De Repente... Religiosa - Capítulo 18: De Repente... Meu Doce Padre Bipolar

"Entra na minha casa, entra na minha vida... Oh yeah..." Peguei Sky no colo e comecei a rodear abraçada a ela por todo o apartamento. "Mexe com minha estrutura... Sara todas as feridas..."

Sky começou a latir furiosamente no meu colo querendo sair, mas eu não deixaria.

"Eu preciso de ti, senhor... Sou pequeno demais, me dá tua paz... Largo tudo para te seguir! Isso, Sky ele vai largar tudo para ME seguir!"

A cachorra finalmente conseguiu escapar do meu abraço e para substituí-la eu peguei o cabo de vassoura.

"Tudo é do Pai. Toda honra e toda a glória... Menos o Edward por que ele é meu... É dele a vitória..."

Trim... Trim...

"Alô?" E comecei a rir. Senhor, eu acho que me mandariam algum remédio daqui a pouco.

"Senhorita Swan?" A voz do outro lado saiu incerta.

"Sou eu, Wars!"

"Senhorita... É, huh... Alguns vizinhos estão reclamando do barulho desafinado que está surgindo de seu apartamento..."

"Sério?" Comecei a rir mais ainda. "Espera um pouco, Wars."

Saltitei até a porta e enfiei minha cabeça para fora.

"INVEJOSOS!" Voltei novamente e peguei o telefone. "Pronto."

"Senhorita... Ainda o sol nem nasceu..."

"Já passou das dez?" Fiquei surpresa.

"São meia noite, senhorita."

"Oh, desculpe Wars. Prometo parar. Tchau." Desliguei e voltei a saltitar pela casa, peguei um velho microfone e liguei na caixa de som da TV. Batuquei-o.

"Alô, teste testando, som! Jesus! Alô! Aleluia! Perfeito!" Limpei a garganta e aumentei o som para o último.

Eu prometi á Wars que eu iria parar, mas não QUANDO eu iria fazer isso.

"COMO ZAQUEU, EU QUERO SUBIR..."

"CALA A BOCA!" Gritaram. Jesus parecia que vinha do andar de baixo. Estava tão alto assim?

HAHA! Que se dane eu estava feliz e isso era o que mais importava.

Pe. Edward

"Oi mãe." Atendi ao telefone quase no último toque. Tirei as cobertas do caminho enquanto me sentava e esfregava os olhos.

"Edward! Seu filho ingrato!" Ela começou a espernear.

"Ei, calma mãe." Disse. Olhei para o relógio e notei que era de manhã bem cedo. E eu estava um verdadeiro caco, porque eu não conseguira pregar o olho a noite inteira por causa das intensas preocupações e pensamentos que me assombravam.

Eu estava prestes a tomar a maior decisão de minha vida, mas na verdade eu já havia a tomado. Só que eu ainda tinha que colocá-la em prática, e isso era o pior de tudo.

"Calma? Você me pede calma? Eu pensei que você estava morto, por não ligar mais para sua família!"

"Mãe desculpe. De verdade. Pode me bater se quiser. Eu mereço."

"Edward, sem graçinhas."

"Desculpa." Falei de novo contendo uma risada. "E Alice, tem notícias?"

"Ela está se adaptando bem. Aleluia! Quem poderia imaginar que ela já está há mais de um mês lá?"

"Eu que não." Cocei os olhos.

"Mas então meu filho, eu estava pensando... Porque não fazemos uma visita hoje á ela? Acho que podemos."

"Sim. Mas... Hoje, não."

"Por quê?"

Cocei minha cabeça. "Vou estar ocupado."

"Você sempre está ocupado!" Ela acusou.

"Desculpe mãe... É só que eu... Huh tenho deveres a fazer... Com paroquianas, quer dizer paroquianos em geral..."

"Mas eu e seu pai temos que dar uma notícia e para Alice também!"

"Que notícia?"

"Não é coisa que se dá por telefone Edward! Pelo amor!"

"Faz assim, mãe... Na hora do almoço eu passo aí, ok? Mas sem convento."

Ela suspirou. "Ok. Ok. Te amo filho."

"Também te amo, mãe."

Desliguei e voltei a desabar na cama. Eu deveria estar parecendo um zumbi das piores espécies, e minha mãe com certeza se assustaria.
Quer dizer, ela se assustaria mais ainda quando soubesse o por que eu andava tão ocupado, e por que justamente hoje, eu não poderia ir ao convento.

E era isso que estava me perturbando a noite inteira.

Eu estava pronto para conversar com o bispo para pedir meu afastamento, mas era uma vida inteira praticamente que eu estava deixando para trás.

Por mais que eu quisesse continuar e fazer mesmo isso, sempre dava aquele sentimento estranho.

Ontem logo depois que Bella saiu para o trabalho, eu encomendara na floricultura uma charrete cheia de flores de todos os tipos.

"O senhor não quer vir aqui conhecer as flores e escolhê-las por si só?" Percebi uma voz ansiosa do outro lado. Deveria ser por que ela queria conhecer quem era a pessoa que daria uma charrete cheia de flores para a 'namorada'.

"Não... É que eu estou muito ocupado para isso. Mas confio na escolha de vocês." Disse polidamente.

"Certo... O preço vai sair meio salgado."

"Não há problema."

"Ok... Bem... Em nome de quem?"

Pensei bem. Ah... Por que você não coloca padre Edward Cullen? É uma piadinha para minha namorada.

Não... Não ficaria muito bem, e era melhor prevenir.

"Jacob Black."

"Pode soletrar 'Jacob'?" Rolei meus olhos e comecei a soletrar. Senti-me em pleno soletrando, e ainda mais do nome do cara que queria MINHA mulher de qualquer jeito e maneira.

Será que ele a quereria mesmo ela sendo envolvida com um padre?

Hm... Boa pergunta.

"Cartão?" A moça perguntou.

Eu precisava de algo que tivesse significado, mas ao mesmo tempo em que não pudesse levantar muitas suspeitas.

"Hum... Eu irei falar com o bispo amanhã." Ouvi a moça digitando alguma coisa e depois ela voltou a falar.

"É um pedido de casamento?" Ri.

"Mais ou menos isso."

"Mas você não deveria pedir á um padre e não á um bispo? Podemos mudar essa parte."

"Não..." Mordi meus lábios para não rir mais. A mulher entenderia tudo errado e pensaria que eu estava rindo DELA. "É isso mesmo. O bispo é nosso amigo, então queremos que ele realize o casamento."

"Certo." Ouvi um suspiro do outro lado e me perguntei qual seria o motivo. "Bem, o endereço já está certo, que horas podemos entregar?"

Eu calculei mais ou menos o horário que Bella chegaria a casa e mandei a floricultura entregar.

Logo depois dei o dinheiro para Emmet, para que esse fosse pagar.

Jesus! Que confusão somente para um presente de dia dos namorados.

Eu não me lembro muito bem em que ponto do dia anterior eu tivera a certeza de que eu estava pronto para falar com o bispo.

Quer dizer, eu sabia que nunca estaria pronto, mas acho que todo o negócio com o Mike e o clã, junto com meu amor por Bella, e toda a frustração das 'escondidas' me fez ver que eu não poderia esperar mais.

Aliás, eu continuava rezando missas, atendendo confissões, e tomando conta dos problemas da catedral e eu me sentia ruim por isso.

Eu sabia que eu decepcionaria muitas pessoas, mas aquilo era realmente o que eu queria.

Bella. Só ela.

Bella

"O que você está me falando?" Rose perguntou se curvando mais em minha mesa com uma expressão de choque em seus olhos.

"Que parte?" Mordi a um pedaço da barra de cereal. Agora eu estava de dieta. Eu tinha que manter o peso para ficar bonita para Edward, agora que iríamos 'subir' degraus na relação. Pelo menos era isso o que significava para mim. "Que eu recebi um mandato de expulsão do prédio?"

"Não." Rose abanou a mão. "Quer dizer, isso também... Mas a parte da charrete?"

"Ah..." Larguei a barra e me segurei na cadeira para não sair derretendo. "Foi tão lindo! Eu cheguei lá e não imaginei que fosse para mim, até que o porteiro Wars me chamou e me falou."

"Mas... Será que foi realmente Edward que mandou?" Ela perguntou mordendo os lábios.

"Claro que foi!"Afirmei. "Aqui está o bilhete. 'Eu irei falar com o bispo amanhã'. Quem mais poderia me mandar isso?"

"Não sei... Talvez Mike, ou Jacob."

"Jacob!" Exclamei, de repente. As pessoas ao meu redor se viraram para me ver.

"O que foi?"

"Talvez seja ele mesmo que tenha mandato." Mas era claro! "Mas é isso! Rose, quando Jake me ligou ontem ele estava estranho e parecia saber que eu e Edward tínhamos algo, não me pergunte como ele descobriu, mas sei lá. Então, acho que como ele gosta de mim de verdade, ele decidiu buscar minha felicidade. Edward! Então ajudou Edward e encomendou as flores, para ninguém desconfiar de que era um padre que me mandava, entendeu?"

"Bella... Eu não entendi nem metade!"

"Mas faz total sentido agora!" Pulei da cadeira. "Eu tenho que ir agradecer á ele."

"Bella! Você está no trabalho, quer ser expulsa daqui também?"

"Por que daqui também?" Franzi o cenho. "Ah... Eu enrolei as pessoas do prédio e consegui uma brecha. Escapei dessa vez." Encolhi os ombros. "Diga á Lauren que eu recebi um chamando urgente... Da.. Da... Fala que o cachorro do Barack Obama morreu e que eu fui lá fazer uma matéria sobre ele!"

"Mas o cachorro está em Washington DC!"

"Do prefeito de NYC. Tanto faz." Peguei minha bolsa e gritei por cima do ombro.

"Mas o prefeito tem alergia á pelo!"

"Então a Sky. Epa. Não. Ela não." Bati na madeira mais próxima. "Fala então que o cachorro do Obama estava viajando e morreu em um ataque surpreso terrorista do Irã!"

"Bella!" Rose tentou me chamar ainda, mas eu já estava dentro do elevador.

Eu precisava agradecer Jake. Por que ele parecia realmente gostar de mim de verdade, como Tanya havia dito.

Espera! Tanya! Então fora ela que contara á Jake? Ela contara sobre eu e Edward para ele deixar de ficar se iludindo á cerca de mim?

Jesus! Eu tinha tantas coisas para resolver.

Pe. Edward

"Mãe, pare de me apertar!" Exclamei quando minhas costelas estavam praticamente sendo perfuradas por uma mãe furiosa.

"Você devia apanhar isso sim!" Ela disse me soltando e dando um tapa no meu ombro de brincadeira. Eu sorri e a beijei na bochecha.

"Me perdoe, sim? Não faço novamente!" fiz figas com a mão e mostrei a ela que escondeu um sorriso.

"OK. OK. Vamos entre, seu pai está faminto!"

O almoço transcorreu tranquilamente. Minha mãe e meu pai conversavam de várias amenidades e eu cada vez mais achava que todo aquele negócio de eu e seu pai 'queremos falar algo importante para você' fosse só um pretexto para me ter lá com eles, depois de tanto tempo sem 'presença útil. '

Mas minhas divagações se mostraram equivocadas quando ao término da sobremesa minha mãe pegou a mão do meu pai e pela sua expressão vi que agora vinha a tal notícia importante.

"Edward... Eu e Carlisle conversamos muito ultimamente sobre certo assunto... E tomamos uma decisão."

Engoli todo o meu café e peguei mais uma fatia do pavê de sobremesa. Lá vinha bomba, e nada melhor do que doce para me ajudar nesse momento.

Sim, além de bipolar, condenado, louco, apaixonado, cabeça-dura, eu era uma formiga.

"E o que é?" Perguntei quando vi que eles esperavam que eu dissesse alguma coisa.

Minha mãe abriu um sorriso e disse:

"Vamos adotar!"

Eu escondi um choque por um momento. Não pelo fato de adotar, mas sim porque eu não esperava NADA daquilo.

"E posso saber... Por quê? Nessa época da vida de vocês?" Minha mãe sorriu marota.

"É por isso 'de estarmos em uma época avantajada', que tomamos a decisão. Os nossos dois filhos seguiram caminhos religiosos e não nos darão netos..." Eu abri a boca para falar, mas ela me cortou. "Eu não estou reclamando de nada, mas eu e Carlisle queremos criançinhas correndo pela casa..."

Jesus. Essa era a hora que eu dizia que iria largar a batina e que talvez eles tivessem os tão desejados netos?

Eu fiquei tentado em falar, mas meu pai continuou com um entusiasmo enorme.

"Mas a melhor parte ainda está por vir! Não podemos esperar que uma criança cresça, case, e tenha filhos... Até lá eu e Esme estaremos carecas, barrigudos e talvez mortos. Então decidimos que devemos adotar alguém que já esteja na idade!"

Cada vez mais eu estava confuso...

"Como quem?" Perguntei e sabia que lá vinha a bomba e a importância de tudo aquilo.

"Como Bella!" Esme e Carlisle disseram em uníssono.

"O QUÊ?"

"Isso mesmo, filho. Não é maravilhoso?"

Eu me recuperei do choque e só ai que eu fui perceber que estava levantando. Sentei-me calmamente tentando digerir toda aquela informação e entender se eu ouvira ou não aquilo.

"Mas... Mas... Bella não é órfã!"

Jesus. Só se adotava assim... Pelo menos em regra. Por que eles adotariam uma mulher adulta, que vive sozinha, independente, e que tinha pais?

"Nós sabemos." Minha mãe disse ainda com o sorriso. "Mas ela vive sozinha aqui na cidade, e que aquele apartamento dela não é grande coisa. Achamos que ela poderia começar a viver aqui com a gente, nessa casa enorme..."

"Mas como, adotar?" eu ainda estava boiando.

"Não é realmente 'adotar' no sentido legal. Mas como se fosse de coração... Ouvimos muitas histórias desse tipo. Quando Bella casar e tiver filhos, vamos considerá-los como se fossem nossos netos!"

"Vocês estão brincando comigo, não é?"

"E por que brincaríamos Edward? Isso vai ser bom para todos. Inclusive para Bella. Olhe só você e Alice terão sobrinhos!"

"Meu Deus..." Deixei exclamar ainda totalmente chocado.

"Queríamos ver como você reagiria... Será que ela vai aceitar?" Vi os olhos de minha mãe brilhar em excitação. "Sei que não é muito comum, mas eu e Carlisle estamos determinados. E Bella aparenta ser uma ótima moça e com certeza tem bons pretendentes!"

Oh Jesus. O que minha mãe acharia quando um desses 'pretendentes' era o próprio filho padre dela?

Ela queria netos de Bella, e os teria só que a diferença era que o pai, provavelmente, seria eu.

Jesus! Parecia que não só eu era bipolar e louco nessa vida. As pessoas e o mundo ao meu redor também.

Bella

"Oi Leah!" Cumprimentei assim que cheguei à Clínica Veterinária Black.

"Oi senhorita Swan." Ela cumprimentou de volta com um sorriso. Ela já me tratava melhor agora que sabia que eu não era freira e ao mesmo tempo saia com Jake. Acho que ela se enganou nas duas coisas, para falar bem a verdade.

"Como foi o dia dos namorados?" Perguntei casualmente.

"Foi ótimo!" Ela suspirou. "Você acredita que o irmão de Jake, o Seth me chamou para sair?"

"E ele te beijou?"

"Sim!" Os olhos dela brilharam. "Acho que vamos namorar. E o seu dia?"

"Foi ótimo também." Ops... "Quer dizer, eu mais a TV e o filme 'um amor para recordar'."

Eu até esquecia que ela era amiga de Jake e que este tentava ter algo comigo.

Mas pelo visto eu não precisaria mais fingir tanto já que Jake sabia E compreendia.

"Jake está aí?" Perguntei.

Ela assentiu. "Está controlando os gritos histéricos de uma dona." Ela suspirou cansada. "O cachorro dela tinha dezesseis anos e quebrou a bacia. Jake operou, mas o cachorro não resistiu. Agora ela quer culpar Jake por isso."

"Mas que horror." Arrepiei. "Só em pensar que Sky pode morrer um dia. UGH!"

"Pensei que não gostasse tanto assim da cachorra..." Leah apontou.

"Mas eu gosto, quer dizer, eu trato mal, mas é assim que se educam os filhos não é? Além do que ela passa por muitos problemas com o pai e tudo..."

"Com o pai?"

"É... Modo de dizer. Sou mãe solteira." Apontei para minha mão que não tinha nenhuma aliança como que para afirmar isso.

De repente ouvimos gritos histéricos de uma mulher.

"LILY, EU QUERO LILY! DEVOLVA-ME, LILY!"

"Jesus!" Exclamei. "Jake está em maus lençóis." Leah sorriu fracamente enquanto ainda escutávamos os gritos histéricos da mulher.

"Mas o que está acontecendo? Nem consigo falar ao telefone!" Tanya apareceu com um telefone nas mãos. "Oi Bella." Ela cumprimentou assim que me viu. Não deu para ver nada em sua expressão, mas eu não sabia como ficariam as coisas entre eu e ela agora que ela sabia de mim e Edward.

"É a senhora Folks." Leah balançou a cabeça.

"Senhor. Ela não sabe que aquele cachorro era idoso já? Alguém explica para ela que um ano é multiplicado por sete?"

"Jacob está tentando... Mas, você sabe como é ela." Tanya rolou os olhos e escondeu um calafrio provavelmente se lembrando de alguma cena com aquela mulher.

"Sei. Mas nem consigo falar no telefone direito." Ela ia voltar para sua sala, mas por cima do ombro me disse. "Venha à minha sala, Bella. Eu preciso falar com você."

Assenti enquanto sorria para Leah. "Reserve uma ração para mim..."

Leah anotou em um bloquinho. "E ossos? Temos agora um com gosto de picanha."

"Picanha?" franzi o cenho. "Tem algum ai com gosto de espinafre?" Minha mente já fazia várias voltas.

"Tem..."

"Então é esse. Guarde um para mim." HAHA. Sky que me aguardasse. Teria que aprender a comer frutas e legumes.

Segui até a sala de Tanya e esta estava terminando de conversar ao telefone. Ela fez um sinal para eu esperar e eu me sentei pacientemente.

Quando terminou ela se voltou para mim enxugando o suor da testa.

"Era Mike."

"Mike? Ele está no papo então?"

"Acho que sim..." Ela franziu o cenho. "Ele marcou um encontro comigo hoje á noite e por acaso no bar de Seth o irmão de Jake."

"Ah... Mas... Você vai seguir com o plano?" Perguntei indecisa.

"Mas é claro. Por que não iria? Além do que eu sei que é para ajudar você e bem... Edward."

"Como?"

"Eu entendi ontem o porquê que você queria que eu me aproximasse de Mike. E acho que é mais que minha obrigação executar o plano, você sabe... Para poder me redimir um pouco."

"Então, você... Está tudo bem?"

"Claro. Mas acho que vai ser meio difícil você conseguir que ele aceite conversar comigo."

"Ele irá." Garanti, não sabia como, mas eu faria o possível. "E quanto á Mike, é só impedir que ele faça alguma coisa por algum tempo..." Eu mordi meus lábios pausando se eu deveria ou não contar á Tanya. Mas ela se mostrara confiável nos últimos meses e eu já até gostava dela. "Edward vai largar a batina."

"Edward vai...?" Ela estava totalmente chocada. "Quer dizer, desculpe... É claro que se ele estava com você, ele iria largar... Mas... Hum... Não deixa de ser chocante."

"Eu sei."

Ao longe vi os resmungos da mulher recomeçar chamando pela tal de Lily.

Logo depois um Jake todo atrapalhado e fatigado abria porta da sala de Tanya.

"Olá Bella. Leah disse que estava aqui."

"Oi Jake. Problemas?" Perguntei espiando para o lado de fora.

"Muitos." Ele rolou os olhos. "A mulher tentou me matar com o bisturi e depois me acertar com o shampoo para pulgas. Foi horrível. Ela disse que vai voltar com os advogados."

Eu controlei minha risada ao ver Jake com a roupa torta e o cabelo todo bagunçado.

"E você ri, não senhoria Swan? Tanya vou emprestá-la agora." Ele me pegou pelo braço e me levou dali até a sala dele.

Lá dentro antes de fechar a porta ele olhou mil vezes para os dois lados do corredor para ver se a mulher louca não estava ali esperando para pegá-lo.

Eu ri.

"Não é nada engraçado, Bella." Mas ele ria também enquanto pegava uma cadeira e sentava bem em minha frente.

Começamos a conversar sobre tudo um pouco. Nada muito importante, e eu comecei a ficar confusa, pois Jake aparentava estar normal, e não um cara que tinha descoberto que a mulher que ele gostava saia com um padre.

"Jake..." Torci minhas mãos ao redor do tecido da blusa. "Eu queria te agradecer. Muito." Comecei.

Ele me analisou e depois sorriu. "Pelo o quê?"

"Por... Ah... Você sabe."

Ele franziu a testa. "Ok. Tem muitas coisas para você me agradecer." Ele falou naquele tom sarcástico. "Mas alguma específica?"

Eu falei tudo com um fôlego só. "Bem, por você ter sido tão bacana em não me recriminar ou se virar contra mim por causa de Edward. Achei muito legal de sua parte ajudá-lo com a charrete e as flores, e fingir que era você que estava mandando e não ele. Eu fiquei muito feliz, ainda mais por saber que você não me acha alguém horrível por estar saindo com um padre."

Jake estava ficando branco... Branco, e olha que era meio difícil, mas ele estava realmente ficando cor de nuvem.

Jesus. Isso era tudo vergonha pelo agradecimento? Ok. As pessoas geralmente coravam e não embranqueciam.

Vi as mãos de Jake apertarem com força a cadeira onde ele estava sentado e conseguia ver até algumas veias saltando.

O maxilar dele se fechou e os olhos dele se tornaram muito mais negros do que realmente eram.

Oh Jesus... Espera... Se Tanya não contara para ele... Como que ele soubera? Ou... Espera. Ele realmente sabia?

Ohmeudeus. Eu tinha feito uma verdadeira burrada.

"Padre...? Edward...?" Ele fechou os olhos e quando os abriu se levantou e começou a caminhar para todos os lados, super nervoso. "Mas era claro. Por que eu fui tão inocente? Estava na minha frente o tempo todo! Como eu fui burro!" Ele começou a bater a cabeça na parede. "burro! Burro!"

"Jake pare." Me levantei e fui até ele. Ele tremeu quando eu tentei afastá-lo da parede e depois me encarou com os olhos ligeiramente acusadores.

"Então era por isso que você não aceitava minhas investidas apesar de você não ter nenhum namorado. Nenhum namorado á vista!" Ele bufou. "Bella, como você pode?"

"Jake!"

"Bella, ELE É PADRE!"

"Fale baixo."

"Bella..." Ele me agarrou pelos ombros e começou a me sacudir. "Padres não namoram... Padre não tem mulheres... E você... Senhor!" Se eu fosse contar quantas vezes eu já ouvira essas frases eu poderia escrever um livro só com elas.

"Jake, deixa eu te explicar... Você está nervoso..."

"E não era para estar?" Ele exclamou se afastando de mim e continuou caminhando para todos os lados. "Eu amo você, Bella. Sim, eu amo. Todo esse tempo eu pensei que eu precisasse ter paciência com você, porque alguma coisa poderia te impedir... Mas eu nunca imaginei que fosse por que o seu coração pertencia á ele!"

"Eu pensei que você compreendia..." quase chorei.

"E ainda o infeliz usou o MEU nome para mandar um presente para VOCÊ!" Ele esperneou.

"Jake..." Ele se voltou para ficar perto de mim.

"Bella... O que te atrai nele? O fato dele ser proibido? Eu sei que ele é bonito e famoso, mas por que justo ele?"

"EU NÃO MANDO NO MEU CORAÇÃO!"

"Mas pelo menos deveria tentar!"

"Mas eu não quero!" Repliquei já ficando com raiva e magoada com Jake. Eu fora ali tão feliz por ele ser verdadeiramente meu amigo e ser compreensível como Emmet e Rose, até mesmo Tanya, mas agora via que ele não entendia nada.

"Você não quer?" Ele cuspiu as palavras.

"Eu o amo! E ele me ama também!"

"Padres não amam!"

"Padres são homens!"

"Ele nunca vai te beijar como eu te beijaria... Ele nunca vai te abraçar como eu te abraçaria... Ele nunca vai poder te amar como eu te amo!"

"Ele vai!"

"O que você vai ficar fazendo? Vai rezar? Se ajoelhar na frente dos santos? Ser coroinha e passar o cálice para ele na hora da consagração? Vai ler a bíblia? Vai ajudar os carentes? Vai atender confissões? Vai limpar a casa paroquial?"

"Eu vou amá-lo, sempre!" Repliquei.

"Ele não é para você!"

"Assim como você não é para mim!" Isso foi como uma bofetada na cara de Jake e logo ele fechou os olhos com força enquanto tentava se controlar. "Jake desculpa..." Comecei.

Ele abriu os olhos e me encarou longamente, até sussurrar.

"Eu preciso ficar sozinho."

"Jake..." Quase choraminguei.

"EU PRECISO FICAR SOZINHO!" Ele gritou.

Assenti e peguei minha bolsa da cadeira e coloquei lentamente sobre meus ombros. Dei um último olhar em Jake e abri a porta permitindo assim minha passagem.

Mas antes que eu saísse os braços fortes dele me pegaram de surpresa, e me virou brutalmente na direção dele.

"Isso é para você ver como eu sou melhor do que ele."

E ele tomou meus lábios contra os seus.

Eu já havia beijado Jake antes. Mas isso fora quando eu estava totalmente bêbada há três meses logo depois da tarde que eu confessara ao próprio Edward que eu o amava.

Eu não sentira nada, somente a necessidade de provar á Edward que eu não precisava dele, que outros me queriam.

Eu e Jake quase nos envolvemos na cama, mas eu vira um terço e me dera conta das conseqüências e de todo o meu ato inconseqüente.

Mas agora... Agora era diferente.

Os lábios de Jake eram macios e quentes e forçavam de maneira quase rude minha boca, junto com a língua dele que desesperadamente queria passagem para a minha.

Eu não tive reação, mas Jake continuava cada vez mais com intensidade. Transbordando toda a raiva, ódio, chateação ou qualquer outra coisa que ele sentisse por mim no momento.

Eu tinha plena consciência que ele estaria disposto á me ter naquela mesa ali mesmo se precisasse me fazer esquecer Edward e tudo que o envolvia.

Mas não...

Eu amava Edward, e embora algo estranho estivesse passando por mim, eu sabia que não era amor.

Eu o amava claro, mas um amor de irmãos. De mais velho para a mais nova protegida e mimada.

E eu não devia aprofundar aquela cena de incesto.

"Jake, não!" O empurrei juntando minhas mãos contra seu peito e o empurrando. "Eu amo Edward."

"Você ainda vai chorar muito por isso, Bella..."

"Isso é uma praga?" Eu murmurei chocada.

"É."

"É?"

"É!"

"Então... Então... O mesmo para você. UGH!" E bati a porta enquanto disparava por entre os corredores. Limpei a boca com as mãos enquanto apertava o passo.

"Bella, o que houve?" Tanya espiou pela porta de sua sala.

Abanei a cabeça e saí dali em disparada.

"Bella, sua ração!" Leah gritou.

Parei. Respirei fundo. E voltei calmamente. Peguei a ração, deixei uma nota de vinte e saí de lá. E voltei a respirar fundo, enquanto me dirigia ao meu apartamento.

Pe. Edward

Cada vez mais eu tinha que concordar com uma grande frase famosa:

"Esse mundo está perdido."

Andei pelas ruas agitadas de NYC enquanto pensava em quem era mais louco do meu ciclo familiar.

Bella e meus pais eram grandes concorrentes.

E, por que, em sã consciência, minha mãe quereria adotar uma mulher formada de vinte e dois anos, para esta morar em sua casa e seus filhos viraram seus netos?

E por que essa mulher tinha que ser justamente Bella, a mulher por quem eu iria largar oito anos de minha vida?

Parecia que o mundo conspirava ao nosso redor.

Eu poderia deixar de ser padre, mas seria 'irmão' de Bella?

Além de tudo era incesto?

Jesus! Essas coisas realmente não prestavam.

Mas pelo menos eu estava certo de que Bella não aceitaria.

Era claro, não? Aliás, por que era quereria largar seu flat, para morar com os 'sogros' e ser 'adotada' quando esta tinha pais?

Não. Pelo menos eu sabia que Bella não concordaria com o plano alucinógeno dos dois.

Eu decidi ir para a TIMES SQUARE comprar alguma coisa para Bella.

Eu sabia que o NOSSO momento se aproximava e eu queria tornar aquilo de alguma maneira... Perfeito.

Enquanto eu olhava para as vitrines, eu esbarrei em uma pessoa.

"Oh Desculpe..."

"Mas que coisa..." Ouvi uma voz resmungar. Voz esta extremamente familiar. Jesus. Era claro que era familiar.

"Alice?"

Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo.

Simplesmente minha irmã a baixinha de sempre estava toda envolta com um lenço na cabeça e inclinada sobre os ombros. E extremamente grandes óculos escuros tampando metade da cara.

Ela se ergueu lentamente.

"Eu não conheço você." E tentou continuar andando.

"Mas claro que é você." A segurei pelos ombros a impedindo de sair dali.

"Ei, você está me confundindo! Eu não te conheço, moço."

"Alice." Me inclinei sobre ela e já comecei a gargalhar enquanto a abraçava. "Como que você fugiu do convento?"

"Eu não te conheço, Edward."

"Eu não te conheço, Edward?" Brinquei com seu erro.

"UGH!" Ela bufou de raiva enquanto tirava os óculos escuros com força da cara. "Você é muito chato, irmão."

"E você muito doida." A abracei com força já que fazia mais de um mês que eu não a via e já sentia muita saudade.

Mas uma voz fez a gente se separar rapidamente.

"EDWARD!" As pessoas que estavam ao nosso redor nos olhavam assustados e principalmente para a dona da voz. "Eu não acredito!"

Uma Bella furiosa vinha em minha direção com as bochechas coradas provavelmente de raiva, e um passo pesado que parecia que um elefante estava andando e não ela.

Jesus. O que eu fizera?

"Oi Bella." Respondi com medo. Sério... Nessas horas eu realmente me assustava.

"Edward, quem é essa mulher?" Ela apontou para Alice que ainda continuava oculta pelo lenço.

Jesus! Bella estava achando que eu estava me encontrando com outra mulher?

Deus! Se eu nem mesmo dava conta DELA direito, imagina de duas?

E o que ela pensava que eu era? Um padre garanhão da cidade?

"Bella, eu..."

"Edward, seu cretino, já tá abrindo as asas sendo que eu nem tirei as algemas ainda?" Eu a olhei totalmente confuso, mas bem... Existiam coisas que Bella falava que não era muito bem 'inteligíveis. '

"Bella, estamos no meio de uma Rua BEM movimentada."

"Mas que se dane!" Ela gritou, mas logo abaixou a voz e estreitou os olhos para mim ainda me acusando com o dedo. "Como você ousa?"

"Bella..." Tentei de novo.

"Como você..."

"Bella." Mas não foi a minha voz, mas sim a de Alice. Bella totalmente confusa começou a olhar para os lados, para o céu, para as vitrines, para o cabelo e até por dentro da blusa.

"Ohmeudeus, eu estou ouvindo vozes do além!"

"É do convento!" Alice replicou.

"Então foi o que eu disse. Do além." Bella replicou, e depois tampou a boca com as mãos e arregalou os olhos. "Ohmeudeus eu sou uma mediadora, eu falo com espíritos. Eu sou iluminada!"

"Bella..." Estreitei meus olhos para ela. "Você é católica sabia?"

"Bella, larga de ser besta!" Alice retirou o lenço e se mostrou para a Bella que soltou um grito tão agudo mais tão agudo que acho que toda Manhattan o ouviu, paralisou e ficou surdo por longos dez segundos.

"ALICE! Oh Jesus! Eu estou vendo coisas! Edward... Eu vejo gente morta." Ela se apoiou em mim e eu revirei meus olhos.

"Bella, então eu estou morta e fui para o além?" Alice bateu raivosamente os pés no chão enquanto a encarava. "faça-me o favor. Eu estou aqui não está vendo?"

"Alice!" Bella abriu um enorme sorriso e a abraçou com força. Jesus. Era eu o bipolar da história mesmo? Acho que teve uma inversão de papéis ali, só podia.

"Uhu... Está tudo certo aqui?" Um guardinha daqueles que controlavam o tráfego veio até nós. Ele olhava de soslaio para Bella, provavelmente depois de ter ouvido o grito extremamente agudo dela.

"Claro." Respondi. Bella soltou Alice, e se voltou para o guarda.

"Está tudo bem." Ela sorriu.

O guarda hesitou, mas logo saiu novamente. Assim que este saiu Bella deu um tapa em Alice.

"Como que você fugiu do convento?"

Eu cruzei meus braços contra ao peito e fiquei ao lado de Bella também querendo saber alguma resposta. Alice engoliu em seco.

"Ah... É, huh... A madre me deixou sair por... Algumas horas..."

"Com certeza para comprar lingeries na Times Squire." Bella respondeu olhando para a sacola que ela levava. Alice corou rapidamente e eu sabia que ela queria sair correndo.

Tão atípica Alice.

"Ei, mas vocês ficam ai me acusando, mas que história é essa de você gritando com Edward?"

Senti Bella enrijecer ao meu lado e logo começar a dizer frases desconexas.

"É bem... Edward é... Casado com a igreja... E... Ele não pode sair com mulheres... E..." Eu sabia que cada vez mais Bella se enrolava, afinal ela estava dizendo uma coisa que ela propriamente não acreditava ou ao menos não respeitava.

"E Bella quis defender a minha virtude." Completei por ela. Alice olhava de um para o outro, enquanto eu acenava a cabeça furiosamente com aquele sorriso idiota na cara.

Senhor. Era melhor nem tecer comentários a cerca de minha virtude. Pegaria um tanto mal.

"Mas não mude de assunto, Alice. Vai dizer que a madre pediu calcinhas novas rendadas e vermelhas?" Bella cortou rapidamente.

Alice voltou a enrubescer.

"Ela me deixou fazer algumas compras..." Ela olhava para os lados e eu conseguia ver o quão nervosa ela continuava.

Ao longe vi um par de freias e se movendo por entre a multidão e Alice em um pulo se escondeu no véu e foi para trás de mim.

Bella começou a rir.

"Claro que ela deixou né Alice?"

As freiras passaram e Alice suspirou aliviada.

"Ok. Eu dei uma fugidinha, mas eu já vou voltar! Eu vou! Prometo! Eu só não agüentava mais ficar lá trancada o tempo todo..."

"Eu avisei..." Bella começou.

"Fique quieta Bella! Eu tenho muita vocação? Ok? Muita! Não tá vendo?" Ela levantou as mãos para mostrar uma pulseira-terço de ouro, mas acabou levantando a sacola de lingeries também. "Ugh! Enfim, tchau!"

Ela tentou escapar, mas eu a peguei antes que ela se fosse.

Nós três tomamos um café e logo Alice tinha que voltar ao convento. Eu não fazia a mínima idéia de como ela havia conseguido sair, e muito menos como iria voltar sem levantar suspeitas.

Mas bem... Ela era Alice.

Eu e Bella logo nos despedimos, aliás, não poderíamos dar muita bola sozinhos e em público.

"Tchau Edward." Ela disse hesitante. Eu não queria deixá-la. Eu queria abraçá-la e fazer... EPA! Calma. Pensamentos assim nos próximos posts.

"Tchau Bella." Mas continuamos ali parados que nem dois bobos, olhando um para a cara do outro.

"Até mais, Edward." Ela disse e vi seu olhar se prender em meus lábios por um longo tempo.

"Até mais, Bella." E meus lábios também se desviaram para os seus.

Bella deu um passo para trás. "Que Deus te abençoe, Edward."

"Amém. Que Deus te abençoe também, Bella." Dei um passo para trás.

Jesus! A necessidade que eu sentia de tê-la e tomá-la naquele momento era muito intensa.

"Bella?"

"Huh?"

"Vá a 15th Street."

"Por quê?" Ela franziu o cenho.

"Somente vá." Saí de onde estávamos e andei pelas ruas apressadamente. Fui até um beco que ficava perto da 15th Street, e esperei ela, não tão pacientemente quanto eu esperava.

"Edward...?" Ela sussurrou passando reto por mim. Eu andei cautelosamente até ela e a apertei por trás, dando um susto. "Edward!"

"Xi..." Arrastei-a para uma área mais escura do beco e a encostei contra a parede.

"Edward..." Ela sussurrou. Eu passei minha mão pelos seus cabelos e aspirei seu cheiro inebriante.

"Eu te amo, Bella."

"Eu também." Ela sussurrou me puxando pelos cabelos. "Adorei as flores e charrete..." Dei um sorriso torto. "Mas Jake descobriu tudo."

"Como?"

"Nós." Ela disse me puxando mais para perto de si. "Mas depois falamos disso." Rocei meus lábios contra os dela e movi minha boca de sua garganta até sua mandíbula. Ela passou os dois braços pelo o meu pescoço, e com uma última lufada de ar, eu a tomei nos lábios.

Ela retesou.

"Edward..."

"O quê?" Perguntei totalmente confuso.

"Isso é meio nojento."

"O que é meio nojento? Os meus beijos?" Jesus.

"Não... É que... Bem... Eu... Esquece." E logo ela voltou a me beijar, mas eu nos separei.

"Me fala."

"Não." Ela tentou aproximar nossos lábios novamente, mas eu a impedi a encarando nos olhos.

"Bella." A repreendi.

"Ok. Jake me beijou a força."

"O QUÊ?" Eu quase gritei.

"Hey calma."

"Mas aquele infeliz de uma figa..." Eu comecei a resmungar enquanto me controlava para não esmurrar a parede atrás de mim.

"Edward... Tá tudo bem."

"Não, não tá nada bem." Repliquei com amargura. Voltei a apertá-la contra a parede enquanto a encarava intensamente nos olhos.

"O que você vai fazer Edward?"

"O que é preciso fazer para acabar com essa situação de uma vez por todas."

Ela franziu o cenho.

Eu revirei meus olhos.

"Vou falar com o bispo agora mesmo, Bella."

--

"Martha, do dom Daniel está aí?"

"Olá Edward." A senhora simpática que era a recepcionista do bispo na Cúria Diocesana sorriu para mim. "Ele não está."

Meus ombros caíram.

"E quando ele volta?"

"Dentro de algumas horas."

"Eu espero."

"É tão importante assim?" Ela arqueou a sobrancelha.

"Você nem faz idéia, Martha." Sentei no sofá e fiquei ali disposto há ficar o tempo que fosse necessário para poder conversar com o bispo e resolver aquelas coisas de uma vez por todas.

Todo o meu corpo se comprimia com a simples idéia – ou enorme- que Jacob pudesse ter forçado Bella a alguma coisa, mostrando á ela que ela poderia ser feliz com outra pessoa que não fosse eu.

Isso era o ciúme? Para mim isso era um chute na bunda, no bom sentido, um para eu não deixar as coisas para a amanhã como eu estava fazendo ultimamente.

Eu já decidira, e por que aquilo não ser agora ou daqui a algumas horas?

Que eu já era condenado eu já sabia, mas também não precisava ser um lerdo indeciso.

Não sei quantas horas eu fiquei ali mofando. Só sei que rezei uns mil terços pedindo ajuda á cada membro do céu naquele momento – se é que eles queriam me ajudar mesmo – e que Martha saiu várias vezes.

Me lembrei dos confessionários da Cúria onde Bella confessara que me amava sem saber que era eu quem estava ouvindo.

Sorri nostalgicamente com aquilo.

Fui despertado dos meus devaneios quando Martha me cutucou docemente no ombro e disse que o bispo já havia chegado.

Enchi o meu copo de café e tomei de uma só vez, enquanto enfiava várias bolachas doces disponíveis e comia para me acalmar.

Jesus. Eu provavelmente seria diabético um dia.

"Edward!" O bispo me recebeu com um sorriso por de trás de sua enorme mesa e sua confortável cadeira giratória de couro. "Quanto tempo!"

"Pois é." Tentei responder parecendo simpático, mas acho que saiu seco.

"O que te trás aqui? Por favor, sente-se." Me sentei calmamente embora por dentro eu estivesse uma pilha de nervos.

Como que eu falaria aquilo? Como que eu iniciaria tudo aquilo?

Fiquei analisando o tecido da minha calça por longos minutos até que tive coragem de levantar os olhos e encarar o bispo, que me estudava com o queixo apoiado entre as mãos.

"Algo te perturba não filho?"

Assenti.

"Pode falar... Se você precisar de tempo, eu espero." Eu engoli em seco e encarei o teto tentando controlar as lágrimas. Não era hora de bancar a marica e o indeciso, Edward. Era isso que você quer.

Você desde dos quinze anos quis ser padre. Há quase nove anos você está seguindo esse caminho. Mas Bella... Bella é seu futuro agora.

'Bella é seu futuro agora. ' Fiquei repetindo em minha mente intermináveis vezes.

Respirei fundo e engoli em seco.

"Dom... Eu quero... Eu quero..." Ohmeudeus. Aquilo estava entalado em minha garganta. Eu comecei a ter dificuldades de respirar e cada vez aquele lugar ficava mais claustrofóbico.

Eu estava certo disso. Não era hora de ficar com medo ou de hesitar, Edward!

"Eu decidi mãe. Eu vou ser padre."

A imagem logo voltou em minha mente.

"Isso é a melhor coisa que você faz Edward. Você será muito feliz e não se arrependerá."

Não! Não! Eu não podia dar para trás agora.

Eu queria Bella. Eu precisava de Bella. E era isso o que eu tinha que fazer.

"Eu quero ser afastado da igreja." Cuspi as palavras tudo de uma vez.

A reação do Dom não foi a que eu realmente esperava. Ele continuou na mesma posição, com o queixo apoiado nas mãos e me estudando atentamente.

Longos minutos se passaram até que ele falou em tom extremamente calmo.

"Afastado...?"

"Eu quero deixar de ser padre. Definitivamente."

Outro silêncio.

"E posso saber por quê?"

"É..." Engoli em seco. "Eu... Eu não sigo mais as regras da igreja... As desonro... Eu não mereço celebrar as missas, não mereço ser chamado de sacerdote."

Eu olhei para minhas mãos e senti um movimento ao meu redor.

Logo o bispo estava ao meu lado e se sentava para me encarar de perto.

"É aquela mulher? Isabella?"

Eu assenti. "Eu a amo, Dom." O encarei e tentei evitar as lágrimas.

"Você amava Tanya também. E meses depois veio aqui me pedir para voltar."

"Eu não amava." Respondi prontamente. "Eu achava, mas com Bella eu conheci a verdade."

O bispo me analisou por mais um longo tempo.

"Você tem certeza disso? Tem certeza que daqui um tempo você não estará me pedindo para voltar? Edward, você era seminarista, agora você é padre."

"Eu tenho certeza!" Disse com convicção.

O bispo suspirou.

"Edward... Onde está sua cruz?"

"Não está comigo."

O bispo pegou entre as mãos a metade da cruz que eu compartilhava com Bella que substitua a outra que ele dera há seis anos.

"Você tirou. Você esqueceu." Foi tudo o que o bispo disso logo depois de devolver a corrente ao seu lugar. Com desconforto, eu a tampei com a gola da camiseta.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, até que o bispo voltou a falar.

"Essas coisas demoram Edward. Temos que mandar ao vaticano, o papa tem que aceitar, e assim um longo processo... Mas você sabe que a partir do momento que você recebeu o sacramento da ordem, você será sacerdote para sempre. Aos olhos de Deus. Não importa o que eu, o papa ou qualquer outra pessoa faça."

"Eu sei." Suspirei pesadamente.

"Eu só te peço uma coisa, Edward..." Ele disse firmemente. "Enquanto todo esse processo ocorre, você tem que me prometer que não irá causar escândalos á cerca da garota. A igreja católica já sofre muitos atentados, não precisamos de mais críticas a cerca de como um padre famoso deixou o sacerdócio por uma mulher."

"Eu..."

"Você só tem que tomar cuidado. Espere a decisão sair. Somente espere. Mas não deixe que rumores, ou quaisquer outras coisas aconteçam nesse meio tempo, sim?"

Eu assenti achando aquilo bem plausível.

Mas estava sendo muito fácil...

Eu pensava que o bispo rejeitaria, me faria pensar intermináveis vezes em minha decisão, ou mesmo gritaria comigo e me expulsaria dali a pontapés.

Mas nunca simplesmente aceitar o fato... E... Bem... Tudo normal.

Fácil demais.

"Eu cuido de tudo, Edward. Pelo seu bem." Ele garantiu e se levantou se sentando em sua cadeira novamente.

Fiquei em silêncio mais algum tempo tentando digerir tudo aquilo ao meu redor. Tentando achar um duplo sentido em suas frases, ou menos qualquer detalhe passado despercebido.

Mas não consegui.

Levantei lentamente e dei um sorriso fraco para o bispo.

Ao sair pela porta eu tinha plena consciência do que eu tinha acabado de fazer. Do passado que eu deixava para trás e do futuro que me aguardava.

Meus pés estavam mais leves, e eu parecia flutuar... Algo como uma liberdade nunca antes sentida.

Algo... Mágico. Diferente. Surreal.

Algo que eu tinha certeza que marcaria bons momentos em minha vida. Finalmente.

Uma semana depois.

Os grilos ressoavam ao redor. E a lua levemente escondida pelas sombras, e os postes de luz iluminavam a mulher que envolta a um casaco subia os degraus do edifício.

Ela suspirou pesadamente pensando por que ele teria marcado um encontro, sendo que ela nem o conhecia. Ela não queria estar ali agora, ela tinha coisas mais importantes para fazer.

A porta se abriu com um rangido e lá dentro uma fraca luz irradiava de um abajur.

O homem estava lendo um livro e assim que ouviu o barulho, largou-o e acendeu as luzes fluorescentes deixando claro os móveis, a enorme mesa de mogno no centro, as estantes com vários livros grossos e ligeiramente empoeirados, e uma cruz que fazia um ângulo perfeito com a cabeça do homem.

Este sorriu fracamente e indicou o lugar á sua frente.

"Sente-se senhora."

Ela hesitante se sentou deixando a bolsa ficar apoiada no seu colo, enquanto ela encarava o ambiente com desconforto. Ela não deveria estar ali naquela altura da noite. E muito menos fazia idéia do que aquele homem poderia querer com ela.

"Eu não tenho tempo..." Começou.

"Eu sei, eu sei." O homem gentilmente fez um sinal com as mãos. "Eu serei curto e grosso, senhora."

O homem começou a falar enquanto a mulher suava intensamente. Ela não podia acreditar naquilo que o homem lhe contava. Simplesmente não podia.

"Ela me disse que não estava com ele! Ela me confirmou."

"Ela lhe mentiu." O homem disse sem pesar as palavras.

"Como... Como pôde? É errado." A mulher exclamava ainda não conseguindo digerir toda aquela informação. A simples imagem que se formava em sua mente de todo aquele quadro a amedrontava.

"Eles estão juntos. Isso é certo. E devemos impedir."

"Impedir...?" A mulher ainda não conseguia acreditar naquilo. Ela precisava de uma prova. Uma mínima que fosse. Ela não poderia deixar de confiar nas palavras dela de uma hora para outra. Ela precisava ver para crer.

"Sim. É o certo." Mas ela já não sabia o que era o certo.

"Eu... Eu não sei..." A mulher gaguejou. "Eu preciso... Pensar." Ela precisava de provas.

"Eu te darei esse tempo." O homem disse voltando a pegar o livro e apagando as luzes fluorescentes e deixando a sala somente iluminada pela luz que irradiava do abajur. "Só não demore, antes que seja tarde demais."

Bella

"Bella acorda!" Rose quase me empurrou da cadeira onde eu estava bonitamente dormindo sentada.

"Saí para lá, mamãe."

"Então abra os olhos filhinha..." Ouvi uma voz diferente da de antes. Minha mãe?

"Mãe?" Engoli a baba e olhei para a pessoa.

"Buh!" O ser quase pulou em cima de mim.

"Jesus, Lauren." Esfreguei os olhos enquanto tentava enxergar direito. "O que foi?"

"O que foi? Você está dormindo no horário de trabalho!" Rose estava do lado dela com os braços cruzados e totalmente emburrada.

"Eu estou sem trabalho. O que mais eu poderia fazer?"

"O que mais você poderia fazer?" Ela repetiu com ironia. "E se um fiscal viesse aqui e te visse dormindo... Pelo menos você poderia jogar Paciência Spider e fingir que estava trabalhando!"

Eu olhei cética para ela. "Eu não vou ficar fingindo..."

"Todo mundo finge, Bella." Ela retrucou com amargura. "Fique avisada que se eu pegar mais uma vez isso daqui, você será despedida. Estou esperando a confirmação de uma mulher de Chicago para o seu lugar. E você também, Rosalie, fique esperta."

Assim que ela saiu rebolando como sempre, Rose fez alguns gestos obscenos por trás dela e eu fiquei pensando, algo que eu realmente fazia com pouca freqüência.

Primeiro. 'Todo mundo finge Bella'. O que era verdade. Eu mesmo fingia que não tinha namorado que não era apaixonada por um padre e escondia ou tentava esconder isso de todo mundo.

A segunda coisa... Quem em sã consciência iria querer o MEU cargo?

Se duvidar até professor de escola pública consegue ganhar um salário mais digno do que o meu.

Jesus. Esse mundo estava perdido.

"Ela está uma macaca hoje." Rose rolou os olhos.

"Hoje?" Retruquei enquanto limpava os resquícios de baba da minha boca e abria o jogo de Paciência.

"Deve ser por causa do Emmet. Ele terminou oficialmente com ela."

"Eu pensei que ele já tivesse feito isso há muito tempo." Rose fez uma carranca.

"Ele tinha, praticamente, mas teoricamente não tinha. Eles se evitavam. Ou ele evitava, enfim, tanto faz."

Eu ri.

"E você, parece um caco." Ela continuou.

"Sei lá..." Brinquei com o mouse em cima das cartas que se desenrolavam em minha frente. "faz uma semana que eu não tenho um tempo de qualidade com..." Olhei para os lados para ver se ninguém estava ouvindo, e mesmo não vendo, diminui o tom de minha voz. "Edward."

"Quem?"

"Edward."

"Quem?"

"Rose, caramba! Ele é padre, quer que... Ops." Falei alto demais e as pessoas começaram a me olhar de esguelha. Lá eu já tinha fama de idiota e corna por causa de Mike e toda aquela história do artigo dos Garanhões da Cidade. Já tinha fama de louca porque um dia eu apareci lá de beata, sendo que eu sempre odiara com todas as forças religião. E bem... Não precisa ter fama de mulher do padre agora.

Jesus! E em pensar que eu sempre correra o mais rápido para não ficar por último e não ser a 'mulher do padre'.

HAHA! Esse mundo é uma grande ironia.

"Ah tá." Rose respondeu e se aproximou mais de mim. "Eu e Emmet estávamos conversando... E achamos legal, tipo... Um encontro de casais..."

"ECC?" Perguntei arqueando uma sobrancelha com um sorriso de deboche.

"O que diabos é ECC?"

"Encontro de casais com Cristo." Eu ri. "Bem... Se vamos ter um padre no meio..."

"Bella, você tira essa suas piadinhas do... Enfim, qualquer dia quando tiver um concurso para pior senso de humor, eu te inscrevo, beleza?"

"Ah... Pára Rose. Lembra quando você me inscreveu o ano retrasado como Musa dos Yankees?"

Rose assentiu e mordeu os lábios para não rir.

"Lembra o lugar que eu fiquei?"

Ela assentiu e riu não se controlando. "Você ficou em trigésimo sétimo, de quarenta garotas. Mas também com sua frase, você nunca ganharia..."

"Por favor, nem me lembre." Eu nem gostava de lembrar que quando eu me inscrevera o meu slogan fora 'GO NO Yankees!"

Na verdade era para ser "GO NOW Yankees!" Mas erraram na hora de computarem, e eu acabei perdendo.

Mas eu sempre tive o pressentimento que eu ganharia se não fosse por isso.

Lauren apareceu na porta da sala dela olhando todos com seu binóculo. Claro que o lugar que ela olhava primeiro, e que ficava mais tempo era a MINHA mesa.

Rose revirou os olhos e foi até a sua pegando o celular e discando para Emmet.

"Oi Amor! Emmet, meu querido. Emmet. Emmet." Ela começou a falar quase berrando enquanto enrolava o cabelo nos dedos. Lauren corou de raiva e fechou a porta com estrondo atrás de si.

Sibilei um 'maligna' para Rose e fui jogar paciência Spider. Nem para ter Guitar Hero naquela joça.

Enquanto eu jogava minha mente divagava pela semana. Eu já estava ficando emo já. Minha franja crescera assustadoramente na última semana e já tampava meus olhos e era constantemente molhada pelas minhas lágrimas.

Eu já comprara uma marca de lápis de olho mais forte, e também tinha comprado um All Star.

Tudo o que eu sabia, era que Edward falaria com o bispo na sexta passada, mas pelas mensagens que ele me dera vinham palavras curtas e sem significado e nenhuma ligação com isso.

Quando ele me ligava eu não tocava no assunto, eu não queria bancar a mulher insistente, porque eu sabia quem em 110 de 100 casos os relacionamentos acabavam assim.

Talvez ele tivesse me evitando, talvez ele não tivesse tido coragem de falar com o bispo, e largar oito anos de sua vida e blábláblá.

Jesus! Homem era difícil por natureza. Mas esse era pedir por complicação. Só podia!

E oh Jesus. E se o bispo tivesse trancafiado ele em algum lugar imundo, escuro e cheio de cruzes e só permitisse que ele mandasse algumas mensagens como forma de eu não ir atrás dele e resgatá-lo?

E se ele agora estivesse mandando alguma mensagem telepática para eu salvá-lo?

E se ele estivesse passando frio, fome, sede, vontade de ir ao banheiro, e eu aqui jogando Paciência Spider?

Ohmeudeus. Eu precisava salvá-lo.

Edward eu irei te resgatar!

Rapidamente ajeitei minhas coisas na mesa e abri o Word. Batuquei impaciente no teclado tentando elaborar alguma coisa. Uma última mensagem ou coisa assim.

E se o bispo me trancafiasse também?

Há! Mas eu era mais esperta.

"Eu aqui. Dia 21 de Fevereiro de 2008. Na redação do Jornal Times de NYC. Digo que, se eu não voltar..."

Entra na minha casa... Entra na minha vida...

Meu celular! HAHA! Meu toque era o melhor. E isso me fez lembrar-me de mais uma ironia na vida.

Há quatro meses quando Rose colocara o toque de propósito no celular eu brigara e dissera coisas horríveis, e quando eu atendi era o próprio Edward que estava do outro lado da linha.

E, oh Jesus! Isso poderia acontecer de novo agora!

"Alô?" Mas no outro lado eu só via o 'tum, Tum, tum'.

Uai. Ele desligou?

"Bella." Rose revirou os olhos de sua mesa. "É mensagem. Você colocou o mesmo toque para os dois."

"Ah. Verdade." Abri a caixa de mensagens.

'Vou ao seu apartamento hoje á noite. Beijos. Ed.'

Eu derreti na cadeira. Aquela era a melhor coisa que eu recebera de Edward até então. Eu poderia colocar todos os meus planos em ação, e de hoje não passaria!

"Rose... Segura as pontas ai, que eu já to indo." Arrumei minhas coisas mais uma vez, agora sabendo que Edward não estava trancafiado em nenhum lugar, e saí correndo pela redação.

"A mãe morreu?" Gritaram. Eu rolei meus olhos e entrei no elevador com pressa.

Eu realmente tinha muitas coisas para arrumar antes que Edward chegasse a casa. E tanto eu quanto ele, sabia o que aquela mensagem implicava.

"Mãe. Por que você não atende esse celular? Eu queria me desculpar... Pelo o que eu te falei mês passado. Tá eu sei que faz tempo, mas eu sou orgulhosa, você sabe. Por favor, me retorne. Eu não queria brigar com você."

Eu deixei a mensagem na secretária eletrônica dela. Minha mãe não atendia seu telefone em Washington e eu estava começando a ficar preocupada. Ou ela tinha morrido, ou realmente estava chateada comigo depois das coisas que eu falara para ela no telefone há mais de um mês.

Tirei o avental e olhei ao meu redor com o olhar mais crítico que eu poderia.

A comida – graças á um Bom Deus – havia saído apetitosa. Pelo menos a aparência estava. A casa estava devidamente organizada, e o quarto, bem... Esse nem se fala.

Acendi as velas que estavam faltando e testei as luzes para ver se o escuro somente com a luz da vela e da lua ficaria legal.

O resultado foi perfeito, e uma espécie de calafrio se instalou no meu peito, reforçando a ansiedade que eu estava sentindo.

Eu precisava que aquela noite saísse perfeita. Eu precisava, e sabia que Edward também.

O toque da campainha me libertou dos meus devaneios e preocupações e eu ajustei o vestido mais contra meu corpo. Tirando qualquer amassado inexistente, e tirando o frizz do cabelo.

Meu coração parecia que sairia pela minha boca e eu logo dei uma última vistoriada no apartamento.

Suspirei. Respirei fundo. Fiz respiração cachorrinho e abri a porta.

Eu quase caí para trás quando vi um padre Edward vestindo um fraque casual, com as mãos para trás, e os cabelos totalmente desorganizados.

Ele sorriu para mim assim que me viu e as suas mãos foram para frente revelando o que ele estava segurando. Uma caixa de veludo.

Eu arfei, e tentei controlar as lágrimas.

Mas que idiota Bella! Não é hora para chorar.

Ele abriu a caixa com um sorriso torto revelando um colar muito delicado. Parecia ser uma mistura de ouro com alguma coisa que brilhava.

Jesus. Alguma coisa que brilhava? Edward não compraria diamantes para mim, iria?

Jesus! Eu estava arfando.

O colar trazia um pingente com uma forma engraçada de terço em forma de coração.

"Minhas duas paixões." Ele disse entrando no apartamento e fechando a porta calmamente atrás de si.

Eu sorri para ele que gentilmente pegou o colar e se prostrou atrás de mim. Sua respiração bateu contra meu cabelo e um arrepio se instalou em meu corpo quando os dedos dele afastaram o cabelo de minha nuca.

Os lábios dele tocaram a região carinhosamente e eu sorri involuntariamente, enquanto ele colocava o colar no meu pescoço.

Perto de minha porta tinha um enorme espelho. Ficamos de frente para ele e Edward sorriu para nosso reflexo. Um casal perfeito.

Toquei o colar e me virei para ele passando meus braços pelo seu pescoço.

"Senti sua falta." Ele suspirou pesadamente enquanto enlaçava os dois braços em minha cintura.

"Eu também. Perdoe-me."

Eu abanei minha cabeça com um sorriso tolo, mostrando que eu não ligava para aquilo. Pelo menos não com ele AGORA ali.

"Sabia que eu te amo?" Ele disse roçando nossos lábios e tocando minha face de leve. Jesus! Como que aquele homem poderia me fazer sentir como uma criança de cinco anos totalmente carente e necessitada?

"Não."

"Não?" Ele brincou.

Abanei minha cabeça.

"Pois eu te amo." Ele disse me olhando firmemente. Pelos seus olhos eu vi toda a sinceridade que se instalava ali. E eu acreditei. "Você nunca pode duvidar disso."

"A menos que você diga. Eu sempre vou acreditar. Eu te prometi." Disse. Ele sorriu e nossos lábios se encontraram em um beijo doce.

A boca de Edward ligeiramente úmida se torceu com a minha dando uma sensação prazerosa por todo o meu corpo.

Sabe qual era o nome disso? Potência.

Só um homem realmente bom e potente poderia me deixar daquele jeito com um simples beijo. Terno! Calmo. Romântico.

Senhor. Padres era alguma ligação com o céu né? Por que eu já estava nas nuvens.

Edward nos separou com um sorriso e enlaçou seus braços em minha cintura. Eu totalmente inebriada e sem respirar tentei pensar no que eu tinha que fazer a seguir.

Enlacei nossas mãos e o levei até a cozinha onde a mesa estava posta devidamente e tudo estava muito bonito.

"Ual. Dotes culinários?" Ele brincou me abraçando por trás.

Eu encolhi os ombros. "Eu tento chegar aos seus pés... Você sabe..."

Ele sorriu e estendeu a cadeira para eu me sentar. Ele se sentou na outra do lado oposto da minha.

Por que eu tinha feito isso mesmo?

Jesus! Eu deveria ter colocado só uma cadeira assim eu ficava no colo dele logo de uma vez.

A mesa estava somente iluminada pela luz das velas e da lua. A janela estava aberta e assim um vento fresco vinha em nossa direção balançando levemente meus cabelos e os dele.

Ele estava lindo. E parecia que era a primeira vez que eu o via.

Jesus! Quem imaginaria que eu um dia namoraria um cara tão lindo? Quer dizer, quem algum dia imaginou que eu namorasse um padre? Mesmo esse sendo um deus grego em pessoa?

É. O mundo dava voltas e cambalhotas, e fazia malabarismos e enfim...

Comemos em silêncio e Edward soltou várias brincadeiras a cerca de minha comida. Eu ria dele e quase estraguei todo o momento engasgando e quase pulando da janela.

"Edward..." Comecei hesitante.

"Sim, anjo?"

"Você conversou com o bispo? Quer dizer, eu não estou querendo parecer agitada, ansiosa, uma mulher insegura nem nada, mas é só uma mera curiosidade, algo quase sem..."

Ele riu e ajustou sua cadeira para ficar ao meu lado, e segurou minhas mãos nas suas.

"Amor. Eu fui. Falei com ele. E sim, ele aceitou. Só vai demorar um pouco." Eu fiquei aliviada e chateada ao mesmo tempo.

"Tempo, quanto?"

"Não sei. Alguns meses, talvez." Ele disse encolhendo os ombros. "Mas o importante é que vamos poder viver... Normal." Ele beliscou minha bochecha enquanto dava um sorriso torto. "E você ainda vai poder competir bastante comigo na culinária..."

"Não só na culinária..." provoquei. Ele sorriu e voltou a comer, não desviando o olhar de mim. "Edward!"

"Sim?" Ele sorriu malicioso.

"Assim eu não consigo comer."

"Você é linda." Ele disse de repente.

"E você é um bobo."

"Seu bobo."

"Meu bobo."

Ficamos ali naquele clima e eu sentia o ar ficando cada vez mais pesado de uma necessidade que eu sentira já há algum tempo.

Diabos! Eu já sentia aquilo desde a primeira vez que eu vi Edward naquela igreja vestido de batina.

Nossos joelhos estavam se tocando por baixo da mesa, e de vez em quando nossos braços se roçavam mandando uma grande corrente elétrica para mim.

Mas eu precisava me controlar. Eu precisava não pular em cima dele e fazer loucuras em cima daquela mesa. Eu precisava que aquilo fosse devidamente perfeito.

Um pouco de molho ficou na boca de Edward e eu me aproximei.

"Edward..."

"Hum?"

"Está sujo."

"O quê?" Eu retirei o molho dali com os lábios e me separei passando a língua por eles.

"Agora não está mais." Os olhos verdes dele repentinamente ficaram mais escuros e seu olhar se fixava em minha boca. Eu propositalmente demorei mais tempo do que o necessário lambendo meus lábios, e tentei controlar os pulos e vivas de felicidade que emanavam do meu corpo.

"Você ainda me mata, garota..." Ele sussurrou. Ele estendeu sua mão para mim e saímos em direção á sala onde uma mesa estava posta com queijos e vinho.

Sentamos cada um de frente para o outro com os braços apoiados no sofá.

Edward abriu o vinho e encheu uma taça para mim e outra para ele.

"A nós." Ele brindou enquanto entrelaçávamos as taças e bebíamos olhando nos olhos um do outro.

Sorri, e peguei um queijo da mesinha colocando na boca de Edward. Este ainda sem retirar os olhos de mim mordeu o queijo e a ponta do meu dedo, causando mais arrepios ao meu corpo.

Está frio aqui, né? Os calafrios não são por causa do Edward, claro que não...

"Jesus." Deixei exclamar.

"Maria e José." Edward brincou depois de comer o queijo inteiro e pegar outro dessa vez fazendo um aviãozinho com a mão.

"Edward!" Reclamei, quando eu ia morder ele retirava o queijo dali. Até que eu acabei caindo por cima dele em uma atitude deliberada de Mickey Mouse de pegar o bendito queijo.

Ele sorriu e seus braços me apertaram na cintura, e nossas pernas estavam entrelaçadas no tapete da sala.

"Aqui, amor." Ele levou o queijo até minha boca e eu mordi com vontade, ganhando assim um longo e intenso olhar de Edward.

Eu percorri seu rosto perfeito com a ponta dos dedos, estudando cada ângulo, cada poro, cada canto perfeito, cada célula que eu amava daquele homem.

E ele parecia fazer o mesmo comigo. Como se não quisesse esquecer, como se quisesse parar aquele momento ali... Resumidamente em nós dois.

"Eu te amo..." Sussurrei fechando meus olhos e sentindo o carinho que ele fazia na minha nuca e meus cabelos.

Edward nos levantou para ficarmos quase sentados, e vi com o canto do olho ele pegar sua taça de vinho.

Ele tomou um gole e eu tomei outro, mas acabou que uma parte do líquido escorreu pela minha boca e entrou pelo decote do meu vestido.

O olhar de Edward seguiu a trajetória da pequena gota roxa e seus olhos se alargaram, se tornando de um verde intenso, vivo, mágico, sedutor. Perfeito.

Ele pegou a taça novamente e deliberadamente deixou mais gotas caírem pelo o mesmo caminho.

"Ops..." Ele brincou. Eu somente sorri extasiada, tentando controlar a necessidade que eu tinha de agarrá-lo naquele momento.

Com os lábios Edward enxugou o vinho que havia na minha boca e foi distribuindo beijos pela mesma trajetória que este fizera.

Desceu da minha boca, até mandíbula, nuca, clavícula, e até quase ao decote do vestido.

"Hm... Aqui sujou..." Ele murmurou com a voz rouca.

"Tem que lavar antes que não saia." Repeti igualmente.

Ele me olhou de baixo com um sorriso torto.

"Pode deixar que eu tiro para você."

Oh Jesus. Abana-me. Me chicoteia. Acende a luz. Não. Não. Deixa-a apagada por que assim está bem melhor.

As mãos de Edward desceram até minhas coxas e foram subindo o vestido lentamente, revelando minha pele quase pulsante para ele.

As mãos de fogo de Edward queimavam meu corpo inteiro dando aquela sensação prazerosa que eu estava amando.

Eu levantei meus braços em uma atitude totalmente de entrega enquanto meu vestido saía de meu corpo e pairava em algum lugar da sala.

O olhar de Edward percorreu meu corpo, me deixando estranhamente não corada.

Era como se fosse algo natural. Eu e ele ali, algo que já fora escrito e permitido pelo destino.

Sem nada de padres, sacerdócios, cruzes, e nem ninguém para nos impedir.

Uma mão de Edward subiu do meu quadril e foi desenhando minha coluna até pairar em minha nuca com as mãos abertas e me impulsionar para ir de encontro aos seus lábios.

Foi um beijo mais intenso, mas cheio de prazer... Parecia que meu corpo já iria explodir de tão quente que já estava.

Minhas mãos foram até a gola de seu paletó, e eu tirei-o com um rápido movimento, deixando à mostra a camiseta branca de botões que marcava muito bem o corpo trabalhado dele.

"Vamos dançar..." Edward pediu no meio aos beijos.

"O quê?" Perguntei confusa.

"Dançar..." Ele sorriu e hesitantemente se afastou de mim e me estendeu a mão. Eu a aceitei e andamos até o meio da sala. Edward mexeu no aparelho de som e se voltou para mim.

"Edward, eu estou de lingerie."

"Linda." Ele disse passando um braço pela minha cintura e outro segurando minha mão.

Uma música suave começava a tocar, e Edward me guiou no ritmo da música.

"Eu sei que você é meu anjo... Eu vejo sua áurea." Edward sussurrou na minha orelha quando já meus dois braços circundavam seu pescoço, e seus braços estavam na minha cintura.

Eu escondi um gemido enquanto tentava me movimentar ao ritmo da música.

As mãos de Edward percorriam por todo o meu corpo me causando cada vez mais arrepios, e seus lábios percorriam cada parte a que ele tinha acesso.

A música acabou e continuamos abraçados. Edward encostou sua cabeça no vão da minha nuca, mordeu o lóbulo da minha orelha e sussurrou com voz extremamente rouca e sexy:

"Faça amor comigo, Bella. Seja minha essa noite..."

Eu o afastei e encarei seus olhos intensamente verdes que brilhavam de amor e paixão por mim. Ali eu sabia. Ali eu entendia que aquele era o homem da minha vida. Ali naquele momento eu sabia que aquilo era o certo para mim. Não importava o que ninguém dissesse ou pensasse.

"Sempre." Essa foi a minha resposta. A resposta que eu sempre daria á ele.

Nos encaramos por um tempo e sorrimos involuntariamente. O que mais poderíamos fazer? Sorrir. E sorrir, pois apesar de não ler pensamentos eu sabia que ele pensava o mesmo que eu.

Depois de quatro meses, depois de tantos desencontros, promessas, desavenças, nós finalmente estávamos juntos, estávamos ali no meu apartamento em um momento perfeito que antecedia algo milenar.

Nós não estávamos ali pelo prazer.

Estávamos ali, simplesmente, porque nos amávamos.

Naquele momento encarando todo o amor dos olhos dele eu entendia que aquilo não poderia ser condenado por Deus. Porque era algo bonito, puro, sincero...

Era algo natural... Algo perfeito agora diante aos nossos olhos.

Não me importava se ele era padre ou não, ele era o amor da minha vida, o homem que eu seguiria até o fim do mundo, quem dominaria meus pensamentos, minha alma e meu corpo.

E a quem eu me juntaria, verdadeiramente, daqui alguns minutos.

Não por prazer, mas sim por amor.

Pois é assim que nossa história fora construída, e eu faria de tudo para ela continuar assim. Com o amor como base. Um amor religioso.

Um amor sacerdotal. Um amor, simplesmente, como todos os outros.

Edward me beijou lentamente, de maneira suave e tranqüila. A música voltara e nós não tínhamos pressa.

A noite inteira estava ali para nós. Nada e nem ninguém nos impediria.

Fomos andando calmamente, naquele ritmo lento até a sala onde estavam os vinhos e o queijo.

Os beijos começaram a ficar mais profundos e minha língua pedia passagem pela boca dele. Elas travavam uma batalha em que ambos saíram ganhando. Mordi o lábio inferior dele e suguei gentilmente sentindo a carne doce que era seus lábios.

Minhas mãos involuntariamente foram até os botões de sua camisa. E um por um fui tirando-os, sem nunca quebrar o beijo.

A camiseta de Edward se uniu ao meu vestido e seu paletó em algum lugar. E eu queria não achá-los e nem precisar procurá-los por um bom tempo.

Tipo assim... Até a próxima vida.

O peitoral de Edward era perfeito. Benza á Deus que esse homem sempre quis cuidar da saúde. E que saúde, senhor!

Minhas mãos foram se embrenhando por cada músculo que aparecia, e meus dedos se enrolavam nos pêlinhos que tinha ali. Senti Edward se contrair e peguei suas mãos levando até o fecho do meu sutiã.

Ele me encarou com os olhos dilatados de prazer e silenciosamente pediu permissão para fazer o que pretendia.

Eu rolei meus olhos e juntos desfizemos o fecho, e o tecido caiu lentamente pelos meus ombros. Edward o pegou e o levou ao nariz.

Eu gemi com aquela cena e logo suas mãos tocaram a área das minhas costas que antes estava coberta pelo tecido e foi dando leves apertões até chegar aos meus seios.

Edward fechou os olhos com força e eu impulsionei meus seios para suas mãos. Ele gemeu, e apertou-os me dando uma sensação extremamente prazerosa.

O joelho dele se dobrou e eu caí no meio de suas pernas e senti o volume que já estava crescendo em meio às pernas dele.

Eu guiei minhas mãos até lá e pelo tecido da calça e senti sua ereção. Com o meu toque, Edward como reflexo, apertou mais meus seios e jogou a cabeça para trás.

Eu procurei o zíper e o abri ligeiramente enquanto enfiava minha mão por dentro sentindo todo o volume que esperava ser libertado.

E em pensar que um dia eu fiquei em dúvida se padres tinham 'documentos'. Ou se era algo tão insignificante que nem aparecia.

É. Pelo jeito não.

Edward gemeu com meu toque, e todo movimento que eu fazia ele repetia na mesma intensidade nos meus seios.

O garoto aprende rápido, isso eu tinha que acalentar. Eu já estava molhada e eu precisava tê-lo. Rápido. Agora. Ali.

Eu aproximei nossas bocas e aumentei o ritmo de antes, deixando claro que eu não conseguia mais esperar. Eu precisava dele. Eu precisava que nos tornássemos um só. Rápido. Naquele momento.

Para sempre.

Ele pareceu entender e cada vez ele me apertava mais contra si. Seus beijos foram para meu pescoço, para meu colo me enchendo de seus beijos e me fazendo gemer baixinho.

A música lenta ainda continuava e a calça de Edward se juntou ao resto das roupas. O volume de sua cueca estava totalmente ereto, e eu fiquei surpresa com todo o tamanho.

Definitivamente, padres tinham 'documentos. '

"Eu te amo..." Sussurrei.

"Bella... Você... Me deixa... Louco..." ele me beijou e me levantou calmamente em seus braços. "Você me faz sentir como eu nunca senti antes..."

Ele apoiou sua cabeça no vão de minha nuca e nossas intimidades somente cobertas pelo tecido das partes íntimas se tocaram, causando um frenesi e uma maravilhosa harmonia de gemidos de ambas as partes.

"Eu quero você..." Ele sussurrou com a respiração falha.

"Você me tem."

"Para sempre?"

"Sempre." Ele sorriu torto e lentamente nos levantamos.

"Vamos para a cama, amor..." Sorrateiramente nos levantamos e Edward com extrema rapidez me levantou no colo e seguiu até o meu quarto.

"Você é louco!" Ri que nem uma descontrolada enquanto era transportada.

"Por você." Ele disse beijando a ponta do meu nariz, e docemente me colocando na cama, como se eu fosse feita de porcelana e pudesse quebrar a qualquer momento.

Ele ficou me analisando ali estendida na minha cama, somente de calcinha e sorriu.

"Você é linda..."

"Jesus, Edward. Dá para você vir aqui agora?" Falei quase sem forças. Com uma risada gutural ele pulou na cama ao meu lado e logo nossas pernas, braços e bocas estavam intercalados novamente.

"Eu sei que é errado, mas eu estou adorando isso!" Ele disse em meio aos beijos.

Eu sabia o que 'errado' Edward se referia. Religião sempre prega que devemos manter a castidade até o dia do casamento, e só depois podemos nos envolver 'fisicamente' com nossos parceiros.

E eu entendia Edward.

Deveria ser difícil para ele como padre e com inúmeras crenças quebrá-las ao monte e se sucumbir ao prazer que uma mulher e um homem unidos poderiam proporcionar.

Mas eu sabia que ambos entendíamos que nosso amor era forte de mais. Chegava a doer se não tivéssemos um contato maior. Era uma real necessidade.

Edward deslizou os beijos por todo o meu corpo e minha calcinha de repente já não estava mais no meu corpo. Causando-me calafrios, ele ingressou um dedo dentro de mim e começou a fazer movimentos circulares, ao mesmo tempo em que o polegar pressionava meu clitóris, me fazendo arquear maravilhosamente na cama.

"Jesus. Você é padre mesmo... Ou isso é só um disfarce como fetiche para as mulheres?" Disse com a voz entrecortada. Ele sorriu malicioso para mim e piscou.

"Eu até sei algumas coisas... Eu posso mostrar para você."

"Eu estou doida para saber." Respondi fechando os olhos e agarrando o seu cabelo assim quando ele entrou com dois dedos em mim.

Minhas unhas passaram pela suas costas e ele gemeu enquanto aumentava o ritmo dos dedos. Até que eu comecei a sentir um espasmo percorrendo todo o meu corpo, e eu vi estrelinhas e desfaleci.

Tinha tido meu primeiro orgasmo.

Edward subiu novamente por cima de mim e mordeu o lóbulo de minha orelha.

"Eu não sei o que a senhorita fez comigo, dona Swan. Mas saiba que eu estou adorando..."

"Eu também." Abri meus olhos e vi o riso nos seus. "Eu quero você, Edward... Agora. Inteiramente."

Ele depositou um beijo cálido em minha boca e senti a boxer que usava ir para algum lugar além do arco-íris.

Seu membro se apertava contra minha intimidade e a tensão se formava cada vez maior.

Eu estava sentindo algo estranho. Uma espécie de pressentimento que precisávamos andar rápido. Precisávamos sucumbir o ato antes que algo acontecesse.

Mas o quê?

Eu não entendia. Talvez fosse a necessidade que eu sentia de tê-lo dentro de mim. Só isso.

Mas ainda assim aquele sentimento estranho se apossou do meu coração, e eu tentei afastá-lo de mim rapidamente.

Eu tinha que me concentrar no que estava acontecendo ali. No que eu sempre queria, e sempre sonhei em fazer.

O meu momento com Edward. O meu padre.

"Edward..." Sussurrei quando este respirava fundo. "Aqui." Estendi minha mão até a mesinha da cabeceira e peguei o plástico onde estava a camisinha.

Outra coisa que a religião era contra era o uso da camisinha e de qualquer outro método contraceptivo. Pois, se você só transasse com seu marido, você não precisaria evitar ter filhos ou outras coisas.

Jesus. Era mais uma 'regra' e concepção que Edward quebrava.

Edward sorriu. "Você sempre tem dessas consigo?" Ele brincou.

"Só para ocasiões especiais. Com padres especiais."

"Padres?" Ele brincou enquanto colocava. "Quantos padres a senhorita já teve?"

Fiz uma cara de pensativa e depois sorri puxando ele contra mim e sentindo seu membro ereto se encaixar em minha entrada.

"No momento só você."

Ele sorriu e disse.

"Está preparada?"

"Por você, eu sempre tive." Sorrimos um para o outro e Edward calmamente entrou em mim.

Parecia que fogos de artifício, rojões, ou quaisquer outras coisas explosivas estavam trabalhando em minha cabeça.

Edward entrou centímetro por centímetro e sentia o prazer que se acumulava com o membro grosso dele implorando por passagem, implorando por um lugar em minha intimidade.

Edward arfava com cada movimento, e eu gemi, sem me controlar.

Edward parou no mesmo instante.

"Estou te machucando?"

"Por Deus, Edward. Eu não sou mais virgem..." Sussurrei com a respiração entrecortada.

Ele sorriu e começou a fazer movimentos suaves com o quadril, pulsando e impulsionando dentro de mim.

Eu comecei a me movimentar também em seu ritmo, e logo ambos estávamos suados, fatigados.

Nossas línguas se encontraram, e uma de mão de Edward apoiava na cômoda da cama enquanto a outra apertava minha cintura com força.

Eu puxei seus cabelos e gravei minhas unhas em suas costas. O ritmo já estava totalmente rápido e ambos estávamos fatigados.

"Edward..." Gemi. "Essa... É... A melhor... Sensação..."

"Da minha vida..." Ele completou gemendo enquanto mudávamos de posição. Minhas pernas circundaram sua cintura permitindo assim que ele entrasse mais profundamente em mim.

Agora Edward não tinha mais problemas em se locomover dentro de mim, parecia que meu corpo estava dando 'olá. Seja bem-vindo' á ele. Porque era ali a quem ele pertencia.

Senti um barulho estranho, que eu não consegui descobrir de onde que vinha, mas ignorei, pois só ele me importava agora.

"Bella... Eu... Amo... Você..." Ele sussurrou pousando sua cabeça no vão do meu pescoço e cravando seus dentes ali. Eu gemi alto não conseguindo me controlar e me apertei mais contra ele, sentindo a contrição de meu corpo, anunciando a chegada do orgasmo.

"Edward... Eu vou..."

"Eu também..." Ele fechou os olhos com força e com uma última funda estocada, ele aterrou em mim.

Caímos suados um em cima do ombro, enquanto sentia meu corpo desfalecer com o nosso momento.

Ficamos parados com ele ainda dentro de mim por mais algum tempo, enquanto recuperávamos o fôlego.

Logo ele se apoiou no cotovelo e retirou o cabelo suado do meu rosto, me dando um beijo na testa.

"Foi perfeito..."

"Só perfeito?" Resmunguei ainda totalmente embevecida. "Edward, eu já disse que te amo?"

Os olhos verde dele brilharam, enquanto ele saía de mim, causando vários protestos de minha parte, e se acomodava ao meu lado.

Me aconcheguei em seus braços e aspirei o cheiro extremamente masculino que irradiava dele.

Ele é padre, mas é homem.

Foi o que eu lembrei no mesmo instante.

Edward fez carinho em meu cabelo, e estava pronto para responder minha pergunta:

"Mas é cla..."

Mas ele foi cortado pelo susto que levou. A luz do quarto acendeu quase nos cegando, e um enorme grito surgiu. Um grito assustador que parecia que vinha do fundo da alma de alguém.

Algo que eu realmente nunca em minha vida quereria ouvir de novo.

"OHMEUDEUS! EU NÃO ACREDITO! NÃO ACREDITO!"

Levantei em um pulo enquanto inconscientemente puxava o lençol comigo tampando meus seios. Eu só sei que gelei ao ver a imagem que se formava.

Eu só sei que imaginei que aquilo só poderia ser uma alucinação. A pior delas.

Eu fechei os olhos, com isso pensando que a pessoa poderia ir embora, engoli em seco, mas ao abri-los, ainda continuava ali, nos olhando totalmente assombrada.

"Mãe?"

9 comentários:

Hermione disse...

Bebetty, Alice, Naty, Gabi, Leti e Bianca... Minhas BFF's , deixei comments pra vcs no capítulo 17 de De Repente Religiosa, como terça deve ter nova postagem, acho que não consigo alcançar vcs nessa fic... mas até sexta com certeza! =)

Naty_14 disse...

O Q FOI ISSO???????
preciso respira, MEU DEUS, qse morri agr.
ALELUIA, q os dois se entregaram um pro otro. q noite romantica essa hein?!
e agr o q q a bella vai faze? to loka pro proximo capitulo. e eu achu q na parte da mulher e do homem se flando pra tenta impedi q a bella e o edward se envolvam é o carlisle e a renee ou pod se o bispo e mais algm pq naum ia se tao facil assim. e sera q o jake vai ameaça a bella pra se casa com eli se naum eli conta? achu q eli naum é capaz disso. nossa, to pirando aki. é tanta coisa na minha cabeça q mais tard eu volto a comentar.

Julia disse...

AFF!!! toh sem palavras... rs... q noite a deles... ah! suspeitava q era a mãe da Bella com o Bispo... agora tenho certeza ... q mulher chata... credo!!!

GabiClara disse...

Eu sabia!!!! Eu sabia!!!! Era a mãe dela chegando!!!!! Ela não atendia o telefone porque iria fiajar!!!!!

GabiClara disse...

Ainda faltou disser uama coisinha!

Bella é uma BURRA!

E ainda faltou disser outra coisinha...

Prefiro as cenas de a Infiltrada de pegação.

Bianca-correa disse...

EEEEEUUUUUUUU VOU MORRER
calma calma eu vou espera ate acabar a fic para ter um ataque
Não posso ficar sem ler.
Ixi to ficando popular ate a Hermione ta lenbrando de mimkkkkkkkkkkkk

Naty_14 disse...

tbm prefiro as cenas d pegaçao da Infiltrada Gabi, é mais emocionante, talvez seja pq a gente sempre espera q elis vao ateh o fim só q nunk acontece pq sempre tem um filho do pai q atrapalha elis.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

aiiiiiiiiiiiiiii vou ler o cap. agora,assim não da pra acompanhar vcs,se eu não conseguir nos falamos na sexta!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

nossa! só agora deu pra comentar! com a escola nossa vida fica muito corrida! bom voutando ao cap....
eu amei! foi incrivel! até q enfim em padre! kkkkkkkkkkkkk ri muito com a alice,ela é d+! quem diria q a tanya-pirigute ia ser gentil....bom por enquanto é só,agora vou ler o cap.4 de a infiltrada.(eu sei,to muito atrasada!)

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