De Repente... Religiosa - Capítulo 19: De Repente... Azarados Anônimos

Eu tive uma alucinação muito bizarra.

Primeiro. Eu estava indo á igreja, algo que realmente eu NUNCA faria em minha vida. Segundo, tinha um cara de intensos olhos verdes e cabelos cor de bronze extremamente bagunçado me beijando, me abraçando e fazendo amor comigo. E de repente minha mãe entra no quarto e começa a gritar dizendo que ele era padre, repetidas vezes.

Só podia ser alucinação, não é?

Ao olhar a imagem da mulher-alucinação em minha frente foi como se eu voltasse no tempo e 2008 não estivesse mais no meu presente.

Um surto de memórias tomou conta de mim.

"Mãe, me deixa ir para a Disney com as meninas da escola? Elas me chamaram!" Bella suplicou para a mãe quando estava na mesa ela, o pai e a mãe almoçando.

A mãe tentou ignorar a menina como forma dela perceber – sem palavras – o grande não que se estampava.

"Por favor, mãe..." A menina insistia citando vários argumentos que achava que eram bem plausíveis.

A mãe continuou comendo na ignorância enquanto Charlie observava a mulher.

Bella continuou enchendo a mão, até que ela levantou os olhos, deixou o garfo e a faca de lado e se virou para a filha.

"Não. O que você ganhar indo á Disney? Seu pai trabalha feito um condenado para conseguir garantir um bom futuro para você, e muitas adolescentes gostariam de ter a mesma sorte que você tem. Disney passa agora o futuro vem aí e é para sempre."

"Mas, mãe..."

"CHEGA!" Renne gritou já sem paciência alguma com a filha. "Você quer que eu te leve até o padre Ângelo e ele te castigue?"

Foi aí que Bella começou a ter medo de igrejas.

[...]

Renne bateu os pés impaciente na sala de seu consultório. Ela era psicóloga e atendia em um pequeno anexo em sua casa.

Do outro lado da linha a secretária do colégio explicava pacientemente o estado da filha.

"Ela está tossindo e está com falta de ar..."

"Essa escola não tem enfermaria não?"

"Sim. Mas a enfermeira responsável acha que ela precise ir para um hospital."

"Eu pago essa escola para quê afinal?" Renne gritou. "Mas não se preocupe, pois isso é birra da menina. Crianças adoram fazer essas coisas como forma de conseguir as coisas que os pais não deixam. Mas eu sou mais esperta que ela, e totalmente vacinada contra as idiotices de uma menina de quatorze anos."

"Mas e como ela fica? Ela não tem condições de assistir aula!" A secretária interrompeu com a voz uma oitava mais alta.

"Diga que eu a levarei para a igreja se ela continuar assim. Ela irá entender."

Renne não batia em sua filha. Disso ela concordava que não se devia fazer com os filhos, que eles ficavam mais rebeldes com isso. Ela sabia que a melhor estratégia era a pressão e ameaça psicológica.

[...]

"Renne, sua filha está muito doente."

Ela olhou para a cama onde sua filha estava deitada mais pálida do que o normal. Ela sempre fora pálida, a mulher estava só exagerando.

"Ouça, ela está somente fazendo birra." Renne falou dando de ombros. "Charlie está muito ocupado tentando puxar o saco do sargento para conseguir uma promoção, e eu tenho coisas para fazer na igreja."

"Mas... E a menina?" Dona Lourdes que morava na casa ao lado perguntou extremamente preocupada com a doce Isabella. Ela a conhecia suficientemente bem para saber que ela não fingiria doença, e o estado pálido dela não era muito normal. Dona Lourdes com os olhos piedosos tocou a testa da menina que ardia em febre. "Ela está com febre!"

Renne se virou para olhar e se aproximou com a cara fechada querendo que a filha abrisse os olhos e visse o quanto estava zangada com a encenação dela. Tocou sua testa e viu que realmente estava quente. Não pode deixar de lado uma parte de sua mente que estava preocupada, mas ao mesmo tempo não queria ceder aos caprichos da filha.

"Crianças sabem de tudo hoje em dia." Foi somente o que ela disse, enquanto se afastava.

"M-mãe..." Bella chamou abrindo os olhos como uma fenda e observando a mãe que estava embaçada. "Ma-m-mãe..."

Renne escutou o apelo oculto em sua voz, mas ela entendia de crianças. E principalmente de sua filha.

"Bella, pare com essa encenação. Você não vai para a Disney com suas amigas. Você não tem idade. E é melhor você se preparar e arrumar essa sua cara antes que teu pai chegue e te dê uns tabefes, que é o que você merece. O padre Ângelo vai vir aqui depois conversar com a senhorita, está com muitos pecados e ele com certeza vai te dar uma boa punição."

Apesar dos olhos de Bella estarem minimamente abertos, Dona Lourdes conseguiu ver a dor que as palavras da mãe lhe causavam.

"Agora, eu vou á igreja, que eu tenho muitas coisas para fazer. Quando eu voltar eu quero a senhorita de pé, com o dever de casa feito e com o quarto arrumado!"

Renne saiu do quarto e Lourdes suspirou de alívio, agora poderia cuidar da menina, já que a presença da mãe a impedia de tomar algumas providências.

"O que você sente, querida?"

"Minha cabeça... Dói..."Um sentimento estranho se apossou de Lourdes que sempre gostou da menina Bella, sempre tão recatada, tão simples e simpática.

"Eu vou cuidar de você, querida. Sua mãe já volta da igreja."

[...]

Renne entrou desesperada no hospital e uma avalanche de pessoas vestidas de branco cortou sua visão.

Na sala de espera, Charlie, ainda com o uniforme da polícia, estava encostado na parede com os braços cruzados de encontro ao peito, e a cara fechada.

"O que aconteceu?" Renne perguntou desesperada. Charlie virou seu olhar para ela. Um olhar frio e com uma faísca que ela nunca vira antes. "O que aconteceu, Charlie?" Charlie somente a olhou e sem nenhuma palavra ou expressão – além de sua máscara dura- desviou o olhar e se mudou para o outro lado da sala.

Renne o observou, e percebeu que várias pessoas que continuavam ali a olhavam com desaprovação.

"O que vocês estão olhando?" Ela gritou. E saiu dali a passos largos.

Assim que a primeira enfermeira apareceu em sua frente ela a segurou pelos ombros. "

"Minha filha, cadê minha filha?" A enfermeira a observou e perguntou quem era ela. Com um aceno profissional, a enfermeira indicou uma sala no segundo andar.

[...]

"Sua filha está com pneumonia, senhora Swan. Em estado grave. Posso saber desde quando ela apresenta sintomas?"

Renne observou sua filha dormindo na cama de hospital e se virou para o médico, com as bochechas coradas, o que a lembrou rapidamente de um hábito de sua filha.

"Ela, huh... Há alguns dias..."

"Posso saber exatamente quanto?" O médico insistiu, com o olhar imparcial.

"Sete." Renne abaixou os olhos.

"Senhora Swan, a senhora não sabia que uma gripe não tratada, ainda mais com uma menina com problemas respiratórios, pode virar rapidamente um problema maior?"

"Eu... Eu... Sabia."

"Então posso saber o porquê a senhora não a levou para um médico o mais rápido?"

Renne ia responder, mas um gemido desviou sua atenção. Ela estava grata, pois não precisaria responder ao médico, embora sentisse seu olhar a perfurando, antes de se mover para sua filha.

A pequena abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi sua mãe a olhando culpada.

Bella tinha quatorze anos de idade, e sabia que no momento que mais precisava de sua mãe, ela não estava lá. Pois ela tinha preferido ir á igreja.

[...]

"Renne, se não fosse a nossa vizinha, ela poderia ter morrido!"

"Fale baixo, Charlie!" Renne gritou. "A garota pode nos ouvir."

"A garota, por acaso é SUA filha. E você quase a matou!"

"Como eu poderia saber? Você sabe como são as crianças!"

"Bella, não é mais uma criança, e até eu entendo isso, e aceito. Ela já passou da idade de tramar essas coisas. Ou você vai dizer que ela tramou sua própria pneumonia, enganou os médicos e quase morreu por causa de uma birra?"

Charlie estava furioso com a mulher. Ele trabalhava arduamente para conseguir um melhor futuro para ela, enquanto a única coisa que sua mulher tinha que fazer era cuidar dela e preservar esse futuro. Mas por causa de suas idiotices, a filha quase morrera.

[...]

"Bella, você vai à igreja hoje comigo." Renne abriu a porta do quarto da filha. Bella estava lendo um livro e levantou os olhos para a mãe. Ela agora tinha quinze anos.

"Eu não vou!"

"Não?" Renne se enfureceu. "E posso saber o por que?" A mãe fechou os punhos com força tentando ao máximo se controlar.

"Eu não vou e pronto!" Bella respondeu voltando sua atenção para seu livro.

"Você tem que ir! É sua obrigação! Você não pode faltar! Quer ir para o inferno?"

Bella ficou quieta enquanto respirava fundo. Ela estava tentando ao máximo se controlar.

Mas a mãe continuou a bombardeando de perguntas e perguntas, até que ela deixou o livro de lado e encarou a mãe, com uma expressão furiosa.

"E por acaso não era sua obrigação pelo menos cuidar de sua filha? Não está na lei de alguma coisa que você tem que dar os tratos mínimos para quem você pare? Não era sua obrigação? Você quase me deixou morrer, se não fosse dona Lourdes eu poderia estar a sete palmos do chão agora!"

"Você não sabe de nada!"

"Eu sei de tudo!" Ela gritou se levantando e encarando a mãe. "Eu ouvi a conversa de você e papai, e também vi quando você foi á igreja ao invés de cuidar de mim! Se você prefere a igreja, vá até ela! Mas eu não vou!"

"Você está com ciúmes da igreja?" A mãe berrou incrédula. "Eu deveria ter te dado um irmão, assim você poderia transferir esse seu ciúmes para ele!"

"Você prefere a igreja á mim, a ponto de me deixar morrer. Então... Vá até ela, mas não me peça para ir."

Depois desse dia, Bella foi à livraria mais próxima e colocou o adesivo "No religion" na porta de seu quarto.

Eu não culpo a minha mãe. Só não acho que o modo educacional dela fosse um dos melhores existentes.

Inferno, talvez fosse O pior existente.

Primeiro me levando a ter medo, depois ciúmes, e todos esses sentimentos cresceram para o ódio e o preconceito.

Aos 18 eu saíra de Washington para NYC, como desculpa de que aqui teria melhores faculdades. Mas na verdade eu não queria ficar perto de minha mãe, mesmo quando ela não tinha mais poder sobre mim quanto a alguns anos.

O nosso relacionamento melhorara com o tempo. Mas eu sabia que eu sempre lembraria aqueles anos.

Eu saí do meu estado de torpor e vi minha mãe em estado catatônico e um Edward com um lençol amarrado na cintura tentando acalmar Renne.

"Bella... Como... Como... Ohmeudeus, vocês vão para o inferno! Eu vou para o inferno! Eu criei um demônio! Uma mulher que desvia um padre de seu caminho!" Minha mãe começou a descabelar o cabelo enquanto andava de um lado para o outro.

"Dona Renne..." Edward tentou começar com uma expressão que eu não conseguia identificar.

"E como você pode ceder á isso?" Ela apontou para mim como se eu fosse algo totalmente desprezível e reles. "Edward, você é um dos padres mais talentosos e importantes desse país. Como pôde?"

"Mãe!" gritei me levantando da cama pegando um robe e cobrindo meu corpo. Eu sei lá se o que eu faria iria dar certo, mas eu tinha que tentar. Por Edward. "Não é nada disso que você está pensando!"

"Não?" Os olhos dela brilharam com a esperança que ela tinha que eu estivesse falando a verdade.

"Mãe..." Me aproximei dela tentando-a acalmar. "Edward... Huh estava aqui... É... Testando o meu colchão..."

Edward me olhou com os olhos esbugalhados atrás de minha mãe e eu firmei seu olhar esperando que ele entendesse minhas intenções.

"Por que ele testaria o seu colchão?" Ela me olhou incrédula. Depois para Edward.

"Por que, huh... Edward, antes de padre... Ele... Ele... Era vendedor de colchões. Ele entende do assunto."

Minha mãe olhou para o colchão talvez esperando que ele confirmasse toda história. Que ela não olhe demais, senão realmente eu estaria perdida.

"E por que... Vocês... Precisam estar... Nus?"

Engoli em seco. Pensa Bella... Pensa...

"É... Por que o colchão é corrosivo... Mas só de roupas... Então tem que testá-lo sem roupas..."

"Um colchão corrosivo? Mas só roupas." Ela repetiu depois me olhou com um olhar diferente. "Bella você acha que engana quem?"

OPS. Sabia que o corrosivo não ia dar certo, e pelo visto minha mãe era inteligente.

"Mãe existe muitas tecnologias hoje em dia que a senhora não conhece!"

"Isabella! Eu vi vocês dois... Se... Comendo... Nessa cama!"

"Comendo?" repeti com ironia. "Você acha que o que fizemos foi algo tão pérfido assim? Foi um ato lindo e..." Edward começou a gesticular para eu me calar, e eu olhei confusa, até que minha mãe começou a gritar.

"EU SABIA! Vocês estavam sim! Eu sabia! Bella, como pode?"

OPS. Parecia que minha mãe realmente era mais esperta. Ela jogou um verde louco ali, para eu mesma me contradizer.

Cara. Aquilo só poderia ser uma alucinação... Só podia.

Eu de novo iria começara a brigar com a autora. Por que todo momento que eu e Edward finalmente fazíamos alguma coisa decente, SEMPRE tinha alguém que atrapalhava?

E por que justo minha mãe? E por que justo hoje?

Bem... Mas tudo tem um lado bom, e embora a situação seja um pouco precária, pelo menos Edward e eu conseguimos finalizar o serviço.

Seria engraçado se minha mãe entrasse alguns momentos antes e entre gemidos eu dissesse. "Espera mãe. Deixa-me chegar ao orgasmo e depois você briga comigo e fala como que eu vou para o inferno!"

Jesus. Meu humor era negro, e minha vontade era de rir totalmente histérica.

Por que essas coisas só aconteciam comigo?

Ah... Claro. A lei de Bella.

Enxuguei o suor que escorria em minha face e encarei minha mãe da mesma maneira como eu a encarara aos quinze anos.

"Sim, eu e Edward fizemos amor. Nessa mesma cama, nesse mesmo local... E eu o amo, e ele me ama. Satisfeita?"

"Bella..." Ela balbuciou. "Como você pôde?"

"Você está arranhada, mãe. Só repete isso!"

"Mas ele é padre!"

"Mas é homem! O meu homem."

Edward veio até mim e se prostrou ao meu lado protetoramente. Não pude esconder um sorriso de satisfação ao ver que ele não fugiria da raia, mas sim, ficaria ao meu lado e me defenderia.

Renne nos olhava incrédula.

"Bella... Você sempre odiou religião. E agora 'ama' um padre?"

"Não foi sempre! A senhora que me levou por esse caminho quando quase me deixou morrer para ir à infeliz daquela igreja!"

Edward apertou a mão que ele colocara no meu ombro, enquanto a outra segurava o lençol, e eu me senti corajosa, embora a situação pendesse ao contrário.

Os olhos de minha mãe se iluminaram e eu senti receio do que quer que ela fosse falar. Com certeza seria bosta.

"Agora eu entendo."

"Vai dar uma de psicóloga agora, mãe?"

"Eu sou uma! E te entendo. Claro, deveria ter percebido isso desde quando eu descobri que você era apaixonada por ele!"

"Dona Renne... Por favor, se acalme." Edward disse. Renne foi em direção á ele como se fosse bater nele. Hey... Bizarro. Edward foi levantar os braços para se defender, ou impedir que minha mãe se machucasse com a própria ofensa, quando...

OPS.

"Ahhhhhhhhhhhhhh! Oh meu Santo Expedito." Renne berrou. Abaixei meus olhos e vi que o lençol de Edward havia caído. Foi estranho... O negócio ainda estava com a camisinha e bem... Minha mãe não conseguia desviar os olhos.

E eu também. Edward extremamente sem graça puxou o lençol de volta.

Minha mãe ainda olhava para a mesma direção, meio que surpresa pelo... Huh, tamanho. E bem, eu ainda estava meio afetada e tive que abanar a cabeça algumas vezes.

"É... Hum... Vou pegar minhas roupas." Edward ainda super sem graça, me deu um beijo na testa e quase correu até a sala onde nossas roupas tinham ficado.

Eu quis dizer para ele para que não me deixasse sozinha com minha mãe, mas eu sabia que ele precisava se trocar se quisesse encarar minha mãe novamente.

Quer dizer, se só tivesse eu ali ele não se trocaria tão cedo.

Jesus! Se minha mãe não estivesse ali – aquela empata-foda – Edward e eu provavelmente estaríamos no segundo round.

Vendo que minha mãe ainda encarava um ponto fixo qualquer, eu –cautelosamente- fui abrindo caminho até a porta para me juntar a Edward e evitar qualquer coisa que aquela louca faria.

Saber que eu estava apaixonada por um padre, já fora demais para ela. Agora saber que eu e um padre tivemos huh... Relações, ai realmente era o fim da picada.

"Fique onde está, Isabella." Realmente vinha bomba ali.

"Eu estava exercitando as pernas." Sorri amarelo me voltando em sua direção. "O que a senhora tem a me dizer mesmo?" Disse tentando mostrar a confiança e coragem que eu já não sentia mais, enquanto cruzava os braços de encontro ao meu peito e a olhava em desafio.

Ela me analisou por um longo tempo como se pudesse ver minha alma, e eu odiei isso.

"Eu entendo o porquê que você se empenhou tanto em conquistar esse padre. Você não o ama como você acha."

"O QUÊ?" Eu quase berrei. Eu não amava Edward? O que minha mãe tinha tomado? Loucura com burrice e um pouco de álcool?

Hey! Aquilo era eu que tomava, ela não podia roubar minhas bebidas.

"Não me interrompa." Ela fechou os olhos, enquanto andava pelo quarto evitando precisamente a cama. Medinho?

"Como à senhora ordenar, mamãe." Falei com ironia.

"Você não sente ódio pela igreja, ou sentia, tanto faz... Você tinha ciúmes... E... Com Edward, ele como padre, você achou uma forma de se vingar de mim, ou da própria igreja. Você desvirtuando Edward, você poderia roubar da igreja o que ela te roubou há alguns anos como você mesmo diz. Isso é vingança."

Depois a louca era eu...

"Você não ama, Edward. Você só está o usando como forma de vingança para uma coisa que te aconteceu há tantos anos!"

"Você está... Dizendo que... Eu planejei fazer Edward me amar?" Perguntei incrédula.

"Inconscientemente, sim. De que outra forma você explica esse seu extremo interesse pela igreja, Bella?"

As palavras de minha mãe não deveriam, mas mesmo assim me deixaram extremamente confusa.

Eu nunca soubera do por que as coisas aconteceram do jeito que aconteceu. Eu sempre pensei que fora o amor por Edward que me levara, mas ali estava outra teoria. Uma teoria... Psicologicamente, plausível.

"Você durante anos evitou a igreja, você a odiou. Quando criança você ia comigo, mas logo depois você começou a temer, sentir ciúmes, e a odiar. Edward também foi uma desculpa para você suplantar todos os anos que você perdeu."

E ali estava, minha mãe, explicando as coisas que nem eu mesma entendia.

Algo dentro de mim gritava para que eu não desse atenção aquilo, mas eu não podia simplesmente evitar.

Embora eu não aceitasse a teoria do 'planejado' eu não poda evitar que aquilo era plausível.

Mas não... Eu amava Edward verdadeiramente. Isso não podia ser um plano! Quem planeja á quem vai amar? Ou quem faz o outro te amar, sendo que é algo natural e espontâneo?

Não. Eu verdadeiramente amava Edward.

Minha mãe estava com um sorriso vitorioso ao ver o silêncio que eu fazia e o franzir de testa, provavelmente imaginando os baques que sua teoria teria fundido em minha mente.

Levantei meus olhos em sua direção e sorri com sarcasmo.

"Pelo jeito meu plano deu errado, e eu me apaixonei por ele também."

Os olhos de minha mãe arderam em ira e eu me virei para a porta onde estava um Edward totalmente vestido e olhando com uma expressão extremamente dura para mim e para Renne.

Céus. Ele não poderia ter acredito na parte idiota do 'plano', não é?

Era só isso o que me faltava. Edward se sentir usado por mim, e vir com todo aquele currículo de bipolaridade que só ele tinha.

Jesus!

"Edward..." Comecei me virando para ele. Ele estendeu as minhas roupas que estavam em suas mãos e eu as peguei, olhando para ele com cautela. Sua expressão continuava a mesma.

Eu olhei para minha mãe que nos observava e com um suspirou entrei no banheiro para me trocar.

Ouvi as vozes dos dois lá dentro, mas não consegui realmente distinguir o que eles falavam. Depois que me troquei abri ligeira e silenciosamente a porta para entender o que eles falavam.

"Edward, você não pode desistir assim de sua vocação. Ela está te usando para uma birra infantil."

"Sua filha não é mais uma criança, Renne." Edward ponderou com a voz seca. Eu sabia que era quando estava estressado.

A questão era... Com Renne, comigo, ou com nós duas?

Jesus! Talvez ele estivesse se arrependendo de um dia nós duas termos entrado em sua vida.

Mas... Calma... Respira... Ele não tem motivos para estar bravo com você. Ele te ama e pronto. Final feliz. Ou quase feliz.

Desgraça! Talvez um final infeliz... Enfim... Era melhor não gastar meus neurônios com isso.

"Você é tão talentoso... É famoso, um ótimo padre... Você não pode fazer isso! E também minha filha... Ela vai para o inferno!Vocês vão para o inferno se continuarem!"

"Por acaso amor é coisa do inferno?" Ele retrucou. Isso, Edward. 1x0!

"Mas não É amor! Deus não permitira amor entre uma mulher e um PADRE! Isso é obra do demônio!"

Isso era o máximo que eu podia tolerar. Eu não podia deixar minha mãe falar mal e menosprezar algo tão bonito que era o amor que eu e Edward tínhamos.

Ela não poderia estragar o momento que eu e ele tivemos há alguns minutos, ela não poderia estragar O NOSSO momento feliz, com suas idiotices e ignorância e toda a história de beata e demônio que ela tinha.

Jesus! Ela não era fã de Edward? Claro. Não com ele namorando sua filha. Com certeza ela não estava pensando nem em mim na situação, mas sim em como ela perderia as missas, músicas, programas de televisão de Edward. E sabe se lá mais o quê.

Parabéns, Bella. Você tem uma ótima mãe.

"CHEGA!" Eu saí do banheiro a passos largos e fiquei entre minha mãe e Edward. "Eu não quero mais que você fale essas coisas imundas a cerca de nós dois! Eu sou uma pessoa adulta, ele é adulto, e sofremos com os desacordos da vida, mas é isso. Ponto final. Tudo vai se acertar."

"Ele não vai largar nada para você, se é o que você pensa!" Minha mãe retrucou.

"É claro que vou." Edward falou tentando manter a voz controlada.

"Bella, você mesmo disse que ele era padre, mas é homem. E o que os homens mais fazem? Eles MENTEM! É como se você fosse amante dele, e ele um homem casado! Ele promete... Promete, mas nunca cumpre!"

"Eu confio nele!" Berrei.

"VOCÊ É BURRA!" Ela gritou. Eu não consegui me controlar e dei um tapa no rosto dela.

Uma de suas mãos voou para seu rosto e segurou onde eu batera. Ela se recuperou e respirou rapidamente por alguns minutos.

Ela me olhou com os olhos fervilhando, e levantou a mão para me dar outro tapa.

"Não ouse fazer isso com sua mãe..." Mas antes que a mão dela entrasse em contato com a minha pele, a mão de Edward segurou o pulso de Renne no ar, a impedindo de prosseguir.

"Não, a deixa continuar." Eu desafiei Renne. "Acho que ela acabou com a psicologia de não bater em filhos. O negócio dela antes era só chantagem emocional."

Renne arrancou a mão do aperto de Edward e esfregou de encontro ao corpo.

"Então é assim, Isabella? Você escolhe o padre ao invés de sua mãe?"

Quando eu falo que o negócio dela era ameaça...

"Eu escolho a pessoa que sempre está ao meu lado. Que me apóia, e não me recrimina. Aquele que não me ameaça. Aquela que não me impede de ir á 'Disney'." Suspirei. "Ou seja, não você."

Renne fechou os olhos e respirou fundo, depois voltou a abri-los.

"Mas eu ainda sou sua mãe. E sempre quero o seu melhor."

Claro. Deixar-me quase morrer por falta de cuidado era super 'quero o seu melhor'.

"Saí de minha casa..." Eu disse entre dentes.

"Bella..."

"SAIA DA MINHA CASA! SAIA DA MINHA VIDA."

Ela me olhou, depois olhou para Edward. Com uma última olhada para a cama ela saiu a passos largos em direção á sala.

Eu e Edward a seguimos até a porta do quarto e observamos ela se dirigir a porta.

"E Renne... Dá-me a chave do apartamento."

Ela paralisou e com um olhar por cima do ombro pegou a chave do bolso e jogou no sofá com um olhar de desprezo.

"Você ainda irá me agradecer, Bella."

E assim ela foi embora fechando a porta ruidosamente atrás de si.

E tudo o que eu estava controlando nos últimos minutos, eu despejei em intensas lágrimas.

Senti os braços firmes de Edward me abraçar, e retribui o abraço com toda a força que eu podia encontrar. Como que para segurá-lo ali ao meu lado... Para sempre.

"Oi. Meu nome é Isabella Swan. Tenho vinte e dois anos, e pode chamar de Bella."

"Oi Bella!" Responderam em uníssono.

"Eu vim aqui hoje, nessa reunião dos AA (Azarados Anônimos), porque minha vida realmente, realmente é muito azarada."

"A nossa também." Responderam em uníssono de novo.

"É, eu sei. Aqui é o AA, né? Dã. Mas então... É porque o meu caso é REALMENTE azarado, não querendo menosprezar a vida de vocês, nem nada. Longe disso."

"Divida conosco, Bella. Podemos trocar experiências e nos ajudar. Há quanto tempo está em abstinência de má sorte?"

"Há exatamente dez minutos."

"Isso é um recorde?"

"Não. Eu já consegui ficar dez minutos e treze segundos sem má sorte." Disse com um sorriso vitorioso.

"Parabéns."

"Valeu. Então. Eu sou apaixonada por um padre, sabe? Mas não é QUALQUER padre, ele é O padre. Ele é lindo, famoso e tudo o mais. A questão fundamental é ELE É PADRE, todos os problemas vêm disso. E são GRANDES. Garanto."

"Então, Bella, sempre podemos... Bella? Bella? Terra para Bella!"

"Ah oi." Foquei Edward em minha frente enquanto dava um sorriso amarelo. Jesus. Eu estava ficando realmente com alguns sérios problemas. Além da vida, agora mentais. Perfeito! Vamos abrir uma lojinha de problemas.

Hey quer comprar um problema? Tem de um centavo de dois, e se você quiser pode levar tudo de graça!

"Está bem?" Edward perguntou com um vinco na testa e as sobrancelhas unidas.

"Está." Dei outro sorrisinho nervoso. "Quer dizer, você pode tirar os últimos minutos?"

Ele se sentou ao meu lado com um grande suspiro. "Eu também queria."

Ficamos em silêncio simplesmente analisando o chão, quando um pensamento estranho surgiu em minha mente.

A expressão que Edward fizera depois das palavras de minha mãe, não me agradara muito. Quer dizer, eu fizera alguma parcialmente parecida, mas para ela e não para Edward.

E, poxa... Eu deveria ter um cérebro maior para agüentar tanta coisa.

"Edward...?" Perguntei, pausadamente.

"Sim?" Ele ainda estava com o olhar focalizado no tapete da sala. Sentar no chão é a melhor metáfora que tínhamos nesse momento.

Estávamos literal e mentalmente lá mesmo.

"Você... Huh está... Sei lá... Quer dizer..."

"Simplesmente fale." Ele pediu ainda sem olhar para mim.

Eu engoli em seco e olhei para o tapete com um pensamento muito idiota que eu poderia me aproximar mais dele se tivesse olhando para o mesmo que ele olhava. Talvez isso quebrasse o abismo que eu sentia que se formava entre a gente.

Bem... Eu não tinha muita coisa para perder mesmo nessa vida. Quer dizer, além de Edward, e do meu emprego, e meu apartamento... Enfim.

Merda! Eu praticamente perderia os três de uma vez, ou pelo menos em uma mesma quinzena.

"Você... Você ficou bravo comigo com as palavras de minha mãe?" Falei tudo de uma vez enquanto fechava os olhos não querendo ver Edward dizendo 'Sim, fiquei. Adeus. Sou bipolar. ' Mas a resposta não vinha, e abri um olho espiando para ver se Edward realmente continuava ali.

Quer dizer, eu conseguia ouvir sua respiração, mas nunca se sabia se era outra coisa imitando. Vai lá saber, existem tantos recursos hoje em dia.

Mas ele estava lá. E ainda me olhando com aquela mesma expressão do quarto.

Jesus. É agora que a giripoca vai piar.

"Bella, larga de ser absurda." Foi o que ele falou.

"Ah eu sabia que você iria dizer isso. Ok, Edward. Eu entendo. Você não quer complicações, e... Ei, o que você falou?" Pisquei os olhos.

"Que você é absurda." Ele repetiu.

"É... Isso também serve. No sentido de eu ser absurda em querer ficar com você?"

"Bella..." Ele rolou os olhos. "Desculpe se eu estava perfurando sua mãe com o olhar, mas ele definitivamente não foi para você. É só que eu não consigo mudar de expressão cada vez que eu olho para uma pessoa."

"Mas você ainda está com essa cara fechada." Ponderei mais aliviada.

"É por que eu estou preocupado com o rumo rápido que as coisas estão tomando... Sua mãe, Mike, e tudo isso."

"Eu também..." Disse. Ainda sentindo o espaço imaginário entre nós.

"Vem cá, Bella." Ele disse esboçando um sorriso torto em seu rosto e esticando os braços em minha direção. Aninhei-me contra seu peito e senti seu abdômen relaxar e contrair com sua respiração. Era tão calmante. "Eu não acho que sua mãe esteja certa. Eu não acredito no que ela falou." Ele disse enquanto enrolava um fio de meus cabelos em suas mãos.

Eu fiquei contente, mas por outro lado, Edward NÃO acreditava, mas eu, que era eu, estava achando aquilo plausível. Diabos, talvez aquilo tudo fosse plausível.

"Ok." Somente murmurei contra seu peito. Ficamos naquela calmaria por um longe tempo, até ele sussurrar.

"Pena que ela estragou nossa noite."

"Já vai amanhecer..." Sussurrei ao ver o céu ficando em um tom cinza. "E minha mãe estragou o final de nossa noite, mas ela foi perfeita de qualquer jeito." Sorri me virando para ele e depositando um beijo em seus lábios, que foi prontamente retribuído por ele.

"Nós temos que tomar cuidado agora. Acho que não dá mais para eu ficar vindo no seu apartamento. Vão acabar desconfiando de um homem com um capuz sempre subindo pela escada e..."

"E na casa paroquial também não dá."

"Não." Ele disse com uma expressão tão fofinha no rosto que deu vontade de apertar.

"Edward..." Comecei. "O que será que minha mãe quis dizer com... 'Você ainda irá me agradecer, Bella'? Será que ela vai fazer alguma coisa?"

"Não sei..." Ele suspirou traçando um caminho de seus dedos pela minha coluna. "Mas acho que ela não vai fazer nada. Além do que ela não sabe de uma coisa muito importante." Ele sorriu.

"E o que é?"

"Que eu já conversei com o bispo sobre largar o sacerdócio."

Embora Edward quisesse demonstrar confiança, eu mesma não sentia tanta assim. Um sentimento estranho se apossou de mim, mas eu tentei afastá-lo.

Céus. De sentimentos estranhos e ruins eu já tinha de monte. Além de eu mesma ser uma estranha.

"Dom Daniel é como se fosse um pai para mim." Edward continuou. "Não como Carlisle, mas como espiritual. Ele que me recebeu de volta quando eu decidi voltar para o seminário... Eu nunca esqueci aquele dia. Eu tenho certeza de que qualquer outra pessoa colocaria em julgamento minha vocação, mas ele não o fez. Ele somente aceitou e ainda fez com que os registros que eu tinha deixado fossem apagados, e a imprensa não se envolvesse com isso." Ele suspirou enquanto me acomodava em seu colo. "Eu tenho certeza que por mais que ele não goste, ele está fazendo o que eu pedi." Edward terminou com segurança.

"E assim, minha mãe nada poderá fazer." Afirmei mais para mim mesma do que para qualquer outra coisa.

"Sim..." Ele sorriu e me deu um beijo de esquimó. "E depois disso a gente pode viver felizes, sem nada para nos impedir."

"Nada." Repeti sorrindo.

O dia finalmente amanheceu, e apesar de eu estar com extrema vontade de fazer mais alguns rounds com Edward, o clima não estava muito propício á isso.

Era melhor realmente esperar por outra ocasião.

Agora eu estava ligeiramente mais calma, pois não acreditava muito que minha mãe pudesse fazer alguma coisa, além de dizer como eu iria para o inferno.

Como Edward falara com o bispo ele estava afastado da igreja, ou pelo menos de celebrar missas e atender confissões. O bispo precisava de um prazo para resignar outro sacerdote para a catedral, e enquanto isso Edward cuidava de alguns pepinos que não envolviam nada de muito padre no meio.

Edward estava lindamente vestido com aquele seu avental 'Sou homem, mas sei cozinhar' e fazia como um chef uma omelete perfeita.

Na verdade... Omelete era o que ele estava fazendo agora, porque ele já tinha feito um par de coisas deliciosas que eu só estava salivando enquanto olhava.

"Babenta." Edward brincou colocando o prato com as omeletes na minha frente. "Sal, pimenta, sazon?"

"Hm... Você que sabe." Disse vendo aqueles montes de frascos que para mim era tudo o mesmo pó.

"Hm..." Ele analisou os vidros e depois ergueu o de sazon e jogou um pouco no prato. "Leite, café, chá?"

"Edward, pára de me servir." Fiz cara de 'má', enquanto o puxava pela barra da blusa para se sentar na cadeira ao meu lado. "Eu mesma me sirvo."

Ele começou a resmungar, mas eu logo consegui domá-lo com meus argumentos de como 'devemos praticar nossas articulações, e como também ele não deveria me acostumar mal senão daqui a pouco ele teria que me locomover'.

"E olha que nem vai ser pela preguiça, mas sim, pelo peso que eu vou ter que carregar." Terminei o discurso enquanto encharcava o meu pão com requeijão e ainda colocava uma mortadela no meio.

"Você sempre come tudo isso?" Edward perguntou assombrado.

"Olha quem fala." Apontei para o hiper prato dele, claro, mais lotado de doces do que não sei o quê. "Além do que eu fiz certo...Esforço hoje."

Edward meio que engasgou com o leite e eu bati em suas costas, com uma ruga se formando em minha testa.

"Edward não me torne viúva antes mesmo de me casar!"

Ele se engasgou mais ainda.

"Edward, o que foi...?"

"Nada." Ele disse quando se recuperou. "Acho que é a idade." Estreitei meus olhos para ele e continuei comendo. Até que sentir seus olhos analisando cada mastigada, cada pedacinho que ficava para fora da boca e vai lá se saber cada nojeira mais, eu comecei a me inquietar.

"Edward, pelo amor da Nossa Senhora do Café da Manhã reforçado depois de uma noite de amor com padres, pára de me olhar."

"Você é linda, não sabia?"

"E você é mais, mas eu não fico te olhando o tempo todo!" Embora fosse interessante... Mas se eu falasse aí que ele não pararia de olhar para mim mesmo.

Ele riu em deboche enquanto continuava com sua comida. "Você tem leite condensado aí?"

Rolei meus olhos. "E creme de leite, chocolate em pó e manteiga. Sim, tudo para um brigadeiro."

Ele sorriu torto, mas me olhou cínico. "E quem disse que eu estava falando de brigadeiro?"

Mas antes que eu pudesse perguntar para quê era o bendito leite condensado então, eu me lembrei de uma coisa que definitivamente estava faltando naquele apartamento.

Espera. Mesa. Cadeira. Abajur. Geladeira. Cama. Banheiro. Sala. TV. Controle remoto. Vaso de Flores. Jaqueta de Edward. Edward. Eu. Minhas roupas. Comida.

"Bella, por que você está andando pelo apartamento todo e me cheirando?"

"Ohmeudeus!" Gritei subitamente assustando Edward e quase o fazendo cair da banqueta.

"Jesus, o que foi?" Ele perguntou olhando para os lados talvez procurando por um Mike escondido, ou um jornal local tirando fotos e arrancando nosso sangue.

"SKY! Eu a deixei no armário de vassouras das faxineiras do prédio. Eu a esqueci lá."

Edward começou a rir descontroladamente logo quando estava seguro em sua banqueta novamente.

"É assim que pretende cuidar dos nossos filhos, senhorita?" Ele provocou.

"Não brinca Edward. Estou falando sério!" Gritei andando de um lado para o outro.

"E eu também." Ele disse sério. Eu parei no olhar e o indaguei com o olhar.

Jesus. Ele estava realmente falando sério?

"Claro que não, meu amor. Mas acho que é bom você pegá-la agora." Ele disse.

"Ah, pensei alto de novo?" Disse enquanto ajeitava meus cabelos em um coque e dava um rápido selinho em Edward. "Eu vou lá resgatar nosso bebê e já volto. Fica aqui."

"Não vou a lugar nenhum." Ele ergueu os braços em rendição, com um sorriso. O celular dele tocou e ele olhou no visor. "É minha mãe." Ele franziu o cenho, provavelmente perguntando do porque ela estar ligando para ele naquelas horas da manhã de um sábado.

Rolei meus olhos e fui calçando meus sapatos no caminho enquanto Edward conversava com a mãe.

Pe. Edward

"É minha mãe." Falei para Bella. Ela rolou os olhos e me deixou ali enquanto saia divertidamente tentando colocar os sapatos de pé. "Alô, madrugadora." Brinquei assim que atendi.

"Oi filho. Estamos tão felizes."

"Estamos?"

"Sim. Eu e seu pai. Estamos indo ver Bella."

"O quê?" Engasguei.

"É. Ficamos sabendo que ela acorda cedo então resolvemos fazer essa visita o mais cedo possível." E desde quando Bella acordava cedo, com exceção de hoje, quando ela não precisava?

"Mas..."

"Então, só liguei para te avisar que hoje vamos falar com ela."

"Mãe, acho que Bella está..."

"Agora é tarde demais. Já cheguei aqui. Beijos, depois eu falo com você." E ela desligou e eu fiquei ali encarando o aparelho em minhas mãos como se ele fosse de outro mundo.

Jesus. Cristo. Me. Abençoa. Amém.

Bella

Sky vai me matar. Eu já estou até presumindo a carinha de cachorro morto no deserto que ela vai fazer.

Sério. Eu teria que arranjar outros lugares para mantê-la à noite. Talvez na casa de Rose para atrapalhar a vida sexualmente ativa OU NÃO dela e de Emmet.

Aff, aqueles dois eram mais complicados que batata e acerola.

Ouvi alguma coisa quebrando na cozinha e logo iria dizer para Edward que eu não era rica para ficar pagando aquelas coisas não.

"Bella pare."

"Eu já vou voltar." Mas que menino apressado. Não consegue ficar um minuto longe de mim.

Ajeitei meus cabelos mais uma vez e abri a porta, dando logo um passo para frente.

"SURPRESA!"

Então eu gritei.

Jesus. Maria. José. Santo Expedito. Santa Teresinha do menino Jesus. Enfim, vocês entenderam.

"Credo Bella, sou tão feio assim?" Carlisle brincou com sua cara de médico ginecologista. Ok. Péssima definição, mas eu realmente não tinha uma melhor no momento.

"É... Huh... Eu estou exercitando... É... Minha... Voz..."

"Ah que linda." Esme bateu as palmas em excitação. "Tenho certeza que você vai adorar o estúdio que temos lá em casa."

"Como?" Perguntei confusa.

"Ah, você irá entender... Não vai nos convidar para entrar?"

"É... Huh..." Olhei para trás para ver se Edward estava por ali, e não estava. Jesus. Só me faltava mais revelações com pais no mesmo dia. "Claro. Por que não?"

"É por que não?" Esme disse animada enquanto de braços dados com Carlisle entrava no meu apartamento analisando tudo ao redor e fazendo vários comentários com Carlisle.

Eu nervosamente os acomodei na sala enquanto saia até a cozinha no maior disfarce que eu consegui achar.

"Edward?" Sussurrei assim que entrei e olhava em baixo da mesa.

"Aqui." Ouvi outro sussurro vindo de trás da porta que dava para a pequena varanda. Suspirei de alívio e fui até ele.

"Por que você não me avisou?"

"Você não me ouviu!" Ele retrucou.

"Mas e..."

"Bella, querida? Não precise fazer nada para nós. Já tomamos café em casa." A voz de Esme veio até mim.

Limpei a garganta e disse de volta.

"É só uma água Esme. O mínimo que eu poderia fazer." Me voltei para Edward que estudava a disposição das janelas como que analisando se a queda o deixaria paraplégico ou não. "O que eu faço?"

"Não sei..." Sussurrou revoltando.

"Mas o que eles querem aqui? Eles nunca vieram aqui!"

"Eu acho que sei o que é." Ele rolou os olhos em uma expressão meio amarga. "Eles..."

"Bella, algum problema?" Esme enfiou a cabeça na cozinha.

"É, huh... Não..." Olhei de esguelha para um Edward totalmente exprimido contra a parede.

"O que está fazendo aí, querida? Venha para a sala." Ela sorriu calorosamente.

"Eu já vou. Só estou tomando um pouco de ar... Eu acordei meio mal... Hoje."

"Eu entendo. Edward geralmente é assim também, viu?"

"Jura?" Falei com a voz quase histérica.

"Pois é." Ela sorriu, e me pegou pelo braço. "Mas vamos que eu e Carlisle temos algo muito impo..."

"Ei!" Carlisle apareceu na cozinha olhando para algum ponto atrás de nós. "O que o clone de nosso filho está fazendo praticamente pulando da varanda?"

Oh céus.

"Edward eu te avisei que não precisava."

"Mas era claro que sim!" Ele retrucou. "Pai, você acredita que ela ia deixar Sky sem a bolinha dela porque estava só preso no negócio de fora da varanda?"

"Mas eu poderia comprar outra. Na clínica Black tem vária e de várias cores, mas Edward insistiu."

"Ás sete da manhã?" Carlisle perguntou franzindo o cenho.

"É... Pois é." Disse gesticulando para Edward. Nos últimos dois minutos, apenas com o olhar e algumas palavras idiotas a gente inventou um par de desculpas para explicar o que diabos Edward estava fazendo ás sete da manhã, no meu apartamento, e ainda querendo pular da varanda. "O porteiro... Sabe o Wars? Então, ele falou para Edward quando este estava passando por aqui, então ele teve a boa alma de subir até o apartamento e pegar a bolinha."

Esme e Carlisle franziram a testa mais ainda e ao mesmo tempo.

Céus. Ali estava um casal que eu chamava de sintonizado.

"Hmm... Para mim isso era o teste do colchão."

"O quê?" Eu e Edward exclamamos juntos.

"É." Carlisle afirmou com a mesma expressão séria. "Eu sei bem o que os dois estavam fazendo..."

"É, Carlisle. Eu concordo plenamente." Esme disse balançando a cabeça negativamente. "Esses dois..."

"Olha, não é NADA disso que vocês estão pensando..." Comecei.

E de repente, Esme e Carlisle olharam um para o outro e começaram a gargalhar histericamente.

Eu fiquei ali os encarando totalmente atônita, e Edward igualmente.

O que eu havia perdido?

"Sempre funciona, Carlie." Esme disse entre as risadas totalmente histéricas. De repente eles pararam de rir, olharam para nossas caras, se olharam novamente e começaram a rir de novo de algo que eu estava ignorando até então.

"Por que vocês não estão rindo?" Carlisle perguntou em meio ás risadas.

Forcei uma risada sem graça, enquanto Edward dava uma, só que esta de profundo alívio e quase irritação pela cena que os pais nos fizeram passar acreditando que eles sabiam alguma coisa.

Jesus. Pelo menos desgraça não vinha em cascata.

Ou se viesse pelo menos não tudo no mesmo dia né?

"Então Bella... Agora vamos conversar sério. E é muito bom que Edward esteja aqui também." Esme começou juntando as mãos e provavelmente se controlando para não sair quicando.

"É?" Perguntei olhando para Edward ao meu lado que estava afundado no sofá com a cara emburrada e devorando um pacote inteiro de bolacha.

"Sim, é que..."

"Ah espera." Disse me levantando em um salto. "Eu preciso buscar Sky antes." Disse totalmente envergonhada de ainda não ter ido buscar a infeliz minúscula. Agora ela deveria estar com cara de um cachorro perdido, abandonado no deserto, com a língua para fora e ainda tendo alucinações.

"Eu vou com você. É uma boa oportunidade para conversamos, não?" Esme disse se levantando prontamente. Aceitei de bom grado e só ouvi os comentários de Carlisle – parecendo um colegial – sobre as 'cadeiras' da esposa, e Edward tendo que concordar com alguma coisa sobre 'as formas' da mãe.

Assim que abri a porta e fui dar o primeiro passo, eu o vi.

E então eu gritei.

Pela segunda infeliz vez naquele dia.

Inferno. Só que dessa vez eu me desequilibrei e Esme – minha sogrinha – teve que me segurar o que quase levou nós duas ao chão.

"Wars! Pelo amor de Nossa Senhora do Café da Manhã Reforçado depois de uma noite de amor com..." OPS. Esme me olhava com curiosidade.

"Com uma noite com quem, anjo? Fiquei curiosa."

"É... Noite com... Morpheus. É. A-DO-RO dormir nos braços de Morpheus."

"Senhorita Swan..." Um porteiro Wars totalmente arrebentado começou a falar com a voz saindo mais pelo nariz do que por qualquer outra coisa.

"Credo Wars, decidiu fazer jus á seu nome?" Disse observando os vários machucados em seu rosto e braços. "Parece que foi para uma guerra."

"E fui. Ou ela veio até mim. Um exercito inteiro, senhorita." Ele disse enxugando o suor da testa com um lenço que havia acabado de tirar do bolso.

"Que horror." Esme disse pegando Wars pelo braço e adentrando-o em minha casa. "Entre, por favor. Bella pegue uma compressa com gelo."

Certo. Pode entrar Sr. Wars, a casa é MINHA!

Isso era o que chamavam de sogra abusada hoje em dia?

Está bem que ela ainda não sabia disso, mas isso era mero detalhe.

Fui pegar a bendita compressa e quando voltei para a sala Carlisle estava olhando os ferimentos que mais parecia unhadas e bolsadas de Wars. Me afundei no sofá ao lado de Edward, e diante seu olhar indagador, simplesmente rolei os olhos.

Depois da sessão 'eu sou o porteiro mais paparicado do mundo', Wars juntou as mãos e ainda apertando o lenço fervorosamente nas mãos começou a falar.

"Foi horrível... Aquele monte de gente... Segurando tochas... Monumentos... Facas... Garfos... Colheres... Até aquelas suíças sabe?... Bolsas... Unhas enormes igual da Victória não sei o quê..."

"Ok. Agora pule para o final." Apressei. Aquele papo 'aconteceu comigo e foi emocionante' não era comigo.

Wars me olhou nervosamente. "Daí todos me entregaram um papel... Eu juro que pensei que fossem os dez mandamentos da igreja... Ou a tábua dos mandamentos que Deus enviou..."

"Mas logicamente não era..."

"O deixa continuar." Esme me cortou, olhando feio. Ok né?

"Então veio a luz. Uma mulher – a líder – com longos cabelos presos em um alto coque da cabeça, com um terno preto no corpo, e sem nenhuma maquiagem no rosto..."

"Seria a síndica do prédio?"

"Sim. Sim." Ele disse estremecendo como se a simples menção 'síndica' o fizesse delirar. "Ela me entregou o papel, e minhas mãos tremiam, e ela me olhou com desprezo... E aqui... Aqui estou..."

"Para quê?" Esme perguntou gentilmente dando leves batidas em sua mão. Ele a olhou, depois para Edward e depois para mim.

"Eu juro, juro que tentei resistir, Bella. Eu juro. Mas eles me bateram, eles me forçaram. Eles me lembraram do leite dos meus filhos..." Ele começou a choramingar.

"Fale logo, homem!" Quase berrei com toda aquela apreensão.

Wars torceu o lenço nas mãos e me olhou novamente. "Eles querem que você seja despejada do prédio. Fizeram abaixo-assinado e tudo."

OH Jesus. Aquilo era realmente uma desgraça.

"Mas isso é uma maravilha!" Esme gritou de repente fazendo todos olharem para ela assombrados.

"Mas por quê?" Perguntei para Wars, totalmente inconformada com aquilo. "O que eu fiz dessa vez?" Cruzei meus braços no peito totalmente emburrada com a situação.

"Eles ouviram gritarias de noites, algo envolvendo 'padres', e acharam que você já passou dos limites depois da cantoria de uma música religiosa... Ei, você não é o padre Edward Cullen?"

Edward acenou completamente sem graça de seu lugar e Esme começava a quicar de alegria de um lado para o outro como se tivesse sabido que o Michael Jackson e o Elvis não haviam morrido.

"Mas eles não podem fazer isso. Eu tenho direito. Eu pago meus impostos em dia e..."

"Na verdade..." O senhor Wars me cortou. "No abaixo-assinado diz que a senhorita deixou de pagar uma conta de água, porque afirmou que a infiltração em seu banheiro fazia com que toda a água do vizinho gastasse fosse para sua conta."

"Mas isso era óbvio. Eu não vou pagar conta de vizinho!" Exclamei ofendida.

"Só pode ser coisa do destino, Carlie... É perfeito..."

"Espera." Edward se revelou de repente pegando o abaixo-assinado de Wars. Ele analisou de cima a baixo e eu não gostei daquele vinco em sua cara. "Acho que como... Noventa por cento do prédio quer que você vá embora, não há alternativa, Bella. Desculpe-me." Edward me olhou compassivo.

"Ah... Está brincando certo?" Arranquei o papel de suas mãos e vi todas as assinaturas. "E quem é a boa alma que não votou em mim?"

"Mas que notícia ótima!"

"Na verdade..." O senhor Wars disse nervosamente. "Todos votaram, esses dez por cento são os apartamento vazios. E assombração não vota certo?"

Jesus. Eu realmente estava perdida.

"Eles vão ver..." Disse fazendo planos diabólicos em minha mente. "Eu vou fazer com que alguém bem pior do que eu entre nesse apartamento. Eles vão pedir de joelhos que eu volte! Já sei, vou trazer um garanhão da cidade, vai ter suruba o dia inteiro. Quer ver eles não sentirem minha falta..."

"Você não vê Carlisle, é perfeito!"

"Jesus, eu posso saber por que sua mãe está tão feliz com isso?" Exclamei totalmente surpresa. Quer dizer, HELLO, eu estava virando sem teto!

"É porque você vai morar com a gente querida!" Esme veio me abraçando com um enorme sorriso na cara.

"Como?" Exclamei abobada.

"Você será minha nova filha." Ela ampliou mais ainda seu sorriso enquanto me arrastava pela mão. "Filha este é seu pai." Ela apontou para Carlisle que acenava calorosamente. "Filha esta é sua mãe." Ela apontou para si mesma.

Jesus. Era alucinação? Só podia né?

"E esse..." Ela me levou em direção á Edward que estava com a cara totalmente emburrada. "É seu novo irmão."

Oh Jesus. Realmente esse mundo era uma grande ironia.

Existiam coisas no mundo que simplesmente não entravam em minha cabeça.

Como o fato de alguém ter tanta desgraça em sua vida? Ou pelo menos uma cascata de desgraças que hora ou outra queriam desabar sobre você?

Agora nem eu mais sabia se era a Lei de Bella ou porque Deus não gosta de mim mesmo.

Talvez fosse por desvirtuar um padre. Pronto. Que beleza. Achei minha sina.

Assim que Esme veio com toda aquela história super doida, eu logo recusei. Hello? Eu tinha pai e mãe, está bem que eu não via o primeiro há anos, e eu estava terminantemente brigada com minha mãe, mas eu os tinha.

E para que eu iria querer um irmão aos 22 anos?

E se irmão ainda é um gatíssimo, que era padre, e eu já havia pegado!

Eu poderia ser muitas coisas, menos uma pessoa que cometesse incesto. UGH! Que negócio mais nojento.

Só que aí, Wars me lembrou que eu não tinha onde morar. No trabalho no outro dia, Lauren me lembrou que meu trabalho estava por um fio e que a mulher de Chicago aceitara meu cargo, e também descobri que minha conta no banco estava mínima.

É. Eu confesso que tentei de tudo para conseguir algum lugar. Até na esquina do Lixo com a Pobreza no fim de NYC, mas nem lá eu conseguia alguma coisa que atendesse minhas necessidades.

Aceitei morar com os Cullens, mas deixei claro para uma Esme saltitante e um Carlisle extremamente protetor, que não tinha nada de papéis, documentos, ou nada, que eu estava vendo aquilo como uma ajuda á uma pessoa necessitada.

Bem... Acho que eles não ouviram nem metade do que eu disse, porque logo depois eles estavam chamando o decorador e pedindo opiniões para o tom de rosa que eu queria no meu quarto.

Edward ficou alheio á tudo isso, somente observando com uma expressão fechada.

Depois de uma semana, eu me mudei para a casa deles, com a ameaça que alguém pior entraria no meu lugar naquele apartamento.

Eu quase criei briga com uma mulher do segundo andar, e o senhor Wars teve que chamar a polícia para me tirar do lugar.

Agora lá estava eu... Na sala de jantar dos Cullens, com Edward ao meu lado e uma Sky brincando com a mãe e os irmãozinhos.

Pelo menos aquela lá estava confortável, quer dizer, viver com os pseudo-sogros não era uma coisa lá tão aconselhável.

Depois do jantar eu consegui puxar assunto com Edward, já que eu não conseguira ficar sozinha com ele e ter um tempo de qualidade já algum tempo.

"Sinto saudades." Sussurrei em seu ouvido.

Ele sorriu torto. "Eu também, irmãzinha."

"Pelo amor de Deus não brinca com isso!" Rolei meus olhos.

Quando ele ia responder a campainha da casa tocou.

Esme toda saltitante e murmurando algo como "Vocês são irmãos tão fofos", foi abrir a porta. Desviei toda minha atenção a Edward que estava lindo como sempre.

O que eu mais queria nesse momento era fugir com ele e repetir a noite de amor que tivemos e que infelizmente foi impedida de bis pela louca de minha mãe.

Eu estava pronta para puxá-lo pela mão e trancar a gente no meu quarto ou mesmo no canil dos cães, quando a voz de Esme vem em minha direção:

"Bella querida. É para você."

"Jesus, já me acharam aqui? É a polícia?" Perguntei assombrada. Estava acontecendo tantas coisas em minha vida azarada, que eu não duvidava se eu fosse presa por ataque violento á alguma coisa ou tráfego de drogas.

Edward controlou a risada, e Esme piscou os olhos diversas vezes, talvez se perguntando que tipo de maníaca ela tinha chamado para ser a mãe de seus netos.

"Não querida... É... Alguém da paz. Acho."

Suspirei e logo meus punhos se fecharam com a possibilidade de que fosse minha mãe. Será que ela teria a audácia de aparecer por ali? Oh Jesus, e se ela revelasse tudo para os pais de Edward?

Ainda bem que aquela casa era grande, assim eu poderia me esconder e queria ver alguém que me achasse.

Fui até a porta com Edward nos meus calcanhares. Sua postura era protetora talvez com a mesma idéia da mãe louca que eu tinha.

Mas assim que eu vi a pessoa que se encontrava ali, meu coração falhou uma batida.

"Jake?"

"Ah... Oi... Bella." Ele trazia um pequeno ramalhete nas mãos e parecia um garotinho perdido no meio da floresta e eu o lobo mal que iria comê-lo.

"O que você estava fazendo aqui?" Fazia duas semanas desde que Jake havia descoberto tudo sobre mim e Edward, e desde então ele nunca viera falar comigo e continuávamos brigados. Agora o que raios ele queria ali agora, era a grande pergunta.

O olhar dele recaiu sobre Edward que continuava atrás de mim e depois se voltou para mim. Merda, eu havia me esquecido de contar á Edward que Jake sabia. Bem... Na verdade eu havia contado, mas acho que Edward estava ocupado com outras coisas... Se é que vocês me entendem.

"Edward..." Me virei para ele tentando passar confiança pelo olhar. "Pode levar essas flores para dentro, por favor?" Pedi entregando o ramalhete que Jake havia trazido. Edward fuzilou Jake com o olhar – sim, ele devia se lembrar- e depois me lançou um olhar do tipo 'eu vou querer saber de tudo depois'. Edward pegou o ramalhete meio 'abruptamente', e entrou na casa, deixando a porta aberta.

"Edward, com a porta fechada!" Logo a porta se fechou em um estalo e eu me virei para Jake hesitante. Eu não poderia esquecer o que ele havia dito para mim naquele dia. Eu poderia ouvir aquilo de todo mundo, menos dele.

"Ele... Huh sabe que eu... Sei?"

Assenti ainda sem saber o que fazer. Jake circulou os pés no chão e abaixou o olhar, assim se seguindo um longo silêncio.

"Então, você, huh... Veio morar aqui?"

"Sim."

"Por que não pediu algo para mim?... Digo eu poderia te arranjar um lugar para..."

"Jake." Abanei minhas mãos. "Já passou ok? Agora me diga o que veio fazer aqui."

"Bem..." Engoliu em seco. "Eu queria... Queria... Queria..."

"Você pode querer muitas coisas..." Disse tentando amenizar um pouco o clima tenso entre a gente, e ver Jake naquele estado também não era legal. "Pão, sorvete, brownie de chocolate, ou ir á Paris..."

Ele riu nervoso e passou a mão pelos cabelos. "Eu queria me desculpar."

"Queria?"

"Quero." Ele reafirmou. "Por favor..." Ele acrescentou se aproximando de mim e pegando minhas mãos nas suas. "Eu fui um idiota... Julguei... Eu fui preconceituoso, mas diabos, eu fui criado de um jeito e você, bem..." Ele olhou através da janela da casa e suspirou. "Eu sei que você não pode escolher quem você ama." Ele afirmou como que dizendo para mim que ele não escolhera me amar.

"Eu sei..." Afaguei seu rosto.

"Bella... Diga que me perdoa. Se você não me perdoar, pelo idiota que fui eu não sei o que eu faço... Sou capaz de fazer plantão nessa casa, de escalar sua janela até você dizer que me perdoa... Por favor, eu não quero... Perder você. Eu não quero que você saia de minha vida."

"Jake..."

"Por favor, Bella..." Ele beijou minhas mãos ardorosamente. "Por favor, me perdoa."

"Ok. Ok." Ele deu um amplo sorriso enquanto me pegava pela cintura e me rodeava no ar. "Idiota." Completei enquanto tentava me safar de seu super abraço.

Quando eu voltei no chão só ouvi a porta se abrindo e um Edward raivoso sair dela.

"Ok. O tempo acabou. Tchau." Ele me pegou pelo braço e foi me arrastando para dentro da casa, e Jake olhou a cena chateado.

"Edward, calma." Peguei firme no braço dele e encarei seus olhos. Ele hesitantemente soltou meu braço, mas continuou ao meu lado. "Então... Tchau Jake."

"Tchau..." Ele disse hesitante perante Edward. "Só mais uma coisa... Por que você não está morando com sua mãe?"

"Como?" Perguntei confusa.

"Bem... Eu fui te procurar no seu apartamento hoje cedo e sua mãe estava lá. Depois o porteiro me disse onde você estava... Mas bem, é estranho sua mãe lá e você aqui..."

Oh Jesus. Eu. Não. Acreditava. Nisso.

"Algum problema?" Ele perguntou.

"Er... Nenhum. Nenhum." Sorri amarelo. "Tchau Jake."

"Tchau Bella... Edward." Ele acenou polidamente. "Apareça pela clínica." Assenti com um sorriso e assim que ele saiu de vista encarei Edward, estarrecida.

"O que minha mãe ainda faz na cidade?" Perguntei o que sabia que ambos estávamos pensando.

Antes que pudéssemos desenvolver o assunto, Esme e Carlisle apareceram abraçados na porta nos olhando com aprovação.

"Está vendo Carlisle? Bella já tem um pretendente... E um ótimo. Nossos netos não vão demorar a chegar. E Edward? Ah... Ele está se comportando como um perfeito irmão ciumento. Não é perfeito?"

Oh Jesus. Onde eu me metera?

Duas semanas depois.

Estavam em meados de Março e minha vida caminhava para rumos totalmente... Estranhos e bons ao mesmo tempo.

Eu ainda estava com Edward. Hey, isso é quase um milagre! A gente não brigava, e ainda estava junto. Realmente o meu tipo perfeito de azar resolvera me deixar em paz. Aleluia!

Estava com meu emprego. Outro milagre!

"Faz um milagre em mim..." Ok. Parei.

Ainda estava morando com os Cullens e até que eu estava me acostumando apesar de me sentir muitas vezes com vontade de comprar um GPS naquela casa.

Eu me perdia constantemente e tinha que mandar mensagens de texto para Esme do tipo "Onde é a cozinha?" E ela mandava outras do tipo "Vá a esquerda. Direita. Agora gire." E essas coisas.

Apesar da estranheza de tudo, Esme e Carlisle eram pessoas muito boas. Eu já conseguia entender um pouco da essência delas, e o melhor, conseguia enxergar de onde Edward e Alice puxou suas virtudes E defeitos.

Por mais que eu quisesse que Edward morasse ali também, afinal seria a desculpa perfeita – não éramos irmãos? Irmãos tinham que morar junto!- porém ele continuava na casa paroquial, mas visitava seus pais com maior freqüência do que antes.

Minha mãe realmente estava morando no meu antigo apartamento, e soube que houve certa hesitação dos moradores em aceitá-la. Afinal nunca se sabia quando os genes de loucura eram hereditários ou não.

O que eles não sabiam era que a loucura DELA era bem diferente do que a minha.

E cá entre nós, eu preferia muito mais a minha.

Ela tentara falar comigo uma vez, e só lembro-me dela falar algo como "É isso que você quer mesmo?" e depois eu desligar na cara dela.

É. Acho que eu nunca mais me daria bem com minha mãe novamente.

Eu e Jake continuávamos grandes amigos, e Tanya ainda estava no plano contra Mike. Segundo ela, Mike já confiava nela a ponto de dizer coisas importantes, incluindo a ameaça exorbitante de não sei quantos milhões que ele queria.

Parecia que ele não estava mais animado a fazer isso, e Tanya dissera que ele dissera 'você está me fazendo me preocupar com outras coisas. O resto perde a graça'. Agora a questão era saber se era verdade ou mais um truque do chefe dos Garanhões da Cidade.

O que me importava era que ele não fizesse nada até a bendita resposta e fim do sacerdócio de Edward.

Eu e Edward não nos amamos novamente. Simplesmente o momento de carícias e de mais intimidade que tínhamos era quase nulo, devido ao cuidado e falta de tempo que tínhamos, e eu já estava começando a ficar frustrada.

Agora eu estava tomando um café da manhã na Starbucks com Rose, que quase me intimara a ter um tempo de qualidade com ela.

Segundo ela, eu não estava sendo uma boa amiga depois de todo esse rolo com Edward.

Hey? O que ela queria também? Que eu desse mais atenção á ela do que ao meu namorado padre, lindo e gostoso?

Ok. Duvido que ela dê mais atenção á mim do que a Emmet.

"Bella, vamos sair daqui?" Ela pediu deixando dinheiro sobre a mesa. Assenti e caminhamos juntos curtindo os raios de sol que iluminavam meus cabelos naquela linda estação da Primavera.

Eu estava pensando em diferentes maneiras de seqüestrar Edward e ter o MEU tempo de qualidade com ele, quando Rose soltou um gritinho agudo em frente á uma banca de jornal.

Revirei meus olhos quando ela agarrou uma revista de moda que tinha ela na capa.

"Rose, por que você não me contou?" A acusei.

"Desculpe Bella. É que eu não tinha certeza. Eles disseram que TALVEZ eu saísse. E oh, eu saí!"

E como se tivesse acionado um botão automático um monte de pessoas cruzou as ruas elogiando Rose e pedindo autógrafos. Eu merecia senhor?

Além de um namorado famoso eu tinha uma amiga também?

E onde EU ficava nessa história?

Passei meus olhos despreocupadamente pelas revistas e senti um olhar sob mim. Quando fui ver era o jornaleiro me olhando com curiosidade e depois virando seu olhar para a revista e assim repetidas vezes.

"Quem está na revista é ela, não eu." Disse com um sorriso amarelo. Está bem que ser confundida com Rose era uma coisa boa, mas primeiro de tudo o cara era daltônico. Confundir loira com morena não era uma coisa que eu classificava como 'saudável. '

Voltei meus olhos pelas revistas e vi vários títulos interessantes... Várias fotos... Rose... Brad Pitt... Jonas Brothers... Robert Pattinson... Garanhões da Cidade... Alice... Pe. Edward... Bella... Iron Maiden...

"Ah... Ohmeudeus, eu sei quem você é." Uma mulher gritou atrás de mim e me girou me fazendo olhar para ela.

"É... Bella?"

"A mulher do Padre!"

"Quê?"

Com um novo aperto do maldito botão automático as mulheres que estavam sobre Rose se viraram todas para mim com a boca aberta.

"Não acredito. É você. Que sortuda!"

"Oi... Ei... Rose é aquela ali, vocês sabem né?"

"Eu sou sua fã. Tira uma foto?" De repente tinha um bebê no meu colo e um flash quase cegou meus olhos.

"O que está acontecendo aqui?" Rose perguntou com as bochechas coradas de raiva. Ela me fuzilou com o olhar e depois de repente soltou um gritinho tampando a boca com as mãos.

"Jesus Cristo."

"Se alguém não tratar de me explicar o que est..." De repente enfiaram uma revista em minha mão e eu me perguntei se era para usar de banheiro para Sky. Por que estavam me dando uma revista? Eu tinha várias em casa, obrigada, e todos os testes 'quem é sua alma gêmea' eu já havia feito.

Com um enorme vinco na testa baixei meu olhar para a capa da revista e quase tive uma síncope.

PE. EDWARD CULLEN E SUAS DUAS MULHERES.

Tudo sobre a descoberta do romance secreto entre o querido Pop Star da fé e suas duas mulheres.

E se seguia uma foto minha, de Edward e Alice na Times Square no dia dos Namorados. Eu estava praticamente agarrada á Edward, e Alice escondia o rosto com o véu. Uma foto de cinema.

Abri furiosamente as páginas procurando pela matéria e encontrei mais fotos. Fotos minha e de Edward no supermercado, no Volvo, fotos velhas, mas nossas.

Jesus!

"Todos sabem que a irmã mais nova de Edward Cullen se chama Alice e foi para o convento há três meses. Verdade? Mentira! Pelo menos a criatura foi vista no dia dos namorados andando pela Times Square junto com o irmão e –Pasmem!- a namorada.

Mas por que demoramos tanto para reproduzir essa matéria?

Porque só agora a mídia conseguiu obtê-la.

Segundo afirmações anônimas, Edward Cullen e Isabella Swan (a moça que se agarra ao padre) se encontram a alguns meses ás escondidas.

[...]

Com esse romance secreto, é uma afronta a todos os religiosos que um dia já chegaram a admirar as músicas, beleza e missas do padre. Em troca, o jovem talentoso se encontrava com a jovem nos narizes de todos, afrontando a imagem da igreja e de nosso senhor Jesus Cristo, AMÉM.

Que tipo de padres temos hoje?

Que tipo de padre consegue manter segredo sobre seus pecados?

Que tipo de padre você levou para batizar seu neto, celebrar teu casamento?

UMA FRAUDE! PE. EDWARD CULLEN É UMA FRAUDE, E SOMENTE AGORA A VERDADE VEIO A TONA.

Mas a verdade, meus caros amigos leitores, viria mais cedo ou mais tarde.

Quanto tempo mais eles esperavam esconder isso do mundo?

Sentimos – ou não – informar, que esse tempo chegou. E ele é agora.

E depois... Eu lembro que desmaiei.

12 comentários:

Naty_14 disse...

i agr, o prologo?
esse capitulo matou a minha pessoa. nada a mais a flar.


PS: mais tard eu comento mais.

Noeme disse...

Gente paralizei aquii!
Não consigo falar nada agora! Depois eu volto pra comentar!

Naty_14 disse...

naum arranjo mais palavras pra flar sobre esse capitulo.
bem tensoooo esse capitulo.

Leticia disse...

Mininas passando so pra falar um Oi mesmo tenho que ler o cap. 18 ainda soq eu ta dificil de parar pra ler mais amanha atarde vou tentar ler o 18 e o 19 =) Bejinhoss

GabiClara disse...

MEU CAPITULO FAVORITO!!!

Nnãaao cconsigoo didser ++ nadfa!!!'''!111!!

Drika disse...

OMG eles só se feram posta mais to loka pra ver o que vai acontecerr xD

Adriene Laize disse...

OMG

Adriene Laize disse...

OMG eles só se feram posta mais to loka pra ver o que vai acontecerr xD

Viihs disse...

OMG! Briga historica entra mae e filha. Tenso

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

O.M.G! NÃO ACREDITO! ESSE FOI O MELHOR CAP. DA FIK! E AGORA? COITADO DO ED,COITADA DA BELLA...JESUS ME ABANA! QUEM FOI O FILHO DE UM PAI Q DEU ESSA MATÉRIA PROS JORNALISTAS? TIA RENEE? (MUITO PROVAVEL...) JACOB? (NÃO ACREDITO...)
MIKE? (SEI LA....) AIIIIIIIIIIIIIIIII PARA O MUNDO Q EU QUERO DESCER! FAÇAM SUAS APOSTAS GAROTAS! QUEM FOI Q ESTRAGOU A VIDA DO CASAL MAIS FOFO DE TODOS OS TEMPOS? SERÁ Q É AGORA Q ELES VÃO TERMINAR?:( COMO A ESME E O CARLIE VÃO REAGIR A ESSA NOTÍCIA? E A ALICE? SERÁ? SERÁ? SERÁ? AIIIIIIIIIIIIII DÚVIDAS PRA Q TI QUERO?!
HAHA,EU DISSE Q O MICHAEL E O ELVIS NÃO ESTAVAM MORTOS ;)
E PRA FINALIZAR,O SLOGAN DESSA FIK: NATÁLIA VC É MÁ,MAS EU TI ADORO!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

olha o plágio em...kkkkkkk

Inae-oliveira10 disse...

:0000000000000000000000000 meu deus

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