De Repente... Religiosa - Capítulo 20: De Repente... Movimento Cascata

O céu daqui de cima era mais azul.

E as pessoas lá embaixo pareciam formiguinhas pretas andando até seus destinos.

Tinha uma acústica diferente também... Parecia como harpas tocadas nas nuvens pelos anjos. Anjos que estavam com roupa de médico e as pernas para o ar. E tinha até alguns que estavam com uma guitarra na mão jogando Guitar Hero com a TV nuvem do céu.

É. Eu tinha morrido.

"Olá." Uma voz de fadinha me fez abrir os olhos. Eu nem sequer tinha percebido até aquele momento que estava com eles fechados.

"How." E ergui minha mão.

"How? Em sua vida na terra você não era indígena." A voz falou confusa.

"Ah é? E onde que você viu isso?" Provoquei.

Então na minha frente se revelou uma espécie de Mestre dos Magos só que na versão feminina. Ou se você não assistir Caverna do Dragão (no último capítulo do desenho descobre que o Mestre dos Magos é do Mal!) pode imaginar aqueles duendes do Harry Potter, versão feminina, é claro.

A mestra dos magos mexia em vários papéis em sua frente e eu até fiquei com uma pulga atrás da orelha. Até morta eu não gostava muito de Zona Azul.

Deveria ser Zona Preta, por motivos já pré-definidos.

"Está aqui, ó." Ela quase esfregou na minha cara o papelzinho. "Isabella Marie Swan, filha de Charlie Swan e Renne Swan..."

"Epa. Espera. Você errou uma coisinha. Filha de Charlie Swan..."

"Certo." A mestre dos magos ajeitou os óculos. Nerd. "Foi o que eu disse... Charlie Swan e Ren..."

"Não, amor." Apontei para a prancheta e 'cortei' o nome de Renne. "Filha de Charlie Swan. Sem 'e'... Entende?"

"Ah..." Ela me olhou por cima dos óculos como se eu fosse uma aberração ou um estudo muito interessante para a pós graduação da faculdade de mestre dos magos celestial. "Como você nasceu?"

Eu rolei meus olhos e me perguntei se no céu tinha escolas e se tinha se os professores eram capacitados.

A mestra dos magos ouviu alguma coisa do além, porque logo depois assentiu várias vezes e continuou lendo a prancheta:

"Isabella Marie Swan, filha de Charlie Swan, 22 anos, Jornalista, e... Americana! Está vendo, não tem nada de indígena..."

Rolei meus olhos. "Vou te contar um segredo..." A chamei para se aproximar de mim e ela olhou para os lados e depois assentiu como se o terreno fosse seguro. "Eu vi no Google, achei legal. Sabe? Só isso? Já ouviu falar de 'curti, vou imitar? ' Então..."

"Ah..." Os olhinhos dela brilharam. "Entendi..."

"Mas que pena que você não tem internet aqui né..." Enrolei os fios do meu cabelo despreocupadamente. "Assim eu poderia mostrar..."

A mestra dos magos com o dedo indicador pediu para que eu esperasse, e com um clique de dedos e uma nuvem branca – ali tudo era branco, bem- apareceu aquele netbook super hiper mega desenvolvido, que se duvidar nem tinha lançado na Terra ainda. Talvez a mestra dos magos tivesse pegado o modelo direto da mente do cara da Apple ou o Bill Gates.

"Tá bom né... Não humilha..."

"Oi? Isso?" Ela tirou uma caneta detrás da orelha. "É o mais pobre da região. Você sabe... Você precisa de pontos com o cara lá de cima, e eu não tenho muitos..."

"Imagina quem é o preferido..." Murmurei chocada. "Mas bem, eu queria saber assim, três coisas importantes." Pensei quais seriam as três coisas importantes. "Ok. Certo. A primeira é... Onde eu vou morar? A segunda... Minha mãe não vai estar por aqui não, né? E terceira... O Edward tá aqui?"

Eu olhei para os lados talvez esperando achá-lo escondido atrás de uma nuvem, ou como anjo tocando uma harpa ou jogando guitar hero.

Se pensarmos que eu sempre comparei Edward com um anjo, não será muito difícil calcular essa hipótese agora.

"Do que você está falando?" A mestra dos magos falou. "Ah... Ok. Eu esqueci. Venha comigo, por favor."

"É... Olha se eu pedi demais pode esquecer as primeiras coisas importantes, só a terceira coisa que eu realmente não abro a mão."

A mestra me ignorou e eu a segui por entre as nuvens. Confesso que era estranho.

Quer dizer, no mínimo bizarro.

Como era o gosto delas? Será que era igual algodão doce ou tinha gosto de água com poluição do ar?

Antes que eu pudesse ter história para contar aos meus netos – não sei como eu conseguiria essa façanha já que eu estava morta- a mestra dos magos me puxou para uma sala que tinha vários outros mestres dos magos.

Cara... Já era estranho um apenas, imagina uma legião deles?

Bizarro. Repito. Bizarro.

"Oi." Disse timidamente sentando em uma cadeira-nuvem. Ei! Era confortável. Tipo parecia que você estava sentada em algodão.

"Olá Bella." Eles responderam em uníssono. Hey... Eu conhecia isso de algum lugar. "Pode começar a se apresentar."

Eu engoli em seco e franzi a testa sabendo que eu já tinha ouvido aquilo em algum lugar antes. "Meu nome é Isabella Swan, tenho 22 anos, namoro um padre, ou namorava, sei lá – a vida é complicada, beijos – e morri."

"Prazer, Bella." Eles responderam em uníssono! HÁ! Sabia que eu conhecia a situação de algum lugar.

"Sabia!" Gritei me levantando em um pulo. "Não acredito que todos os membros dos Azarados Anônimos morreram? Que lindo... Fizeram-me companhia? Isso que eu chamo de amizade..." Eu já estava quase chorando as lágrimas de gratidão, quando cortaram o meu barato.

"Não, na verdade somos a versão dos Azarados Anônimos celestial!"

Eu fiquei em silêncio processando tudo aquilo em minha mente. Pensei... Pensei...

"Ohmeudeus!" Exclamei. "Isso não pode! Quer dizer que eu vou virar uma versão dos Mestres dos Magos também?"

"Mas é claro. Aqui não podemos ter distinção..." Aquele exército de mestre dos magos estava vindo em minha direção. E cara, isso dava medo.

"Não! Não! Olha tava legal até agora esse negócio de morrer... Mas... Eu... Eu tenho uma reputação á zelar? Como que as pessoas vão se lembrar de mim na Terra? Como a esquisita que virou mestre dos magos? Não! Não!"

"Bella? Bella?"

"NÃO! NÃO!" Comecei a me debater. Eu não podia virar mestre dos magos. Eu não podia. "NÃO! ISSO NÃO!"

"Bella!" Eu me debati ainda mais na cama. Espera! Cama?

Abri meus olhos rapidamente e me deparei com os olhos verdes de Edward. Se eu não estava no céu antes, era esse o céu agora né?

Logo vi o alívio tomar conta daquelas duas esmeraldas e meu coração desacelerou assumindo um ritmo agora frenético e não hiper frenético.

"Bella, pelo amor! Ainda bem que você acordou, já estava ficando desesperada!"

Eu procurei a dona daquela voz, por que... Edward nunca falaria uma frase daquele jeito e nem conjugaria um adjetivo no feminino.

Se você ainda tem dúvidas, eu sou a prova viva, baby.

"Edward?" Perguntei incerta.

A pessoa revirou os olhos. "Não sua idiota, é Alice. Por acaso eu tenho cara de Edward? Eu tenho voz de Edward?"

"Mas tem olhos de Edward..." Sussurrei fracamente me sentindo sendo tomado por uma onda de chateação e de incertezas. A pessoa que eu mais queria nesse momento era Edward. Independente de qualquer merda que as pessoas pudessem falar.

Alice viu minha expressão e sua cara denotou de pena, ela se aninhou ao meu lado e me deu um abraço.

"Desculpe Bella."

"Pelo o quê?" Murmurei incerta, enquanto via ela se afastar para me encarar nos olhos.

"Eu deveria ter ficado aqui... No mundo real..." Ela sussurrou com os orbes incrivelmente verdes perdidos em algum lugar, em algum tempo. "Eu poderia ter cuidado de você."

"Você não cuida nem de si mesma, Alice." Revirei os olhos. Ela sorriu marotamente.

"Agora sim, você está bem! ROSE!" Ela gritou quando me ensurdecendo.

"Por que você não está com hábito?"

"Ah... Eu pedi umas 'férias', sabe? E quando eu volto para casa o que eu encontro?"

"Eu?"

Ela assentiu, e logo longos cabelos loiros platinados tomaram o meu campo de visão.

"Como você é idiota!"

"Eu também te amo, Rose..." Murmurei sorrindo fracamente.

"Bella! Como você pode se deixar fotografar no meio da Times Square? Era quase se tivesse subido no alto do Rockfeller Center e pedido para tirar uma foto!"

"Ei! Eu não tenho culpa..."

"Ela não tem. Se eu não estivesse lá, eles não suporiam nada..." Alice entreviu sorrindo fracamente para mim.

"Você sabe?"

"Claro que eu sei! Eu fiz Edward me contar, e nem que ele NÃO tivesse me contado nada, eu teria descoberto..."

"E...?"

Ela arqueou uma sobrancelha. "Quem sou eu para julgar? Bella se tem uma coisa que eu acredito é que existe alguém que escreve nosso destino."

"A pessoa que escreve o meu deve ter problemas na cabeça então... Só pode..."

Rose e Alice começaram a rir e eu me sentei na cama. Percebi que eu estava no meu novo quarto da casa dos Cullens.

"Hey... O que aconteceu?"

Rose suspirou e entrelaçou as mãos no colo. "Bem... Faz exatamente uma hora que você desmaiou."

"Só?"

Ela assentiu. "Só para você, se for. Por que para nós está se passando muito devagar." Ela revirou os olhos.

"É tão destinado as nossas vidas que eu estava passando pela Rua das Starbucks para ir até em casa, até que eu vi o movimento das pessoas na banca. E quando entro eu vejo quem? Você desmaiada!"

"Eu e Alice tivemos que te carregar até o meu carro o que foi uma tarefa muito difícil, viu Bella..." Rose acusou. "As pessoas estavam loucas com você. Tinha algumas que te chamavam de heroína e outros de demônio. Foi impressionante."

"E... Os Cullens?"

"Esme e Carlisle estão trabalhando, eles ainda não sabem." Elas se entreolharam.

"E...?"

"E bem... Ainda não sabemos o que fazer daqui para frente."

"Sabemos?"

"Sim. É claro. Ou você e o idiota do meu irmão pensaram que ficariam sozinhos nessa?" Alice revirou os olhos.

"Sem cogitação." Rose fez um gesto totalmente paty que fez nós três rirmos.

"E... Edward?"

Elas se entreolharam novamente e eu senti um peso no meu estômago.

"Vamos gente. Fala logo."

"Bem... Ele bateu o Volvo."

"O QUÊ? ELE ESTÁ FERIDO... OHMEUDEUS, NÃO ME DIGA QUE..."

"Não! Hey! Calma!" Rose assegurou. "Ele está bem, mas olha, ele está bem chocado por que o carro xodó dele está todo quebrado."

"Homens..." Alice revirou os olhos.

"Ei, eu entendo! Se algo acontecesse com o meu conv..."

"Ok. Rose. Mas e Edward? Ele sabe? Como ele está?"

"Ele bateu o Volvo justamente quando soube da notícia. Ele estava ouvindo rádio, e justo na hora veio! Foi um pouco antes de você descobrir."

"E... Onde ele está?"

"Bem... Emmet levou o Volvo na oficina e Edward saiu que nem um louco... Parece que ele vai tentar algo para tirar a matéria de circulação, processar o jornal, coisa assim..."
"Mas isso não vai adiantar nada!"

Elas se entreolharam de novo.

"E quem foi? Quem deu as fotos para o jornal? Quem disse a matéria?" Perguntei exasperada e querendo torcer a pessoa em mil pedacinhos na primeira oportunidade.

"Bem... Temos certa... Lista de suspeitos."

"Pode começar."

"Temos os Garanhões da Cidade. Esse é topo da lista. Depois sua mãe, que sabia. O bispo. Emmet, Rose, Tanya, Alice..."

"Vocês não contam... Der!"

"Bella, nunca se sabe!" Rose retrucou. Rolei meus olhos.

"Bem... Dá por eliminação. Os Garanhões da Cidade não é... Primeiro Mike está ameaçando Edward e eu com quatro milhões de reais que ele quer... Ele não vai ser burro de colocar tudo a perder sem ganhar nada, não é? O bispo não faria isso, porque ele é louco para manter a igreja intacta e não quer escândalos públicos... Tanya... Por que Tanya faria isso?"

"A questão é... Por que não?"

"Ela não faria isso!" A defendi. "Sobra minha mãe. E ela me ameaçou."

'"Não acho que ela faria isso..." Rose ponderou. "Por mais que tudo, ela é sua mãe..."

"Então quem mais? Não sobra ninguém!" Exasperei.

"Bem..." Rose falou com cautela. "Tem Jake."

"Jake?" Perguntei incrédula. "Impossível. Ele nunca faria isso. Ontem mesmo ele veio aqui me pedir desculpas, ele até ofereceu ajuda para mim e Edward. Por que ele colocaria o negócio no jornal?"

"Ele poderia estar fingindo..."

"Rose! Eu acredito nele!"

"Ok. Ok. Sobra sua mãe... Mas será mesmo, Bella?"

"Não tem mais ninguém, Rose. Quem sabe são essas pessoas ai."

"Que a gente sabe que sabe."

"Não complica." Revirei meus olhos. Levantei da cama e fui até o banheiro passando uma água pelo meu rosto. Olhei para o espelho e vi o caco que eu estava naquela manhã de sábado.

Jesus! Isso que dá ter um louco alucinado escrevendo seu destino.

Mas eu precisava fazer alguma coisa... Eu não poderia deixar Edward resolvendo as coisas sozinho. Eu tinha que fazer algo.

Mas por outro lado... Isso encurtaria as coisas não é? Edward já estava no processo de largar a batina, com o escândalo e a repercussão que a notícia daria, isso aceleraria o processo e assim nós poderíamos ficar juntos mais rápido.

Não... Eu já havia pensado nisso e concluíra que era extremamente egoísta. Céus! Eu tinha que esperar só mais alguns meses, e tudo ficaria bem. Eu tinha que pensar em como Edward ficaria depois desse escândalo? Ele viveria do que? Como ele olharia as pessoas nas ruas? Como elas iriam tratá-lo?

Não... Era melhor esperar a maldita data que tudo iria dar certo.

Como diz aquele ditado mesmo? Quem come com pressa, engasga?

Enfim, tanto faz.

"Eu vou sair." Disse saindo do banheiro e arrumando meu cabelo no processo.

"O QUÊ?" Rose e Alice gritaram em uníssono. "Você é louca?"

"Só se for por amar um padre! Só por isso, Alice." Retruquei colocando meus sapatos.

"Bella, você acabou de desmaiar! Além do que..."

"Além do que eu sou jovem e agüento o tranco. Se eu fosse velha e barriguda eu poderia ponderar em ficar parada, mas eu não vou!"

"Bella..." Elas choramingaram.

"Tchau!" Gritei por cima do ombro enquanto descia com pressa a escada da casa. No final eu senti uma pequena tontura e mal estar. É. Talvez fossem os efeitos do desmaio recente, mas eu não ficaria na desculpa de uma fraqueza.

Ah não mesmo.

"SKY!" Gritei. A cachorra não apareceu, nem sequer latiu.

Revirei meus olhos. Eu me esquecia que ali nos Cullens ela não vivia dentro de casa, mas sim com a família dela no Canil.

Abri a porta que dava para os jardins e encarei a estátua de Maria que ali tinha. Lancei um olhar ameaçador e apontei o dedo. "Olha lá hein..." Foi o que eu falei indo em direção ao canil.

Sky estava xavecando o outro poddle.

"INCESTO! Sky ele é seu irmão!"

A cachorra somente me olhou como se eu fosse à praticante de um incesto e bem... Teoricamente ela estava certa. Mas ninguém ligava para as loucuras de Carlisle e Esme, não é verdade?

"Eu sabia que tinha que te separar de más influências..." Resmunguei enquanto tirava uma Sky reclamante do canil e colocava a coleira em volta de seu pescocinho.

"Ok. Eu teria que te afastar de mim... Mas, ah... Essa má influência você pode.

Influência de mãe sempre é boa, viu?"

A mãe de Sky latiu do canil e eu rolei os olhos enquanto arrastava Sky comigo.

"Perdeu. Ela é minha."

Assim que eu saí com Sky pela porta da casa eu percebi por que Alice e Rose disseram que eu era louca.

"Senhorita Swan? Senhorita Swan?"..."

"Diga-nos como foi para você conquistar um padre?"

"Ele beija bem?"

"Como é ele cantando ao seu ouvido 'Entra na minha casa... '?"

"Somos de um concurso de talentos e queremos..."

"Minha filha é sua fã!"

"A filha de vocês é tão linda! Tem olhos azuis! Quem tem olhos azuis? O padre tem olho verde! Ohmeudeus, você traiu ele!"

"Canta para a gente. Vamos lá. Como Zaqueu

Jesus! Eu estava achando que iria desmaiar de novo.

Meu coração se apertou ao imaginar o meu doce e lindo anjo de olhos verdes em algum lugar da irritante NYC, tentando dar a volta na situação e melhorar tudo para nós.

E eu não pude deixar de me culpar. Pois se eu não tivesse dado a louca e acusado Edward de encontrar outra mulher no meio da Times Square não existiria fotos, logo sem reportagens difamatórias.

"Olha..." Suspirei me sentando e tirando o notebook e gravador de qualquer pessoa que estivesse presente. "Essa é a condição. Sem gravações, sem anotações."

"O que você espera que a gente faça então?" Uma mulher me perguntou assombrada.

"Na verdade que vocês fossem cuidar da vida de vocês e me deixem viver a minha, mas acho que isso é meio difícil, né?"

"Essa doeu!"

"Cala a boca, Henry!"

Todos ficaram meio que 'desprotegidos' sem os seus artefatos de trabalho. Qual é, eles não tinham memória? E quem eles pensavam que enganavam, eles provavelmente dariam uma de Rita Sketter e escreveriam algo vindo do além, ou eu estivesse assistindo muito Harry Potter mesmo.

Se sintam felizes por eu não citar Pokémon e nem as meninas super poderosas.

Enrolei uma mecha dos meus cabelos com os dedos em uma atitude de falsa despreocupação. "Essa é condição... Vocês que sabem..."

"Nem um papelzinho?" Um infeliz perguntou.

Neguei com a cabeça fazendo biquinho.

"Nem uma anotaçãozinha?"

"Nope."

"Nem uma...?"

"Ok. Ok. Entendi." Me levantei e comecei a limpar a sujeira invisível das minhas calças."Eu estava tentando facilitar a vida de vocês, estava sendo solidária. Por que pelo sim, pelo não, eu sou uma jornalista, embora não fique tentando tirar pedaço do pé de ninguém!"

Eles ficaram quietos e abaixaram a cabeça. Cara era tão bom se sentir no controle.

Se você considerar que está se tratando de mim, bem, isso é um grande feito.

Ameacei sair dali e salvar o que restava do jardim de Esme, quando eles logo concordaram com vários resmungos.

"Agora eu não sei se quero..." Fiz charme.

"Pelo amor de Deus. Vá logo!"

Dei um sorriso presunçoso e me deitei novamente sendo cegada parcialmente pelo sol. Outra metáfora surgiu em minha mente.

Por mais que eu quisesse tirar o sol da minha visão, eu não conseguia. Eu precisava de algo mais forte... Mais poderoso do que minha simples mão.

E isso me lembrou logo de Edward. Ele era meu sol, minha vida e meu céu, não o céu sem nuvens, aquele lugar sem problemas, mas o meu céu completo. Com todos seus problemas e defeitos. Eu não conseguiria por minha vontade própria tirá-lo de minha vida ou ao menos esquecer ele... Era necessário algo mais poderoso. Algo de fora para fazer isso.

Pois eu não tinha forças para lutar contra algo que queria, que eu precisava que eu sentia. Eu não tinha forças para lutar contra quem havia se tornado minha vida.

Quem eu havia permitido se tornar minha vida.

Jesus! Eu estava ficando tão melancólica... Isso era efeito do remédio? Ou do fato que um aperto se alastrava em meu coração?

Era estranho... Totalmente irregular e... Absurdo. Eu tinha dado para sentir coisas, antes delas acontecerem. Talvez isso fosse a expressão do sexto sentido se tornando realidade ou o livro "Iluminado" de Stephen King entrando em minha mente.

Era como se eu deixasse de ser eu.

Eu não era assim... Eu não era pessimista ou dada aos sentimentalismos. Inferno. Eu costumava brincar com situações sérias e usar o humor negro para aplacar as situações chatas, mas de alguma forma eu não conseguia achar uma explicação para o que eu sentia.

Está certo, tinha todo o negócio do jornal e da reportagem, e tinha um bando de repórteres esperando que eu dissesse alguma coisa que garantisse os seus empregos, mas era como se isso não fosse à verdade importante.

Eu sentia que aquilo iria se aplacar, agora não sabia como. Não sabia quais seriam as conseqüências. E aquilo que estava me dando o aperto no peito.

Um aperto que eu não conseguia definir. Se pelo menos ele me dissesse o futuro ou me explicasse... Mas não... Ele somente me dizia que algo aconteceria.
Era como se todo o meu ser gritasse 'Pegue Edward e fuja com ele'. Ou simplesmente o meu modo de preservação estivesse ativo, logo concluindo que minha vida havia se tornado Edward.
"Pode começar." Uma voz me tirou dos meus devaneios. Tudo não levou questões de segundos e esses segundos mudaram tudo.
De repente eu não fazia idéia do que estava fazendo ali.
"Eu queria dizer... Algumas coisas..." Comecei automaticamente me levando pelo o que vinha em minha cabeça e tentando de alguma forma aplacar o sentimento estranho que só crescia em mim. Como um movimento cascata. Só que para baixo, sem lutar contra a gravidade.

Outra metáfora... Talvez fosse preciso ir para baixo... Por que tinha que ser assim. Mas por quê?

"Essas acusações..."

"Verdades."

"Então. Acusações são boatos... Se não fossem, vocês não estariam aqui tentando tirar algo de mim, algo que pudesse afirmar o boato de vocês."

"Vamos fazer algo democrático... Eu quero falar a verdade, e você querem ouvir o que seja bom para vocês... Eu irei dizer os dois. Vocês escolham."

"As pessoas não costumam aceitar que alguém bonito... Demais para os padrões 'normais' seja alguém da igreja." Inferno. Nem eu aceitava aquilo. "Beleza hoje foi ligada á moda, á indústria cultural, ao 'status'. E quando um cara que tem o que muitos dariam a alma para ter decide 'desperdiçar' isso aos padrões humanos e vai seguir uma vocação religiosa, todos ficam revoltados."

Edward já dissera uma vez algo parecido para mim. Eu só repetia as verdades de suas palavras.

"As pessoas a todo custo querem achar uma brecha... Uma oportunidade para mostrar á pessoa o 'verdadeiro' lugar dela... O lugar que VOCÊS acham que ele pertence... Foi isso que aconteceu com a foto... Agarraram essa oportunidade, bolaram uma história, para conseguirem o seu desejo."

E era verdade... Ai que ironia. Eu só iria falar verdades hoje. Eu não estava com vontade de ficar mentindo... Eu sentia que isso só aumentaria a pressão em meu peito.

"E se eu estivesse mesmo com o padre Edward... Isso é em nome do amor. Amor não é condenável... As situações sim. Se eu o amasse e ele também, acho que Deus entenderia ou mesmo apoiaria... Por que ficaríamos infelizes longe um do outro, não? Acho que Deus quer felicidade seus filhos e não infelicidade. Deus escreve nossa vida, nosso destino, então quem somos nós para achar que não é Ele o autor dessa história? Inferno!" Falei com um resmungo. Ótima maneira de se terminar um discurso de Deus Bella, termina com 'inferno'.

Fiquei ali deitada sentindo a brisa açoitar levemente meu rosto, meus cabelos. Vi as nuvens se afastando pelo horizonte e mil metáforas se passaram em minha mente.

Mas eu já não as atiçava, eu queria entender, eu precisava entender o que estava acontecendo comigo.

Entender se aquele sentimento estranho significaria realmente uma desgraça em minha vida.

O silêncio se prolongou por um longo tempo, e eu até cheguei a concluir que estava sozinha. Talvez eu tivesse sido chata demais, melancólica demais, afoita demais. Não importa.

Isso talvez fosse bom. Talvez as pessoas não gostassem de ouvir ou ficar perto da Bella boba e melancólica.

Talvez as pessoas só quisessem uma Bella. A Bella que brincava com as situações mais drásticas. A Bella que fingia levar tudo na brincadeira, a pessoa que não se preocupava se um raio fosse cair em sua cabeça assim que dobrasse a esquina.

Mas de alguma forma eu entendia que o que se seguiria não era para rir. Era para chorar.

O cantarolar de um pássaro ao longe me tirou do estado de torpor e o sol já não me incomodava mais. Levantei meus olhos e encontrei as mesmas pessoas ali, perdidas em seus próprios pensamentos.

Mas não eram somente elas. Esme e Carlisle assim como Alice, Rosalie e Emmet estavam em pé em um canto com os olhares perdidos. Como se tivessem resolvendo um difícil problema de matemática ou mesmo se estivessem encarando a vida.

Eu só sabia que eu daria tudo para voltar ao meu estado novamente. A Bella de sempre, mas por mais que eu quisesse puxar os cantos da minha boca para um sorriso, nem com falsidade eu conseguia.

Inferno! O que acontecia comigo? O que acontecia com a antiga Bella?

Alguém limpou a garganta e logo uma voz rouca se seguiu.

"O PE. Edward está dando uma entrevista." E logo ele levantou um pequeno aparelho e acionou alguns botões. Colocou calmamente na grama e depois de alguns ruídos de captação a voz sonora e aveludada de Edward encheu meus ouvidos e acelerou meu coração.

Pe. Edward.

"Tudo é do Pai, toda honra e toda a Glória... É dele a vitória...".

Eu estava cantarolando a minha própria música que tocava no rádio, quando de repente ela foi interrompida.

"Interrompemos nossa linda música do PE. Edward para dar notícias de última hora do dito cujo! Temos informações reveladas exclusivamente pela revista PoPPeople que o padre tem uma amante. Segundo fotos, ele escondia isso de todos e se encontrava com Isabella Swan escondido..."

Eu fiquei estático no meu lugar, não acreditando precisamente no que os meus ouvidos estavam captando.

Eu estava ficando louco, não era? Eu estava tendo alucinações de novo não é?

Oh Jesus. Condenado, bipolar, cabeça dura, louco, apaixonado, formiga, alucinado... Problemático, se bem que isso sintetiza todo o resto.

Nem percebi minhas mãos apertando com muita força o volante, e nem quando meus pés ainda estavam no acelerador.

Só ouvi a batida depois. Minha mente estava em outro lugar

E agora eu estava aqui em algum prédio de rádio em NYC esperando pelo momento que eu pudesse dizer algumas palavras sobre a situação.

Bem... Logo depois da batida eu recebi um telefonema.

"Edward? Aqui é do Dom Daniel.".

"Você já ficou sabendo?" Perguntei presumindo logicamente que sim.

"Já. Edward... Você lembra do que você me prometeu? Não é só sobre vocês dois... Envolve muito mais." A voz dele estava preocupada.

Eu fiquei em silêncio.

"Edward?"

"Eu lembro." Foi tudo o que respondi antes de desligar

O que eu mais queria no momento era saber como Bella estava. Estar ao lado, e confortá-la. Dizer que tudo ficaria bem e que finalmente ficaríamos juntos.

Mas o meu lado racional dizia que de nada ajudaria ficar juntando lamentações. Se possível eu conseguiria fazer alguma coisa, e puder voltar para ela com tudo resolvido, certo?

É. Eu sonho.

Peguei minha carteira e calmamente analisei a foto de Bella ali. Na verdade era a foto que estavam todos no Halloween no orfanato, mas era melhor do que nada.

Suspirei e ansiei por estar com ela novamente, mas fui interrompido.

"Padre?" uma mulher com mais ou menos trinta anos enfiou a cabeça na sala. "Está tudo pronto."

Assenti e me levantei até ela que apontou uma sala – cubículo- acolchoada até as paredes e com um microfone ligado á vários fios e monumentos encostado á uma mesa na janela de vidro.

Me sentei e percebi que a mulher estava perto demais de mim. Acho que não era preciso tanta proximidade para ajustar o microfone á minha voz, certo?

"Então... Hum... É verdade?" Ela começou.

"O quê?"

"Toda essa história... Você e a mulher..."

Eu engoli em seco. "Não."

"Hum..."

"Hum?"

"Ah... Eu... Gostaria que fosse verdade." Olhei assombrado para ela e se era possível ela estava mais perto de mim ainda. "Ops." Disse enquanto 'acidentalmente' tropeçava no ar e caía no meu colo.

"Olha, eu acho..."

"Hey..." Ela sorriu enquanto brincava com os botões de minha camisa. "Não precisa bancar o bom moço. Eu sei que aí dentro..." Ela apontou para algumas partes impróprias para menores de 61. "Tem um animalzinho querendo ser o predador..."

De uma coisa eu tinha certeza. De todas as coisas mais ridículas e estúpidas que eu já ouvi em minha vida. E olha que não foram poucas... Essa ganhava o primeiro lugar.

Minha vontade era de bater palmas e cantar 'Parabéns', mas a mulher com uma força e rapidez que eu não julgaria possível começou a me beijar.

Eu fiquei estático pelo primeiro minuto, os olhos arregalados e a expressão rígida. As mãos da mulher pareciam percorrer cada canto do meu corpo ao MESMO tempo.

Jesus!

Mas aquilo era diferente. Aquilo... Era... Nojento. Pérfido. Sujo.

Não era Bella ali. Não tinha o fervor, o amor, o carinho, a história... Não tinha nada ali.
Com Bella eu sentia que não existia nada ao redor. Só ela e eu. Muitas vezes somente ela. Mas ali...

Foi preciso aquele ato para eu perceber que Bella havia sido feita para mim.

Desenhada para mim.

Como se Deus fosse um perfeito designer, visse minhas necessidades, sentisse os meus sentimentos e fizesse uma mulher para mim. Talvez usando a metáfora de fazer Bella com uma de minhas costelas, como Eva havia sido feita para Adão.

Mas eu precisei daquele momento para perceber que Bella era minha Eva.

Mas era uma ironia. Eva havia sido feito para Adão. Eles viviam no paraíso, e Eva levou Adão á tentação. Eles foram expulsos... E perderam tudo de bom que eles tinham, mas na verdade não sabiam que tinham.

Mas eu precisei daquele momento para perceber que Bella era minha Eva.

Uma Eva que me levara à tentação, mas essa tentação era o que eu mais desejava no mundo. Eu não era forçado. Eu desejava.

Naquele momento eu percebi que talvez a minha vocação fosse pura e simplesmente amar uma mulher.

A minha mulher.

A minha Bella.

"Pára!" Eu gritei afastando a mulher de cima de mim. Tudo não chegou há durar alguns segundos. "Pára." Repeti firme encarando a mulher nos olhos. Ela lambia os lábios.

"Ei... Eu já disse não precisa bancar o bom moço..."

"Mesmo se eu não fosse padre, e tivesse uma mulher, isso não significa que eu saia beijando todas pela frente." Retruquei.

Ela me olhou com desprezo por um momento e limpou os lábios com as costas da mão, enquanto se levantava com 'dignidade'.

Ela tratou de me ignorar o resto do momento. Ajustou o microfone á minha voz e saiu da sala indo ao outro lado para sinalizar o momento que eu começaria a falar.

Batuquei os meus dedos impaciente na mesa e pedi internamente para que Bella entendesse minhas palavras e soubesse que era uma mentira necessária.

"Por favor..." Sussurrei como que pedindo para o vento, em um apelo silencioso, levar minhas palavras á ela. "Faça com que ela entenda."

Bella

"Eu não sei como que esses fatos entraram em contato com a sociedade... Não sei de que mente essas calúnias surgiram... Só sei que... Embora eu não goste de admitir, as pessoas estão sempre prontas para dar o bote em outras, não importando quem ou o quê... Podem me chamar de antiquado, mas caluniou a honra de uma mulher que foi aceita no seio de minha família como filha... Isabella Swan por motivos pessoais teve que sair de seu apartamento, e meus pais, propuseram que ela morasse na casa dos Cullens na Broadway. Isabella é uma boa paroquiana, e não nego que tenho grande afeto por ela, assim como por todos os meus paroquianos, mas as pessoas estão levando tudo para outro lado."

Uma pausa.

"A foto foi tirada na Times Square é verdade... Lógico. Minha irmã Alice havia saído do convento por alguns instantes e por acaso nos encontramos os três na rua. Isabella em um momento de brincadeira pegou no meu braço, em uma atitude nada pegajosa como os jornais e rádios dizem. Eu sou padre, mas isso não quer dizer que eu não possa ter contato com mulher alguma. Afinal, um marido embora tenha obrigações com a esposa, não é proibido de ver outras mulheres e vice e versa. Não é como que eu caia em tentação á qualquer momento... E fico muito magoado com o que as pessoas escarram por ai. Fico triste pois essas são as mesmas pessoas que vão as meus shows, vão as minhas missas, se confessam comigo, e dão seus filhos para eu batizar... São pessoas que pedem minha benção, e procuram ouvir meus conselhos... Me dói saber que são as mesmas pessoas que me caluniam... E que esperam tirar o pior de mim e expor para a sociedade."

Outra pausa seguido de um suspiro.

"Espero que todos tenham entendido o grande mal entendido que se estendeu. E, por favor, pela honra da senhorita Swan e também por consciência, é melhor cada um cuidar da própria vida, porque tenho certeza de que cada um tem seus próprios grandes problemas e não precisam se ocupar com os dos outros. Obrigado. PE. Edward."

Fiquei encarando o rádio por mais alguns segundos. Então fora isso... Ele fora á rádio e desmentira tudo.

As pessoas ficaram encarando suas unhas, analisando a grama, e observando como o céu estava mais azul do que de outros dias. E eu não pude deixar de sorrir com isso.

Levantei-me e encarei todos ali presentes com altivez.

"Estão vendo?" Acusei. "Vocês ficam falando blasfêmias e tudo para me desonrar! Eu! Uma dama!" Enchi meu peito de orgulho.

"Não estamos mais no século XX, madame." Alguém falou com ironia.

"Pois bem..." Logo murchei com uma carranca. "Não estão todos felizes agora? Já tem uma boa matéria. Olha só..." estendi minhas mãos no ar enquanto falava a manchete. "Padre Edward vai á rádio e defende a honra de uma alta dama da sociedade e..."

"OK. Bella." Rose chegou ao meu lado e foi me rebocando até a porta da casa. "Acabou o show. Chega." Ela gritou para os repórteres.

"Não, Rose." Me soltei de seu braço com um empurrão. "Eu tenho que aproveitar esse momento..."

"Bella." Ela estreitou os olhos. "Você se saiu dessa, não arranja confusão, mais sim?" Ela sussurrou só dando para eu ouvir.

Dei uma última olhada desalenta para meu público e com um suspiro e um "Eu voltarei" entrei na casa sendo acompanhada por todos que estavam ali.

"Então...?" Carlisle perguntou assim que estávamos todos devidamente envergonhados na sala. O barulho dos repórteres lá fora ainda era perceptível. Abracei Sky enquanto encarava meu pseudo-sogro.

"É..." Comecei me enrolando e alisando os pelos da orelha de Sky. "Credo, Sky seu pelo está pixaim."

"Olha... Acho melhor irmos comer, sim? Já está quase na hora do almoço."

Esme interrompeu com o seu costumeiro sorriso caloroso. Não sei por que, mas eu não conseguia enxergar o sentimento maternal que eu sempre sentia ao lado dela.

Mas mesmo assim agarrei a oportunidade com unhas e dentes e logo fui almoçar com os outros. O clima estava estranhamente quieto e tenso, e eu logo pedi desculpas e saí da casa.

Lá fora alguns repórteres estavam de plantão e mesmo com o meu olhar mortífero eles quiseram alguma maldita declaração.

"Eu declaro que vou processar você, infeliz!" Esperneei entrando em um taxi.

Peguei meu celular e ignorando as olhadas pelo retrovisor do motorista digitei uma mensagem para Edward.

"Você foi incrível!"

E fora mesmo. Ele conseguira desmentir tudo sem mentir ao todo. E eu sabia que Edward não gostava muito dessa história de mentir... Ei, ele era padre! Mas era para um bem maior!

Agora o que eu mais queria era ficar ao lado. Sentir seu corpo e seu calor junto ao meu. Sentir sua respiração e sua voz suave. Sua risada melodiosa, e suas mãos ágeis e nada sacerdotais.

Suspirei já me sentindo excitada só com os pensamentos. Agora finalmente a gente viveria em paz.

Mas antes eu tinha algumas coisas para resolver. Como... A morte repentina e acidental de minha mãe.

"Bella?" Ela perguntou surpresa assim que abriu a porta do que seria meu apartamento.

"Oi, mamãe." Respondi com sarcasmo.

"É... HUH... O que faz aqui?"

"Esse seria meu apartamento, não?" Retruquei, mas logo me recompus. Eu não queria um barraco no corredor do prédio. Deus sabe o quão difícil foi para o Senhor Wars me deixar subir. Se bem que já que eu estava expulsa mesmo, isso poderia expulsar minha mãe.

Uma lâmpada malévola tinha se acendido em minha mente, confabulando vários planos maquiavélicos, mas ai eu percebi que eles custavam muitos neurônios e tempo, e esses eu pretendia gastar com certo futuro ex-padre.

"Não vai me convidar para entrar?" Os lábios de Renne se encresparam e ela olhou atentamente para ver se tinha algum volume a mais em minhas roupas e bolsa. "Não tenho arma nenhuma Renne."

Ela pareceu ficar constrangida e se afastou da porta, permitindo assim minha entrada. Eu olhei para os lados notando que o apartamento continuava o mesmo e depois me voltei para a minha ex-mãe, toda perdida no batente da porta.

"Oras... Não precisa ficar constrangida em minha presença, mãe. Eu não mordo." Disse com uma cara de anjo deixando bem subentendido alguns chifres ao invés das auréolas.

No canto da sala, na mesinha onde eu já ficara algumas horas conversando com Edward, havia uma edição estendida do jornal aberto bem na página sobre Edward e eu.

Encarei propositalmente por um longo tempo, e voltei meu olhar para Renne.

"Chato, né?"

"Quer alguma coisa, Bella?" Ela perguntou enxugando o suor da testa. Mesmo antes de eu responder ela se dirigiu a cozinha e me trouxe um copo d'água. Analisei bem o conteúdo temendo que estivesse venenado.

Senhor. De todas as maneiras que eu pensei em conviver com minha mãe. Essa não era uma delas.

"Não está envenenado, Bella." Ela rolou os olhos. Dei de ombros enquanto dava o primeiro gole.

Gosto de nada... É... Estava limpo.

Cruzei as pernas e comecei a passar meus dedos pela borda do copo enquanto franzia a testa.

"Não se pode confiar em ninguém hoje em dia, você sabe né?" E dei outro gole.

Percebi pelo canto do olho Renne engolir em seco.

"Nem nas nossas mães... Poxa... Esse é o apocalipse." Continuei no mesmo tom despreocupado que eu usaria para falar do tempo ou como o Ronaldo era gordo.

"Aonde você quer chegar Bella?" Ela logo perguntou não agüentando a tensão.

Levantei meus olhos prontamente.

"Por quê?" Cuspi as palavras.

"O quê?" Ela teve a ousadia de retrucar e ainda com uma falsa expressão de confusão no rosto.

"Por que você fez isso comigo?" Disse batendo o copo contra a parede e assistindo os olhos arregalados de minha mãe enquanto eu juntava alguns cacos de vidro em minha mão. "Está certo que brigamos, mas isso não significa que você poderia querer destruir a vida de sua filha!"

"Do que você está falando?"

"Não seja hipócrita, Renne! Nunca imaginei que você poderia fazer isso... Não sei como Charlie te suporta!"

Comecei a brincar com os cacos de vidro em minha mão, com um sorriso doente no rosto, observando o efeito que as luzes faziam neles.

"Você arranjou aquela maldita foto e publicou nos jornais. Você falou toda aquela história, tudo para separar Edward e eu!"

"Bella?"

"Você queria que eu ele e brigássemos... Queria que nós nos separássemos e eu não fosse para o 'inferno'." Já estava com tanta raiva nessa hora que eu comecei a furar o sofá com as pontas afiadas dos cacos.

"Mas você quis destruir minha vida! Sim, você quis! Edward é minha vida agora, mãe? Você não compreende? Você não é mãe querendo o meu pior. Você não é mãe!" Berrei tacando alguns cacos longes, apenas sobrando um em minha mão.

"Não sei do que você está falando, filha..." Ela tentou se aproximar e eu a ameacei com o vidro.

"Filha?" Zombei. "Como você ousa usar esse termo? Acho que um motim aconteceria se as mães do mundo soubessem como que o título que elas tanto prezam está sendo usado..."

"Isabella, tira esse vidro das mãos."

"Por quê? Está com medo?" Nos meus olhos um brilho doente surgiu enquanto eu me aproximava dela com ânsia de fazer alguma coisa. De machucar qualquer um que pudesse querer afastar eu e Edward.

"Bella, não fui eu que fiz isso! Acredite. Eu nunca! Nunca faria algo desse tipo para prejudicar vocês... Eu não os quero juntos... Isso eu falo, mas também não colocaria sua reputação em jogo! Para o mundo inteiro! Não! Eu não faria isso!"

"Como que eu posso confiar em você?" As lágrimas começaram a sair de meus olhos e eu me chutei mentalmente por isso.

"Você não pode! Você precisa!" Ela implorou com os olhos. "Bella... Se acalme. Eu não faria isso com você. Eu não os quero juntos, mas eu não usaria esses termos... Pelo amor de Deus, se acalme!"

Eu fiquei ali parada encarando-a e de repente a vontade que eu tinha de feri-la se extinguiu. Apesar da tentativa de separar nós dois, ela não havia conseguido, então por que eu estava ali?

Aquele sentimento ruim se apoderou de mim novamente, e agora eu já não conseguia mais distinguir do que era. Sobre quem.

Inferno!

Senti o caco afundar em minha carne e o sangue escorrer. Joguei longe o caco com desprezo e sem mais uma palavra virei às costas e saí do apartamento.

Duas semanas depois

Estávamos em Abril e eu queria ir para uma ilha deserta com Edward.

Meus problemas pareciam que aumentavam ao invés de diminuir. Se isso ainda era possível.

Bem... Começando... Continuava morando na Casa dos Cullens e tive que reforçar a mentira de Edward sobre nós para Esme e Carlisle.

Os repórteres ainda queriam me flagrar no banho. Mentira... Na verdade eles desencanaram um pouco.

O meu emprego ainda estava mantido. E a mulher de Chicago chegara... Mas ocupara outra mesa. Agora eu estava 'boazinha' e não fazia muitas maluquices senão aí que eu estava realmente ferrada na vida.

Outra coisa era que eu e Edward não tínhamos tempo para NADA.

Raramente nos víamos... Primeiramente foi por causa da repercussão das notícias, e não seria bom ficarmos muito juntos.

Graças á Deus, as pessoas começaram a se aquietar depois da explosão, e claro, que tinha um dedo de 'poder' no meio.

Depois... Os pais de Edward estavam em todo lugar que íamos. E Edward não conseguia mais tempo para ir á casa dos pais.

Outra coisa era que ainda não chegara à bendita da carta de afastamento de Edward do sacerdócio. Eu chegara até a desconfiar que o bispo não tivera mandado, mas Edward me garantiu que confiava nele.

Fazer o que né?

Outra coisa era que minha mãe estava querendo falar comigo de qualquer jeito depois da cena que eu fizera em seu apartamento, ou meu, sei lá.

Dera a louca em mim, e eu não sabia ao certo que bicho havia entrado para agir daquela maneira tosca em frente á ela.

Mas pelo menos, evitou que eu fosse para a cadeia e sujasse meu currículo imaculado exceto pelos atestados de retardamento mental, e alguns problemas com piolhos.

Credo... Essa última parte foi exagero.

Ah... E outra coisa... Para piorar ainda mais eu estava com baita de tonturas.

Eu não conseguia mais descer as escadas sem ter que apertar firmemente o corrimão com medo de cair.

Eu sentia dores de cabeça também para completar e parecia que a doença de Edward e Alice havia passado para mim. Eu comia mais doces do que os EUA produziam, e me sentia péssima por isso. E para desafogar as mágoas, comia mais.

Estava no orfanato brincando com as crianças em especial vendo Anthony liderando sua gangue pré-adolescente.

Sky estava dormindo preguiçosamente no meu colo e Alice fazia as unhas de algumas meninas.

"Alice, elas são crianças, não pode ser vermelho!" Pilhei observando-a. Ela fez um biquinho e com uma bufada pegou o esmalte rosinha bebê.

Alice ainda não voltara para o convento, mas ela jurava de pés juntos que voltaria logo quando as coisas melhorassem.

A gente sabe o quanto isso vai demorar...

"Tia!" Anthony veio todo bonitinho com seus olhinhos azuis e se sentou ao meu lado cruzando as pernas como índio.

"Fala Tony!" Sorri bagunçando seus cabelos.

"Como que faz para a gente nascer?"

Eu engoli em seco.

"É... Por que quer saber isso?"

"Não sei..." Ele deu um sorrisinho para sua gangue. "Sei lá... Acho que quero ter herdeiros."

"Onde você aprendeu essa palavra?"

"Ah... Eu vi a tia Rose e o tio Emmet conversando outro dia sobre isso!" Ele falou de supetão. Rose que fazia trança nos cabelos de uma menina ergueu os olhos e corou violentamente.

"Tony!" Ela murmurou com raiva.

"Mas não é verdade tia?" Ele respondeu, inocentemente.

"Não! É que..."

"Sério isso Tony?" Provoquei. "Olha só... Rose planejando ter herdeiros."

"Herdeiros?" Emmet entrou na sala onde estávamos com sua costumeira agitação de sempre. "Ouvi mesmo essa palavra?"

"Sim... Eu estava contando para tia Bella os seus planos com Rose!" Tony falou prontamente.

Emmet corou – o que era bem atípico dele- e deu de ombros.

"Sempre precisamos garantir nossa prole."

"Jesus! Ele confessa!" Brinquei fingindo assombro. "Está acertada hein Rose?"

Ela me fuzilou com o olhar e continuou fazendo as tranças da menina.

"Mas tia..." Tony continuou quando Emmet já estava se instalando ao lado de Rose e brincava de carrinho com um dos meninos. "Como que faço isso?"

"O quê?" Perguntei desatenta.

"Filhos." Ele revirou os olhos. Menininho esperto...

"Ah então... É coisa de adultos."

"Estou cansado de ouvir isso!" Ele cruzou os braços em birra. "Adultos, adultos... Eu já sou bem adulto, sabe tia?"

Remexi nos cabelos dele novo.

"Se fosse, não me chamaria de tia, só para início de conversa."

Ele fez biquinho.

"Oh tia Bella..." Emmet chamou.

"Ok. Exceto aquele adulto ali, Tony."

"Bella está tão maternal ultimamente..." Rose provocou.

"Cala a boca, Rose!"

"Mas tia... Eu queria saber se a senhora já teve herdeiro!"

"Herdeiro?" Exclamei assombrada. "Claro que não! De onde você tirou isso, Tony?"

"Oras..."

"Tony, é necessário ter um homem para fazer herdeiro. Como eu e a tia Rose." Emmet abraçou uma Rose furiosa.

Estreitei meus olhos para ele.

"Mas a tia tem!"

"Tenho não!"

"Tem sim!"

"Tenho não!"

"É o padre Edward!"

"Falaram de mim?" O meu coração logo disparou ao ouvir a voz musical dele preencher o ambiente. Logo não existia mais Tony, crianças, Emmet, Rose, só ele.

Eu o via com freqüência no orfanato, algumas vezes na casa dos pais, mas nunca podia conversar a vontade com ele. Sempre mantendo as aparências.

Ele estava mais lindo do que nunca.

Seus cabelos estavam molhados e meio jogados para trás, numa tentativa frustrada de ajustá-los. Suas roupas eram leves e claras e ajustavam muito bem ao seu corpo saudável.

"Se você quiser seu o patriarca da prole sim." Emmet brincou ainda tentando abraçar Rose sem sucesso. Edward riu e entrou no quarto cumprimentando todos.

"Bella..." Ele sorriu torto assim que chegou perto de mim. Lancei um sorriso esplendoroso para ele sem conseguir me controlar e fiquei ali sentindo o perfume da colônia e da loção pós barba dele irradiar em minhas narinas.

"Já vi que a tia nem vai mais falar comigo!" Tony rabugento cruzou os braços e foi batendo o pé até onde estava a sua gangue. Ri enquanto assistia Edward se sentar ao meu lado no chão.

Os adultos que ali estavam sabiam de nós dois, mas se não fosse pelas crianças eu o teria agarrado naquele momento mesmo.

"O que Tony falava?" Ele perguntou casualmente enquanto tirava uma mecha de seus cabelos dourados dos olhos.

"Queria saber como os filhos nascem." Revirei os olhos. Edward sorriu fracamente e eu perguntei em um sussurro. "Está tudo bem?"

"Sim." Ele assentiu.

Mas eu sabia que não estava nada bem ali.

"Edward, por favor..." Implorei.

"Eu sinto sua falta." Ele sussurrou quase imperceptivelmente.

"Eu também." Gesticulei as palavras com um sorriso fraco depois.

Seus orbes verdes me encararam por um momento e depois se desviou.

Só tive outra oportunidade de conversar com Edward no fim do dia.

"Eu fui conversar com o bispo hoje." Ele suspirou passando a mão pelos cabelos.

"E?" Arqueei uma sobrancelha. Eu sempre ficava nervosa com esses encontros entre os dois. Vai lá saber se Edward volta a ser bipolar e resolve ser padre de novo.

"Ele disse que a carta acabou de chegar a Roma."

"Só agora?" Murmurei chocada. "Jesus! Não estamos mais no século XIX, as coisas são rápidas agora. Por acaso o papa não tem e-mail?" Resmunguei. Se até minha falecida avó sabia usar e ainda por cima ficava nos chats falando que tinha 15 anos e ainda usando expressões do tipo 'mano', 'veio', o papa que era um ser tão 'globalizado' poderia ter, não?

"Não adianta ficar assim, amor." Ele acariciou meu rosto delicadamente. "As coisas vão melhorar, prometo."

"Promete?"

Ele sorriu torto. "Prometo."

Acho que me esqueci de respirar, pois uma tontura me invadiu repentinamente e Edward me segurou pela cintura, preocupado.

"Eu estou bem Edward, Deus me livre, não me olhe como se eu fosse terminal!"

E desde então Edward ficava com um olho em mim, me analisando, examinando cada passo que eu dava. Eu já estava começando a me irritar. Será que ele não sabia que ele inebriava as pessoas?

Jake apareceu pelo orfanato e embora não fosse 'melhores amigos para sempre' de Edward, eles se trataram com educação, e eu fiquei grata por isso. Não queria que as testosteronas explodissem naquela noite, e nem em nenhuma outra.

Quando já estava bem tarde, e as crianças já estavam se preparando para dormir, eu seqüestrei Edward pela camisa até o jardim do orfanato, e quase o empurrei no meio das folhas que nos serviam de camuflagem.

"Você é louca, Bella?" Ele disse sussurrando.

"Por você. Edward estou há quase três semanas sem nem te beijar direito!" Resmunguei enquanto ficava em cima dele.

"Eu sei..." Ele resmungou feito uma criança, e de repente ele agarrou meus pulsos e me fez olhar para ele. "Você se lembra que eu te disse que eu não recomendaria para uma filha minha namorar com um padre, não é? Não é algo muito fácil..."

"Por Deus!" Revirei os olhos. "Por que todo mundo hoje está falando de filhos e crianças?"

"Será por que estamos em um orfanato?" Ele brincou endireitando meus braços para que ficassem ao redor de seu pescoço.

Revirei meus olhos e com uma risada de 'estou fazendo coisa errada escondida' dei um beijo de tirar o fôlego em Edward.

Saí do orfanato e fui para a casa dos Cullens toda feliz e contente. Afinal, eu tive um tempo de qualidade com Edward!

Não TÃO qualidade como eu esperava... Mas melhor do que nada.

E de alguma maneira eu estava sentindo um presságio de que as coisas melhorariam para o meu lado a partir da data.

Era Abril, novo mês, nova vida... E novas felicidades! Claro, com o sempre mesmo e antiquado padre Edward Cullen.

O estranho sentimento já não tomava mais conta de mim, e eu me achava uma idiota ao lembrar o tempo que eu perdera dando atenção demais á isso.

Eu era uma boba mesmo.

Tomei um banho toda contente enquanto cantava a discografia inteira do último CD de Edward.

Esme apareceu no batente da porta com um vinco na testa.

"Está feliz, Bella?"

"Sim." Sorri lindamente para ela enquanto colocava meu pijama.

"Sua mãe ligou, de novo."

Logo meu sorriso se desvaleu. "Eu não quero falar com ela."

"Bella, eu acho..."

"Esme, desculpe, mas não. Tudo o que eu tinha que conversar com ela, eu já conversei."

Esme deu de ombros e saiu do quarto. Senti a tontura de novo e me perguntei se o banho na água quente tinha alguma relação.

"Esme!" Gritei da porta. "Pode me dar aquele remédio de novo?"

Tomei o remédio e me senti melhor rapidamente. Desci de dois em dois degraus até a cozinha e assaltei a geladeira, pegando a torta de maça que a empregada havia feito naquele dia.

Ouvi o barulhinho de pedrinhas na janela. Jesus! Esses passarinhos são infernais!

Mas o barulho se tornou muito insistente e eu logo abri a janela a fim de ver os infelizes de asas que faziam isso.

Até que eu levei uma pedrinha na cara.

"UGH!" Assustei olhando a pedrinha. Ouvi uma exclamação do jardim e levantando os olhos vi Edward ali me olhando preocupado. "Edward!" Exclamei em um sussurro, surpresa.

"Oi." Ele disse sem graça. "Machucou-te?"

"Não..." Disse constatando que pelo menos sangue não tinha. "O que faz aqui?" Olhei para trás a fim de ver se Esme aparecia.

"Oras, essa é minha casa." Ele respondeu com um sorriso torto.

"Sim, então por que não entra pela porta da frente?" Retruquei.

"Só vim aqui te dizer que o contrato do programa de televisão foi feito de novo!"

"Que bom!" Sorri.

"Sim." Os olhos dele brilharam. "O programa que eu gravei há alguns meses vai aparecer hoje, como se fosse estréia."

"Agora?"

Ele assentiu.

"Edward assista comigo!"

O sorriso se apagou de seu rosto.

"Por favor..." Implorei com minha carinha de Sky.

"Bella é perigoso."

"Perigoso é seu pai aparecer com uma arma achando que você é bandido, vamos!"

Ele olhou para os lados e esticou a mão para mim. "Vem você."

"Oi?"

"Vamos..." Ele disse provocando. "Ou você acha muito perigoso?"

"Oras seu..." Sorri enquanto corria escada acima com toda a pressa.

"Bella querida, tudo bem?" A cabeça de Esme apareceu da porta de seu quarto. Recuperei-me da animação rapidamente.

"Sim, Esme. Só fui fazer um lanchinho noturno."

"Certo..." Ela esfregou os olhos. "Alice já foi dormir?"

"Já sim."

"Ok." Ela bocejou. "Desculpe querida. Você pode apagar as luzes da casa depois para mim?"

"Claro." Eu sorri e corri de novo para meu quarto trocando de roupa e pegando algumas coisas necessárias.

Por via das dúvidas tomei mais um comprimido do remédio para tontura. Eu realmente não queria passar mal com Edward ao meu lado.

Desci o mais sorrateiramente possível e Edward me ajudou a pular a janela da cozinha, enquanto corríamos que nem doidos pelos jardins da casa.

"Vista isso!" Eu pedi ofegante quando chegamos ao portão.

Ele arqueou uma sobrancelha, mas colocou o boné e a peruca preta por baixo. Eu coloquei minha peruca loira e amarrei uma faixa no meu pescoço. Estava escuro e isso já nos dava algumas vantagens.

"Lindo."

"Linda." Falamos ao mesmo tempo e rimos indo em direção ao Volvo recém reformado.

"Tem vezes que acho que você gosta mais do carro do que de mim!" resmunguei cruzando os braços.

"Impossível, amor." Ele se debruçou sobre mim e me deu um beijo casto nos lábios. "Eu só tenho olhos para ti."

"Certo, eu posso até considerar isso..." Disse não controlando o riso na voz e me debruçando para beijá-lo também.

"Ok. Ok. Agora vamos, moçinha." Ele disse nos separando e arrancando pneus.

Meu celular tocou e com muita relutância eu o atendi.

"Eu vi o que vocês fizeram no minuto passado." Uma voz fantasmagórica surgiu.

"Cala a boca, Alice." Revirei meus olhos e desliguei.

Edward estacionou o carro em um lugar praticamente deserto e com um suspiro ligou a mini TV que tinha no volvo.

Ele sintonizou os canais e logo apareceu ele lindo e perfeito.

"As pessoas vão reclamar." Comentei.

"Por quê?"

"Porque você está mais lindo agora do que há alguns meses." Ele revirou os olhos e me aconchegou em seus braços.

No programa Edward falava de religião – óbvio né – mas o simples fato de estar ali com ele, sendo que tivemos quase nada de tempo útil nas últimas semanas me fez me sentir exultante.

Eu queria subir no teto do Volvo e gritar para o mundo inteiro que eu estava amando!

O programa acabou e ficamos ali somente sentindo a presença um do outro. Edward calmamente fazia cachos em meus cabelos e eu sentia o subir e descer de seu peito com a respiração.

"Parece que estou sonhando..." Suspirei observando as estrelas.

"Eu também... Bella?" Ele me chamou. Eu apoiei meu queixo em seu peito e olhei para cima.

"Sim?"

"Você me ama?" Ele perguntou.

"Que pergunta idiota, Edward."

"Sério. Responda-me."

"Claro que eu te amo."

"Certo." Ele deu um sorriso torto.

"Por quê?" Perguntei com uma ruga na testa. Com o polegar ele esfregou a região e me deu um sorriso torto.

"Por nada."

"Edward..."

"Ok. Sabe..." Ele suspirou olhando para fora do carro. "Às vezes eu tenho uma sensação estranha..." Eu logo gelei. "Aconteceu alguma coisa?" Ele perguntou analisando minha expressão.

"Não, não... É só que... Eu sinto a mesma coisa." Me endireitei no banco ficando de frente para ele.

Ele passou a mão pelos cabelos e suspirou. Observando as estrelas, continuou a falar.

"Se... Se demorasse demais... Até a carta chegar de Roma... Você... Você..."

"Eu o quê?" O pressionei. Seus orbes verdes me encararam firmemente.

"Você me esperaria?"

Eu sorri enquanto tocava seu rosto. "Claro que sim."

"Mas, Bella..." Ele engoliu em seco. "Ás vezes eu penso que monopolizo você. Acho que eu estou tirando uma vida de você."

"Por que você pensa isso?" Me endireitei, começando a ficar preocupada.

"Não sei... Bella, por mais que eu queria não pensar... Eu sou padre. E por mais que eu queira não declarar... Isso é complicado. Nas vezes eu penso nas conseqüências futuras para você, nas conseqüências presentes para você. Às vezes eu acho que eu não faço bem a ti."

"Edward, você está me deixando nervosa..."

Ele me olhou culpado por alguns segundos depois com um sorriso que não chegou aos olhos me puxou de encontro ao seu peito.

"Deixa para lá. Estou sendo idiota."

Depois daquilo, fomos á um cinema ao ar livre. Alguns carros estavam espalhados pela espécie de estacionamento, e o escuro encobria um pouco o volvo, apesar de estarmos em um lugar isolado também.

Eu e Edward curtimos cada momento juntos e as preocupações foram deixadas de lado.

"Edward?" Chamei.

"Huh?" Ele estava ocupado traçando a linha de minha coluna.

"Eu amo você." Ele apertou a ponta do meu nariz com os dedos e quando ele ia abrir a boca para falar uma batida no vidro do carro nos fez pular.

Eu logo me endireitei e Edward abaixou o vidro do carro.

Um guarda de segurança estava ali com a mão no cassetete e as pernas espaçadas, nos olhando reprovadoramente.

"Aqui é proibido." Disse. Edward assentiu e logo saíamos dali, e eu comecei a importuná-lo dizendo como que eu era inteligente por ter proposto aqueles 'disfarces'.

O meu celular deu vários apitos durante o trajeto e eu tentei ao máximo ignorar.

"Não vai atender?"

"Não. Não é nada importante." Respondia.

Até que infelizmente chegou o momento que eu tinha de voltar para a casa dos Cullens. Edward me deixou a uma pequena distância e eu que nem uma colegial saí correndo pelos jardins e acenando para Edward.

No quarto me permiti desabar na cama e reviver cada momento da noite magnífica com ele.

Eu o amava tanto... Tanto... Tanto...

O meu celular apitou de novo.

Inferno! Joguei-o longe e me embrenhei nas cobertas me sentindo mais feliz do que nunca me senti em toda minha vida.

Na manhã seguinte acordei com o apito do meu celular. O sol nem havia nascido decentemente ainda e eu me perguntei se eu estava tão excitada que não conseguia dormir nem cinco horas seguidas.

Afinal, aquele celular não deixava também.

Peguei-o de onde o havia jogado na noite anterior e vi que havia uma mensagem de caixa postal de vários minutos gravada.

Deveria ser Jake. Ou Tanya falando sobre os sucessos com Mike. Ou Renne tentando falar qualquer merda que ela queria recentemente.

"Bem..." Falei enquanto voltava a me embrenhar nos colchões. "Eu tenho que ver de qualquer jeito, mas isso não me impede de retardar isso."

E cinco minutos depois eu já dormia a sono solto.

Acordei, me vesti, tomei café da manhã, trabalhei mais animada do que nunca.

"O que aconteceu? Ganhou um cruzeiro particular com Robert Pattinson?" Lauren perguntou com aquela vozinha pateta dela.

Calma Bella... Lembra-se da crise mundial... Tem também o seu emprego lindo e maravilhoso... Pavio longo...

"Chefinha querida do meu coração, tem mais trabalho para hoje?"

Rose me encarou com os olhos arregalados e toda a redação parou para me olhar. Encolhi os ombros e resmunguei.

"Esse mundo tá perdido. Felicidade é algo tão raro que quando vêem acha que é esquisito!"

Depois do trabalho voltei para a casa e decidi que teria que ver o que quer que tenha no meu celular. Afinal, eu não poderia ouvir o apitar insistente o tempo todo, aquilo enchia muito o saco!

Sentei de frente á janela com Sky no meu colo e deixei a voz entrar em meus ouvidos.

"Está uma gravação da noite de quinta feira, quatro de Abril." Uma voz estranha surgiu.

"Mas que diabos é isso?" Murmurei confusa. Sky reclamou do meu colo e eu acalmei com um carinho atrás da orelha.

"Edward, você tem que impedir isso. Você sabe que já foi longe demais, você precisa deter isso. Você prometeu."

"Eu prometi que iria tentar evitar, mas é difícil bispo."

"Difícil? Essa era a sua única obrigação. Nosso trato lembra? E sei que você está gostando desse tempo com a menina, mas tudo tem conseqüências, e você tem que acabar com elas agora!"

"Eu sei... Eu sei..."

"Edward. Você tem que acabar com isso."

Uma pausa longa.

"Eu tentei."

Não consegui entender depois.

"Continua iludida, achando que você ainda está interessada nela."

"Não foi o que ela me disse!"

"Claro que foi! Ela se encontrava com a outra e falava isso, você sabe. Você tem duas mulheres na sua cola."

"Eu quis evitá-la."

"Mas fiquei sabendo que ela falou com você. E você não a ama mais!"

"Eu não a amo, isso é certo. Mas como que eu vou chegar e dizer isso á uma pessoa? Está certo que eu me afastei dela por um tempo com raiva dela ter entrado em minha vida, mas comecei a perceber que não posso ser tão rude!"

"Você tem de deixar de ser assim, Edward. Se você não a ama, e não a quer, não a iluda e coloque os pontos nos 'is'."

"Não é assim fácil..." Um suspiro. "Eu tentei, ontem... Ela disse que me amava."

"Depois de tanto tempo?"

"Sim." Outro suspiro. "Vai ser mais difícil do que imaginava, achei que esse tempo longe dela a faria perceber, mas..."

Eu não consegui distinguir as outras palavras, mas logo a voz de Edward voltou.

"Vou tentar conversar com ela hoje. Ela precisa entender."

"Você precisa terminar com ela. Ainda mais se não a ama mais, afinal você nunca a amou de verdade. Você foi á cama com ela e depois viu que não era nada demais para você..."

"Sim. Eu sei disso, bispo. Não precisa me lembrar. Eu vou dizer á ela a verdade. Que eu não a amo mais."

Eu não sei quanto tempo eu fiquei ali como máquina acariciando Sky e olhando perdida pela janela.

As coisas começaram a se encaixar em minha mente...

A primeira coisa que eu tratei de observar era se aquilo era algum plano. Alguém poderia burlar as vozes, não?

Mas realmente era o bispo e Edward. Duas vozes que eu não esqueceria tão facilmente.

E se tudo estivesse certo... Edward não me amava mais. As semanas que ficamos quase sem se ver foram uma tentativa para eu perceber isso. Ontem, quando ele fora tão carinhoso e prestativo, fora mais uma tentativa de relevar para mim a verdade de forma que eu não sofresse tanto.

Meus olhos pareciam que se tornaram vidro. Eu não conseguia mandar algum aviso para o meu corpo, nada.

Passaram-se horas e eu ainda continuava na mesma posição. Coloquei no repeat a conversa gravada no meu telefone, e eu chegara a um ponto de saber exatamente a fala, as pausas e cada suspiro da gravação.

"Bella?" Ouvi as batidas na porta de Alice. "Bella, você está bem?"

Não respondi.

Passaram-se mais horas.

"Bella, vou arrombar essa porta!" Carlisle berrou do outro lado, parecendo preocupado.

"Estou bem!" Consegui dizer com a garganta seca.

"Querida, desça... Coma alguma coisa..." A voz de Esme surgiu.

"Estou bem." Repeti de novo. Logo os passos se afastaram e eu me encolhi na cama em posição fetal. O repeat ressoou durante várias vezes naquela noite.

O meu estado de letargia durou o final de semana inteiro. Eu não saia do quarto, eu não comia e nem queria conversar com ninguém.

Coloquei meu celular no número restrito e liguei para Edward. Ouvir a voz dele me fez encher de um sentimento que eu já conhecia bem. Logo eu desliguei e comecei a perceber... Eu estava sendo uma idiota.

Sim, eu estava.

Afinal... Aquilo poderia ser muito bem algum truque de minha mãe, Mike, ou que raios de inferno seja a pessoa!

E eu estava ali me comiserando, ignorando os momentos lindos que eu tivera com Edward na quinta á noite. Ignorando que ele havia dito palavras lindas para mim...

Mas não disse que me amava.

Ele dissera tudo, menos que me amava. Na hora não fora algo realmente importante... Mas agora, ali! UGH!

Não! Eu prometi! Eu prometi que não desconfiaria do amor dele!

E eu iria cumprir!

Não era uma mensagem de celular que me faria ignorar tudo o que vivemos corpo á corpo.

Eu não era tão idiota assim, era?

Não! Não era.

Eu precisava falar com ele. Exigir alguma explicação. Querer saber alguma coisa, mas nunca desconfiar dele.

Eu prometi... Prometi...

Mas quando eu tentei me levantar, não tive mais forças, e tudo ficou preto.

"Bella! Acorda!" Praticamente jogaram um balde de água na minha cara e eu cuspi logo.

"Jesus, quem quer me matar afogada?"

"Ela voltou!" Ouvi um grito de alívio.

"Jesus..." Resmunguei tentando abrir os olhos e só vendo borrão. "Onde eu estou?"

"No seu quarto." Vi os cabelos espetadinhos de Alice aparecer no meu campo de visão. "Como não respondeu aos chamados, Carlisle arrombou a porta..."

"Gastou dinheiro á toa..." Resmunguei.

Ouvi a voz calma e sempre paterna de Carlisle assumir o ambiente.

"Bella, você não se alimenta á dois dias. Está muito fraca."

"Que nada..." Tentei argumentar, mas quando eu fui fazer o mínimo esforço para me levantar, eu não tive forças para isso. "Jesus."

"Você tem que comer moçinha." Carlisle disse me pegando calmamente no colo e me ajustando na cama. Esme apareceu no quarto carregando uma bandeja com a cozinha inteira nela.

"Poxa, com tanto pobre necessitado..."

"Coma, Bella." Carlisle pressionou com sua voz de médico profissional. Eu que não iria contrariar.

Eu comi tudo bonitinho e logo percebi as forças voltando ao normal, embora ainda me sentisse fraca.

"Posso saber o que aconteceu?" Esme perguntou se sentando ao meu lado.

"Nada. TPM." Se bem que eu não estava de TPM... E nem me lembrava de quando fora a última vez. Inferno! Nem me lembrava do que comi ontem.

Na verdade... Nada. Mas enfim...

Esme pareceu não acreditar e logo eu e Carlisle estávamos sozinhos no quarto. Ele trouxe várias coisas de hospital e começou a me analisar.

"Eu estou bem..." Tentei argumentar pela milésima vez. Mas ele simplesmente ignorou. Parecia que meu quarto tinha virado um hospital, e eu estava fazendo todos os exames que eu faria em um.

Logo um vinco se formou na testa de Carlisle, e eu me perguntei se eu estava com alguma doença terminal.

Comecei a ficar impaciente... Afinal, eu precisava falar com Edward.

Ele começou a fazer várias perguntas desconexas, de como 'quando fora minha última menstruação', 'o que eu estava sentindo ultimamente', e ECT.

Eu comecei a listar em minha cabeça as doenças que eu conhecia que envolvia esses sintomas... E não encontrei nenhuma.

Jesus! Eu era muito burra, mesmo!

Carlisle suspirou e se sentou ao meu lado na cama.

"Então...?" Perguntei calmamente. Repentinamente meu coração começou a acelerar e parecia que sairia pela minha boca a qualquer momento.

"Bella..." Logo a expressão séria do seu rosto, se resumiu a um largo sorriso. "Acho que finalmente teremos nossos netinhos."

"Jura? De quem?" Perguntei interessada. Mas espera... Edward não era... Alice não era...

"Oras... De você."

"E-eu?" Balbuciei chocada.

"Claro." Ele tocou em minha barriga rapidamente. "Eu e Esme sabíamos que você nos daria um neto rapidamente. Você e Jake vão ser muito felizes."

"Ohmeudeus." Eu exclamei com pavor.

Ele assumiu uma expressão preocupada.

"Você não quer o filho?"

"É... Hum... É agora que eu vou para o inferno, mesmo!" Carlisle continuou ali sem entender.

"Oras Bella... Um filho é uma benção, é algo realmente..."

Ele continuou falando, mas eu não dava ouvido.

Então era isso... Vômitos... Tonturas... Menstruação atrasada... Vontade de comer o mundo em doces... Sentimento maternal... Crianças...

Eu. Estava. Grávida.

E o pior... Era de um padre!

O padre Edward Cullen!

Oh Jesus! Era agora que eu ia para o inferno!

14 comentários:

Noeme disse...

Gente primeira a comentar! me joga um balde de água pra eu acordar desse sonho! Não pera não é sonho, é real mesmo! aaaaaaaaaaaaahhhhhhh
ki emoção!!!!aaaaaaaaahhh Então é agora q a Bella vai ter q casar com o Jacob! Pq ela não pode dizer q o filho é do Edward,pq ela ainda não largou a batina e falou pra os pais q ama a Bella! E eu acho q é a Renne mesmo q estão de complo com o Bispo pra separar eles!

Leticia disse...

Omggggggggggg como assim Bella gravita eles usaram preservativo meu Deus como que a Bella vai fazer i agora eles bão falar pra Esme e Carlisle e a Renen Meu Deus como diria a bebetty MI PNTA DE ROSA QUE EU DO BEGE. Sem palavras Completamente embasbacada com esse capitulo!!!

Adriene Laize disse...

OMG como ela ta gravidaa ???
que doideiraa
posta logo xD

Deise disse...

Quando é postado o outro capítulo?

Naty_14 disse...

minhas BFFs da internet, vo viaja e passa o fim d semana fora so volto domingo vo tenta le o capitulo de repente religiosa e vo comenta. vo senti saudads, bjus e bom findi.

Alice Volturi disse...

Domingo! ;)

Leticia disse...

mininas não consigo respoder então ai vai Noeme achoq ue não vai ser isso não lembra jack e a bella casam em 2009 ainda é 2008 sem falar que Quando o filho nascese eles iam perceber que não é to Jack pq o Jack é moreno e o Edward claro ia ta pra perceber... Acho que acontece outra coisa ja que a autora é a Natalia então... Epero de tudo

Deise disse...

Amanhã a partir de que horas?

GabiClara disse...

Bella sua tonta!!! A conversa de Ed com o Bispo era sobre Tanya! Tan. Ny. A!

GabiClara disse...

A camisinha pode ter furado. Existem esses casos! To aqui viva pra provar.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

O.M.E (O MEU EDWARD TA?) GRÁVIDA? COMO ASSIM?! HO GOD!
COMO O BARNEI JA ME PINTOU DE ROXO: ME AMASSA QUE EU TO PASSADA ! AIIIIIIIIIIIIII É AGORA Q ELA VAI TERMINAR COM O MEU PADRE! FIQUEI TONTA COM ESSE CAP.NÃO ESNTENDI A GRAVAÇÃO DO CEL. NATÁLIA,DEIXA ELES SEREM FELIZES PO!
* * VAI SER O BEBÊ MAIS LINDO DE TODOS!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

estão atrasadas nessa fik :(

Viihs disse...

Gosh, a Bella da gravida... E agora que ela ouviu aquela gravacao, provavelmente vai tentar ficar longe do Ed, ou seja, a Nessie vai nascer bastarda...

Jiiiii ;D disse...

haha sabia disso . ¬¬'
Na 'primeira' (e unica) noite deles a Bella diz que ouviu um barulho , mais preferiu nao interromper o momento , foi a hora que a camisinha estourou ... pensei nisso na hora que lii . USAUHSUHUSHAUSH  . 
Bella tem que ficar com o Edward ; não sei como . mais TEM !! 

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi