste... Não precisa ficar assim amiga sega o teclado para de soluçar e chorar e vamos esperar juntas ser postado aqui e vamos acompanhar todas juntas, BFF's ta Net lembra sempre juntas. E agente faz der a msm emoção os comentarios viu vai der agente com certeza falando muito bobagem ate msm brigando com a Natalia por ser malvada.

Alice Luttz disse...

Mesmo fazendo graça e verdade. Só estou avisando, mais comentarei do mesmo jeito e prometo ler. No começo ate achei legal ir lá e comenta o que ia acontecer mais a conciencia não estava me deixando dormi direito e hoje eu falei que quando um novo capitulo fosse postado e ia avisar que li. A historia do desculpa e mentira não sou uma GAROTA de pedir desculpa mais a historia de me sentir mal e verdade.

PS: Pra quem quer dessistir de a Infiltrada não faça isso não. E por ultimo mandeum comentario ENORME para a Natalia falando o tanto que ela e má. E uma tal de Cintia queria ler aqui a Infiltrada mais parece não ter gostado do fato de estarmos atras.

Alice Luttz disse...

Vim me confesar antes do capitulo de a Infiltrada começe.

E o seguinte. A Herme sempre acerta e quando eu vi o capitulo de a Infiltrada no outro site e aqui só iria postar a noite e ja estava morrendo e a uma semana me controlando para não ler tive o impulso de ler e tambem queria ganhar e fingir que eu era bom vidente - ficando vermelha de vergonha - Eu li um boa parte da segunda temporada e me arrependi - por partes - por que não comente nós capitulos e quando for comentar aqui não vai ter a mesma emoção mais tambem matei minha coriosidade - aos prantos, as teclas do meu computador esta molhado e eu solução de tanto charar - Mais não prometo nada. Eu quero voltar a acompanhar com voces e se eu me controlar e vou acompanhar. - fazendo aquela vozinha de taquera e com soluços insurportavel - ME PERDOE. POR FAVOR - ajoelhando no chão aos prantos, quase sem ar de tanto soluço e não vendo quase nada na frente - BFF's me perdoem.

Hermione disse...

TÔ CHOCADA!!! VC ANDA NOS TRAINDO! LICE SOMOS SUAS BFF'S!!!
Snif... snif... snif... Meninas ela está nos trocando!!!! Buáááááá! Já vou avisando, sou do tipo possessiva, o Jake é meu e vc também é nossa viu Lice!

Hermione disse...

Hey BFF's, esse fim de semana foi complicado, montes de compromissos, só deu pra ler agora 00h07, antes tarde do que nunca! Mas e aí... algum palpite sobre o que Taninha pirigueti fez? Tenho um... acho que espertalhona disse que estava GRÁVIDA de Edward, para fazê-lo largar o seminário e casar-se!!! Agora vou dizer uma coisa, depois dessa DISPENSADA com D maiúsculo que o Edward deu nela... se fosse eu não ficaria com ele nunca, foi humilhante demais ele gritando para ela sair!! Grosso, fiquei com raiva! A coitada desnorteada ainda por cima vai ser atropelada!

Naty_14 disse...

a lembrancinha era um sabonetizinho da natura chamado mamae e bebe, coisa mais linda e com cheiro d bebe, mto fofinho.
Alice Volturi, vc ja conseguiu posta o capitulo de De Repente... Religiosa e A Infiltrada?

Grazi disse...

alice ainda não apareceu

Alice Luttz disse...

Ahhhhhhhh!
Como não gosto de bolo e brigadeiro a Lety ja pediu vou ficar com HUM?
Ah eu quero a lembrancinha. Pode não ser de comer mais muitas vezes e fofa.

Alice Luttz disse...

Aqui e otimo. Tem um fic que e Amigas e Rivais que e otimo mais ja faz quase quatro meses que não posta bosta nem uma. E assim vai. Ni mínimo e um mes. E aqui e o maximo e uma semana. E muito melhor. Mesmo as atualizaçoes não sendo diaria e melhor que outros. Parabens pro site. E pra quem queria saber o site (não to a fim de subir e ver quem é) eu estou tentando trazer mais gente pra cá e vou mostrar a onde é o outro.

Alice Luttz disse...

Bebetty tambem estou esperando para confirma as horas de amanha. E um otimo começo de ano letivo (honre as gente e passe de ano)

Alice Volturi disse...

Só estou passando as postagens do blog de férias para cá, e já posto as atualizações... Umas 9:15 tá tudo prontinho, ok? ;)

JOYCE_FLORZINHAS2 CG disse...

O.M.E! COITADA DA BELLA O EDWARD TA MUITO MALA NESSA FIC! POXA ELES SE AMAM,QUEREM FICAR JUNTOS MAS NÃO ESTÃO PORQUE ELE É PADRE! E ISSO É IRRITANTE! O Q SERÁ Q VAI ACONTECER COM A BELINHA AGORA? SERÁ Q É GRAVE? ELA VAI FICAR BEM? QUANDO O EDWARD VAI LARGAR ESSA BATINA? ELVIS NÃO MORREU? KKKKKKKKKKK BRINCADEIRA! O MICHAEL Q NÃO MORREU;) PS:ALICE ESTOU CHOCADA! INDIGNADA,ARRASADA DECEPCIONADA COM VC! BRINCADEIRA AMIGA! EU TI ENTENDO,TAMBÉM SO MUITO CURIOSA,SEMPRE Q POSSO VEJO OS ÚLTIMOS CAPs. DAS FICS ;)

JOYCE_FLORZINHAS2 CG disse...

LAMENTO DIZER ISSO MAS EU CONCORDO COM VC MIONE!

Leticia disse...

Vcs estão certas meninas o Edward foi cruel com a bella ela com certeza deve ta em pedassos e ainda vai sofrer um assitende... Esse Edwar ultrapasso os limetes...

Mari disse...

quando sai o novo capitulo?
amo o site!!!

Alice Volturi disse...

Quarta-feira! ;)

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