A Infiltrada 2 - Capítulo 03: Confiando No Inimigo

[Traga-me para a vida]

Bring me to life Evanescense


Como você pode ver através de meus olhos
como portas abertas
Conduzindo você até meu interior.
onde eu me tornei tão entorpecido;
Sem uma alma.
Meu espírito dorme em algum lugar frio,
até que você o encontre e o leve de volta pra casa.

(Acorde-me.)
Acorde-me por dentro.
(Eu não consigo acordar.)
Acorde-me por dentro.
(Salve-me.)
Chame meu nome e salve-me da escuridão.
(Acorde-me.)
Obrigue meu sangue a fluir.
(Eu não consigo acordar.)
Antes que eu me desfaça.
(Salve-me.)
Salve-me do nada que eu me tornei.

Agora que eu sei o que eu não tenho
Você não pode simplesmente me deixar.
Respire através de mim me faça real.
Traga-me para a vida.

Congelada por dentro, sem o seu toque,
sem o amor, querido.
Só você é a vida entre os mortos.

Todo esse tempo.
Eu não posso acreditar que eu não pude ver.
Me mantive no escuro.
mas você estava lá na minha frente.
Eu tenho dormido há 1000 anos, parece.
Eu tenho que abrir meus olhos para tudo.
Sem um pensamento.
Sem uma voz.
Sem uma alma.
(Não me deixe morrer aqui/Deve haver algo a mais.)
Traga-me para a vida.

--

Fugir da NSA era definitivamente a parte mais difícil. Mas uma coisa era conseguir liberdade, outra... É mantê-la. O plano pós-NSA do general consistia justamente nisso. Quando as buscas ficassem mais vigorosas, era necessário enganar, despistar ou retardar quem quer que a esteja procurando, para que chegasse a seu destino e lá pudesse ficar segura.

Hospedar-se em um hotel de beira de estrada era parte do esquema. No quarto, uma ‘sutil’ pista seria achada. Tão sutil, que somente pessoas atentas e especializadas poderiam achar. O que levaria aos detetives crerem que não se tratava de uma atitude deliberada de despistá-los, mas a verdade. Sendo fisgados, iriam para uma direção... E Bella, para outra.

O general olhou mais uma vez para o relógio enquanto ainda manuseava o aparelho que tinha nas mãos. Percebendo que estava tudo bem por hora, levantou os olhos e avistou a mulher ao seu lado ajustando a peruca na cabeça. Lembrou-se de suas palavras no quarto e praguejou a si mesmo por isso. Acreditava que a resgatara por causa dos Volturi, mas o que não sabia era que eles foram somente uma desculpa que achara na hora para fazê-la ir com ele. Não poderia continuar negando os fatos a si mesmo... Mas que diabos seria o outro motivo?

Com suas próprias palavras, ela poderia ser útil. Vivera com eles por anos! Fora criada no covil das cobras e como sua aliada poderia finalmente arquear um plano que desse certo dessa vez. Na Rússia tudo fora por água abaixo devido ao russo idiota vindo de lugar nenhum... E ele estivera tão perto...

Determinado a não se deixar poluir por pensamentos inapropriados, olhou-a e disse: “Já coloquei o carro em que viemos em um lugar que não vão achá-lo tão cedo. Tente não fazer barulho todo o caminho até os fundos.”

“Ok.” Ela assentiu ajustando as roupas. Estava um pouco nervosa, mas determinada.

O general suspirou: “Isso aqui não é a NSA, novato, não precisa agir como se tivesse um exército te esperando lá embaixo.”

Bella revirou os olhos e virou-lhe as costas caminhando silenciosamente em direção as escadas do motel. Chegando lá, virou a cabeça por cima do ombro e arqueou uma sobrancelha:

“E então?”

O general bufou e ajustou o boné que usava. Ao passar por ela, a criminosa conseguiu ter um vislumbre do brilho da arma dentro de seu casaco. Sentiu um nó na garganta e disse, quando o general já havia começado a descer alguns degraus:

“Tente não matar mais ninguém.” Não sabia o inferno do motivo, mas ainda aquela lembrança do general matando o soldado na floresta lhe perseguia. Por que estava acontecendo aquilo, inferno?

O general parou e virou-se para ela. Por já estar nos degraus da escada, estava quase de seu tamanho. Nunca se sentiu tão perturbada pela proximidade e intensidade daqueles olhos verdes.

“Preocupado com minha alma imortal, esposa?” Provocou.

Bella rolou os olhos e praguejou internamente aquele homem. Cruzou os braços de encontro ao peito e revidou:

“Podemos estar falando de aquecimento global ou até da morte do presidente que você acha um jeito de me provocar com isso. Diga-me... É algum tipo de perseguição?”

Ele arqueou uma sobrancelha. “No mundo do crime não existe o que chamam de ‘senso de humor’?”

Bella cerrou os olhos. “Se tiver, é bom você começar a aprender, porque o seu é péssimo.”

O general estreitou os olhos, estudando-a e Bella devolveu o olhar com a mesma altivez. Eles se dando bem por algum tempo? Impossível.

“Homens com o dobro de seu tamanho já estariam mortos depois dessas palavras.”

Bella fez uma cara presunçosa. “Caras do exército são todos uns fracotes.”

E foi aí que percebeu que tinha ido longe demais. Viu um lampejo de ira nos olhos verdes e de repente ele a estava puxando com tanta força em sua direção nas escadas que teve que se segurar em seus braços para não cair. O general a manteve contra seu corpo e tinha plena consciência de que se a soltasse a infeliz sairia rolando escadas abaixo.

Suas faces estavam tão próximas que o ar dos dois se misturou e Bella teve dificuldades em se situar e se manter respirando com toda aquela proximidade. Ergueu os olhos e mergulhou em um mar esmeralda que brilhava com algo perigoso, que parecia enxergar dentro de sua alma.

“Não brinque com fogo, novato; você pode se queimar.” Falou secamente enquanto sua boca mirava sua bochecha, quase na trave da boca, deixando seu hálito bater contra a pele dela. Um calafrio percorreu sua espinha, arrepiando-a toda. Bella respirou fundo e tentou ignorar aquele bíceps hiper definido que por ventura segurava na hora. Virou a cabeça minimamente e encarou-o tentando mostrar altivez, como se não estivesse nem aí para ele... Como se de repente tudo tivesse ficado mais quente e como, ugh, inferno!

“Quem tem medo de um pouquinho de calor?” Zombou.

O general apertou-a ainda com mais força e se olhar matasse, o dele talvez já tivesse matado há um longo período. Ficaram se encarando por muito tempo, até que o general a apoiou contra os degraus e a soltou-a com brusquidão. Virou-lhe as costas e continuou descendo as escadas como se descesse as de seu próprio reino, enquanto Bella apoiava a mão no batente e tentava dominar o equilíbrio.

“Se eu fosse você,” Ele acrescentou segundos antes de desaparecer. “Eu certamente teria.”

Bella observou-o se afastar e simulou um enforcamento com as próprias mãos, enquanto sua boca soltava várias palavras raivosas e desconexas. Reprimiu um bufo de raiva e a vontade de tacar alguma coisa naquele homem arrogante e... Céus. Não importava o que era, a verdade era que precisava dele. E como um homem podia ter tantas facetas diferentes? Uma hora ele era capaz de abraçá-la, ajudá-la e apoiá-la e na outra praticamente a jogava pela janela.

Olhou para o teto, suspirou e murmurou: “É, senhor, eu acho que mereço.”

O recepcionista cuja placa metálica que levava no peito informava ser “Mark” mexia no controle remoto da televisão com o ar entediado. Foi quando ouviu passos e o homem enorme que se hospedara com a esposa aparecera.

“Boa noite.” Disse de má vontade voltando o olhar para a TV.

Edward parou no balcão com a expressão impassível e limpou a garganta. Com um suspiro, Mark olhou-o e percebendo por fim como o homem era bem mais alto forte e tinha uma estranha áurea que exalava perigo em sua volta, se ergueu ajustando a coluna e olhou-o.

“Em que posso ajudá-lo?”

O general controlou o impulso de perguntar ao infeliz se ele sabia com quem estava falando, só no caso dele agilizar mais aquela letargia incompetente.

“Minha mulher faz algumas exigências de utensílios que faltam em nosso quarto. Queria saber se pode providenciar?” Perguntou as últimas palavras com um tom de voz que não deixava margem a dúvidas de que questionava sua competência.

O menor engoliu em seco e tentou enxergar através dos óculos escuros e do boné. Havia alguma coisa estranha com aquele homem, e com o canto do olho espiou mais uma vez o relógio. Madrugada. Em um hotel de beira de estrada. Quais eram as chances dele ser membro do crime organizado?

“É... Tudo o que oferecemos, está lá.”

“Tenho certeza que você pode dar um jeito.” Retrucou com a voz um tom um tanto quanto ameaçadora, erguendo o superior dos lábios.

“É... Claro.” Saiu detrás do balcão e se encaminhou até uma porta que dava para uma espécie de quarto-depósito. O general o seguiu e por cima do ombro avistou a novata espiando-os. Com um gesto de cabeça, mandou que ela fosse.

“O que ela deseja?”

“Essas coisas que mulheres gostam.” O general disse em tom provocador. “Aquela lá em cima é extremamente exigente, se acha o centro do mundo querendo sempre do bom e melhor... Não enxerga o seu verdadeiro lugar.”

O recepcionista pareceu mais relaxado, mas um pouco temeroso pela mulher do cara.

“Mulheres, sempre dando problemas.”

O general foi pedindo coisas que nem sabia para que servissem para Mark, desviando a atenção dele enquanto Bella passava pelo saguão sem ser vista. O general ouviu um barulho e virou-se notando que Bella batera o pé em alguma coisa de ferro no chão e praguejava a dor que sentia.

“Acho que...”

“Eu acho que ela não gosta dessa marca.” O general apontou, desviando a atenção do recepcionista. “É o tipo de pessoa extremamente fresca. Nem sei como eu a agüento.”

“Acho que não temos outra marca...”

“É sempre bom verificar, não?” Retrucou naquele tom de voz que fez com que o pobre homem engolisse em seco e quase entrasse correndo no quartinho e se trancasse lá.

“Claro.”

O general virou a cabeça procurando por Bella e não a achou. Havia conseguido ir.

Olhando o relógio em seu pulso disse apressadamente: “Depois dessa demora incompetente acredito que ela já desistiu de seus pedidos.” Bufou. “Essa espelunca precisa melhorar a qualidade de seus funcionários.”

O empregado totalmente confuso e um tanto irritado se ergueu e fechando a porta do armário, murmurou:

“Que praga!”

“Você disse alguma coisa?”

Virou-se e notou o homem olhando-o ameaçadoramente.

“É...” Engoliu em seco. “Belo boné.”

“E então?” Bella perguntou encostada contra uma árvore com os braços cruzados de encontro ao peito. Estava em uma área rural perto do hotel, de lá não podendo ser vistos.

O general procurou algo pelo bolso dos casacos e retirou algumas chaves. “O idiota não vai entrar naquele quarto tão cedo. Tenho certeza que tem medo de mim.”

Bella rolou os olhos sabendo que aquilo não era muito difícil. Acrescentaria um comentário engraçadinho, mas ao invés disso, perguntou: “Ele não me viu saindo?”

“Não... E nem eu.”

“Posso saber como você saiu?”

“Subi até o primeiro andar e pulei a janela, novato.” Respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo. “Ele ainda acha que estamos lá dentro, portanto se houverem buscas ele não pode indicar uma direção, ou suspeitas de direção.”

Bella assentiu e mordeu os lábios, se desencostando da árvore. “E finalmente posso saber para onde vamos?”

O general não respondeu. Andou paralelo a ela em direção a algumas árvores e ela bufou, contrariada. Era claro que ele não diria!

“Aqui está.”

Bella demorou alguns segundos para chegar e teve que se apoiar na ponta dos pés para enxergar por cima do ombro do general.

“Por favor, não me diga que nós vamos andar nesse troço.”

“Alguma idéia melhor?” Questionou já caminhando em direção a máquina rural que estava parada no meio da neve.

Bella ergueu as mãos para o ar e se embolou com as palavras, enquanto tentava argumentar: “Isso é um o quê? Uma colheitadeira? Deve pertencer a algum produtor rural daqui, não podemos simplesmente pegar... Espera. Como você tem as chaves?”

O arrogante já tinha subido no negócio e enfiava a chave na ignição. “Vai subir ou não?”

Bella respirou fundo e se aproximou temerosa de que aquela coisa pudesse morder. “Por favor, por favor, me diga por que não podemos pegar um carro.”

O general revirou os olhos. “Se pegarmos um carro, até o cara que acabou de entrar no curso de detetive consegue saber a nossa rota. Essa belezinha percorre esses campos todos os dias, não levantará suspeitas. Além do que é um atalho até a próxima parada.”

Bella levou uma mão à face em desolação. Como era a parte de se entregar mesmo?

“Você pelo menos sabe pilotar essa coisa?”

O general bufou. “Novato, sabe que horas são?”

Bella olhou-o inexpressiva.

“São duas horas da manhã! Sabe o que eu poderia estar fazendo nesse horário? É, dormindo, ou tendo alguma companhia agradável, mas estou aqui quebrando o meu código de honra. Dá, por obséquio, calar a boca e entrar nessa PORRA?”

Ele falou com tanta raiva que Bella até podia jurar que um ventinho fez mexer seus cabelos. Piscou os olhos e respirou fundo. Certo... Ela confiava nele, não? Ok.

Ela assentiu mordendo os lábios e foi dar um passo para subir quando houve um barulho estranho muito perto dali. Olhou alarmada e assim também o general e antes mesmo que pudesse perguntar que porra estava acontecendo, o homem já tinha pulado sobre ela, fazendo com que os dois caíssem no chão.

Ela respirou pela boca tentando buscar por ar com todo aquele peso em cima dela, mas logo o general se distanciou um pouco movendo a cabeça para todos os lados a fim de ver o que era.

“Ok. Ok. Eu estou bem.” Garantiu não sabia para quem.

“Shi.” O general disse levando o indicador aos lábios. “Tem alguém por aqui.”

Bella não se permitiu ser dominada pelo medo, mas não pôde evitar aquela apreensão que tomou lugar em seu corpo.

O rosto do general virou-se para o dela e estava quase coberto pelas sombras. “Eu te machuquei?”

“Meu orgulho, o tempo todo.” Resmungou. Ele lentamente saiu de cima dela enquanto tirava a arma de dentro do casaco. Novamente levou o indicador aos lábios e encurvado começou a caminhar atrás de umas árvores. Ele quase não fazia nenhum barulho, o que era lógico já que era um militar.

Bella foi se levantar, mas o general virou a cabeça em sua direção, repentinamente. “Fique onde está.” Sibilou.

Bella rolou os olhos e o general ficou parado como se estivesse ouvindo. No próprio ano em que ficara na NSA, aprendera a distinguir diferentes sons e naquele momento não duvidava que o general tentasse reconhecer o que era.

Bella procurou algo ao redor que pudesse usar como arma e viu uma pedra. Não era A arma como a que o general tinha nas mãos, mas serviria.

Então Bella viu caminhando na direção deles, cambaleante, o que parecia ser um produtor rural aos tropeços com uma garrafa de rum nas mãos.

“Merry Christmas! Merry Christmas! Santa Claus is coming, yo-ho... Ic…”

“Mas que porra é...?” Bella começou rolando os olhos. Por fim guardou a pedra no bolso e levantou-se, querendo resolver aquilo em dois tempos.

“Volta aqui!” Ouviu a ordem do general atrás dela, mas ignorou. Assumindo sua faceta de melhor atriz pela votação do parlamento da cidade do Nunca chegou correndo no homem, parecendo assustada.

“Meu Deus, Meu Deus! Você é quem eu estava procurando, eu... Eu...”

“Ic... G-zuiiiiiiiz.” O bêbado cambaleou arregalando os olhos. “Estou tendo... IC... Miragens... Céu! Céu! Sabia!”

“Senhor, você tem que me ajudar, por favor...”

“Ei, eu não conheço você...”

“Você tem que me ajudar!” Quase berrou, implorando. “Meu namorado me largou no meio do mato e não tenho para onde ir...”

“Ah princesa!” O bêbado tentou arrumar a postura e foi prostrar continência com a mão que segurava a garrafa, o que gerou uma situação cômica. “Eu a protegerei... Por você, Ic... Ao infinito e al.... AI!”

De repente, o homem caiu no chão com a garrafa ao seu lado enquanto atrás dele, o general revirava os olhos e guardava a arma no bolso que usara para dar uma pancada que desacordaria o infeliz por algumas horas.

“Será que eu vou ter que começar a falar em italiano com você, novato? Qual a parte do ‘fique onde está’ você não conseguiu absorver?”

Bella suspirou e ajustou as roupas. “Só estou colaborando. Trabalho em equipe, general.”

O homem bufou e jogou as mãos para o céu talvez pedindo por paciência. “Vamos embora logo antes que você decida fazer algo mais estúpido.”

Bella deu de ombros e seguiu-o e só foi naquele momento que percebeu outro problema que teria que resolver. Com uma careta de consternação, olhou da máquina para o general ao seu lado.

“Você já percebeu que só cabe uma pessoa ali?”

“Já. Por isso que você vai grudada nas rodas.”

“O QUÊ?”

O homem revirou os olhos subindo na máquina e se acomodando no único assento que lá tinha. “Vamos, novato, deixa de drama e sobe aqui.”

“E aonde vou me instalar, no teto?”

Ele ficou olhando-a inexpressivo até que Bella praguejou o mundo. Diabos! Estava fazendo muito aquilo ultimamente.

“Eu juro, eu juro que vou criar o plano mais diabólico que o universo já viu para me vingar por todos esses momentos que eu estou passando.”

Ainda reclamando tentou subir no negócio, mas era extremamente alto e encontrou dificuldade. Só faltava o general cruzar os braços de encontro ao peito e ficar assistindo, com diversão, suas tentativas infrutíferas de subir na máquina. Entretanto sabendo que não tinham muito tempo, estendeu a mão para ajudá-la.

Bella recusou por puro orgulho até que com toda sua força e um pouco mais de equilíbrio conseguiu subir e qual não foi à estranheza ao ter que se instalar bem no colo do general Edward Cullen. Realmente não tinha como piorar aquela situação.

Engoliu em seco tentando ignorar a sensação do corpo dela contra o dele... Do calor que sua pele irradiava e ainda mais da posição em que permaneciam quando o general tinha que estar também dirigindo a máquina. Bella poderia fazer isso, mas não sabia como funcionava e não queria capotar o negócio.

“Vai dizer para onde estamos indo?” Perguntou depois de algum tempo.

“Para onde não há mais volta.”

Bella suspirou. “Essa foi à resposta poética, quero saber a real.”

“E quem te garante que não é a real?” Retrucou e Bella mais uma vez pensou que aquela voz quase no pé do seu ouvido, não estava lhe surgindo nenhum efeito.

Bella bufou. “É o fim do mundo?”

“E você iria para o fim do mundo?”

Bella mordeu os lábios. “Você me levaria lá?”

“E se levasse?”

“Então eu iria.” Respondeu sem pensar e logo se arrependeu. Percebeu o clima ficando tenso e olhou para o céu tentando ignorar todas aquelas sensações esquisitas.

Depois de um tempo o general perguntou, com a voz rouca: “Por quê?”

Bella cruzou os braços de encontro ao peito e virou a cabeça para qualquer lado, ignorando-o. Ouviu o general rosnar baixinho:

“Responda-me.”

Cerrou os lábios mesmo sabendo que ele não poderia vê-los. Demoraria muito aquele caminho todo? Céus! Poderia ter uma situação mais constrangedora do que aquela?

“Novato...”

“Não há o que responder.”

Então se surpreendeu quando de repente o general parou a máquina e tirou as chaves da ignição.

“Ei, por que v...? O que você está fazendo?” Assombrada perguntou, quando ele a pegara e a virara contra ele, ainda em seu colo. Bella engoliu em seco quando viu seu rosto.

“Por quê?”

Piscou os olhos diversas vezes. “Por que o que?”

Ele rosnou e Bella se viu quase deitada – naquele espaço super diminuto – com o general praticamente em cima dela, penetrando-a com o olhar.

“Eu quero a minha resposta, novato.”

“Não há resposta para dar.” Respondeu olhando em seus orbes verdes.

Ele estreitou os olhos até que deu de ombros e murmurou: “Ótimo.” Soltou-a e ajustou-se no banco, colocando os braços para trás e observando as estrelas. “Acho que tenho toda a madrugada para observar as estrelas. Sabe que eu nunca vi o nascer do sol em uma colheitadeira?”

A boca de Bella se abriu em incredulidade. “Ei, o que você está fazendo? Temos que ir, lembra? Horários, lugares, plano, fuga, NSA, Volturi!”

“QUE SE EXPLODAM...” O general começou com a voz carregada de raiva, mas então respirou fundo e completou mais calmo. “Os Volturi.”

Bella respirou fundo tentando controlar seu mau gênio. Deus sabia que quando ela resolvia abrir a boca para retrucar algo, saía merda. E conseqüentemente estando ao lado – ou no colo – de um homem com um gênio igualmente forte, poderia sair alguma carga altamente explosiva.

Olhou para o rosto rígido dele e soube que nunca poderia admitir a verdade. Confiava nele. Quão ruim seria admitir isso? Ele só... Céus! Ele poderia fazer cada coisa com essa informação, e... Diabos! Ela não via uma razão explicitamente importante para não contar, além de uma muito boa que era seu orgulho e o ego já enorme que ele possuía.

Com determinação, respirou fundo, endireitou a postura, jogou um pouco de cabelo na cara do homem e se ajustou em seu colo. “Certo, não deve ser mais difícil do que um caminhão.”

“Você por acaso já dirigiu um caminhão?”

“Não.”

O general então rolou os olhos e provocou: “Boa sorte com isso, então.”

Ignorando-o procurou por alguma espécie de alavanca. Sempre tinha alavancas para negócios como aquele... Acelerador... Chave, ignição. Botões! Era aquilo!

Com um sorriso triunfante apertou um botão vermelho que parecia ser atrativo e ficou esperando que a máquina saísse andando. Depois de alguns segundos ouviu um barulho estranho a sua frente e começou a ver um negócio girando, provavelmente aquilo que usavam para colher.

“Merda.” Resmungou apertando o botão de novo e desligando. Ouviu um som debochado do general atrás de si e ignorou, novamente.

“Vamos, Bella... Vamos...” Murmurou consigo mesma, até por fim chutar o balde e decidir que deveria funcionar da mesma maneira que um carro, afinal o general sabia dirigir aquilo, e existia por acaso carta de habilitação para máquinas agrícolas?

“Devo avisar que acho que a máquina não tem seguro-garantia.”

“Ah, ótimo. Muito bom saber disso. Mas a culpa é sua afinal das contas.”

O general colocou uma mão em seus ombros e puxou-a para baixo, sussurrando perto de seu ouvido: “É só me responder. Simples. Fácil, e saímos na mesma hora.”

Bella respirou fundo e negou com a cabeça. “Mas que homem cabeça dura você é! Diga-me, no exército ensinam ser teimoso? Já lhe disse que não tenho nada para responder e...”

“Você nunca conseguiu me enganar, novato, lembra-se?”

“Infelizmente.” Respondeu com uma carranca. “Mas realmente não há nada para contar! Sabe, nem lembro mais o que você perguntou, mas que saco, agora estamos aqui parados e você parece ignorar que estamos foragidos, ou pelo menos que eu estou, mas você é cúmplice, então se nos pegar aqui eu...”

E na euforia de Bella para conseguir explicar-se, acabou apertando coisas que não devia na máquina o que fez com que ela se agitasse tão ferozmente que Bella perdeu o equilíbrio e foi jogada no chão, no meio do que parecia ser um solo recém colhido. Claro, o general também não escapara dessa.

“Ai...” Bella gemeu sentindo uma dor aguda nas costas. “Olha o que você fez!”

“O que eu fiz?” O general respondeu de algum lugar perto dela. Virando a cabeça um pouco para o lado, notou que estava no chão jogado também. Fazia uma careta de tão profundo desgosto, irritação e nojo que um som abafado saiu de sua garganta. E somando com toda a situação ridícula, com talvez o seu estado de sonolência e a merda que sua vida era não conseguiu controlar a vontade de rir.

O som foi saindo aos poucos até que se estirou totalmente no chão e tudo se transformou em sonoras gargalhadas. Ouviu um bufo irritado ao seu lado, mas não conseguiu parar. Seus olhos encheram-se de lágrimas e parecia entrar em convulsões.

“Merda novato, do que inferno você está rindo?”

Bella se controlou depois de um tempo e tomando respirações curtas e profundas, conseguiu responder:

“Não é tudo ridículo? Você é o generalíssimo da NSA, eu sou uma foragida de caráter nacional e estamos atravessando o campo em uma colheitadeira! O que aconteceu com o carro do James Bond?”

O general rolou os olhos, mas um pequeno sorriso surgiu-lhe nos lábios ao perceber o absurdo daquilo. Ergueu-se, ficando sentado no campo e olhou ao redor constatando que estavam sozinhos no meio de um nada. Aproximou-se da máquina para ver se havia algum dano, mas percebeu que nada de mais havia acontecido. Pegou o aparelho no casaco e verificou a situação. Com ele podia saber a rota de todos os veículos da NSA, assim garantindo a segurança deles até o destino. Notando que tudo estava tranqüilo, suspirou e percebeu que ele... Chefe de estado, generalíssimo, dono de malditas honoráveis três estrelas, estava ali: Na porra de um meio de um nada, dirigindo uma máquina agrícola.

“A porra da minha reputação vai pro espaço com você uma hora dessas.” Resmungou consigo mesmo.

“Você é muito preocupado com reputação, general. Assim como suas insígnias.”

“Ah sim, me importo tanto que estou aqui com você.” Revirou os olhos e se aproximou da figura estirada no chão, que estava com a cabeça voltada para o céu e os olhos fechados sentindo o vento frio da noite. “E qual é seu problema com insígnias?”

Um sorriso preguiçoso surgiu nos lábios da criminosa que continuava de olhos fechados. “Veja bem, as insígnias servem para mostrar certas coisas sobre quem as usam... Mas você faz exatamente o que elas não mostram: como estar aqui, comigo. E mesmo assim você as tem.”

O general ficou um pouco aturdido com aquele ponto de vista e percebeu que de certo modo a infeliz tinha razão. Abanando a cabeça, ele cruzou os braços de encontro ao peito e a olhou ali: deitada no chão coberto por um fino lençol branco de neve. Apesar de todos os problemas pelos quais passava, estava ali jogada na neve com um sorriso relaxado nos lábios, parecendo tanto como uma criança perto de seu dia de Natal. Ele quis tocá-la... Teve uma vontade imensa de abraçá-la e simplesmente se enterrar em seu corpo e lá se perder.

Mas que diabos! Praguejou a si mesmo sabendo que aquela ali não tinha uma célula de criança no corpo. Era a mais ardilosa, provocadora, teimosa, irredutível mulher que já tivera o desprazer de conhecer.

Bella percebeu um barulho perto de si e percebeu que o general se deitara ao seu lado. Ficou tensa de repente, mas logo relaxou, abrindo os olhos e observando as estrelas.

“As únicas estrelas que realmente importam são aquelas que estão lá no céu. Não sei por que insígnias de honra têm a forma delas.”

O general virou o rosto para olhá-la e comentou, entre curioso e divertido: “Para uma criminosa você é bem... Sentimental. Está perdendo o jeito, novato?”

Ela soltou um bufo irônico fechando os olhos, mas logo voltou a abri-los. “Sou humana.” Limitou-se a responder. Era claro que havia uma história por trás do fato de gostar de observar estrelas, mas depois de se abrir um pouco com o general no motel e vê-lo com tanta raiva, fez com que ela se reservasse um pouco. Certamente ele não gostaria de ouvir histórias sobre ela.

“O fato de eu não apreciar, me torna inumano?”

O sorriso de paz de Bella murchou em meio aquele campo. Ali pôde fingir um pouco que estava dando um passeio no meio da madrugada, e não fugindo.

“General, o que torna as pessoas inumanas é quando elas escondem que são humanas, por dentro.” Deu um sorriso de lado e fechou os olhos. “Mas não se preocupe. ‘Você não pode esconder nada de mim, general’” Imitou o tom de voz dele com uma frase que estava se tornando o seu clichê. “Eu já sei o que você esconde.”

O general franziu o cenho e respirou fundo. Tentou ver algum nexo naquele monte de pontinho brilhante no céu, e não achou nenhum, mas soube que estava fazendo aquilo para não perder o controle, ficar irritado e deixar seu gênio forte aparecer de novo. Fingir que não era ele mesmo de vez em quando era bom, e se surpreendeu ao gostar de ficar simplesmente ali deitado na neve, fazendo particularmente nada, talvez apenas ficando cada vez mais fodidamente confuso.

Suspirou e ergueu-se sobre um cotovelo ficando de lado. Pôde observar melhor o rosto da novata e sentiu que ela ficava tensa com sua aproximação. Quando ela abriu os olhos e encarou-o, ele arqueou uma sobrancelha e questionou:

“Sabe?”

Bella tentou não se perder naqueles olhos... Céus! Estava enlouquecendo.

“Sei.” Sussurrou, e sabia. Há algum tempo compreendia que aquele homem tão duro por fora, na verdade era alguém que tinha algo muito bom e nobre dentro dele. Se não fosse, ele não estaria ali. Desconfiava que fosse a única que podia enxergá-lo, também.

Um canto dos lábios do general se ergueu em uma espécie de sorriso malicioso – aqueles pequenos repuxos que o faziam bonito e diferente – e se apoiou nos dois cotovelos, trazendo-se para cima de Bella.

Bella trancou a respiração e teria ofegado quando os dois braços do general se prenderam um a cada lado de sua cabeça e o corpo dele pairava bem sobre o seu.

“E então você deve saber o que eu estou pensando agora?” Provocou.

Os lábios de Bella ficaram secos de repente e ela teve que umedecê-los com a língua. “É... Tenho minhas dúvidas...”

Ele provocou-a mais. “Oh, pensei que você conseguia me ler muito bem...”

Bella sorriu nervosamente. “Sabe, suas mudanças de humor me deixam atordo...”

“Novato?”

“Hm?”

“Stai zitto.”

E nem teve tempo para retrucar, pois em menos de dois segundos os lábios do homem já estavam grudados nos seus. E lá estava ela novamente... Naquele fogo... Naquela chama que chegava junto com os lábios vorazes e famintos do generalíssimo, que percorria sua garganta, sua barriga, suas pernas e preenchia desde a ponta dos pés até os fios dos cabelos.

Bella arregalou os olhos, mas logo foi relaxando, até que se rendendo, fechou-os, e suas mãos prenderam o general pela nuca, trazendo-o para mais perto de si.

*Cala a boca, em italiano, Segundo o Google tradutor.

Acreditava que estava perdida... Acreditava que poderia morrer a qualquer momento... Acreditava que aquela necessidade de tê-lo e fundi-lo a si deveriam ser coisa de outro mundo, algo verdadeiramente inumano.

As mãos do general estavam em todo lugar, em seu rosto, em seu corpo. E aquela sensação do chão frio com o corpo quente do homem fazia-a ver literalmente estrelas. Fechou a mão em um punho ao redor de seus cabelos, e ouviu-o rosnar contra sua boca, aquele som exótico e sensual.

Poderia ter ficado ali para sempre, sabia disso, mas o ar foi necessário e quando o foi os dois ofegaram na boca um do outro, até se distanciarem minimamente procurando por um ar frio e bem-vindo. Não se afastaram, nem um pouco.

E os olhos do general – aquele verde extremamente escuro e brilhando do que ela reconheceu ser desejo – estavam encarando-a com uma intensidade eloqüente. Seu coração bateu estranhamente mais acelerado assim que devolveu o olhar intenso do homem que já conhecia há um ano.

“Por que se fosse comigo você iria para qualquer lugar?” Perguntou, e Bella gelou. Desviou o rosto, mas se surpreendeu quando os dedos do general seguraram a parte inferior de sua face, forçando-a a olhá-lo. O toque fora firme, mas gentil.

Seus olhos brilhavam com o brilho da lua e encarou-o com atenção, notando mais uma vez como seus traços eram firmes e bem feitos. Seu rosto extremamente másculo e bonito, e aquele ossinho em sua mandíbula que vivia saltando quando estava nervoso era um charme a parte que tinha. Como se precisasse de mais... Tendo aqueles olhos.

“Por quê?” Repetiu. Ele estava em cima dela e Bella tentava –mais uma vez – ignorar aquelas estranhas sensações. E de repente não conseguiu pensar em nenhuma desculpa, em alguma mentira ou algo que o irritasse e o fizesse desistir. Totalmente desarmada, só conseguiu encará-lo nos olhos e em um murmúrio, dizer a verdade:

“Porque eu confio em você.”

Não soube identificar aquele ramal de sentimentos que se passaram por seus olhos, mas soube que, no momento em que disse aquelas palavras, além de soar absolutamente certo, algo dentro do general se ruiu. Máscaras, barreiras... Alguma coisa fez que, por um minuto, aquela sua fachada de sempre no controle de tudo mostrasse brechas e Bella se surpreendeu ao surgir um pequeno sorriso involuntário em seus lábios, afinal, ela ficava feliz ao vê-lo saindo do alto de seu pódio.

Quando o general se recuperou do choque que suas palavras lhe provocaram, ele ainda ficou lá a olhando, como se a estudasse. Seu coração batia estranhamente mais acelerado o que era totalmente estranho e irracional, porque aquilo nunca acontecia, ainda mais com uma mulher! E ele sentiu uma onda, quase como uma enxurrada de sentimentos estranhos em seu peito fazendo com que ele sentisse coisas... Que nunca imaginou possíveis, que não entendia e que não podia denominar.

“Você tem noção...” Começou com a voz intensamente mais rouca. “Que ninguém nunca me disse isso?”

E sem mais delongas os seus lábios voltaram a beijar os dela, com mais intensidade, mais força... Mais de tudo o que sentia dentro do peito e não conseguia denominar. Seu corpo grudou-se com o dela, as pernas se entrelaçaram no chão coberto pela neve, e Bella gemeu ao sentir a ereção do general bem no ponto em que ela mais precisava. Ele estava pronto para ela... Ele a desejava... Porra! Era errado! Era errado!

MAS QUE SE EXPLODA!

Puxou-o com fúria e cedeu de bom grado a passagem de sua língua para sua boca, que a explorava, demandava, reivindicava como sua. Gemeu quando aquelas mãos foram percorrendo seu corpo... Fazendo parecer malditamente certo elas estarem justamente lá. Conhecendo, explorando.

Bella arfou contra sua boca quando sentiu aquelas mãos grandes, másculas e quentes adentrando o seu casaco. E quando aquelas mãos acariciaram seus seios por cima do tecido da blusa mais fina que usava por baixo, todo seu corpo se arqueou, jogando a cabeça para trás e o quadril mais de encontro ao corpo dele, onde precisava... Necessitava de um alívio... De um contato maior.

O general foi descendo os beijos, as mordidas por sua mandíbula, pelo seu pescoço, seus ombros, enquanto as mãos sentiam a pele aveludada de seus seios perfeitos... Feitos para as mãos dele.

Bella sentia que a explodir... Já tivera muitos homens em sua vida, mas nenhum deles sequer se comparava com aquele militar em cima dela. Jesus! Ela deveria ter freqüentado um quartel antes!

Mas ela não pensava em nenhum outro homem que já conhecera... Não pensava quem era... Não pensava na sua situação... Só pensava que talvez... Só talvez... Ela pudesse arrancar as roupas daquele homem com um único puxão. E foi o que tentou fazer, mas suas mãos tremiam e o corpo dele estava tão prensado contra o dela que só complicou ainda mais as coisas.

Tateou seu peito musculoso e pôde se lembrar claramente de quando vira o general só de sunga a resgatando do rio, dele só de cueca dormindo bem ao seu lado no quarto da fazenda ou até dele mesmo nu e molhado logo após sair de um banho. Soube então, naquele momento... Que o desejava. Desejava-o tanto... Queria senti-lo mais... Tê-lo mais... Mas que inferno!

Mas tudo pareceu esmorecer... Tudo pareceu voltar repentinamente à realidade, como se tivessem batido um amortecedor de carne bem na cabeça dos dois. Um som de helicóptero! Um helicóptero não muito longe dali!

Não soube quem se sobressaiu primeiro, mas em dois tempos o general já não estava mais em cima dela, e ela estava sendo puxada para a colheitadeira. Havia um vão entre as rodas e os bancos onde poderiam se agachar e não ser vistos, e aquilo foi o máximo que conseguiu fazer com tão pouco tempo de aviso.

Bella ainda arfava e a respiração do general estava pesada.

“Oh meu Deus...” Bella murmurou chocada demais para conseguir falar algo além. E se o helicóptero tivesse os visto se agarrando como dois coelhos ali no meio do campo? Se os pegassem, não haveria general e nem inteligência no mundo que poderia livrá-lo da culpa por estar com ela.

Edward tentou espiar por entre algum lugar a rota do helicóptero, mas não conseguiu. Sinalizou para que Bella ficasse o mais quieta possível, ali agachada junto a ele. Bella não pôde fazer nada a não ser agarrar a perna do general com força, quase afundando suas unhas ali. Suas esperanças começaram a se afundar quando o som ficou muito próximo, como se o helicóptero estivesse pairando alguns metros acima deles. Bella apertou ainda mais a perna do general em um gesto inconsciente, que provavelmente traria marcas depois. Mas ou o homem parecia não notar, ou não se importava.

Então o som começou a se distanciar... De pouquinho... Em pouquinho...

O suspiro de alívio de Bella foi tremendo, assim quando não pôde ouvir mais nada. Surpreendeu-se ao perder o equilíbrio quando o general saiu do “esconderijo” com fúria, como se fosse um furacão. Bella, atordoada, tateando na parede da máquina seguiu-o e o encontrou com uma expressão de fúria olhando para o aparelho que checava de tempos em tempos desde que saíram do depósito de lixo. Bella viu os músculos dele se flexionarem na vontade de tacar o aparelho longe, mas ele se controlou, e como de algum modo para descontar a raiva que sentia, chutou a lateral da colheitadeira fazendo com que a bichinha tremesse toda.

“Maldito McCarthy!” Vociferou.

“O que aconteceu?” Bella perguntou, alarmada.

O general finalmente pareceu notar a presença dela e quando se virou para olhá-la, reparou que os lábios dele carregavam provas do que estava fazendo minutos antes, mas não prestou muito atenção nisso, pois nos olhos do general é que estava a verdadeira reação. Raiva, ódio e um instinto assassino muito grande.

“Aquele maldito deve ter mexido no computador mestre da NSA, de alguma forma boicotando a informação que eu tenho aqui. Por isso que eu não vi nenhum helicóptero em um raio de quilômetros. Provavelmente aqui mostra os lugares que eles não estão. Maldito!” O general chutou de novo a lataria e resmungava diversas pragas e maldições para o que era seu amigo... Há um dia.

“Quer dizer... Que... Ele sabe... De... Nós?”

“Ele desconfia.” O general rosnou. Ele estava de costas para ela, com todos os músculos tensos e seus ombros subiam e desciam no ritmo acelerado da respiração. O general respirou fundo e pareceu tomar controle sobre si mesmo, pois logo se voltou com uma expressão determinada no rosto em direção a máquina.

“Sobe!”

“Mas...”

“Sobe porra!” Ele ordenou já lá em cima. Bella engoliu em seco e se recusou, trancando o queixo.

“Temos que conversar sobre isso! Você não pode pelo menos me dizer para que raios de cidade, estado, país eu vou?”

Ele rosnou e conseguiu de algum modo puxar Bella para cima. Ela protestou, mas logo se viu no colo do general Cullen novamente, com algo “novo” na área. Mas ele estava tão determinado a sair logo dali que ignorou todo o mais e deu a partida na colheitadeira.

“Maldita velocidade dos infernos!” Xingou.

“Xingar não vai fazê-la andar mais rápido.”

O general bufou e Bella mordeu os lábios praticamente durante boa parte do caminho. O homem parecia louco para chegar o mais rápido possível para onde se dirigia, como se sua vida dependesse daquilo e com aquele silêncio que havia se formando entre os dois ela pôde muito bem recordar do que acabara de acontecer. Céus! Se o helicóptero não tivesse chegado, o que os dois teriam feito? Eles... Diabos, o pior era o pensamento que tivera... Que o desejava. Não podia ser! Não! Ela o odiava! Não odiava?

Ele não era o frio, rude, impassível (talvez não tão impassível assim), violento general Cullen? Como poderia estar atraída pelo homem que já batera nela com seu maldito bastão, que insistia em chamá-la com um substantivo do gênero masculino, e que ainda por cima estava somente a ajudando por causa de algo maior que o movimentava: Vingança?

Não, não podia... Era terrivelmente intolerável... Era errado... Era sujo... Era... INADMISSÍVEL!

“Novato...”

Bella se sobressaltou com a voz dele, e respondeu com um simples: “Hm?”, pois acreditava que sua voz iria trair todas suas confusões.

“Você tem a porra de confiança em mim, e não vou quebrá-la. Você vai chegar a salvo aonde quer que eu esteja te levando, ou eu não me chamo Edward Cullen.”

47 comentários:

Bianca-correa disse...

Cara não acredito to sendo a primeira a comentar!!!!!!!! SHOW
Mas voltando ao comentario estou eu aqui de novo para falar uma coisa (eu ainda não lia fic então...) vcs ja viram a marmota que ia acontecer (IA) Zack Efrom não sei se o nome da criaturata certo mais continuando ele ja ia querer se meter nos testes para Amanhecer, para ganharo papel de um lá isso pode.
Desculpa, eu amo o High School Musical,mais Crepúculo é crepúculo outros a parte.
Volto depois pra comentar de novo
Beijos

*step* disse...

Nooooossaaa! Que TENSO. Maldito helicoptero, tinha q aparecer na hora errada. Tô loca para ler o capitulo (se tiver) em que eles fazem AQUILO...

Nanda disse...

Somos 2 *-*

Laurinha disse...

Parabens Bianca!!!!!!!!
First!
eu odeio higg school musical mais td bem.
Bjus.

Laurinha disse...

OMG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Nem acredito que ele quase..........quase quase
buaaaaaaaa... nem acredito q o emmett fez isso e se pegarem eles????????
Quando sai o próximo?

Maria Eduarda disse...

que raiva desse helicoptero..........
mal posso esperar o proximo capitulo...alguem sabe quando vai sair?

Maria Eduarda disse...

tbm to loca pra ver......

gigi disse...

Alice vc ja tem todos os cap da temporada 2 como tinha da 1
pq no outro site demora muito pra postar
e dai eu nao sei sea Natalia vai terminar a fink pq demora muito

Bianca-correa disse...

Obrigada pelo apoio mais eu não odeio o High School Musical mais é que ele não é muito bom com esse tipo de filme ele é mais no musical e ele que fique pra la quem manda não atuar direito acabou que os filmes acabaram.
Beijos

Bianca-correa disse...

Gente voutei.
So me diz uma coisa VC QUE ME MATAR como vc faz isso comigo eles tão la na maior coisa e a parece esse helicoptero pra interomper que coisa mais filhadeumpaimente chata.
É isso ai o "gege"mostrando finalmente que tem sentimentos.
Beijos
Ps:

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

BARNEI ME PINTA DE ROXO Q EU TO COR DE ROSA! FOI QUASE! POR POUCO! BATEU NA TRAVE! HURG! Q RAIVA DO EMMETT! CADÊ A ROSE NESSAS HORAS? É ISSO Q DA,ELE NÃO TEM COMPANHIA PRA PASSAR A NOITE E ESTRAGA A DOS OUTROS! DROGA!
UFA! TO ME SENTINDO BEM MELHOR :D AMEI O CAP. (COMO SEMPRE) O EDWARD É MUITO GATO. (MAS ISSO VCs JÁ SABEM...) TO ANSIOSA PELO PRÓXIMO (DÃÃÃ! QUEM NÃO TA?) (E ELVIS NÃO MORREL! TA NO HAVAI COM MICHAEL JACKSOM ;) HAHA EU FALEI COM ELES! ME MANDARAM UMA FOTO DO NOVO MICHAEL: USA ROUPAS DE COURO E TEM TOPETE!

Alice Luttz disse...

DESCULPA MAIS NÃO VOU OUVI CALADA.
HSM E ZANESSA E MINHA VIDA!!!!
E VOCE FALOU DO ZAC. EM PRIMEIRO LUGAR EU JA VI UM VIDEO ONDE ELE FALA QUE RESPITA A SAGA MAIS NUNCA FARIA. JA PASSEOU COM O KELL, O TAY E O ROB, MAS NUNCA IRIA PRA A SAGA. RESPEITAR E UMA COISA AGORA PARTICIPAR E OUTRA. ELE JA FALOU POR CAUSA QUE QUANDO VIU ELE A VAN COM O PESSOAL DA SAGA SAIRAM DIZENDO QUE QUERIAM PARTICIPAR DO SUCESSO. ELES NÃO PRECISAM DO SUCESSO DOS OUTROS.

Alice Luttz disse...

Eu nunca escuto ou leio e fico calada. Isso e com tudo. Desde o Rob, o Kell, a Nik e a Ash. Esses são os que eu defendo juntos com muitos. Voces podem estar certos ou errados como agora por que ja fui mas minha fontes onde são certeza que falam a verdade e ja entrei em contato. Mais ate agora nada. Na hora pirei de raiva por algum site filho da p*** falar uma coisa desse tipo e não de voce. Mais como disse eles dois são um bos parte da minha vida. São 5 anos de ZANESSA. Nunca escuto calada.

Alice Luttz disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Ontem eu não consegui comenatr e hoje só gora.
Como amanha talves não entre vai lá. AMEI.
Mais que Porr* em. O Emm tinha que interromper.
E CARACAS eles estão pirrando. Se amanha tiver postagen comento na segunda a tarde. Estou louca para o proximo. Deixa eu parar aqui.
Beijos garotas e ate quando eu conseguir entrar. Mione Lety achei que ja ia encontra voces aqui.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

alice eu ia perguntar por q vc não ta conseguindo comentar,mas agora pouco eu também não consegui. tenta sair da página e depois voltar nela.

Alice Luttz disse...

Gata fisso isso mais não deu e minha mãe enchendo o saco então resolvi comentar hoje e AH quer se pintada de roxo ja comprei a tinta ja que o Barnei não respondeu.

BARNEI&SEUS AMIGOS disse...

ESTOU AQUI PARA TE PINTAR DE ROXO BEBETTY.

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk vc é muito loka! me add

Deka disse...

Eu vou tacar uma bomba nesse Helicoptero.!!!
E vou keimar o emmet vivo.!

Hermione disse...

Já me acostumei a ser frustrada pela Natália na melhor parte... não que isso não me deixe com raiva claro, mas o que está me atormentando agora é que eu não queria que o Edward e Emmet se tornassem inimigos, eles foram próximos, o mais perto do que Edward teve de um amigo, isso porque Emmet é um cara realmente legal, íntegro... que droga eu não queria que eles se odiassem!

Alice Luttz disse...

Ou me manda um convite.
Hanna-pabline e é hotmail. Vai lá que a gente conversa;

Alice Luttz disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Obrigada pelo o louca. Mais seu e-mail e esse ai?
E hot mail?

GabiClara disse...

Natalia
Pessoal essencial na minha vida
Que escreve meu vicio!

Se vc fica torturando a gente assim.... vc não vai pro céu!

Então para com isso! É muita maldade!

Alice Luttz disse...

Nossa como eu queria que ela tivesse dó de nós!!!
Elas nós maltrata com esta mania de vai não vai. Pelo menos o beijo rolou né!!!!
E o ceu não e um lugar onde o General Cullen fiocara então desejo que ela vai prara o ceu enquanto farei um visita oa Cullen.
KKKKKKKKKKKKKKKKKK'
Bebetty me adiciona lá gata.

Naty_14 disse...

pergunta basica: qm naum ta loka pra le o a capitulo q elis fazem akilo? aposto q posso conta nos dedos d uma mao só d qm naum qr ler o cap. q elis fazem aquilo. bjus.

Joyce_florzinhas2 .Cg disse...

@ hotmail ...

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

@ hot.....

Joyce_florzinha disse...

é :)

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

hot.......?

Alice Luttz disse...

Bebetty eu vou te adicionar com Joyce_florzinhas2Cg ou Joyce_florzinhas2 e com ou sem. Precisamos trocar fics estou quase sem nada pra ler. Comçei Id lie. Bom. Obrigada pela a dica mais não passei do 12 ainda mais viro a noite hoje lendo. Responda e não estou conseguindo responder e talvez nem comentar.

GabiClara disse...

Um beijo já não é mais o soficiente! E como comer sorvete de creme todo dia,

E bom, mas uma hora você quer o de chocolate!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

joyce_florzinhas2.cg ja leu perto demais? é muito boa mais ainda ta no cap.9 vou começar a ler '' a ilha-a descoberta do amor,por vel gon calves'' (nome estranho!) a,eu amei ler ''o alto controle de edward chapter'' é muito boa! tenho certeza q vc vai gostar ;) tem 36 caps. já esta terminada! e também ''o diário de renesmee segundo'' espero q goste ;)

GabiClara disse...

Vou te imitar Hermione!

Ao longo desse livro Emmet fai ficar meio igual ao Edward. Não na parte Ed de viver, tá mais pra se apaixonar por uma criminosa.

Roza! Daã!

Eu sei q isso é quase impussivel.... Alias, eu nem sei pq escrevi issso. Nem eu mesma credito que possa se tornar realidade!

Joyce_florzinhas2 .Cg disse...

é o primeiro!

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

ai lice,eu tinha acabado de fazer um comentário detalhadinho pra vc ,mais não foi aceito,então resumindo: vc lê ''perto demais''?
é muito boa,mas só tem 9 caps até agora, vou começar a ler ''a ilha-a descoberta do amor,por vel gon calves'' parece ser boa, eu amei ''o alto controle de edward chapter'' já foi finalizada e tem 36 caps. é muito boa vc vai amar!

Alice Luttz disse...

eu mande no M. s. N. esse.
Mais vou manadar um e-mail para voce e voce confirma.

Alice Luttz disse...

não estou conseguindo. Tenta voce.
Hanna-pabline....
E Hot mail.

Alice Luttz disse...

Manda voce.
Hanna-pabline.
E hot mail.

Alice Luttz disse...

Não estou conseguindo.
Tenta voce?
Voce sabe o meu?

Alice Luttz disse...

Sim leio perto demais e me deu uma ideia.
Vá lá que passo meu e-mail e conversamos.
No ultimo capitulo tá. Uso o mesmo nick.

Alice Luttz disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'
AMEI!!!!!
Vou usar essa na proxima.
Plagio e bom. Faz bem ao celebro.

Alice Luttz disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk'
Cara morro de rir.
Voces são demais. Tem vezes que tambem escrevo coisas que nem imagino o motivo. E legal. Não sei pra que, mais e. E EMMETT e ROZA vai ser hilario.

Leticia disse...

Mininas so consegui ler esse cap. agora e olha que ja tem outroo pra ler mais nem vou ler hj eu estou morrendo de sono são agora 23:13 e não to me aquentanto louca pra dormir tenho que acordar amaha as 6:00 pra ir pra escola noite passada fui dormir 2:30 e acordei as oito meu domingoo fui super longo e cansativo tava na casa da minha amiga ajutando com a mudança dela estou toda quebradinhaa mais vim ler!!!

Agora sobre o cap. Foii demais a Natalia acada dia que passa me deicha amsi curiosa não sabia que isso era possivel pq ja sou muito curiosa ela ta conseguindo me deixar curiosa ao culpo eu to louca pra ler o proximo capitulo so que o meu sono ta tão forte que nem vou ler... Nossa o MacCarthy esta parecendo o Gege literalmente rigido e fazendo de tudo pra conseguir encontrar a Bella o que sera que Emmet vai fazer quando descobrir que o Gege ta ajudanto a bella?
Desejeito a Natalia vai me matar....

Vanessa_joynelly disse...

uallllllllllllllllllllllllllllllll 

Marii2121Luttz disse...

tambem to super mais super ansiosa

Anonimo disse...

se ela queria criar o livro que criase,mas não precisava tirar a 1 temporada.po sacanage

Jeniffer Lacerda disse...

amoooooooooo esse general

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