De Repente... Religiosa - Capítulo 17: De Repente... Condenado Por Amor

Uma semana depois.

O relógio soava ao longe formando um perfeito tic-tac irritante.

Olhei para ele com intensidade e depois encarei Jasper, que estava encolhido em algum canto da casa paroquial.

Arregalei meus olhos na tentativa de um olhar significativo.

Ele somente arregalou os seus mais ainda no melhor estilo "Oi?"

Fiz gestos para o relógio.

Mas ele não entendeu.

Fiz tic-tac com a boca.

Mas ele não entendeu.

Juntei minhas mãos como se tivesse rezando e apontei para o relógio.

Mas ele não entendeu.

"Porra Jasper, seu lerdo!" Eu gritei para ele já totalmente impaciente.

Ah... Ops.

Todos que estavam ali me olharam como se eu fosse um ser de outro mundo. Estavam Edward, Jasper, Alice, Edward, Rose, e os pais de Edward e Alice. Estávamos ali na festa de despedida de Alice, pois dali algumas horas esta entraria no convento.

Oh Jesus.

"Gente, vocês ouviram alguém gritando?" Fiz minha cara de inocente e olhei por cima do ombro para pegar o 'infeliz'.

Saí da mira de todos de fininho, enquanto acenava loucamente para Jasper me seguir.

Edward estreitou os olhos, e eu os rolei para ele. Ele pensava que eu estava dando em cima de Jasper?

HAHA!

Esse já tinha dona. Quer dizer, essa dona em questão não sabia disso, mas ela saberia em breve.

E era justamente sobre a proprietária de Jasper que eu queria falar com ele.

Porque, dalê, menino lerdo!

"O que foi Bella?" Ele me perguntou me olhando de cima á baixo, talvez se perguntando se eu trazia uma faca escondida ou coisa assim.

Hello... Facas como Chucky eu só carregava quando se tratava de planos contra Mike. Que, aliás, eu teria que começar a botar em ação hoje mesmo.

Respirei fundo e juntei minhas mãos encarnando todo o espírito 'cupido' que existia em mim.

Respirei fundo mais uma vez... Fiz respiração cachorrinho...

Eu precisava ter calma... Muita calma...

Auuuhmmmm...

"Seu grande lerdo filho de uma mãe!" Esperneei apontando meu dedo no meio do peito dele. Falei 'gritando' em sussurros. "Como que você pode deixar a situação chegar nesse ponto, seu idiota?"

Ele me olhou com olhos arregalados.

"Bella, posso saber por que você está me xingando?"

"Por você ter ganhado o prêmio de mais idiota de 2008, e olha que este começou faz uma semana!"

"Pelo menos eu ganhei um prêmio..." Ele brincou. Eu revirei meus olhos.

"Você tem que tomar atitude, você é um homem ou um rato? Porra, a mulher que você gosta está entrando no convento daqui algumas horas, e você está aqui bebendo e rindo com todo mundo como se fosse a sua tia-avó que tivesse morrido?"

"Ei, eu gosto da minha tia avó..."

"Poxa Jasper... Você consegue ser mais lesado que eu."

"Bella... Eu não sei do que você está falando..."

"Sobre a parte do lesado?" Perguntei confusa.

"Não... Da parte da mulher que eu estou apaixonado... Está vendo nem você sabe o que está fazendo aqui."

Respirei fundo controlando minha vontade de pular em cima dele porque ele simplesmente não fazia nada para impedir que minha amiga entrasse em um convento.

"Eu sei muito bem." Retruquei. "Eu sei que você gosta dela... Todo aquele lance de santo Patrick foi uma maneira de você se aproximar dela..."

Jasper abaixou os olhos, já não tentando dizer que não gostava de Alice, mais do que simples 'amigos'.

"Ela escolheu essa vida desde muitos anos..."

"Todo mundo sabe que essa vida não é para ela..." Quase chorei.

"O que eu posso fazer?" Ele retrucou na defensiva.

"Sei lá... Lasca um beijo nela, fala dos seus sentimentos... Sobe em um cavalo branco e resgata-a dessa maluquice... Não sei cara, a mente criativa tem que ser você!"

"Bella? Tá tudo bem?" Edward veio lentamente em nossa direção, totalmente confuso.

"Não, não está Edward!" Esbravejei e quase me joguei nos braços dele, se não fosse Jasper e toda a família e amigos dele ali na sala. "Esse idiota não quer fazer nada!"

"Não é questão de não querer..." Ele se defendeu. "Somente acho que ela quer realmente isso, e tenho que respeitar..."

"Ah, por Deus... Você já parou para pensar que ela pode gostar de você, e por achar que você não gosta, esteja entrando nesse convento para viver velha e amarga para sempre?"

Edward me olhou com os olhos arregalados.

"Não sei..." Jasper disse torturado.

Bufei. "Vamos Edward. Faça alguma coisa. É sua irmã."

"O que eu posso fazer Bella?" Ele retrucou esticando os braços. "Tudo o que eu pude fazer, já fiz."

"Ugh!" Resmunguei enquanto dava as costas para os dois. "Bando de ratos. Onde estão os homens dessa casa, senhor?"

Observei bem ao meu redor para achar algum infeliz que pudesse dar conta do recado, até que...

"Psi!" Ouvi alguém me chamando? Ou alguém espirrando? Jesus, eu estava ouvindo coisas?

Se bem que aquilo não era uma novidade se tratando de mim, não é mesmo?

"Psiu!" De novo... Jesus.

Virei-me e encontrei um Emmet acenando de trás do sofá. Enruguei minha testa e olhei por cima do ombro para ver se era comigo mesmo.

Mas pelo visto era sim... Infelizmente.

Emmet estava totalmente bizarro de roupa preta e um óculos escuros que não sei por que ele estava usando em um dia de neve em NYC.

Talvez para proteger os olhos contra os flocos?

Ei, porque ele não pegava um bendito de um óculos de natação?

"O que...?" Comecei, mas ele gesticulou fortemente me impedindo de continuar. Ele gesticulou mais algumas vezes, e eu não entendi nada.

Foi, foi... E nada.

"Caramba Bella é para você vir aqui." Finalmente ele falou em um sussurro nervoso. Não era bem mais fácil usar a boca que tinha para falar ao invés de dar uma de mímico?

Deus castiga. Porque tem tanta gente que não tem como falar, e ele que tinha, ficava evitando o dom que Deus deu para ele?

Eu hein.

Engatinhei até onde ele estava, e por cima do ombro vi Edward conversando com Jasper ainda. Tomara que seja em uma maneira de arrastar Alice pelos cabelos e seqüestrá-la até uma ilha deserta.

"O que foi Emmet?" Perguntei em sussurros atrás do sofá. Cena bizarra. Eu hein.

Emmet abaixou os óculos e olhou para todos os lados, como se uma mosca da CIA robótica altamente tecnológica estivesse pairando em algum canto para ouvir alguma coisa que certamente não prestava que EMMET iria falar.

Por Deus... A CIA tinha mais o que fazer. E confesso que eu também.

"Bella... Ouvi você perguntando onde estavam os homens dessa casa..."

"E...?" Arqueei a sobrancelha. Ele tinha a opção de algum?

"E acho que tenho a solução." Emmet bizarramente estufou o peito e bateu como se fosse um Tarzan.

"Edmmet, caramba, o que você está fazendo aí atrás do sofá com Bella?" A cabeça de Rose apareceu por cima de nós.

Emmet logo recuperou a pose e murmurou com uma cara de culpado.

"Não é nada disso que você está pensando, Rose..." Ele começou. Eu mereço senhor?

Rose revirou os olhos. "Eu não estou falando de Bella ai seu idiota, eu quero saber por que você está imitando o Tarzan?"

"Rose, caramba... Deixe-me conversar com Bella?" Ele pediu gesticulando para mim e murmurando algo como 'secreto'.

Rose revirou os olhos e Emmet me empurrou até debaixo da mesinha onde ficavam vasos de enfeite.

"Emmet, caramba... Dá para parar com isso?" Disse me livrando por pouco de bater a cabeça com tudo contra o vidro da mesinha.

"Ok. Bella. Eu tenho. A. Solução." Ele falou pausadamente.

"E posso saber por que você está falando assim?"

"Poxa Bella... Não estraga a situação." Revirei meus olhos.

"Eu estou te dizendo que sei quem é o homem que você procura..."

"Quem?"

Ele estufou o peito de novo naquele modo ridículo. "Emmet, você quer me mostrar que está tomando bomba?"

Ai realmente parece que ele murchou.

"Poxa, Bella... Estou aqui te dizendo que o homem sou eu."

"Você?" Perguntei rindo.

"Claro." Ele disse parecendo ofendido e jogando a franja emo inexistente para trás.

"Emmet... Se você conseguir então passar um pouco de juízo para a cabeça daqueles dois idiotas que são Jasper e Alice, ai você vai subir mil pontos no meu conceito."

Eu mereço senhor...

Saí dali rápido antes que o quer que Emmet esteja passe para mim.

Eu hein...

Emmet dera a atender que faria alguma coisa para impedir, mas o quê eu nem sabia, e na verdade não colocava muita fé.

As horas se passavam... E Alice estava ali se despedindo e já com as malas prontas no carro de Edward.

Eu confesso que não tinha mais metades das unhas, e Edward me encheu de doces para descontar minha aflição.
Senhor. A vida com aquele homem parecia ser uma verdadeira sessão 'vamos engordar'.

Até que uma hora Jasper estava encostado na parede encarando o nada e eu me estressei totalmente. Corri até lá e comecei a esbravejar, embora em um tom mais moderado.

"Jasper, você realmente vai deixar a mulher da sua vida entrar no convento?" Ele abriu a boca para retrucar, mas eu o calei enquanto continuava falando. "Você tem a chance super boa de encontrar com ela enquanto ela ainda não tem nenhum voto e NADA a impedindo. Você quer esperar ela ter os votos e se tornar uma freira, até cair a sua ficha e você começar a ir atrás dela? Depois quando for tarde demais?"

Ele me olhou com os olhos arregalados, e vi que Edward surgia ao meu lado.

Dei um longo e pesaroso olhar para ele, enquanto este batia de leve no ombro de Jasper.

"É verdade, cara..." Meus olhinhos brilharam em direção ao MEU padre. "Você tem sorte de encontrar supostamente a mulher certa antes que seja algo proibido..."

Jasper não falava nada só escutava.
Eu comecei a me desesperar mais.

"Jasper, eu entendo como é isso. E você está sendo um tremendo de um egoísta rejeitando essa linda oportunidade que a vida tá te dando!"

"E como você sabe disso, Bella?" O infeliz perguntou me deixando corada e totalmente sem fala.

"Se supõe." Edward defendeu. Ambos sabíamos que estávamos TENTANDO livrar alguém da mesma situação em que nós nos encontrávamos.

Deus sabia que se eu o encontrasse antes, e se fosse EU e não Tanya naquele seminário poderíamos estar VERDADEIRAMENTE juntos e sem NADA para impedir.

Jasper estava perdendo uma oportunidade de ouro. Uma que eu poderia vender a alma para ter, porque isso significaria uma vida boa ao lado de Edward sem nos preocupar com ameaças, holofotes ou tablóides do mundo inteiro.

Eu ia acrescentar mais coisas, mas um longo grito interrompeu nossa conversa.

Viramo-nos rapidamente e eu quase me enterrei no chão com aquela cena.

Nada mais nada menos estava Emmet com Alice nos ombros correndo pela casa.

"Porta, porta... Onde está a porta?"

Está certo que no meu estado de desespero eu poderia fazer alguma coisa parecida, mas no caso eu trataria de ir a algum lugar e não dar VOLTAS pela casa!

Eu estapeei minha testa e pedi paciência á Rose, porque esta verdadeiramente precisava.

"Emmet, eu quero ir! Eu quero ir!" Alice berrava em suas costas e senti Jasper dar uma risadinha histérica.

"Está vendo, Bella?" Ele começou. "Ela quer..."

Eu estava muda por causa da burrice daqueles dois. Minha vontade era de sei lá o quê, mas eu tinha necessidade de fazer alguma coisa.

Era como se fosse eu e Edward ali... E uma oportunidade para reparar.

Jasper se afastou de nós enquanto eu via Alice preparando as malas para entrar no convento. Olhei para Edward e este tinha a mesma expressão que eu.

Todos foram saindo pela porta a fim de seguir Alice e por último ficaram eu e Edward. Este sorriu fracamente e acariciou meu rosto com a ponta do dedo.

"Bobos. Não sabem o que tem."

Tive que concordar enquanto saíamos para levar Alice para o convento.

"Totalmente bobos."

Alice entrara no convento, definitivamente.

Agora era sentar e esperar o telefone da madre superiora totalmente histérica dizendo que os lençóis estavam virando vestidos decotados.

Eu e Edward ficamos um tempo roubando beijos um do outro no carro dele, mas aquela história de Jasper e Alice ainda insistia em passar pela minha cabeça.

Estava na cara que os dois se gostavam. Todo aquele lance de Santo era tudo desculpa para os dois ficarem amigos.

Edward percebeu meu estado e disse que as coisas aconteciam como tinham que acontecer. Enfim, eu tinha somente que aceitar.

Edward me deixou no meu apartamento, mas logo eu fui para a Clínica Veterinária Black começar a colocar meu plano em ação.

Fazia uma semana que eu e Edward estávamos no maior clima Love. Tomávamos o maior cuidado para ninguém nos ver e nem desconfiar de nada, e até àquela hora estávamos tendo sucesso.

Eu estava feliz e tinha vários assuntos que precisávamos tocar, dentre eles... Nossa primeira vez.

Eu me sentia mais do que pronta para me entregar a ele, e sermos plenamente um só, só que ele ainda estava reservado enquanto á isso.

Eu tinha que esperar, eu sabia.

E conquistá-lo nesse sentido também.

Chegando à veterinária Jack me abordou com o mesmo assunto de sempre nessa última semana.

"Eu sei que estava bêbado, mas tenho certeza que ouvi..." Mas a partir de agora eu o cortava dizendo que ele estava ficando louco.

Maldita hora em que eu não desliguei o celular enquanto o joguei no chão para dar AQUELE beijo em Edward.

Quando eu disse para ele que iria ver Tanya, ele se apressou falando que quando eu estava no hospital aconteceu uma coisa estranha, que Tanya fora com ele e vira Edward e parecia que os dois se conheciam há muito tempo e não se entendiam. "Você sabe alguma coisa sobre isso, Bella?"

Ele me analisou e eu neguei.

Então Edward encontrara com Tanya no hospital? O que ele sentira? Será que ele se lembrava do amor que sentira uma vez por ela?

Pelo jeito ele ainda continuava ressentido enquanto ela tentava uma reparação.

E isso de alguma maneira seria bom para o meu plano.

Entrei na sala de Tanya de supetão e esta arregalou os olhos surpresa e se levantou estupefata:

"O que você está fazendo aqui?"

"Hey... Calma..."

"Você não era uma freira?" Ela perguntou arqueando a sobrancelha. Engoli em seco. Ela se lembrava disso mesmo?

"É... Huh Larguei..."

Ela me olhou confusa, mas depois voltou ao normal.

"O que você quer aqui?"

"Eu só quero conversar com você, só isso..." Disse já me sentando na cadeira de frente á ela e ajeitando a bolsa no meu colo.

Ah qual é... Ela queria mesmo que eu ficasse o tempo todo de pé com toda essa artrite nas minhas costas? E pouco me lixava para as leis de boa educação... Etiqueta seria a forma como você previne uma doença, não como você pega ou intensifica uma.

"Eu já disse tudo o que eu tinha que falar... Eu quero esquecer..." Ela começou ainda de pé. Eu até esquecera como ela era... Linda. Rose era sempre o tipo de beleza que eu dizia "A mais representável", mas Tanya realmente conseguia pelo menos ser comparada com Rose. E isso acabou me levando a me sentir cada vez mais lixo, por estar com um deus grego que nem Edward...

"Mas para esquecer você precisa que Edward te perdoe não é?" Ela parou instantaneamente de falar, e me olhou com os olhos arregalados.

"O que você...?"

"Simples. Se você sentar aqui, eu vou poder te explicar tudo." Ela hesitou por um longo momento e depois deu a volta á mesa e se sentou calmamente.

"O que é...?"

Eu respirei fundo e parei de tremer, embora ela não percebesse isso.

"Jake me contou que você foi até o hospital antes do ano novo acompanhá-lo para me ver..."

"Ver-te? Espera... Você é Isabella Swan?"

Ops...

"É... Bem..."

"Então você não era freira coisa nenhuma!" Ela esperneou. "Jake vive falando de você por aqui... Se eu soubesse que era você..."

"Ei... Não vamos voltar nesse assunto, ok?" Disse retomando porque eu não queria explicar á ela os meus motivos para estar vestida de freira naquela ocasião. "Eu tenho uma proposta para você."

UGH! Eu me sentia em algum tipo de filme... Mas na hora eu não sabia me lembrar de qual.

"Proposta?"

"Sim... Eu sei que você quer pelo menos ter a oportunidade de conversar com, huh... Edward." Engoli em seco, aliás, e se Edward a perdoasse e desse uma chance para ela? E se ele achasse que valeria mais a pena largar o sacerdócio por ela e não por mim? E se uma nova chama se acendesse e... Inferno! Pára com isso, Bella. Mas a questão era que eu também não sabia o que tinha acontecido com os dois em completo. Como... O porquê Edward voltara para o convento depois de fugir. E o que Tanya fez por influência de Irina, sua mãe. "E eu posso... Ajudar-te nisso."

Eu não fazia a mínima idéia de como. Mas talvez se eu somente conversasse com ele, talvez ele cedesse e abrisse uma pequena exceção para mim.

"E por que você me ajudar? Por que você conseguiria algo que eu não consegui em seis anos?"

Eu mordi internamente minhas bochechas para não rir, aliás, aquela pergunta estava cheia de duplos sentidos. Como porque eu conseguiria tirar ele da vida religiosa e ela não? E muitas outras coisas.

Minha vontade era de dizer que era por que ele ME amava, como forma de garantir que ela NÃO tinha mais chance com ele. Mas eu percebi o quanto eu estava sendo egoísta e podendo estar prejudicando o próprio Edward.

Aliás, eu nem conhecia Tanya direito para saber se ela era confiável ou não. Tudo o que eu sabia era que ela se envolveu com Edward, fugiu com ele, e fez alguma coisa que se arrependeu depois, e agora vive com essa culpa pelos anos que se seguiam.

"Porque eu sou uma amiga." Respondi curtamente á sua pergunta.

Tanya abaixou os olhos e ficou analisando as mãos por longos minutos.

JESUS! Eu estava cavando minha sepultura não era? UGH! Bella! Pára de se preocupar com isso!

Edward te ama, e você prometeu não desconfiar do amor dele por você!

"O que você quer em troca?" Tanya terminou o silêncio. Garota esperta...

"Só que você me ajude com alguns problemas que eu tenho..."

"E por que eu?"

"Por que... Eu sinto que é a pessoa certa..."

"Escuta eu não vou fazer nada que..."

"Essa é a única maneira de você conseguir conversar com Edward civilizadamente." Retruquei amarga. Eu não era assim, mas tinha horas que eu precisava ser.

Ela respirou fundo, analisou as mãos, franziu a testa até que estendeu a mão até o telefone e falou para Leah:

"Leah, desmarque as próximas consultas... Eu tenho... Coisas para falar com a senhorita Swan."

Eu sorri de orelha á orelha, enquanto pegava um bloquinho onde eu havia anotado as partes do meu plano como acabar com uma ameaça de seu ex namorado garanhões da cidade.

"Boa escolha."

Pe. Edward

"VOCÊ O QUÊ?" Emmet berrou na sala da casa paroquial.

"Jesus Cristo, Emmet. Quer que a vizinhança inteira ouça?

Emmet estava meio feliz, meio besta, meio confuso... Enfim, todas as emoções misturadas na face dele. Eu cheguei até quase a me arrepender a contar tudo para ele.

"Espera... Você vem aqui e me diz que está... Huh... Namorando uma mulher... Essa mulher sendo a própria Bella... E bem, huh..."

"Pensei que era isso o que você sempre quis." Retruquei. "Aquele negócio da cruz partilhada..."

"Sim..." Ele concordou lentamente. "Mas era para você largar e DEPOIS ficar com ela. Mas agora você está padre e continua com ela. Cara... Você vai para o inferno!"

UGH! Eu definitivamente não devia ter contado. Mas se até Emmet, que era Emmet achava tudo aquilo uma loucura... Jesus! Eu era um condenado mesmo.

"Emmet... Eu vou largar o sacerdócio..."

"Quando? Como? Onde?" Ele perguntou jogando para frente e para trás o taco de beisebol. Isso era algum tipo de tique ou ele estava treinando para arremessar em mim mesmo?

"Ainda não sei..." Passei a mão pelos cabelos, nervoso. "Ainda tenho que..."

"Cara... Eu sempre pensei que fosse o irresponsável da amizade, mas você..."

"Emmet, até parece que a MINHA bipolaridade passou para você..."

"Bro... Eu sei que a tentação é grande... E tal... Mas ah sei lá, cara... Não sei como eu agiria se fosse eu e Rose... Mas com certeza eu pensaria MUITO antes de..."

"E você acha que eu não pensei? Eu e Bella ficamos um mês sem nem nos ver, brigamos o tempo inteiro... Aquele acidente foi por minha culpa, e você ainda acha que eu agi por impulso ou sem pensar?"

Antes que Emmet respondesse algo que definitivamente não era próprio dele, o meu celular tocou.

No identificador de chamada estava "Anjo." Sorri mecanicamente.

"Alô?"

"Oi gatinho do ano." Ela disse rindo.

Eu ri também. "Por que está tão feliz?"

"Hm... É... Nada." Ela se atrapalhou. "Eu só sei que vou encontrar com você daqui vinte minutos no meu apartamento, portanto... Estou feliz."

"Você vai?" Brinquei.

"Aham... Vinte minutos, Edward. Te amo!" Ela desligou e eu fiquei ali que nem um burro bobo apaixonado.

"Cara... Você realmente tá condenado..." Até tinha esquecido que Emmet ainda continuava na sala. Revirei os olhos e peguei meu casaco em cima do sofá.

"Fica quieto, Emmet..." Ele começou a rir.

"Condenado de amor."

Revirei meus olhos. Enquanto Emmet me seguia cantando alguma melodia com aquele 'Condenado de amor. '

"CALA A BOCA, EMMET!" Mas apesar de toda a descontração, e de realmente achar que eu estava virando um condenado por amor, a lembrança que até o próprio Emmet dissera que era loucura manter um relacionamento antes de largar o sacerdócio, me fez achar que aquilo era REALMENTE uma loucura.

Porque vindo de Emmet você realmente deveria se preocupar.

Chegando à frente do prédio de Bella entrei pela garagem e estacionei o carro no lugar mais afastado que havia. Coloquei um capuz na cabeça e subi até o apartamento dela.

Era horrível aquela situação, mas era a única maneira que eu tinha para tê-la.

Um vizinho dela saiu e eu fiquei ali observando a planta que estava tão interessante... Os vincos da parede que começavam a encher de fungos...

Quando o vizinho finalmente entrou no elevador eu respirei aliviado e me dirigi até a porta da casa de Bella. Eu abri-a com minha chave que Bella me dera por dizer que era 'mais fácil'.

Logo quando entrei ouvi vozes... Achei estranho.

"Mãe... Eu não posso falar agora..." Ouvi a voz de Bella.

"Filha, seu tom não me convenceu no ano novo. E além do que um amigo seu me ligou..." Ouvi a voz de Renne, parecia que ela estava ali com Bella, e eu logo em reflexo comecei a me dirigir para a porta, mas depois percebi que se tratava do telefone no viva voz.

"Um amigo?" Ela frisou aparentemente surpresa.

"Sim... Jacob. Ele disse que te conhecia, e parecia um rapaz tão bom... Ele disse que pretendia ter um relacionamento com você... E eu perguntei por que ele não tinha e sabe o que ele me respondeu?"

"Que eu sou lésbica?" Bella retrucou, eu mordi minhas bochechas internamente para não rir.

"Pára de brincar com isso, Isabella. Ele disse que você estava presa a um antigo relacionamento, a alguém que você AINDA gostava... Mas o que ele não sabe é que este 'relacionamento' é o PADRE!"

"Ugh!" Ouvi Bella bufar. "Como que ele conseguiu seu número? E espera por que ele ligou para você?"

"Ele sabia que eu era sua mãe e veio me desejar feliz ano novo no dia primeiro. E filha... Ele realmente gosta de você... Dá para ouvir em sua voz... E ele me disse como vocês se conheceram... E eu sei que foi no mesmo dia que você se trancou por dois dias no apartamento quando eu ainda estava ai."

"Mãe... Aonde você quer chegar com tudo isso?" Ela gritou e eu logo ouvi um barulho de panelas caindo no chão. "Caramba, está me deixando nervosa..."

"Bella, eu só quero que você esqueça esse padre dando uma chance para Jake!"

"Ual... Ele é tão íntimo assim?" Falou com ironia.

"Bella..."

"Mãe! Eu disse para você que tudo estava acertado entre mim e o padre." E na verdade estava... Mas não no sentido que Renne esperava.

"Eu não acredito em você, Isabella." Renne falou. "Acho que vou ter que ir ai pessoalmente para organizar as coisas em sua vida..."

"Mãe, eu não sou mais um bebê."

"Mas parece como um... Que pessoa em sã consciência se envolveria com um padre? Você está estragando sua vida Bella com um homem que nunca vai largar nada por você!"

Depois só o que eu ouvi foi um clack e a voz de Renne já não mais ressoava no local. Por onde eu estava dava para ouvir Bella soluçando, e apesar de querer ir lá confortá-la eu ainda estava meio chocado com o que Renne dissera.

De um lado Emmet dizendo que eu não deveria ter nada com Bella antes de largar o sacerdócio.

De outro Renne dizendo que eu nunca largaria nada por Bella e que esta estava desperdiçando sua vida.

Jesus! Minha cabeça girava com tudo aquilo.

Parecia que as únicas pessoas a favor de Bella e eu, era justamente Bella e eu.

Mas eu sabia que as coisas haviam chegado a um ponto que era difícil voltar...

Respirei fundo e entrei na cozinha onde Bella estava sentada na mesa de centro com a cabeça enterrada nos joelhos e chorando compulsivamente.

Aproximei-me silenciosamente e a abracei. Ela se sobressaltou com minha presença, mas logo seus braços circularam minha cintura e ombros retribuindo o abraço.

Não sei por quanto tempo ficamos naquela posição, mas quando o choro de Bella acabou eu nos separei somente um pouco para conseguir ver seu rosto coberto por lágrimas.

Com meus lábios eu as sequei e depois grudei os meus com os dela em um beijo carinhoso e quase fraternal.

Bella apertou ainda mais os braços contra mim e sussurrou com voz embargada:

"Você ouviu tudo...?"

Assenti levemente e suspirei antes de falar:

"Bella... Nós precisamos conversar."

Bella

Oh Jesus.

Está bem que eu não era TÃO prática ou sabe-tudo á cerca de relacionamentos.

Ok. Alguém me da um desconto? O meu primeiro namorado fora um cara que formara uma organização de uso de mulheres inspirado por mim e o outro... Bem... Se pudermos chamar de namorado, o dito cujo era um padre!

Mas pelo menos uma série de filmes romances água com açúcar que a gente assiste para não entrar totalmente em depressão – embora assistir todos os dias na solidão de seu apartamento somente com o pote de pipoca como companhia seja um princípio de depressão – ajudavam a entender algumas coisas básicas.

Por exemplo... Quando se diz... Nós temos que conversar, logo está subentendido: Eu quero terminar, mas acho que é civilizada uma conversa?

Eu não sei o que deu em mim, mas logo as palavras que me feriram tanto de minha mãe foram esquecidas e eu comecei a suar por cada buraquinho existente do meu corpo. Cada MESMO.

Se Edward me deixasse? Se ele achava que minha mãe louca estava certa? E se ele viesse com aquelas idéias bipolares dele novamente?

Oh Jesus! Abana-me! Joga uma pedra na cabeça de Edward para ele esquecer o que quer que ele tenha para me dizer, embora eu já desconfiasse.

Quer dizer... Não joga MUITO forte... Só o bastante para ele se esquecer dos últimos cinco minutos, pode?

UGH! Isso era sinal de mulher insegura? Ohmeudeus, e eu que passara a vida inteira botando a boca no trombone falando dessas mulheres, e agora estava eu ali naquela situação...

Se bem que... Nenhumas dessas mulheres tinham um padre como 'relacionamento. '

Respirei aliviada ao pensar que pelo menos eu não entrava na classificação dessas mulheres que eu tanto julgava. Seria o cúmulo da ironia...

Falando em cúmulo... Qual é o cúmulo da burrice?

Morar sozinho e fugir de casa. HAHA! Essa é boa fala ae?

Ok. Foi para descontrair...

"Bella... Por que você está com essa frigideira na mão?" Ouvi a voz de Edward e acordei para o mundo real, logo todas as tentativas de me distrair foram rio abaixo e eu notei que eu segurava uma frigideira no caso de Deus não atender o meu pedido e apagar a memória de Edward.

Oh Jesus. Por que eu matara a aula de anatomia? Que parte do cérebro fica a memória? Como que eu vou saber onde acertar vai que sei lá, eu acerto a área que meche os músculos... Como que Edward iria me beijar e... EPA!

Esse assunto é para os próximos posts.

"Bella... Eu..."

"Há..." Interrompi.

"Bella..."

"Hein?"

"Mas o qu...?"

"Oi?"

"Bella, por que...?"

"Cuma?"

"Bella..." Antes que eu abrisse a boca para interrompê-lo de novo ele tampou minha boca com suas mãos. "O que foi...?"

"Edward... Hum... Eu... Eu preciso... Ir ao banheiro..." Falei de qualquer jeito, logo quando ele liberou minha boca.

"O quê?" Ele perguntou surpreso.

"Banheiro. Bathroom. Aquele lugar que tem uma privada e..."

"Eu sei o que é um banheiro Bella." Ele revirou os olhos.

"Então..." Me desvencilhei dos braços dele e soltei hesitantemente da frigideira. Panela de pressão poderia fazer um trabalho melhor, não é?

Jesus, e se eu matasse Edward na tentativa? Ai era nessa hora que eu entrava no fogão e colocava na temperatura máxima?

Assim que me vi livre dos braços de Edward saí em disparada até o meu quarto e fechei a porta respirando pesadamente enquanto me encostava-se a ela.

Edward não pode terminar comigo... Não pode... Não pode...

Eu iria morrer se ele voltasse atrás... Eu... Enterraria-me na neve... Eu sei lá... Mas ele NÃO podia terminar comigo!

Eu daria um jeito para que ele não conseguisse proferir as palavras e que ele nunca tivesse a chance de dizer 'acho que nosso relacionamento padre-paroquiana não dá certo'.

Não, eu não deixaria.

Sky estava dormindo na sua caminha tranquilamente, no seu mundinho particular e confortável.

UGH! Eu teria que colocar essa cachorra para trabalhar, assim ela ficava muito mimada.

Comecei a correr para todos os cantos procurando pelo notebook. Era nessas horas que o computador de mesa era bom. Era grande e você sempre sabia aonde encontrá-lo. Agora o notebook poderia estar embaixo do sofá e eu demoraria mil anos até ter uma pista de onde ele estava, mas mil anos para conseguir achá-lo embaixo do sofá. Claro... Acharia também os meus ossos, e minha alma descansaria em paz.

Sky resmungou no sono e eu estava pronta para perguntar para ela o que ela tinha feito com o notebook. Por que ali não era 'onde está', mas sim 'o que você fez?"

Por que eu era uma pessoa organizada... A meia embaixo do tapete para Edward não ver... E o controle remoto no vaso de flores para não deixar feio o sofá era a maior prova disso.

Agora se tinha algo de errado naquele apartamento a culpa era DEFINITIVAMENTE de Sky.

UGH... Não sei onde eu estava com a cabeça quando eu aceitei essa cachorra... Quer dizer, na verdade eu sei... Em Edward.

Sky como que pressentindo minha presença assassina levantou as orelhinhas e me olhou com os intensos olhos azuis. Logo eu me amoleci que nem manteiga derretida e perguntei educadamente:

"Amorzinho da minha vida... Mortadelinha do meu pão caseiro de leite... Onde está o notebook?"

Ela me olhou... Olhou... Coçou as partes íntimas... Olhou... Olhou... Até que ela se mexeu e virou a bunda para mim mudando de posição no seu cestinho.

Ahh! E lá estava meu notebook.

"SKY! Eu sei que você quer atualizar as fotos de seu Orkut para aquele seu namoradinho poodle... Mas isso não significa dormir em cima de um recurso tecnológico."

Peguei o notebook e saí de lá resmungando por ter que colocar senha agora no infeliz, porque Sky estava fora dos limites.

Ah isso me lembra uma piada...

Tinha um gatinho chamado Tido. Ele tinha um cesto. Só que agora ele não estava no cesto. Qual é nome do filme?

O sexto sentido! HAHAHA!

Ugh! Essas minhas tentativas de distração estavam se revelando patéticas.

Mas pensando bem... Patético era imaginar que Edward ficaria livre de bipolaridade durante uma semana inteira. Era claro que ele tinha que ter uma recaída nem que fosse por um mísero segundo.

Mas agora também ou eu aplicaria meu plano A, que seria a parte da frigideira... Ou o plano B que era a parte de ficar ali até meu corpo começar a entrar em decomposição e Edward finalmente ter desistido da idéia de ser bipolar.

"Bella, está tudo bem ai dentro?" Edward perguntou dando leves batidas na porta.

Meu coração falhou e eu fechei os olhos com força, com medo que ele viesse e terminasse comigo. Eu não queria... Não podia...

E as palavras de minha mãe voltaram a minha mente.

"Você acha mesmo que ele vai largar alguma coisa por você?"

Não... Eu prometi. Eu prometi que não desconfiaria do amor dele por mim... Eu prometi. E isso implicava ele largar o sacerdócio.

"Eu já vou, Edward..."

Abri o notebook e entrei no Google. Não é Microsoft, nem Yahoo nem Cadê e nem nada. É GOOGLE!

(Alguém percebeu que eu quero que o Google patrocine a história? Senão, agora ficou bem claro.)

Eu já estava soando em bicas, e Sky já estava passando desinfetante pelo quarto.

Não sei por que, mas enfim... Cachorra bipolar... Que nem o pai.

UGH! Tinha a quem puxar.

Vamos lá...

Edward batucou na porta de novo e eu pesquisei rapidamente.

"Qual é a parte do cérebro que atingimos para causar danos à área das memórias?"

Eu conseguia até ver a cara de 'você é louca?' que o Google estava me mandando. Mas eu tinha certeza de que qualquer pessoa em minha posição faria a mesma coisa.

A internet hoje particularmente estava mais lerda do que homem pisando na lua, e eu logo vinculei isso á Lei de Bella.

Claro... Quando você mais precisa dela, e com pressa, ela falha...

Finalmente os primeiros resultados começaram a aparecer, junto com algumas técnicas de homicídio.

Algo como: "Ácidos são bons condutores de eletricidade. Se você coloca na banheira cheia de água, os ácidos vão liberar os íons H+, e colocando algum objetivo elétrico ligado, como o secador e chapinha a pessoa que estiver lá dentro será eletrocutada."

Jesus. Isso eu aprendia até na escola. Lá também falava de soda caustica para corroer as pessoas e sumir com os corpos depois de executados.

Ei! Eu não queria matar Edward... Mas espera e se eu matasse na minha tentativa de apagar sua memória?

Eu apertava insistentemente o infeliz do mouse do notebook quando senti dois braços me pegando por trás e me levantando.

Senti-me uma criançinha de cinco anos com a facilidade que Edward me levantou. Tomei um baita susto, mas eu consegui pelo menos fechar a página de pesquisas.

Porque se Edward visse O QUE eu estava procurando, ai que nosso relacionamento perturbado de uma semana realmente iria acabar.

"Bella... O que está acontecendo?" Ele perguntou me olhando atentamente.

Eu não podia o deixar falar demais... Não podia...

"Menopausa."

"O quê?"

"É... Edward..." Falei me desvencilhando de seu abraço. "Preciso ir... Huh, a padaria."

"Por que você precisa ir à padaria?"

"Comprar pão?"

Ele rolou os olhos.

"Eu vi um saco novinho na mesa agora mesmo..."

"É... Mas... Eu quero mais. Sabe... Eu A-DO-RO pão! Você sabia que se você tirar o miolo fica muito saudável?"

Jesus. Do que eu estava falando?

Edward se aproximou de mim e agarrou meu pulso.

"Nós não podemos conversar antes?"

"NÃO!" Eu gritei alto demais e rápido demais. Edward se assustou e passou a mão pelos cabelos, nervoso. "Quer dizer... Eu preciso comprar pão!" E assim eu saí correndo do quarto e vendo a porta como a passagem para o paraíso.

Jesus! Eu realmente deveria estar uma desesperada! Quem em sã consciência fugiria de um apartamento com Edward Cullen dentro dele?

Ah... Eu. Mas tudo tem justificativa. Se isso garantisse que ele NÃO terminasse comigo.

Edward gritou meu nome, mas eu ignorei.

"Isso é para nosso bem, Edward..." Gritei por cima do ombro, mas com esse movimento vi que Edward já estava quase me alcançando.

NÃÃÃO...

Tentei correr mais rápido. Devo acrescentar que meu apartamento não era lá aquelas coisas grandes, então tudo acontecia mais ou menos em câmera lenta.

As lágrimas começaram a sair de meus olhos e eu me chutei mentalmente por me permitir isso. Malditas emoções ligadas ao canal lagrimal.

Só de imaginar que aquela semana perfeita com Edward iria terminar, meu coração se fechava em um punho e eu tinha vontade de chorar e chorar e nunca mais aparecer para o mundo real.

Foi ali que eu percebi que Edward se tornara minha existência... Como se fossemos um só.

Muitas pessoas dizem que só com o ato sexual que se tornam um só, mas eu e Edward conseguíamos isso mesmo sem.

Quer dizer... Pelo menos EU conseguia... Talvez Edward não me amasse tanto como eu o amava e...

PÁRA BELLA! Você prometeu que não iria desconfiar do amor dele por você!

Fazia mais de dois meses que eu o conhecia, mas parecia que era uma vida.

Um amor de uma vida.

"Bella!" Edward gritou e logo seus braços me seguraram pela cintura e me paralisaram por completo. Eu me deixei levar junto com as lágrimas insistentes que jorravam dos meus olhos.

A intensidade do aperto dele foi tão grande que caímos no chão unidos, naquele abraço.

"Bella? Está chorando...?" Ele perguntou enquanto suas mãos tocavam o meu rosto e percebia as lágrimas.

"N-não..." Funguei.

"Por favor, Bella... Diga-me o que aconteceu... Eu fiz alguma coisa errada, eu..."

"Não!" funguei mais uma vez. Edward me apertou mais em seu abraço e eu encostei minha cabeça em seus ombros ainda não conseguindo parar de chorar.

"Diz-me Bella... Diz-me o que está acontecendo..."

Eu funguei de novo, e engoli em seco.

"Eu... Eu não quero perder você, Edward..."

E se fosse possível ele me abraçou ainda mais forte contra si e sua cabeça encostou-se ao vão dos meus ombros.

"É por isso que você estava fugindo...?" Ele perguntou com o hálito quente arrepiando minha orelha.

Eu assenti porque se eu falasse não sairia um som nada agradável. Jesus... Eu provavelmente estava um urso panda depois de rolar no mato e comer a floresta inteira de bambu dois.

"Bella... Boba Bella..." Ele me soltou ligeiramente e eu soltei um muxoxo pela falta dele em mim, nem que fosse mínima esta. Mas ele me pegou logo depois me virando de encontro á ele me fazendo olhá-lo nos olhos.

Eu não conseguia encará-lo como uma forma de não ver a dó que poderia ter em seus olhos na hora que ele botasse em ação o seu 'eu' bipolar e dissesse que tudo fora um erro e blábláblá.

"Boba..." Ele disse novamente só que agora acompanhado de um beijo na ponta do nariz. Eu soltei outro muxoxo. Ele queria me domar com esses beijinhos? Ele queria, sei lá... Fazer um término romântico?

Diabos! Existia algum 'término romântico'?

"Minha..." Ele sussurrou dando um beijo em um dos meus olhos e logo seguindo para o outro depois de sussurrar. "Boba..."

Ugh. Parecia que realmente existiam términos românticos.

Puf... Eu estava perdida.

Eu deixo a minha cama para Sky. As minhas panelas para a minha mãe... O meu trabalho, bem... Ninguém iria querer o meu trabalho.

Não com a chefa que eu tinha, que por um milagre de Deus não tinha obrigado ninguém a trabalhar na noite de Natal ou no Ano novo.

Falando nisso... Eu tenho trabalho amanhã...

Quer dizer, eu teria... Porque eu sabia que iria cair dura no chão assim que Edward saísse por aquela porta depois de sua bipolaridade constante...

Jesus! Bipolaridade era uma doença?

UGH! Por que eu não segui o meu sonho de criança de ser cientista? Agora eu poderia descobrir a cura para a bipolaridade!

"Não me torture... Edward..." Sussurrei contendo as lágrimas. Se ele queria terminar comigo que terminasse logo, não ficasse ali dando lenha para os meus sonhos posteriores. Algo como o bom término na cama que aquilo poderia ter.

"Ei, garota..." Ele ergueu meu queixo para eu encará-lo nos olhos. Eu relutei e vi seus olhos verdes me encarando intensa e surpreendentemente sem nenhuma expressão de dó. "Eu já lhe disse que você é uma boba?"

Assenti mordendo os lábios para não desabar em mais alguma espécie de choro super convulsivo parte dois – Antes de se matar.

Céus! Eu já tinha uns mil nomes de filmes.

Por que não tinha nenhum como "Beward na ilha deserta.", "Beward viajando pelo mundo"... "Beward salvando as crianças da África."

UGH! Deveria ser por que... Af... Nem eu sei mais o porquê que eu vivo, ou o porquê minha mãe não me jogou no lixo quando ela quis.

Ah... Lembrei-me, foi porque meu pai não queria que as autoridades descobrissem e não dessem a promoção de xerife do condado que ele tanto queria.

"Edward..." Engoli em seco. "Termina... Logo..."

"O quê?" Ele me encarou confuso.

"Não... Não me torture... A-assim..." Ele pensou durante longos segundos, mas depois um belíssimo sorriso assumiu o seu rosto.

"Você está pensando que eu iria terminar com você?"

Eu desviei meu olhar encarando minhas mãos e imaginando quais eram ainda as chances de pegar a frigideira.

"É isso, Bella?" Ele pressionou.

Assenti.

Ele riu. "Bella... Possa saber por que você imaginou isso?"

Funguei. "Todo aquele negócio de... 'Precisamos conversar', depois do telefonema de minha mãe... Edward, por favor, não acredite naquela mulher louca... Eu sou muito, muito feliz com você... Apesar de tudo, eu não me importo... Quer dizer eu me importo... Mas eu tenho você, e sei que tudo um dia vai dar certo, bem, talvez não dê... Mas... Ugh! Eu só sei que eu amo você e, por favor..." Ele ainda rindo com o polegar interrompeu o que eu ia dizer.

"Bella... Amor... Eu só ia te perguntar se você estava realmente certa disso..."

Oh Jesus. Ele me obrigaria a terminar com ele? Tipo... Eu já tinha visto filmes assim também. Em que os homens perguntavam 'você está certa disso' para a própria mulher tomar a iniciativa.

AHA! Mas eu não deixaria Edward fazer isso comigo.

"Não! Eu tenho certeza, Edward." Disse já não chorando e tentando ao máximo encará-lo com firmeza. "Eu quase nem ouvi as palavras de minha mãe, porque ela não sabe o que se passa entre a gente... Ela nem sequer imagina a intensidade que temos aqui..." Eu o abracei com força não permitindo que ele saísse mais de perto de mim.

Deus sabia que eu teria um colapso se algo assim acontecesse.

Ele retribuiu o abraço e acariciou lentamente a extensão da minha coluna, me causando arrepios involuntários.

"Eu sei amor..." Ele sussurrou na minha orelha depois de um tempo. "Ninguém bota fé em um padre e uma mulher..." Ele rolou os olhos com ironia. "Mas fé é o que eu mais tenho. Por Deus... E por você."

Eu sorri involuntariamente em meio às lágrimas. Eu não estava mais nem ai que eu estava parecendo um urso panda depois do rolar no mato e comer os bambus... Enfim... O que me importava era que Edward ainda não tinha dito que não iria largar a batina e nem que queria terminar comigo.

E isso era um bom sinal, não era?

Oh Jesus! Como eu era tremendamente insegura!

"Quer dizer... Que... Huh... Tá tudo bem entre a gente?"

Ele sorriu e me deu um beijo de esquimó. Um ato tão carinhoso que me causou intensos arrepios e a vontade de fazer coisas loucas com Edward presos em uma ilha deserta no fim do mundo, que nem o capitão Jack Sparrow conseguiria nos achar!

"Lembra da nossa promessa?" Ele perguntou carinhosamente.

Assenti.

"Enquanto eu não desconfiar do seu amor por mim..." Comecei.

"Eu largarei tudo por você." Ele completou e assim sorrimos um para o outro enquanto nos abraçávamos com força.

Um mês e alguns dias depois.

Pe. Edward

Eu sentia os braços dela ao meu redor. Sua boca acariciando cada milímetro da minha, espelhando seu hálito quente pela minha boca, me fazendo ansiar por sua boca... Pelo seu corpo.

Meus olhos se fecharam em entrega, como se eu não pudesse mais evitar, ou me impedir de ceder àquela sensação tão prazerosa e verdadeira.

Meus braços em reflexo a abraçaram, impedindo que ela se separasse de mim e que eu pudesse sentir seu corpo todo muito perto do meu.

Arqueei meu corpo contra o dela, enquanto meus braços faziam um caminho de fogo completo pela suas costas, seu quadril...

Parecia que cada parte do meu corpo e do corpo dela clamava pelo o do outro... Como uma necessidade crescente.

Meu corpo inteiro ardia em chamas... E eu sentia aquela vontade – uma necessidade – de tê-la para apagar aquela sensação de intensidade e expectativa. Como se ela fosse a única maneira que eu tinha para acabar com aquilo, somente para ter algo melhor.

Trim... Trim...

Oh Jesus! Acordei em um salto e me vi sentado na minha cama na casa paroquial com o suor espelhado pelo meu corpo e a mente totalmente enervada.

Olhei ao redor e vi o despertador marcando seis e meia da manhã. Mas não foi isso que me chamou tanto a atenção, mas sim o estado patético que alguém se encontrava por baixo dos lençóis.

Empurrei as cobertas para o lado, e meio desconfortavelmente, me dirigi até o banheiro para tomar um banho extremamente gelado.

O inverno já estava perdendo a força agora em meados de fevereiro, mas ainda assim não era a época ideal para tomar banhos frios.

Quer dizer... Nenhuma época do ano era ideal para padres tomaram banhos frios, se é que vocês me entendem.

Ri amargamente enquanto me exprimia no chuveiro. Havia muito que eu não era mais um padre normal... Se é que eu ainda poderia ser chamado de um.

Logo o sorriso irônico em minha face se apagou ao matutar algo que estava na minha cabeça desde precisamente quando vi Bella pela primeira vez – claro que de modo inconsciente.

O que eu faria dali em diante?

Se havia alguma coisa concreta em minha cabeça era definitivamente que eu era um padre, que eu amava Bella, e que padres não podiam amar mulheres, claro, com exceção da mãe e irmã... Enfim, tanto faz.

Mas como que eu poderia lidar com minha vocação que eu achava sólida até então, e meu amor por Bella?

Eu sabia que eu tinha que escolher, e eu já havia escolhido de certo modo. Eu havia prometido á Bella que eu largaria a batina, a questão era como ou quando.

Eu me sentia daquele jeito em que você sabe que precisa fazer alguma coisa, mas não sabe como, e simplesmente fica parado em seu canto deixando a vida te levar.

Mas eu também tinha consciência que eu não poderia arrastar isso para sempre. Eu tinha que tomar uma decisão rápida antes que se tornasse tarde demais.

Mas de uma coisa eu tinha certeza... Nada de ameaças, nada de escândalos.

Essa não era a forma que eu me imaginava saindo de uma vida que eu me dedicara desde quinze anos.

Mas talvez essa fosse à forma de sair e me livrar da ameaça. Largar antes que a ameaça ocorresse e depois o que Mike poderia ganhar se eu já saísse da vida de qualquer jeito?

UGH! Esses pensamentos estavam me dando dor de cabeça ainda. Desliguei o chuveiro e com a toalha em volta da cintura parti em direção ao quarto me sentando ainda matutando sobre a vida.

Hoje era dia 14 de fevereiro de 2008, uma quinta feira e dia dos namorados.

Daqui exatamente meia hora eu teria que rezar a missa matutina, e teria que pensar em o quê fazer nesse dia.

Mas o que eu poderia fazer afinal?

Não era como se eu pudesse fazer com Bella o que eu tinha vontade. Como uma jantar romântico em um restaurante chique e tradicional, ou mesmo um passeio pelo Central Park, abraçados e alimentando os pombos – ignorem essa última hipótese – mas mesmo as coisas mais simples, eu não poderia fazer... Afinal eu era um padre ainda, embora não agisse em totalidade como tal.

Eu sabia que Bella contava os minutos para eu largar essa batina de vez, talvez ela quisesse se assegurar que minha bipolaridade não voltasse, e eu não tivesse tempo de voltar atrás.

Vesti uma roupa qualquer que vi pela frente e peguei uma foto no criado mudo, onde estava eu e Bella na cozinha de seu apartamento.

Tínhamos tirado há cerca de duas semanas, e eu guardava como um talismã.

Nosso relacionamento era de certo modo intenso, porém... Estranho.

Era como se Bella a todo o momento esperasse que eu a largasse... Era como se andássemos em uma linha fina que ou nós iríamos desequilibrar e cair, ou simplesmente a linha arrebentar-se.

Eu sabia que as coisas estavam andando erradas. Embora quando eu ficasse com ela eu se esquecesse de tudo e mais um pouco, eu sabia que tinha que tomar uma decisão e algo rápido.

Quanto a ameaça, Mike não nos procurara de novo o que eu achara estranho e esperançoso. Porque de onde eu tiraria dinheiro para pagar aquela ameaça exorbitante?

Bella se mostrava toda feliz quando falava disso, e eu sabia no meu íntimo que ela tinha alguma coisa haver com aquilo.

Observando a foto mais uma vez, e lembrando-se do sonho que eu tivera logo mais cedo, eu me lembrei da tensão que tínhamos vivido durante esse mês.

Nosso clima de romance era perfeito e tínhamos sorte de conseguirmos levar tudo em uma boa até agora. E eu queria que continuasse assim... Por um bom tempo.

Porém... A tensão entre nossos corpos se tornava muito intensa. A necessidade de tê-la de senti-la mais perto de mim estava atingindo limites estratosféricos.

"Bella..." Suspirei de encontro ao seu pescoço.

"Edward..." Ela arranhou minhas costas e minha camiseta de repente não estava mais no meu corpo. Um calafrio se passou por mim e uma vontade e sentimento pavoroso se alargou por todo o meu ser.

Eu sentia cada poro de Bella, cada respiração, cada lufada de ar que ela eliminava e espalhava pelos seus pulmões. Eu estava extremamente consciente de nossas intimidades separadas apenas pelas peças de roupas, e do fogo e intensidade que parecia irradiar daquele ponto de contato.

Era como se uma nuvem tivesse adentrado meu cérebro e me impedisse de pensar com clareza o suficiente para pensar em meus atos...

Os beijos entre eu e ela ficaram urgentes... Extremamente urgentes, e logo rolamos do sofá onde estávamos até o chão, e ouvi um gemido de Bella. Primeiramente pensei que era de prazer, mas logo vi um filete de sangue irrompendo por sua cabeça."

UGH! Eu tinha que parar de pensar sobre essas coisas, ou eu precisaria de mais um banho frio, mas logo os pensamentos invadiram minha mente novamente.

Eu juro, juro que vou tirar aquela mesinha infeliz dali" Bella esperneava sentada na mesa da cozinha enquanto eu de pé cuidava dos ferimentos da cabeça dela.

Eu ri molhando o algodão com água oxigenada. "Talvez fosse um aviso..."

Ela rolou os olhos. "Edward Cullen, nem pense em continuar essa frase." Eu somente ri enquanto pegava um ban-aid, e colava delicadamente em sua testa. Depois dava um beijinho ali.

"Sarou?"

"Aham..." Ela sorriu maliciosa. "Com você como enfermeiro assim..."

"Uh- ou. Bella... Pare." Mas ela já me agarrava de novo.

Claro que nunca passou do nível amasso quase 'envolvimentos maiores', mas é que eu ainda não me sentia livre para fazer aquelas coisas.

Dentro de mim existiam várias facetas que apontavam cada hora uma coisa certa. Em uma hora eu gostaria de ceder aos desejos carnais com Bella, mas no outro eu meio que me sentia traindo a igreja, como se fosse algo demais para se fazer.

Pelo menos eu pudesse ainda ter esse respeito.

Beijá-la e ficar com ela como se fôssemos namorados já era um sacrifico para minha mente bipolar e condenada digerir, imagina... Algo... Tão... Intenso como... UGH! Abanei minha cabeça e me livrei dos pensamentos que minha mente idiota estava formando.

Eu estava dando muitas asas para minha imaginação ultimamente, e isso era ruim, não era? Ah sei lá mais o que sei dessa vida.

Levantei com pressa e andei um pé atrás do outro até a Catedral. Cumprimentei as pessoas que passavam nas ruas e no meio do caminho encontrei a Senhora Lucas.

"Edward!" Ela disse com um enorme sorriso.

"Senhora Lucas." Cumprimentei polidamente.

"Meu filho... E como anda sua irmã? Minha irmã disse que ela está se comportando muito bem."

"Pois é..." Cocei a cabeça. "Ela está surpreendendo todo mundo com essa... Hum... Adaptação."

Ela riu e mudou o peso das pernas, mas logo seus olhos pareciam me analisar.

"Você parece... Preocupado..."

Eu sentia como se ela pudesse ver minha alma. E logo abaixei os olhos envergonhados.

"É... Coisas da Catedral... Família... Essas coisas..."

"Hm..." Ela me analisou com um sorriso malicioso nos lábios. "Acho que é o dia."

"Dia?" Perguntei confuso.

"Hoje é dia dos namorados." Ela levantou uma sacola onde estava uma almofadinha vermelha. "Eu posso ser velha, mas sou feliz." Ela explicou. "Mas acho que todos padres passam por isso... Você sabe... Solidão..."

"Eu não me sinto sozinho." Retruquei.

Ela deu leves batidas no meu ombro enquanto andava.

"Eu sei... Edward... Eu sei..."

Fiquei encarando ela ir embora, totalmente confuso e enervado.

De fato a senhora Lucas estava certa. O dia de hoje não estava ajudando em nada.

E para completar tudo com faixa de ouro, passei por uma floricultura no caminho á Catedral onde já tinham vários madrugadores preparando seus ramalhetes, buquês e cartões acompanhados com almofadinhas.

Ri amargamente enquanto pensava o que eles pensariam quando eu chegasse até lá pedindo uma encomenda.

É... Os resultados não foram muito bons. Era melhor eu realmente pensar em outra coisa para Bella.

Bella

"O que foi Alice...?" Sussurrei no telefone.

"Oh Bella... Eu estou com tantas saudades..."

"Aham..." Tanya fez um sinal impaciente com as mãos. Eu pedi para ela esperar. "Alice... Você sabe que horas são?"

"Sim... Hora das completas e também hora de usar o celular escondido!"

"Alice!"

Ela riu baixinho do outro lado. "Mas sabe que eu fiquei surpresa por ver você acordada á essa hora em uma quinta feira."

"Eu sou uma pessoa que trabalha... Você sabe..." Eu retruquei impaciente. Tanya levantou as mãos para o ar e se apoiou em uma pedra.

"Não às seis da manhã. Mas então..."

"Alice, querida eu realmente adorei sua ligação, mas não dá para você resolver quebrar as regras do convento mais tarde? Eu estou ocupada agora!"

"Ah sei..." Ela disse surpreendente não parecendo magoada. Credo, até eu ficaria. "Já saquei tudo. Você está com meu irmão, não está?"

"O QUÊ?" Eu gritei, mas logo me lembrei de onde eu estava e me escondi com uma planta. Tanya revirou os olhos e murmurou alguma coisa como 'você é louca?'

Ohmeudeus. Como Alice descobrira que eu e Edward tínhamos nos envolvido?

"Alice... Não é isso o que você está pensando... Eu posso explicar..." Comecei com a frase mais clichê que eu achei no meu estoque mental.

Ela riu do outro lado embora abafasse provavelmente com medo de ser descoberta.

"Eu só estava brincando, credo... Até parece que você levou á sério..."

"Ufa..."

"Por que 'ufa'?"

"Ah, nada não... Estou no banheiro sabe? Intestino preso e essas coisas."

"Aff... Bella, você com suas coisas nojentas. Parece até um menininho."

"Ei, o que eu fiz?" Retruquei, Tanya fez um barulho passarinho para chamar minha atenção, e eu me encolhi mais contra a planta cinco por cinco.

"Ah Bella..." Alice iria continuar a sua sessão quebra regras do convento, mas eu tinha coisas mais importantes para fazer no momento.

"Lice... Acho que estou ouvindo a madre superiora chegando perto de você... Ohmeudeus... Ah... Tá chegando... tá chegando... Ah... Puf!" Desliguei o celular e enxuguei o suor da testa, jogando longe a planta cinco por cinco que eu estava escondida.

"Bella... Eles quase nos descobriram..." Tanya disse enquanto se levantava agachada da pedra e vinha em minha direção.

"Nós estamos há vários metros de distância, larga de ser exagerada..." retruquei ajeitando minha calça camuflada. "O que eu perdi?"

Tanya pegou o binóculo e observou durante alguns minutos.

"Eles estão fazendo ainda alguma espécie de relatório da noite de ontem..."

"Jesus... Como eles são... Estranhos." Argumentei com um arrepio. Observei Tanya ao meu lado vestida com uma blusa verde de manga comprida e uma calça de ginástica preta. Ela estava... Fantástica, embora simples.

UGH! Eu estava ali, toda camuflada, com minha linda roupa de exercito e parecia um gambá.

"Só estranhos?" Ela retrucou com aspereza na voz.

"Certo, então..." Disse me sentando como índio na grama e estendendo o papel surrado que era nosso projeto de plano. "Estamos aqui..." Apontei com o dedo indicador a área onde estávamos do Central Park. "E aqui está ocorrendo à reunião dos Garanhões da Cidade..." Indiquei para uma área a poucos metros da nossa.

"Bella... Dá para pular essa parte, sim?" Ela se virou e deixou o binóculo de lado, se sentando como índio também e analisando o papel. "Então... Como que as coisas acontecem a partir de agora?"

"Bem... Você já fez a aproximação com Mike, certo?" Ela assentiu pela milésima vez. "E o que ele fez?"

"Analisou-me dos pés a cabeça... Mas eu segui o plano, me fingi de difícil..."

"E...?"

"Todas as noites vou ao mesmo lugar e sempre encontro ele lá tentando puxar assunto."

"Perfeito." Analisei o papel novamente. "Então nós simplesmente temos que ver o que ele irá falar para os garanhões hoje... Se vai falar sobre você..."

"Acho que ele não vai falar nada..." Ela sussurrou quando uma movimentação próxima nos assustou. "Aliás, esse clã não foi criado com o propósito de humilhar e usar as mulheres? Como Mike chegaria dizendo que está interessado em uma garota?"

"Mas é esse realmente o plano!" Eu me entusiasmei. "Ele está, mas não vai contar. Eu vim aqui em uma reunião deles de recrutamento, e uma das regras é todos serem honestos e contar tudo aos mínimos detalhes... Se todos os membros descobrirem que ele estava ocultando alguma coisa, vai ser ótimo para nós."

"Sei..." Ela disse pegando o binóculo mais uma vez e analisando a área onde eles estavam. "Ei, porque eles estão gritando como um exército?"

"Oh Jesus. É a hora em que eles tiram as roupas..."

"Hora do quê?" Mas fomos interrompidas quando um homem enorme e totalmente nu apareceu muito... Muito perto da gente e nos encarando.

Devo admitir que foi até cômico o modo como Tanya ainda com o binóculo falou "Oh, isso amplia mesmo as coisas", mas logo ela percebeu o que realmente se passava.

"O que vocês estão fazendo aqui?" O homem gritou pegando um facão. Oh Jesus.

"CORRE!" Eu gritei e logo eu e Tanya corríamos que nem duas desequilibradas pelo Central Park. Passei pelas milhares de árvores, arbustos, plantas, plantões e mil outras coisas mais.

Atropelei um gatinho que passeava por ali, enquanto meus pulmões enchiam e soltavam o ar rapidamente.

Oh Jesus. Por que eu não tinha mais condicionamento físico? Por que eu não tinha corpo de atleta, senhor? Tudo seria tão mais lindo...

Logo vários gritos se seguiram atrás de nós, e olhando rapidamente para trás vi um enxame de homens nus correndo atrás de nós com galhos, facões e cuecas como armas.

"AI!" Com essa minha olhada, acabei batendo em uma árvore e cai de bunda no chão. Eu já estava me sentindo totalmente morta, quando vi uma mão pálida se estender em minha direção.

"Da próxima vez vou te deixar aqui." Ela disse e eu peguei a mão com um sorriso. Mas os gritos começaram a se aproximar e continuamos a correr o mais rápido que podíamos.

Um borrão se formava ao meu redor e de repente eu vi Rose e Emmet se agarrando perto do laguinho e da estátua de Alice no país das maravilhas, gatinhos, e crianças... E! Espera! Rose e Emmet se agarrando no banquinho do Central Park?

Eles se assustaram com o barulho e se separaram olhando para todos os lados como se os EUA acabassem de ser atacado pela ex-URSS com mísseis nucleares radioativos e vai lá se saber mais o quê.

"Bella!" Rose me viu e levou às mãos a boca. Eu quis acenar e dizer 'oi Rose, tudo bem? Sabe... Eu não posso falar muito agora, porque eu estou fugindo de um bando de homens nus liderados pelo meu ex-namorado ameaçador. Você espera, por favor?' Emmet parecia se divertindo, ainda mais quando viu a fileira de homens nus nos seguindo.

Eu não entendi o que ele falou, só sei que ele arrancou a camiseta e foi arrancando a roupa pelo caminho todo e seguindo os homens na NOSSA perseguição, deixando uma Rose histérica correndo atrás dele.

Seria cômico se não fossem os galhos e facões que eles traziam.

Senhor. Onde estavam as autoridades daquele parque?

Aquilo além de tentativa de assassinato era ataque violento ao pudor! Não que eu entendesse muito bem disso.

Agora alguém ilumina a cabeça de Emmet e diz á ele que ele está perseguindo eu e Tanya não por diversão? Jesus! Ele tinha o que no cérebro? Espera! Ele tinha um cérebro?

"Bella!" Ouvi Tanya me chamar, olhei para o lado e vi ela indicando um caminho íngreme.

"Eu não vou por aí." Retruquei.

"Se não for, eles vão nos pegar!" Ela disse.

"Não vou!" Mas ela já estava seguindo por aquele, e eu fiquei ali sem saber o que fazer com os homens nus me seguindo. "SOCORRO, ATAQUE VIOLENTO AO PUDOR!" Comecei a gritar, mas parecia que todo o parque dormia mesmo sendo quase sete horas da manhã.

Ao longe eu vi a LUZ! O laguinho onde as crianças faziam corrida de barquinhos estava piscando para mim praticamente. Eu sem pensar – embora se eu tivesse pensando eu teria feito a mesma coisa – eu me dirigi até lá e pulei com tudo na água que estava fria. Der... Estávamos ainda no inverno apesar de tudo.

Eu parecia um gato escaldado na água, e eu comecei há perder um pouco a consciência enquanto os gritos se evaporavam ao meu redor.

Pe. Edward

Terminando a missa eu já estava mais aliviado. Pelo menos eu já tinha passado por algumas coisas... Como ter que dizer palavras bonitas na homilia a cerca dos namorados. Como o amor era lindo e Deus adorava e blábláblá.

Como se o meu caso fosse algo que Deus gostasse muito...

Depois de organizar tudo e ter que aturar uma adolescente pedindo ajuda para 'o que comprar para o namorado' eu finalmente saí da Catedral para me permitir pensar em alguma coisa para Bella naquele dia.

Mas logo desejei não ter feito aquilo.

Pois a imagem que eu tive fez um turvo de memórias surgirem em minha mente.

"Nós podemos fugir daqui... Ir para o Himalaia, ou as praias do Caribe... Eu sempre amei o Caribe!" Tanya dissera com os cotovelos apoiados na cama enquanto encarava sonhadoramente o teto do quarto.

"Você não acha que quer ir longe demais?" eu perguntei ironicamente observando a cascata de cabelos dourados caindo por seus ombros.

"Acho perfeito!" Ela virou de barriga para cima e mexeu as pernas no ar. "Seus pais nunca vão te encher lá..."

"Eu e Katie vamos morar juntos." Arthur dissera uma noite quando as luzes já estavam apagadas, e nenhum de nós conseguia dormir. Eu por pensar em Tanya e nosso plano maluco.

"Você vai largar o seminário?" Perguntei surpreso.

"Vou." Ele disse com a voz firme e resoluta. "Eu sinto que... É ela... Eu... Não sei explicar... UGH! Estou virando gay..."

"Eu sei como é..." Suspirei.

"UGH! Virar gay?"

"Cala a boca, Arthur." Revirei meus olhos na escuridão. E logo duas leves batidas na porta irromperam nossos devaneios. Era Katie que chamava Arthur para um passeio.

Eu fiquei com o friozinho na barriga que sempre se seguia naqueles momentos, mas minutos depois se dissipou quando vi Tanya adentrando o quarto sorrateiramente.

"Oi amor..." Eu disse com um sorriso. Ela se aninhou em meus braços e depois de alguns carinhos ela sussurrou junto a meu ouvido.

"Já comprei as passagens."

"Eu não acredito que você me enganou esse tempo todo, Tanya!" Eu gritei cego por raiva, frustração e sentimento de traição por parte dela.

"Edward, eu me arrependi! Me desculpa! Foi por isso que eu te contei! Eu estou realmente arrependida! Eu te amo!"

"Amar?" Retruquei com raiva me virando para ela toda encolhida no sofá. "Estava tudo bem para mim, até você chegar com essa história... Você estragou minha vida com mentiras!" chutei uma cadeira para longe no acesso de raiva que me consumia. "Eu nunca... Mais nunca quero te ver novamente, Tanya. Para mim você está morta."

E ali estava ela... Tanya.

"Edward!" Ouvi a voz doce dela gritar atrás de mim assim que a passos rápidos eu virei as costas e rumei para a casa paroquial.

Eu não acreditava que ela estava ali... Procurando por mim.

No dia do hospital ela não sabia que eu estava lá, mas ali... Na frente da catedral, era óbvio.

O que ela queria comigo afinal? Fazer-me lembrar de tudo o que eu abandonei por ela, e depois descobrir que ela sempre mentira para mim?

E eu não consegui evitar pensar em Bella.

E se acontecesse de novo, e se depois de eu abandonar tudo, e eu Bella simplesmente não déssemos certo?

Ai eu não teria mais volta. No seminário eu pude voltar, mas agora eu não poderia.

UGH! Para de pensar sobre isso, Edward!

Eu amava Bella e ela me amava, e isso nos faria felizes. Tanya era... Simplesmente uma perdição adolescente.

"Edward, por favor... Espera-me..." Ela gritava e as pessoas na rua se viravam para nos olhar. Eu com os punhos cerrados e passo firme cheguei a casa paroquial, mas antes que eu fechasse o portão a mão de Tanya apertou a minha. Eu olhei para ela não com ódio... Mas com desprezo... E isso a fez afrouxar o aperto e soltar molemente a mão ao redor do corpo.

Os olhos azuis dela se estreitaram em uma linha e ela respirava fundo.

"O que você quer?"

"Edward... Nós precisamos conversar."

"Eu já te disse tudo o que eu precisava há seis anos, Tanya."

"Não! Edward, por favor, me escuta..." Ela implorou.

"Tanya... Dá para você soltar o meu portão, por favor?" Pedi com o maxilar preso.

"Edward..."

"É PADRE Edward para você..." Retruquei com raiva.

"Por favor... Por favor, somente me ouve... É algo importante..."

"Hm... Deixa-me ver engravidou de novo foi?" falei com ironia.

Ela abaixou os olhos com vergonha. "Edward... Por favor..."

"Tanya..." Eu ia começar milhares de sermões, só que as pessoas ficavam passando pela rua e nos olhavam curiosas. Eu definitivamente não precisava de ninguém fuxicando sobre isso. "Vá embora."

E assim virei às costas indo em direção a porta até que ela gritou:

"É assim que você deixa seus amigos na mão então?" Eu me virei confuso para ela.

"Do que você está falando?"

"De Bella! Você a conhece não?" Ouvi um tom de ironia em sua voz, mas deu para perceber que ela não sabia do nosso envolvimento ainda. "Pois ela foi pega e sabe lá Deus onde ela se encontra agora!"

Meus punhos se fecharam em um punho e eu controlei a respiração pesada que se infiltrara em mim de repente.

"Pega por quem?"

Bella

Quando eu voltei a abrir meus olhos eu me senti em algum filme do Indiana Jones. E parecia realmente que eu tinha corrido com uma bola de pedra do tamanho do mundo atrás de mim e que ela tinha passado bem em cima da minha cabeça.

Senhor... Onde eu estava? No céu?

Nã... Céu tem nuvens, e não... Mato... Mato... Mato... E Mike Newton.

"Jesus Cristo." Disse ao ver a cara dele a milímetros da minha. Minha voz saiu quase em um sussurro e eu estava com uma tremenda sede.

"Bella... Bella..." Ele disse com um sorriso vitorioso nos lábios. "Oi."

Eu fechei os olhos querendo que eu saísse do inferno. Porque eu só poderia estar no inferno, não é? Com Mike Newton ali em minha frente.

Talvez Deus tivesse errado na hora do julgamento ou eu estivesse assistindo muito o Alto da Compadecida.

"Quanto tempo, Bella." Ele disse abrindo um sorriso que revelava aquelas covinhas que eu GOSTAVA.

"Jura?" Retruquei com aspereza, sentindo minhas mãos presas no topo da minha cabeça. Elas estavam dormentes e eu sabia que no momento em que eu ficasse livre, elas doeriam horrores.

"Bem... Foi impressionante o modo como você ficou expiando nossa reunião hoje. Não sabia que você era tão tarada assim, Bella..."

Revirei meus olhos. "Também não sabia que você era tão idiota assim, Mike." Retruquei com a mesma ironia na voz.

"É..." Ele coçou o queixo em uma atitude pensadora. "As coisas mudam, não é mesmo?"

"Cara... Eu tenho trabalho daqui a pouco, eu tenho que ganhar meu dinheiro..." Jesus, eu não sabia de onde estava achando fôlego para dizer todas aquelas coisas e ainda parecer despreocupada.

Na verdade, eu acho que estava tão habituada a Mike que ele não me assustava e eu não conseguia me achar sei lá... Como o Harry Potter na frente de Voldemort.

Se bem que Harry não teve medo de Voldemort, mas ele era uma ameaça viva para ele... Quer dizer... Ameaça morta... UGH! Talvez fosse hora de eu parar de discutir literatura de ficção agora não é mesmo?

Jesus! Eu tinha cada pensamento em horas tão inoportunas.

Era capaz de eu ter uma alucinação naquele momento, se dependesse da lei da Bella que regia o meu mundinho cor de azul e todas as pessoas que tinham a infelicidade de me conhecerem.

"E quem disse que você irá para o trabalho hoje?" Ele disse divertido. Eu o fuzilei com os olhos. Sério. Com aquela olhada até o Bush recuaria e o Stalin se retorceria na tumba dele.

"Não. Me. Encha. As. Paciências." Retruquei. Minha voz falhou devido à falta de sede e vi Mike dar um sorriso vitorioso. HAHA, que grande vitória eu estar ali no meio de algum lugar cheio de mato, provavelmente AINDA o Central Park e com a garganta seca.

Mike estalou os dedos e logo um homem que benza á Deus não estava nu veio com uma garrafinha de água mineral.

Jesus. Eu estava realmente em alguma situação de perigo? Por que, se analisarmos bem...

Se eu fosse 'Mike', e eu fizesse a bondade de dar água para 'a vítima', eu pegaria a água do rio que tantas crianças babaram e fizeram várias necessidades ali dentro e não uma garrafinha que dava para ver que estava gelada e ainda de água mineral.

Eu acho que eu não consegui esconder muito bem a minha surpresa, porque eu arregalei meus olhos tanto, mais tanto que acho que eles saltariam pelas órbitas.

Mike abriu a garrafa e eu abri a boca engolindo boa parte do conteúdo. Eu logo me senti melhor e pronta para dizer mais vários impropérios para o infeliz. Mas na verdade, eu não podia deixar de ficar chateada, pois, eu tinha uma dignidade, certo?

E se eu estava sendo 'seqüestrada' ou seja lá qual situação eu esteja passando aquele momento, eu deveria passar com dignidade, mostrando minha coragem, minha fibra e todas aquelas coisas de filmes de heróis certo? Inclusive Harry Potter!

Por que e se depois viessem e perguntassem para mim como que foi... Eu somente diria, ah, foi normal... Só fiquei amarrada com as mãos para cima recebendo água mineral geladinha de boa.

Qual foi a pior coisa que te aconteceu?

Ver a cara de Mike, só isso.

Jesus! Eu queria dignidade!

"O que está acontecendo aqui?" Perguntei finalmente não conseguindo esconder minha confusão. Até eu que era tão rápida para entender as coisas ao meu redor, não conseguia captar o espírito da situação ali.

"Ah, finalmente você perguntou!" Ele abriu um largo sorriso enquanto pegava alguma coisa do bolso da calça que era Colcci.

"Olha... Onde você arranjou essa calça?" Perguntei.

"Ah... Gostou?" Ele deu uma viradinha para eu ver todas as dobras. "Foi uma mulher da Wall Street."

"Cara... Amei! Depois pergunta para ela quanto pagou?"

"Uh-rum." Uma limpada de garganta de um homem que estava atrás de nós chamou minha atenção, e a de Mike também.

Jesus! Agora que eu percebia que vários homens estavam ali nos cercando e que eu estava como uma oferenda em seu caldeirão no centro.

"Mike, você está fugindo do propósito..." Ele replicou com a cara fechada. Eu hein... Cara feia para mim era falta de sol. "Se você não sabe dar conta do recado, deixa que eu mesmo faço as coisas sérias por aqui."

Oh! Isso realmente foi impressionante, por que... 'Fazer coisas sérias por aqui?'. Só para começar queridinho, o próprio clã que você participa não é uma coisa tão respeitosa assim, sabe...

Mike se endireitou e fechou a cara, desdobrando o papel que havia acabado de pegar do bolso.

O sol estava começando a me incomodar e eu percebi o que estava errado comigo. Eu estava com as roupas molhadas e isso me incomodava.

Ei, do meio, dá para você me mudar de posição só um pouquinho para o sol me pegar melhor?

É bem... É melhor não falar nada, vai que os caras se irritavam e pegavam o facão de novo?

Mike limpou a garganta e começou a ler:

"Senhorita Isabella Swan. Você foi namorada durante dois anos de Mike Newton, hoje fundador e líder dos Garanhões da Cidade. Temos a honra de tê-la em nosso centro de reuniões, e queremos dar as boas vindas à rainha das mulheres tolas e insignificantes! Ou seja, todas as mulheres!"

Minha boca se abriu em um perfeito "O". Além de ser um discurso totalmente machista, eu era a rainha deles? Tipo... Jesus me abana. De preferência o da Madonna, mas enfim... Deixa quieto.

Mike continuou:

"Então declaramos que... Como rainha, todos os membros do clã tem direito á tê-la."

Gente... Quanto tempo eles demoraram em escrever aquele negócio no papelzinho?

"Na verdade, sempre tivemos na esperança de você aparecer por aqui algum dia." Um homem do meio dos outros falou. Ops, falei alto.

Jesus! Mas a cada minuto que eu ficava ali, eu percebia como eles eram... Hum... Malucos? Eles tinham um papel que eles guardavam com um discurso na esperança de que eu aparecesse por ali e pudessem me prender e lê-lo para mim?

Mas... EPA! Espera... Que parte era essa mesmo em que dizia que todos tinham direito de me ter?

"Ei... É..." Engoli em seco. "Pode repetir essa última parte, por favor?"

"Qual?" Mike perguntou. "A da rainha das mulheres in..."

"Não, depois."

Mike franziu o cenho. "Temos a honra de recebê-la em nos..."

"Não, depois."

"Todas as mulheres...?"

"Não, depois!"

"Diabos ela está falando da parte de tê-la!" O mesmo homem que gritara com Mike antes exclamou causando um alvoroço local.

"Isso!" Disse assentindo.

"Ah tá." Mike desdobrou o papel e pegou óculos e colocou para enxergar melhor. Espera... Desde quando Mike usava óculos?

"Desde doze anos de idade..." Ele respondeu. Ops... Falei alto demais de novo, ou eles liam meus pensamentos? Oh Jesus! Eu estava ferrada. "Eu uso lente com as mulheres..." Ele limpou a garganta e repetiu: "Então declaramos que... Como rainha, todos os membros do clã tem direito á tê-la."

"COMO ASSIM?"

"Dá para esperar o término desse discurso, por favor?" Ele pediu entre dentes. "Demorou em escrever isso daqui!"

"Lingüística nunca foi seu forte Mike..."

"Então, pelos direitos aqui concedidos..." Ele continuou lendo o papel. "Declaramos que você é nossa propriedade a partir desta data!"

E houve uma comoção geral enquanto todos começavam a erguer os galhos, facões e cuecas no ar.

Jesus. Onde eu havia me metido?

Pe. Edward

"Edward, ande mais devagar!" Tanya implorou detrás de mim.

"Eu nem sei por que você veio!" Esperneei aumentando o ritmo.

"Por que eu sei o caminho e estava com ela!"

"Desde quando vocês são amigas?" Disse desviando de uma árvore em minha frente.

"Não somos." Ela retrucou soltando uma exclamação ao quase bater em um galho. "Ela... Bem..."

"Não precisa me falar nada. Eu não quero saber." Retruquei, mas na verdade depois que tudo se resolvesse eu teria que conversar e arrancar tudo detalhe por detalhe de Bella.

Jesus! Ela escondia as coisas de mim e uma delas era que ela estava se tornando amiga, colega ou sei lá quê de Tanya! De Tanya!

E desde quando Bella a conhecia?

Mas embora eu tivesse chocado com isso, eu estava mais preocupado ainda com o que poderia estar acontecendo com Bella naquele momento.

Deus sabia como eu ficaria quando descobrisse que algo ruim aconteceu á ela.

Que perfeito começo dos dias dos namorados, Edward!

O dia nem começara a nascer direito e Bella já havia se metido em confusão com os Garanhões da Cidade. E em pensar que há alguns minutos eu estava pensando no que eu faria para Bella nesse dia, e lá estava eu, tentando salvá-la de Mike e todas as coisas malucas que ele e todos os membros do clã poderiam fazer á ela.

Minhas mãos se transformaram em um punho, e uma adrenalina diferente começou a correr pelas minhas veias.

De repente eu ouvi uma série de palavrões e o farfalhar de algumas plantas. Eu rapidamente me dirigi até lá e vi uma espécie de montanha no chão. Ok. Era Emmet.

"Emmet!" Exclamei. Ele estava ali também? Era uma espécie de reunião dos personagens da fic? E bem... Ele estava nu.

"Seu filho de uma..." Ele começou a xingar a todos os vapores e tentando me bater, mas ele estava meio grogue. "Vem aqui sua bichinha... Seu desgraçado!" Ele começou a murmurar naquela voz grogue.

"Emmet sou eu! Edward!"

"Acho que bateram com alguma coisa na cabeça dele." Tinha até esquecido que Tanya estava ali.

"Jura? Quando você chegou á essa conclusão?" Cortei-a, a ouvi prender a respiração e me virei para Emmet.

"Edward?" Ele sussurrou tentando abrir um olho. "O Yankees ganhou no jogo de hoje...?"

"O jogo é amanhã, Emmet." Retruquei tentando mantê-lo em pé ou pelo menos apoiá-lo em alguma coisa. Peguei meu casaco e cobri as partes íntimas dele, querendo me virar para Tanya e dizer algo como 'você não tem vergonha, não?', mas eu estava disposto a ignorá-la o máximo o possível.

"Ed... Não tenta ir lá, não... Eles são loucos... Não sabem brincar... Bando de desg..."

"Emmet, o que eles fizeram com você?"

"Eles pegaram Rose... E Bella..." Meu coração deu um salto ao ouvir o nome dela. "Tentei lutar, quando vi que... não era brincadeira... E eles me acertaram..."

"Onde eles estão?" forcei.

"Cara, eu to deitado aqui, eu tenho cara de mapa?" Depois ele começou a resmungar como a cabeça dele doía.

"Vá Edward. Eu fico aqui e cuido dele." Tanya disse, e eu me virei sarcástico para ela.

"Será que você não vai se aproveitar dele? Cuidado. Pois ele não está envolvido com a igreja, mas tem uma namorada realmente ciumenta."

Tanya escondeu o rosto, mas deu para perceber que ela estava prestes a chorar. Eu me virei e saí correndo entre as árvores procurando por Bella.

Bella

"NANANINANÃO!" Eu gritei quando um homem do tamanho dos Alpes veio me tirar das correntes e ficou lá me segurando e me encarando de cima a baixo.

"Moça fique quieta..." Ele disse passando a língua pelos lábios. "Ou eu mesmo faço isso..." Ele disse se aproximando, e ECA!

"Saí Stephan!" Ouvi a voz de Mike e empurrar o cara para longe. "Eu sou o líder, eu vou primeiro." O tal de Stephan se afastou e Mike me encarou divertido, enquanto se aproximava e sussurrava em minha orelha. "O que será que nosso querido padre vai dizer disso, hã?"

Eu o fuzilei com o olhar novamente. "Mike, você já não estragou minha vida o bastante esses anos? Você quer..."

"Eu quero e vou." Ele levantou o meu queixo com a ponta dos dedos me forçando a olhá-lo. "Tanto eu como todos aqui."

"Ela é muito branca..." Alguém resmungou.

"E muito magra..."

"Prefiro aquela loira."

"QUEM DESDENHA QUER COMPRAR!" Eu gritei para os infelizes que falavam de mim como se eu não tivesse ali.

Ok, que eu não queria ser devorada por todos aqueles homens. Deus sabia que eu não sairia nem viva e muito menos andando depois daquilo, mas também não era o caso de ficarem falando mal também né?

Ei! Eu tinha uma vaidade e orgulho próprios!

"Mas espera... Que loira?" Eu perguntei franzindo o cenho. Será que eles estavam falando de Tanya?

Oh Jesus! Se Mike tivesse visto Tanya comigo, todo o plano teria ido oceano á baixo, e já era eu e Edward, felizes.

Oh Jesus! Edward!

Eu controlei as lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos. Eu estava levando aquilo até alguns minutos como uma brincadeira e algo não TÃO sério, mas agora com a leve suspeita que... Bem... Aquilo aconteceria, eu tinha medo de nunca mais ver Edward e ser aquele nosso fim.

Jesus! De todas as maneiras que eu sonhei que eu iria morrer, nenhuma incluía sendo estuprada por todos os garanhões da cidade ainda mais sem nunca ter tido um tempo VERDADEIRAMENTE de qualidade com Edward.

Mike sorriu e apontou uma área onde tinha uma espécie de cela. Céus, como eles conseguiam levar as coisas para o Central Park e ainda não serem descobertos?

"Um dos nossos membros é um dos administradores do parque." Mike disse presunçoso. Credo! Eu havia pensado alto de novo, eu tinha que controlar isso, antes que coisas ruins começassem a acontecer.

E na cela estava uma mulher com cabelos loiros platinados escorridos pela face.

"ROSE!" Eu gritei, mas ela não me respondeu. "Ohmeudeus, você a matou!" Eu o acusei. Embora Mike não fosse próximo, ela conhecia Rose. E não poderia ter feito ou permitido isso, poderia?

"Não." Ele deu de ombros. "Ela somente se meteu no meio da briga entre os meus homens e Emmet. Tenho que confessar que ela é dura na queda. Vai acordar dentre em breve. Na verdade já parece que vai acordar..." E de fato Rose estava se movendo lentamente, e eu rezei internamente para que ela pelo menos se fingisse de desacordada por um bom tempo.

"Deixa eu que faço as honras, Newton." O homem que gritara com Mike minutos atrás se aproximou de mim. Mike encarou-o e simplesmente deixou que ele se aproximasse.

Oi? Eu estava realmente com esperanças que Mike me defendesse?

Jesus! Ele era Mike Newton, líder e fundador dos Garanhões da Cidade.

O homem fez um movimento estranho que depois de muito esforço psicológico que eu fui perceber que era para ser uma reverência irônica.

"Bem vinda ao lar, rainha."

Eu revirei meus olhos enquanto o homem parecia que se divertia com aquela situação como se tivesse assistindo algum espetáculo do Palhaço 'oi eu sou o Zé. '

E logo depois um enorme ressoar fez quase eu me encolher e tampar os ouvidos, quando os garanhões começaram a gritar, mas não era um grito... Ah... Entendi! Era uma música que eles cantavam.

Olhei incrédula ao meu redor enquanto via aquele bando de homem desocupados pegarem galhos e começarem a batucar em pedras, nas árvores, a baterem palmas, e cantarem como se tivessem em algum tipo de show ou concerto de escola de samba.

E eu quase caí para trás quando ouvi o que eles cantavam:

"Garanhões da Cidade, osso duro de roer, pega um pega geral... E também vai pegar você."

Mike começou o coro e o cara que estava perto de mim também, só que a diferença é que ele começou a ficar MUITO perto de mim.

"Ei... Por que você está me olhando desse jeito...?" eu perguntei dando passos para trás. Ele me pegou me impedindo de continuar.

"Mike te terá primeiro, mas quem terá as honras de despir nossa rainha será você..."

Jesus Cristo! Jesus Cristo! Jesus Cristo, eu estou aqui!

"Ei, tira essa mão de mim!" Mas ele já tirava o meu casaco molhado e jogava no chão. Exclamei um grito abafado, tanto pela minha indignação, tanto pela cantoria que ainda se instalava ali no recinto matagal.

"Chuchuzinho fique quieta... Você vai gostar..."

"Meu Deus, é assim que você conquista as mulheres? Comparando com legumes?"

"Chuchu é verdura..."

"Não é legume."

"Ei... Agora você me deixou confuso..." ele coçou a cabeça.

"Quem está dando para trás agora não?" Mike provocou o que fez com que o homem parasse de refletir sobre quaisquer coisas e voltasse à atenção a minha blusa.

Oh Jesus! Eu iria matar Mike Newton, e cada membro dos Garanhões da Cidade.

E logo minha blusa estava no chão e eu vergonhosamente só fiquei de sutiã na frente daquele bando de homens conquistadores.

"Cara... Você é um tarado..." Eu gritei tentando sair de perto dele. Não tive muito sucesso por que logo ele me pegara novamente e pior ainda pelo cós da calça.

Eu nunca fora tão humilhada em TODA. A. MINHA. VIDA!

"Eu juro... Juro, que..." Eu estava pronta para dizer mais mil maldições á ele, quando ouvi outro grito inundar o local. Era Rose se chocalhando na cela dela totalmente desperta e encarando-me com aflição.

Isso foi mal para ela, porque logo os homens a buscaram, e a trouxeram para junto de mim.

"Bella, o que...?"

"O inferno chegou mais cedo, Rose." Disse simplesmente e começaram a mexer com ela também, mas Rose era mais forte do que eu fisicamente e começou a se chocalhar, mas pelo visto, ela não era pária para nenhum dos homens que iam à cima dela.

O homem que estava perto de mim acariciou meus seios por cima do tecido, e eu gritei em choque, apoiando minhas mãos em seu peito, tentando me afastar. Mas isso pareceu somente excitá-lo mais, e ele começou a beijar meu pescoço, enquanto uma de suas mãos descia pelos meus quadris.

"PÁRA!" Eu gritei tentando empurrá-lo, mas todos os meus movimentos pareciam nada perto da força e pressão que o homem exercia em mim. De repente vi que o homem tirava a camisa e a arrastava a calça atrás de si enquanto me apertava de encontro á uma arvore.

Eu mordi a pele do ombro dele com toda a força que eu conseguia. Eu não podia acreditar que aquilo seria o meu fim... O fim de Edward e eu.

Ele urrou de dor, mas o afrouxamento de seus braços não foi o suficiente para eu escapar, já que ele me prendeu de novo contra si.

"Sua cadela desgraçada! Você é a mulher mais idiota que eu já conheci..."

Tentei chutá-lo, mas ele imobilizou minhas pernas contra o casco da árvore, e eu gritei de frustração ao saber que eu nunca conseguiria manter a cabeça erguida.

Ele me apertou ainda mais contra o tronco e sua língua pediu passagem pela minha. Eu tentei desviar meu rosto, mas ele era insistente e extremamente rude.

"Aaron pare!" Reconheci a voz de Mike gritar em nossa direção. Então era esse o nome do infeliz rude? Aaron?

Eu tenteio mordê-lo de novo, e ele seguiu o filete de sangue que se rompia em seu lábio.

"Sua cadela desgraçada..." Ele gritou e parecia que iria me bater ou coisa do tipo.

"Não. Chame. E nem. Toque. Minha. Mulher. Assim. Novamente." Ouvi uma voz seca e cheia de ira, e logo depois o homem não estava mais grudado em mim. Ele se virara surpreso em direção da voz. "Realmente, não gosto disso." E um punho girara no ar e logo o homem recebia o impacto caindo no chão, gerando novos gritos e apreensão ao meu redor.

"Ohmeudeus..." Eu só consegui dizer com a voz seca enquanto encarava o homem deitado no chão de bruços. Levantei os olhos e vi Edward com os braços arqueados e os olhos parecendo como fogo. "Edward...?"

Ele olhou para mim através de toda sua expressão de ira e seus olhos se anuviaram. Ele percorreu todo o meu corpo, não sexualmente, mas como se quisesse notar se eu tinha algum machucado, hematoma, ou coisa do gênero.

Ele ia se aproximar de mim, mas o homem se levantou do chão com uma força surpreendente e se atirou em cima de Edward.

Ele conseguiu dar um soco com o elemento surpresa, mas eu sem pensar, pulei nas costas dele e comecei a desferir socos e chutes á torto e á direito.

"Sua cadela..." O homem rugiu, e tentou me pegar em suas costas. Eu acabei caindo no chão com tudo e deixei exclamar um pouco de dor. Logo depois Edward já se recuperara e desferia outro soco no homem, só que apareceu outra figura na cena. Mike.

"Pára com isso!" Ele gritou tentando separar os dois.

"Ele. Agrediu. Bella." Edward completou ainda atingindo Aaron.

"Ele não fez por mal!" Mike gritou tentando proteger o homem. Não sei por que considerando que este estava gritando com ele minutos atrás. Edward soltou uma espécie de rugido – que se fosse à cama eu teria considerada extremamente sexy – e desferiu um soco em Mike.

"Edward!" tampei minha boca com as mãos enquanto lentamente começava a me levantar. Olhando para todos os lados eu vi todos os membros do clã encarando aquilo estarrecido, extremamente petrificados. "E vocês não fazem nada?"

Mas eles nem parecia me ouvir. Eles encaravam fixamente Edward.

Oh Jesus! Ah não... Não...

"Mas o quê?" Mike disse com a mão segurando queixo onde Edward acabara de dar um soco. "Seu filho de uma puta, porque você me bateu?"

"Você acha que ele não fez por mal?" Edward berrou. "Ele quase a violentou e você nada fez para isso!"

"São as regras!" Ele bufou.

"Eu vou te mostrar..."

"Edward!" Berrei e me aproximei dele puxando para longe dos homens feridos. Considerando que a força dele era muito melhor do que a minha, eu até que consegui arrastá-lo bem. "Pare." Eu sussurrei.

Ele me olhou e seus olhos verdes estavam dilatados. Eu acariciei de leve sua bochecha e tentei dar um sorriso calmo.

"Pare." Repeti.

Ele parecia chocado com o meu pedido, como se eu não pudesse estar falando sério.

"Mas Bella..."

"Já passou, meu amor. Viu... Eles só... É..." Olhei para onde deveria estar minha blusa. "Só arrancaram minha camiseta camuflada e desembaraçaram meu cabelo que eu demorei três horas para secar... Viu? Nada demais." Tentei tranqüilizá-lo.

Ele sorriu e revirou os olhos. "Só você Bella... Desculpe... Eu perdi a cabeça... É que... Eu não suportei vê-lo..."

"Xi..." Calei-o com a ponta do dedo. "Tá tudo bem."

Ele se afastou um pouco de mim e me deu seu casaco, assim cobrindo minha pele exposta. Eu sorri em agradecimento, e desejei beijá-lo ali naquele momento...

Mas tinha algo que me impedia só que agora realmente eu não conseguia lembrar o quê.

Espera... Espera... Calma... Eu preciso me lembrar o que é... É algo importante disso eu sei.

Diabos! Eu sempre esquecia tudo quando estava perto de Edward.

Então, recapitulando... Edward bateu em Aaron porque ele me agarrava, e em Mike por que este tentou impedir, e... Ah... E antes eu estava presa com os garanhões da cidade!

Bingo! Era por isso que eu não podia beijar Edward!

Eu me virei lentamente e realmente me deparei com vários pares de olhos nos encarando petrificados.

Hello? Nunca viram uma briga?

Mas exatos dois pares me chamou a atenção.

Um era Rose que estava perto dos Garanhões e outro era de Tanya que havia acabado de aparecer ao lado de Emmet por entre as árvores.

Por que eles nos olhavam daquele jeito...?

"Bella?" Rose balbuciou e me olhou como se eu fosse uma extraterrestre. "Edward?" Ela o encarou da mesma maneira. Logo vi Edward ficar rígido ao meu lado e entendi que ele notara por que do olhar de todos.

Eu assenti para Rose e abaixei a cabeça.

Ela exclamou alguma coisa e tapou a boca com as mãos enquanto olhava para todos ali presentes.

"Meu Deus... Vocês... Vocês... Oh, como eu fui burra! A cruz... A corrente... Como fui burra." Ela começou a praguejar.

"Está contente?" Mike falou se levantando do chão onde ele estava há alguns minutos. "Agora você colocou todo o seu precioso segredinho á perder, Cullen." Ele se dirigiu a Edward.

Edward cerrou os punhos, mas eu os apertei para acalmá-lo.

"Não se esqueçam do precinho que vocês têm que pagar pelo segredo. Agora não mais só meu, mas de todos os garanhões."

"Mike, você é um por..."

"Bella, docinho!" Ele murmurou acariciando o maxilar. "Já percebeu que você mesmo se coloca a perder? Se não fosse você e essa sua espiada ridícula, você não estaria nessa situação e nem seu namoradinho."

Eu estreitei meus olhos para ele enquanto encarava o perfil de Edward.

"Edward... Vamos sair daqui?"

Edward estava extremamente rígido para o meu gosto, e eu tive que cutucá-lo diversas vezes para ele se mover e me olhar.

Seu olhar estava perdido, como que há milhas de distância.

"Vamos?" Repeti. Ele assentiu mecanicamente e lançou um último olhar a todos na clareira. Pelo canto do olho vi Emmet pegar Rose consigo e Tanya abanar a cabeça em descrença no canto que estava escondida.

Nenhum membro se moveu para impedir nossa 'fuga', mas assim que saímos deu para ouvir alguns dos murmúrios que eles lançavam, como:

"Minha mãe é fã dele, cara..."

"Como ela vai ficar quando descobrir?"

"Entra na minha casa... Entra na minha vida..."

Rolei meus olhos e apertei o casaco de Edward contra mim. Notei que o canto do olho dele estava ficando roxo e me mordi internamente por isso.

"Edward...?" Chamei.

Ele se virou ainda com aquela mesma expressão dura.

"Encontro-te em casa?" Ele assentiu e adiantou o passo. Não poderíamos nos arriscar a ser mais vistos na frente de mais gente ainda. Agora que as piores pessoas de NYC sabiam de nosso segredo.

Antes que pudesse dar sequer um passo uma Tanya chocada apareceu.

Eu a olhei meio assim 'oi né? Então... Eu estou tendo um tipo de relacionamento com um padre que já teve um relacionamento com você e tudo... Não é emocionante?'

Ela me olhou por longos minutos como que me analisando e depois exclamou:

"Jake gosta de você de verdade, Bella." Oi? Eu fiquei totalmente confusa com que ela me disse.

Hey. Cadê a parte do 'não acredito que você fez isso' e tudo o mais?

"Hein?" Deixei exclamar. "Você não vai me julgar? Chamar-me de falsa ou de sei lá mais o quê?"

Ela abanou a cabeça e ensaiou um sorriso.

"Quem sou eu para falar alguma coisa? Bella... Pelo modo que eu vi vocês se gostam de verdade. Ele ama você." Ela enfezou. "Isso todo mundo lá viu."

"Infelizmente..."

"O quê?"

"Quer dizer, a parte que todo mundo viu, não que ele me ama!"

"Ah tá." Ela me olhou estranho, mas depois esboçou um sorriso. "Agora eu entendo porque você propôs aquela troca... Você mais do que ninguém irá conseguir que ele fale comigo..." Ela suspirou. "E isso também é uma prova que você ama ele."

"Por quê?"

"Porque você está propondo um encontro entre eu e ele. Eu que o seduzi há seis anos..."

"Há seis anos." Frisei, fechando a cara. Ela riu e com palmadas no meu ombro foi embora.

Ainda bem que ela não lia pensamentos, senão ela veria o quanto de medo eu sentia de um possível encontro daqueles dois.

UGH! Ninguém sabia o que iria acontecer na vida. Se tinha uma coisa certa, era que nascia e morria. Mais nada.

Quer um bom exemplo?

HAHA! Quem imaginaria que eu? Isabella Swan, ex-atéia e totalmente 'no religion' iria começar a freqüentar igreja, se apaixonar por um padre e ainda por cima namorar com ele?

É. Realmente... Ninguém sabia o que a vida te trazia na próxima esquina.

Chegando ao meu apartamento, Edward já estava lá dentro acariciando Sky mecanicamente. Era bom o fato de Edward ter a chave, ficaria bem melhor em várias situações, como aquela.

Sky levantou os olhos e abanou o rabinho vindo correndo em minha direção.

Edward seguiu o seu olhar e nossos olhos se encontraram e eu esbocei um sorriso que foi retribuído por ele.

Peguei Sky no colo e me sentei ao seu lado no sofá.

Ele logo passou os braços ao meu redor e me puxou contra si me dando um beijo intenso. Eu correspondi com toda a vontade, enquanto eu acariciava sua nuca.

Ele suspirou e nos separamos lentamente, encarando somente os olhos um do outro.

Ele sorriu e beijou a ponta do meu nariz. Eu fiz uma cara engraçada, e ele riu.

"Oh." Disse tendo uma visão certeira de onde ele havia ganhado o soco. "Está doendo?"

"Normal..." Ele disse fazendo uma careta.

"Normal? Senhor!" Me desvencilhei de seus braços e corri até a cozinha tendo uma Sky em meus calcanhares. Peguei um balde de gelo e tudo o mais que eu pudesse utilizar em minha 'missão'. Edward apareceu lá e franziu o cenho.

"Bella, para quê...?"

"Vamos, moçinho." O cortei o chamando com o dedo até minha direção. Ele veio... E... "Agora senta aqui." Apontei para a bancada da pia.

Ele arqueou uma sobrancelha.

"O que foi?" Perguntei batucando os pés no chão.

"Não está meio... Invertido as posições?" Ele balbuciou. Rolei meus olhos.

"Edward!"

"Ok. Ok." Ele levantou as mãos em sinal de rendição. Ele se sentou e bem... UGH! Como eu era burra. Ele ficou bem maior do que eu mesmo assim.

Bufei e peguei uma cadeira e subi nela ficando assim em uma altura boa rente á Edward.

Este me encarava com uma expressão de divertimento e com a mesma sobrancelha arqueada.

"Bella..." Ele tentou reclamar.

"Fica quieto." Peguei no kit primeiros socorros alguma pomada que eu pudesse passar. Eu nem sabia o que era necessário para um soco, mas acho que era uma questão geral para todos os machucados não?

Passei a pomada gentilmente e Edward mordeu os lábios, provavelmente controlando alguma coisa.

"Seja homem, amor." Eu provoquei enquanto colocava uma sacola de gelo em sua testa.

Ele me olhou com aqueles olhos verdes em que eu via estrelas, ou me faziam ver estrelas, e disse presunçoso:

"Nem essa sacola gelada consegue abaixar minha temperatura aqui e agora com você, amor..."

Eu controlei a respiração e senti minhas bochechas corarem violentamente.

Edward deu uma risadinha seca extremamente presunçosa. Meu Deus, o que eu faço com esse homem?

"O que foi Bella?" Ele perguntou de esguelha.

Estreitei meus olhos para ele. "O que foi o quê?"

"Você..." Ele caminhou com os dedos pelo meu braço me fazendo cócegas. "Corada, de repente..."

"Eu? Impressão, amor." Vão sentimentos, vai emoção, vai tudo para dentro, vai! "Eu sou uma pessoa muita de repente... De repente apaixonada... De repente corada... De repente religiosa..."

Ele riu. "Até hoje você nunca me explicou por que você sempre odiou igrejas e religião."

"Qualquer dia pergunte para minha mãe..." resmunguei.

Edward mordeu os lábios.

"O que foi?" Perguntei.

"Você realmente espera que eu pergunte para sua mãe? Depois de tudo o que ela disse no telefone? Acho que ela não quer ver eu perto de você nem há dois quilômetros de distância..."

"Sabe o que eu acho?" Retruquei tirando o gelo e vendo o resultado. Continuava roxo. UGH! O que eu esperava também? Que sumisse? "Que se dane minha mãe. Ela não sabe de nada. E também... Ela não pode fazer nada para nos atrapalhar."

Edward não respondeu.

"Por que ficou quieto de repente, Edward?"

"Não sei..." Ele sussurrou. "Só estive pensando que... As mães quando querem alguma coisa, realmente conseguem."

Eu não pude deixar de me preocupar com esse fato. Afinal, minha mãe seria assim tão 'não-mãe' em estragar minha felicidade com Edward?

Não... Ela não faria nada disso.

Além do que, ela estava lá bonitinha sentada em Washington. Não em NYC.

Acabei saindo dos meus devaneios quando Edward me roubou um beijo.

"EI!" Exclamei com um sorriso.

Ele levou o indicador até o vinco que se formava em minha testa e acariciou ali.

"Sem franzir a testa, Bella."

Revirei meus olhos. "Obrigada por cuidar do meu futuro sem rugas."

Ele sorriu aquele sorriso deslumbrante e de repente eu já não sabia nem mais onde eu estava. PUF... Morri!

"Bella? Bella?" Edward me segurou pelos ombros e me chocalhou. Voltei a respirar. "Pelo amor de Deus, não me apronta uma dessas de novo..."

"É você. Infrator." Resmunguei me apoiando nele e deixando de lado todos os resquícios para sua cura. "E toda aquela história de 'nem essa sacola gelada'..."

Ele riu e me puxou pelos cabelos para ficar bem perto dele. Oh God. Esse homem aprendia rápido.

"Mas é verdade..." Ele mordeu o lóbulo da minha orelha.

"Edward..." Respirei fundo. "Você realmente está pretendendo ir para a cama comigo, porque senão nem me atiça que a noite é longa!"

Eu falei tudo em um fôlego só. Se eu pudesse contar quantas vezes foi... Foi... Foi... E não foi eu poderia sei lá, escrever um livro.

E bem... Não era muito agradável depois... Com toda aquela tensão corporal e sem nenhum Edward Cullen para tirá-la. Se é que vocês me entendem...

Edward petrificou como se estivesse em pedra e depois ele se afastou de mim.

"É... É melhor não."

Bufei.

"O que foi Bella?"

Estreitei meus olhos. "O que foi?" repeti sarcástica. Ele pegou minha nuca e com ela impulsionou meu pescoço para frente me chamando para mais um beijo, dessa vez não tão intenso.

Depois ele roçou nossos narizes em um beijo de esquimó e me olhou.

"Você espera que eu fique bem com isso?"

"Não, realmente." Ele sorriu aquele sorriso torto. "Eu só quero fazer as coisas certas, Bella..."

Eu ri. "Certas como? Edward você ainda é padre e nos beijamos e agimos como namorados, exceto a parte de bem, você sabe... E temos uma filha!"

"Eu sei." Ele suspirou. "Mas pelo menos isso me livra um pouco do peso da consciência, não muito, mas enfim..."

"Tem o ditado. Tá no inferno abraça o capeta."

"Bella, não esquece que eu sou padre ainda não tá?"

"Oh desculpe." Corei. "Então, tipo... Tá no céu ajoelha para Deus? Ficou bonitinho?" Ele somente riu.

"Só você boba." Ele me acariciou.

"OK. Ok." Eu assenti com um suspiro. "Assim eu derreto..."

"Que perfeito dia dos namorados, não?" Ele começou.

"Você se lembra?" Meus olhinhos brilharam.

"Claro." Ele sorriu. "Por que não lembraria?"

"Sei lá... Toda aquela história de homens esquecidos."

"Acho que o marketing não deixa muita oportunidade para esquecer."

"Edward!"

"Mas eu lembrei por mim mesmo." Ele acrescentou logo. "Pena que a gente não pode fazer nada... Mais... Um... Como eu gostaria de fazer com você..."

"Vamos ter muitos anos ainda, Edward."

"Tomara!" Ele murmurou.

Olhei por cima do ombro no relógio e vi que eu estava super atrasada para o trabalho.

"Jesus! Lauren vai me matar!"

"Você vai trabalhar agora?" Ele perguntou como se aquilo fosse um ato totalmente insano.

"Eu tenho que pagar minhas contas, Edward." Disse vencida.

"Bella, você acabou de passar por um monte de coisas e vai trabalhar?"

"Edward. Eu. Sou. Pobre, amor. Desculpe por te contar agora." Disse brincando. " Se você queria dar o golpe no baú, desista."

Ele riu e me puxou para ele mais uma vez quando eu quis sair dali – com muito esforço, obviamente.

"O que?"

"Você ainda não me contou de Tanya."

Eu engoli em seco.

"É... Tanya? Que Tanya?"

"Bella..."

"Edward, eu estou super atrasada para o trabalho!" Quis me desvencilhar dele rapidamente, mas ele foi mais rápido me pegando e me prensando contra a bancada da pia.

"Diz."

Eu suspirei e acabei contando tudo para ele. Como eu conheci Tanya e como eu bolara o plano contra Mike. Claro não contando o porquê que Tanya aceitara me ajudar.

"Por que você não me contou?" Ele perguntou.

"Eu pensei que você não deixaria eu me envolver com ela..."

"E não mesmo! Apesar de não mandar em você..."

"Está vendo?" Desembaracei alguns fios de seu cabelo. "Você é um cabeça dura, Edward."

"Tenho que acrescentar isso a minha lista..." Ele suspirou.

"Que lista?"

"Esquece." Ele deu um sorriso torto. "Quando vou te ver?"

"Quando você quiser."

"Hm... Acho que vou encomendar um editorial hoje..."

"Com que editora?"

"Não sei..." Ele coçou a sobrancelha. "Você tem uma sugestão?"

"Tem uma garota batata que se senta à mesa cinco... Acho que você pode procurar por ela."

"Eu irei." Ele sorriu.

Eu ia sair, mas me voltei de novo para ele.

"Edward?"

"Hm?"

"E esse negócio de tantas pessoas saberem sobre nós?"

"Não se preocupe com isso." Ele garantiu.

"Por quê?"

"Confie em mim." Ele se aproximou e depositou um longo beijo em meus lábios.

"Edward?"

"Hmmm?" Ele perguntou parando o beijo.

"Não é nada ilícito não é?"

Ele riu. E nem me respondeu. Peguei minha bolsa e saí encaminhando apressadamente para a porta, mas antes:

"Bella?" Edward me chamou.

"Oi?"

"Vem cá." Ele me chamou com um dedo. Aproximei-me.

"Que foi?"

"Não está se esquecendo de alguma coisa?"

Arqueei a sobrancelha. "Minhas calcinhas?" Ele rolou os olhos e me deu outro beijo.

"Te amo." Ele suspirou.

"Eu mais." Acenei e saí correndo do apartamento antes que ele me puxasse de volta, ou eu voltasse por extrema vontade própria para ele.

No trabalho, uma Lauren e Rose furiosas me aguardavam.

Acabei que eu dei a melhor desculpa que eu consegui. Algo como: "Minha mãe teve um princípio de infarto e eu tive que ajudar meu pai por telefone."

Claro que essa parte do 'tive que ajudar meu pai por telefone', foi quando Lauren me falou que minha mãe não morava em NYC.

Rose, por sua vez, já estava furiosa depois de seu estado de choque, por causa da descoberta de mim e Edward.

"Como que você pode esconder isso de mim?" Ela gritou sussurrando no meio do expediente. "Pensei que éramos melhores amigas."

"Rose... Eu não sabia como falar isso para você."

"Mas Emmet sabia, o Edward contou para ele. Por que Edward soube contar e você não?"

"Rose." Revirei meus olhos. "Agora você sabe."

"Junto com Mike e todo o mundo! Eu sou sua melhor amiga, Bella. Ou era. Nem sei mais."

"Rose..." Mas fomos interrompidas quando um deus grego entrou no recinto. O MEU deus grego.

"Me desculpe..." Ele se aproximou casualmente da minha mesa. "Mas eu estou procurando uma editora, e não sei quem poderia me ajudar, será que estou no lugar certo?"

"Oh. Com certeza, está." Garanti.

E assim se passou. Rose acabou cedendo o lance do Edward, mas em troca 'como pagamento de pecados' ela pediu para que falássemos passo a passo, claro, que eu ocultei umas coisinhas aqui... Outra ali.

Edward foi embora e eu não pude deixar de ficar um pouco chateada com toda aquela situação.

Afinal... Hoje era dia dos namorados, e eu e Edward não poderíamos fazer nada.

E Edward nem tinha dado uma florzinha sequer... É, era fútil, mas mesmo assim, eu ficava no meu estado.

Recebi um telefonema. O de Jake.

Ele me desejava muitos amores em minha vida... Como se eu não tivesse um. E deixou a entender que sabia alguma coisa sobre eu e Edward.

Na verdade a voz dele estava meio estranha, mas eu levei tudo àquilo como produto do meu estado meio emo.

Quando eu saí da redação e fui para o meu apartamento já estava bem noite e a rua estava cheia de casais de mãos dadas e felizes e todas aquelas coisas.

Chegando ao meu apartamento eu parei subitamente. Uma enorme charrete, daquelas que as pessoas alugavam para andar no Central Park estava na portaria, com flores de todos os tipos e cores espalhadas por seus cantos.

Havia faixas escrito 'eu amo você' em três línguas diferentes. Inglês, Francês, e Espanhol.

Ohmeudeus. Quem tinha a sorte de receber isso nos dias dos namorados?

Eu que não tinha.

Controlei minha 'inveja' de quem quer que seja.

Quando passei pela portaria, o senhor Wars me chamou.

"Senhorita Bella!"

"Oi?" Tentei esconder algumas lágrimas que se formavam.

"Entrega."

"Entrega?"

"É." Ele disse com um sorriso. "Para a senhorita." E apontou para o caminhão.

Eu demorei uns longos minutos para entender, até que minha boca se abriu em um perfeito "O".

"Senhor Jacob Black."

"O QUÊ?" Eu quase gritei. Não era de Edward? O senhor Wars me entregou um cartão e eu abri furiosamente e totalmente confusa.

Eu não estava entendendo bulufas.

"Eu vou conversar com o bispo amanhã."

A letra era impressa, mas... Só podia ter sido Edward quem as tinha mandado.

Quem mais poderia escrever que iria conversar com o bispo?

"Ohmeudeus!" Deixei o cartão cair no chão e comecei a pular que nem uma maluca. Aquela com certeza era o melhor presente dos dias dos namorados que eu poderia ganhar!

Minha vontade era de poder gritar para todo mundo que finalmente Edward iria largar a batina e que nós poderíamos ficar juntos, verdadeiramente.

14 comentários:

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

aff! acabei de ler o cap.16! amanhã eu leio esse!

Laurinha disse...

Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!
Isso vai dar um rolo...............
Seá q ele vai mesmo largar??????????

Joyce_forzinhas2 Cg disse...

HIIIIIIIIIIIII,ACHO Q NÃO VAI SER TÃO FÁCIO ASSIM,ALGO ME DIZ Q NÃO FOI O EDWARD Q MANDOU O CARTÃO. FOI O MIKE OU O JACOB.
AF! NATALIA POR Q VC É TÃO MÁ? RI D+ COM A BELLA QUANDO ELA FOI SEQUESTRADA,FOI MUITO ENGRAÇADO! O EMMETT É LOKO,ACHOU Q ESTAVAM BRINCANDO,AF! SÓ ELE MESMO.... E POR ÚLTIMO VOU FALAR DO CASALSINHO MAIS BURRO Q JA VI: ALICE E JASPER! ESSE ULTIMO TA ME IRRITANDO! TO COM VONTADE DE DAR UMA PEDRADA NA CABEÇA DELE, Q IDIOTA! DECHANDO NOSSA FADINHA ENTRAR NO CONVENTO! ELE É LOKO?! BOM POR ENQUANTO É SÓ.AGORA VOU LER A INFILTRADA E VOLTO DEPOIS :)
(PS: MIONE,ALICE,NATI E LETI,ONDE VCs ESTÃO? TO COM SAUDADE DE VCs!

Naty_14 disse...

mellsdells!!! com certeza q o ed naum vai larga a batina, sab pq? por causa q como o prologo diz qm reza a missa do casamento da bella é o ed, entao obiviamente q o ed naum vai consegui larga a batina. q tonguisse do jasper, dxo a Ali ir pro convento e agr o q sera q vai acontecer com o 'alisper'? e o Emm mtooooo loko d sai pelado e acha q tavam brincando, me matei rindo da part q elis saem correndo atras da bella e da tanya, hilario essa parte, é bem coisa d filme essa parte. IOWIEOIWOIOWIEOW e o q q o jake vai apronta dpois dessa declaraçao pra bella? q inveja da bella, com dois gatos maravilhosos, perfeitos na cola dela, o q q eu naum daria pra ter um dles aki em casa ;p

Naty_14 disse...

eu tava tentando posta o comentarios mais naum dava dai eu tentei respond e dai deu. tbm achu q naum vai se nada facil, bebetty. e tbm concordo com o casalsinho mais burro. ultimamente eu ando meio ocupada q naum consigo comentar mais empre to lendo as atualizaçoes do fiks de forks. bjus

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

quando vc entrar e não conseguir comentar,sai da página e depois volta,isso geralmente funciona comigo ;)

GabiClara disse...

Suspeito!

JOYCE_FLORZINHAS2 CG disse...

STOP! O Q TA HAVENDO? MIONE. LETY.ALI. CADÊ VCs?!?!

GabiClara disse...

Será que as duas conseguiram provar que a hermione é a Nat desfarçada e ela mandou "apagar" elas?

Eu sabia! Eu sabia!

Leticia disse...

Calmaaa mininas eu pelomenos estou aqui e não ainda não descobrimos se a Mione é msm a Natalia desfarçada...

Agora sobre o cap. OMG isso não é to Ed com certeza é do Jack agopra o que sera que ele vai falar com o bisbo ja vai marcar o casamento ??? OMG Natalia vc é muito to mal o que é isso, não sei se vou aquentar o proximo cap. se v ta querend me matar acho que vai conseguir viu.
Cara o Emmet é burro louco ou o que meu Deus sair correndo atras da bella e da tanya nu se eu fosse a rose teria matado ele o pior que a coitada da Rose tbm é sequestrada.
P* que la merd* Jasper mais burro e lerdoq ue vc ta pra nascer emm oq ue é isso vc e Alice nasceram pra ficar junto isso é fato e vc não ve isso nem aquela baixinhaaaa cerelebi, o que é isso meu deus ja vi que o 'Alisper' tbm vai ta o que falar emm

Hermione disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk Não mandei apagar ninguém... sou BRUXA DO BEM... esse negócio de Avada Kedrava deixo pros ..... pensando bem... até que posso bem usar em alguma atrevida que ousar chegar perto do meu Jake... mas só por esse motivo usaria uma maldição!!!! O motivo do sumiço... hahahaha vcs pensam que é fácil criar tramas que deixem os leitores consumidos com a expectativa do que nunca acontece.... isso dá trabalho!!! asuahasuahasuahasuah =)
PS: Estou com super saudades de vcs minhas BFF's bagunceiras!!!!!

Alice Luttz disse...

KKKKKKKKK'
Voces são hilaria. E se alguem ainda tem duvida que a Hermi e a Naty desculpa mais eu não.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

to com saudade de vc MIONE!!!

Leticia disse...

MININASSS MORRENDO DE SAUDADES... =/
Não ta tant pra mim ver coim muita fequencia to com um monte de trabalhos aqueles que ti falei Ali anda não fiz kkk\z Sem falar minha m]ãe anda meio dor=ende então ta dificil de ta entrando pra ver... Buabuabuabua Saudades Gatinhass*-*

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