De Repente... Religiosa - Capítulo 23: De Repente... Teste Para Bipolaridade

"Bella, você quer CASAR COMIGO?"

É óbvio que eu disse não.

Afinal, eu poderia ser tudo menos uma mulher-vaca que brinca com os sentimentos das pessoas, embora fosse de grande serventia proporcionar um pai para meu filho.

Mas uma coisa minha ex-mãe havia me ensinado com maestria. Isso se resume á não sair mugindo por aí, e nem pastando, ou seja, ela me ensinou a não ser uma Lauren da vida.

Eu entendi a pressa de Jacob. Ele estava preocupado com minha reputação – vamos combinar já não tão boa assim- e com o bebê que crescia dentro de mim.

Ele sim era um homem de verdade!

OUVIU EDWARD?

Autora, por favor, se puder vá lá ao ponto de vista dele e deixe-o ficar sabendo das minhas palavras.

Se a fic concorresse á um OSCAR, e tivesse a categoria de melhor exemplo de homem, eu com certeza iria indicar Jacob!

Agora... Melhor exemplo de cara gostoso e com pegada... Bem... Ai eu não podia ser muito hipócrita a ponto de não indicar Edward.

Ok. Ok. Eu entendi. Acho que em toda essa história, a condenada era eu e não ele.

Mentira, ele realmente era um condenado, e acho que isso era contagioso, pois eu estava virando uma também.

Jake fez um beicinho logo depois que eu exclamei o 'não', e eu quis revirar os olhos e dizer que não se comparava ao de Edward, mas como eu disse, eu não saia mugindo por aí...

Assim que pisei em casa meu celular quase pulou do meu bolso. Pelo visor vi o "Rose" e a vontade era de tacar ele do outro lado da parede, porém... Amigos não estão dando sopa por aí.

"Oi, Rose."

"??"

Tinha que manter uma distância de três metros do aparelho, e eu ainda conseguia ouvi-la tão claramente como se Rose estivesse ao meu lado dando mais um de seus pitis.

Pensei que com Emmet ela se acalmaria, mas pelo visto, foi mais uma ilusão...

"Rose respira... Lembra a respiração de Sky? Um... Dois..."

"Eu não quero saber de porra de respiração cadela nenhuma, Bella! Eu te trouxe aqui na boate para você se divertir e o que você faz? Foge da gente, se mistura com aquele povo fedido e vai embora!"

"Hey, eu..."

"E onde está Jake? Tanya! Você o viu?" Ela falou com alguém, depois bufou no telefone. "Jake é outro... Espera, ele foi com você?"

"Sim, ele foi..." Suspirei recebendo Sky nos meus braços, já que ela vira correndo em minha direção com as orelhinhas balançando ao vento. "Cadelinha da mamãe..."

"Sua avó."

"Hey Rose, eu não estou falando de você..." Retruquei. "Ainda."

"Bella, você mal saiu de um relacionamento com Edward, e você já dá em cima de Jake?"

"Como assim EU do em cima de Jake?"

"Então qual outra explicação... Bella é melhor você ter uma ótima notícia para me dar senão eu vou até aí e te arranco os cabelos!"

"Ah nada demais..." Enrolei meus cabelos com os dedos enquanto subia a escada até meu quarto. Sky vinha no meu calcanhar. "Só que eu fui pedida em casamento."

"Rose...?" Perguntei quando um enorme silêncio se instalou do outro lado da linha.

"EUNÃOACREDITO! Eu sempre pensei que eu fosse casar antes que você! Perdi a aposta!" Ela bufou.

"Como assim 'casar antes que eu'? E que aposta, Rose?"

"É... Nada..." Ela desconversou.

"Rose..."

"Ah, eu apostei com Alice que até você se resolver com Edward eu já teria três filhos e uma pelanca despencada no lugar dos seios..."

"ROSE!"

"Ei, Alice apostou também!"

"Mas pelo menos ao meu favor..."

"Na verdade ela apostou que eu só teria dois filhos e estaria grávida do terceiro, enquanto a pelanca começava a cair no lugar dos meus seios..."

Eu bufei e me joguei na minha cama olhando o ventilador. Sky pulou em minha barriga e eu dei um pulo de susto.

Observei que o movimento circular do ventilador era tão legal... O que aconteceria se eu colocasse a mão lá no meio?

Nos desenhos animados pelo menos a pessoa saía rodando que nem um super herói, e eu estava precisando de adrenalina em minha vida mesmo.

Eu estava quase pronta a fazer essa experiência, e ligando a web cam para colocar no Youtube depois, ficar famosa, ir ao Faustão e ganhar dinheiro para comprar uma casa, quando Rose começou a perguntar se eu queria o meu vestido tomara que caía, decotada, com rendas ou de cetim.

"Rose, eu não vou casar!"

Ela riu estrondosamente do outro lado.

"Qual é a graça?" Perguntei mal humorada.

"Ué, você não disse que Jake te pediu em casamento?"

"Sim, mas por acaso se um mendigo te pedisse, isso significaria que você aceitou?"

"Não..."

"Então..."

"Jake não é um mendigo!"

"Rose, nas vezes eu penso que a mais idiota da história aqui é você. Não é a toa que eu sou sua amiga!"

"Eu não acredito, Bella." Mas depois ela riu, presunçosa. "Mas pelo menos eu ainda tenho chances de ganhar a aposta! Obrigada Bella."

"Para que servem os amigos afinal, não?" Revirei os olhos e desliguei o bendito, ponderando se eu dava para Sky comer ou não.

As coisas estavam tão tecnológicas hoje que eu me perguntei se ninguém poderia inventar uma ração robotizada, que dentro do organismo do cachorro, se procriasse, aí não precisava ficar dando comida sempre para o cachorro e economizaria dinheiro.

Cara! Eu sabia que ao invés de jornalismo eu tinha que ter feito alguma coisa para ser cientista!

Tinha uma história rondando a internet... Que uma parte do cérebro guardado de Einstein fora roubado... Será que não foi minha mãe, e aí com uma serra elétrica, ela implantou o pedaço no meu cérebro?

Caber caberia, aliás, o meu natural não era muito grande, e como se explicaria essas idéias geniais que revolucionariam o mundo que eu tinha?

Só podia ser o cérebro de Einstein trabalhando!

Eu já estava quase ligando para a Discovery Chanel, quando Morpheus me abraçou e eu caí na inconsciência.

No meu sonho imagens desconexas se romperam. Edward gritando comigo dizendo não acreditar em mim, depois ele na boate pedindo perdão, pedindo uma nova chance, dizendo que acreditava em mim, Jake me pedindo em casamento, e Sky lambendo o meu nariz.

"SKY!" Tirei a cachorra em cima de mim enquanto limpava a baba que estava espalhada pelo meu rosto inteiro. "Não posso nem mais dormir em paz nessa casa? Cadê os direitos 'soníferos? '" Bufei e com a cara toda amassada, e os olhos abertos em fendas devido á recente claridade, saí cambaleante até a pequena escravinha que havia no quarto e peguei um pedaço de papel e caneta.

Suspirei e comecei a escrever.

18 de Abril de 2008.

Direitos e deveres de Bella Swan á ser promulgados no cartório do estado de NY, para fins interestaduais.

(Mas que chique!)

Primeiro direito: Todo e qualquer cidadão cujo nome comece com Be, e termina com LLA, e sobrenome Swan, deverá dormir até ao meio dia, sem interrupções da parte de quadrúpedes que usam o canal babador como meio de chamar a atenção... Informamos também...

Jesus! Meu cérebro Einstein começou a pulsar, e eu larguei a caneta de lado enquanto observava o quarto ao meu redor.

Fazia uns três dias que eu estava desemprega, e mais de mês que eu estava morando de favor na casa dos Cullens.

Eu precisava arranjar outro emprego, nem que fosse de Go Goo Girl.

Se bem que seria interessante... Já pensou. Trabalho só depois das dez (da noite) volta ás seis da manhã e durmo o dia inteiro.

Se pensar bem, dá até para levar Sky junto, e ela fica na área dos cachorros ricos, e ganhamos muito dinheiro juntas.

Ai fazemos uma dupla 'laranja e bagaço', ou 'azarada e azaradinha', ficamos famosas, chamamos o Animal Planet e fazemos um documentário de "Como é bom preservar a natureza".

Se vocês conseguiram fazer uma ligação plausível entre os itens acima, vocês merecem um OSCAR.

Depois de um tempo me vi olhando o celular insistentemente. Cheguei até a ter uma ou duas alucinações em que ele tocava e aparecia um "Padre Edward" no visor, mas quando eu ouvia o "Tum-Tum" na linha, eu logo desligava xingando até a quinta geração do infeliz que inventou o telefone.

Mas o que eu esperava também? Que ele ligasse?

Jesus! Será que eu estava virando bipolar como ele?

Acabei de dispensá-lo na noite passada – e olha que foi difícil, porque aquele beicinho... – e agora fico que nem uma adolescente apaixonada vendo o visor do celular toda hora, como se isso fizesse tocar e a bendita pessoa se lembrar que você existe e tentar achar seu número de telefone e ligar para você?

É. Bipolaridade era contagiosa.

Percebi que eu ainda estava com as roupas da boate, e rolei os olhos para meu estado Palmeirense. * se tiver algum palmeirense aí, me desculpe: D

Enquanto arrastava os meus pés até o banheiro como uma velhinha sexagenária de sessenta anos – não de duzentos!- eu percebi um pedaço de papel dobrado jogado ao lado da cama.

"Ué..." Sky abanava o rabinho enquanto me observava com seus olhinhos azuis petulantes. "É seu Sky?"

Perguntei, ela não me respondeu.

"Bem, deve ser meu." Encolhi os ombros e o peguei. Provavelmente eu o deixara cair durante a noite agitada – ui, super! – e agora estava ali em seu cantinho excluído e infeliz ao lado da minha cama.

Mas eu não era uma pessoa que carregava papéis comigo e ainda nas roupas? O que eu faria com aquilo afinal?

Ligar o computador?

Está certo que faz tempo que não se usa mais papel para ligar o computador – e até hoje eu nunca descobri porque precisava colocar um no monitor – portanto não era agora que eu iria usar.

"Não deve ser nada demais." Dei de ombros e me arrastei até o banheiro, como uma velhinha sexagenária de duzentos anos como eu já havia dito anteriormente.

Quando eu já estava devidamente nua, e retirando os pelos das axilas, a luz se acendeu em minha cabeça sonolenta.

"OHMEUDEUS!" Larguei a gilete de qualquer jeito e xinguei até a décima geração do infeliz que havia inventado a lâmina – se é que fora inventada- quando vi um filete de sangue escorrer no meu pé. "Meeeeerda." Xinguei de novo, mas corri o mais rápido que pude até o quarto.

Pelada, com o cabelo cheio de espuma de shampoo, e as axilas uma raspada e outra não.

Sky se encontrava de barriga para cima na cama, com um charuto na boca, os olhos faiscando, e mastigando um chiclete.

Que nem uma desesperada, e molhando tudo ao meu redor, eu procurei o papel. Embaixo da cama, do tapete, atrás das cortinas e até na pintura da parede, afinal, nunca se sabia quando as coisas criavam pernas e saiam andando.

Ei! Nunca se provou que aquele filme lá do carinha cowboy que é boneco e se move, fosse mentira! E o mundo é tão estranho mesmo... Então objetos animados se movendo, não deveriam ser algo estranho ao todo né?

Bem, pelo menos quando tem gente que mata gente, homem que bate em mulher, e cachorra que COME PAPEL DOS OUTROS!

"SKY!" Percebi que o "chiclete" que ela mastigava, na verdade era o projeto de papel.

Quase matei a cachorra assim que enfiei a mão cheia de espuma em sua boca, e salvei um papel babado, rasgado e vai lá se saber mais o quê.

"Sky..." Choraminguei, enquanto tentava ressuscitar os restos mortais do coitado.

Acabou que depois de longos processos super desenvolvidos e tecnológicos, eu consegui distinguir algumas palavras.

A letra elegante de Edward era bem visível, e meu coração deu cambalhotas de emoção...

Eu me senti como em Romeu e Julieta ou qualquer romance épico em que o moçinho e a moçinha se comunicam por bilhete!

Ok. Eu estava ficando bipolar, já tinha dito isso?

Por que eu estava tão excitada com a idéia de receber algo de Edward, quando eu o havia dispensando – com muita dor no coração – na boate ontem?

Vai entender as mulheres... Se nem elas se entendem, como que esperam que os homens o façam?

"Eu estou pronto para tê-la de volta, Bella. Por isso me cerquei de todos os meios. Estou escrevendo esse bilhete, na casa de meus pais, minutos antes de ir até a boate atrás de você. Então se você o está lendo, é porque ainda não me perdoou. Por isso, eu quero que de cabeça fria e coração aberto, você pense, e venha até mim, para eu poder mostrar para você que eu fui um idiota, e que eu sou um padre com sentimentos... Por você. Se encontre comigo no Central Park, na área das laranjeiras, ás duas da tarde. Se você não for... Eu vou entender.

OBS: Mas vá pelo bem da minha sanidade e bipolaridade.

Com amor,

Edward.

"Oh..." Suspirei enquanto desabava na cama, com os braços estendidos e o olhar sonhador. "Por que fez Edward tão perfeito e tão imperfeito ao mesmo tempo?"

Logo eu me abanei e eu olhei no relógio.

Ainda eram 8 horas da manhã.

Eu teria que esperar 6 horas até o encontro com Edward, mas espera... Encontro com Edward e o quê?

INFERNO! Alguém me explica por que eu estou feliz com isso, sendo que ontem eu o despachei?

Vamos analisar os fatos... Edward me magoou profundamente, não acreditou em mim, e se deixou levar pelos traumas do passado... Na boate ele disse que acreditava, que fora um idiota, e queria meu perdão... Eu disse não, você me magoou de mais e recusei casar com Jake, impedindo assim que meu filho tivesse um pai... E agora estava animada com a idéia de encontrá-lo?

Mas a lembrança da cena de duas semanas atrás ainda estava bem vívida em minha memória, mas por outro lado... As histórias de Jane Austen serviam para alguma coisa, afinal.

O orgulho atrapalha tudo em nossa vida, e o que eu estava sendo além de uma Lauren da vida com Edward? Uma puta de uma pessoa orgulhosa!

E quem saia perdendo com isso? Eu mesma, pois não era Sky, nem muito menos o papa, ou o Barack Obama que estava nesse momento analisando cada vírgula de um pedaço de papel, e tentando entender um amor que se tornara bipolar pelo simples fato dos componentes dele serem bipolares.

Inferno!

Vou te dizer que dá vontade de juntar as coisas, pedir as contas e rumar para uma outra fic. Pode ser até fic que eu me visto de homem para viver a vida, nem me importo, estou aceitando...

Eu tenho até inveja das outras Bella sabe? Procura ai, qual fic que tem o Edward como padre? Qual? Só essa! Por quê? Por que eu sofro! Por que eu sou excluída, por que a autora não gosta de mim, por que...

Ok, Ok. Já recebi a punhalada nas costas, entendi o recado.

Certo, voltando... Eu queria então ir a esse encontro, mas o que eu faria lá era uma grande questão que o meu cérebro Eistein poderia analisar futuramente SE, somente SE, a fic arranjasse um patrocínio decente... Já que... Nós não temos e aqui está no zero.

Seria mais ou menos assim...

"Bella estava na cozinha na casa dos Cullens depois de um dia exaustivo de amor com Edward no banco de trás do volvo. De repente bate aquela fome e ela compra um pacotinho de RUFFLES, A BATATA DA ONDA, mastigando suavemente seu volume, essa sente sede, e compra uma COCA-COLA (Viva o lado Coca-cola da vida!). Bella, como está de mau-hálito, compra um 'TRIDENT' e mastiga para voltar a beijar Edward depois. O carro de Edward começa a pifar, então ele vai aos POSTOS IPIRANGA para colocar gasolina PETROBÁS, e ajudar o CRIANÇA ESPERANÇA..."

Ok. Entenderem? Seria mais ou menos assim.

"BELLA!" Uma Alice raivosa me chamou. Guardei o bilhete no cós da calça e abri a porta para ela, que quase caiu ao fazer isso.

Afinal, parecia que ela estava pronta para arrombar a porta, justo quando eu a abri.

Ela ajustou seus cabelos espetadinhos e me olhou, me fuzilando:

"Está ficando surda, Bella?"

"Não..." Revirei meus olhos. "Eu estava cuidando de uns assuntos aí..." Fiz movimentos circulares com os pés.

"Que tipo de assuntos?" Ela arqueou uma sobrancelha.

"Nem reclama Alice." Disse saindo da porta e desabando na minha cama, sendo seguida por Sky. "Estava tentando aumentar o cachê para nossa história. Afinal, estou cansada dessas roupas de plástico!"

Ela me encarou cética.

"Nós não usamos roupa de plástico."

Fiz sinal para que ela se calasse, enquanto olhava para os lados.

"Pare de estragar o momento de drama! É para as pessoas ficarem com dó da gente..."

Ela arqueou uma sobrancelha.

"Tipo... Ó, fic cruel... Meu cabelo é de Bombril reciclado..."

"Bella, as vezes eu me pergunto se um rato é mais inteligente que você." Alice revirou os olhos enquanto começava a me puxar da cama.

"Ei, o que você está fazendo?"

"Vamos fazer algo útil, Bella. Daqui a alguns dias eu volto ao convento, e eu tenho que arrumar as malas. E você vai me ajudar!"

"Vou?"

"Vai!"

"Mas eu tenho compromisso..."

"Que compromisso? Até o papa pode esperar! É algo crucial!"

"ok..." Suspirei vencida pegando Sky no colo e levando comigo. Até as duas horas tinha um longo tempo ainda.

Alice quase me estrangulou com o hábito de freira quando eu tentei dormir em sua enorme cama king-size, claro, levando uma Sky fedida junto.

Então a solução foi ficar de gnomo de quarto sentada como índio ao lado da cama, enquanto observava à pequena dormir preguiçosamente, de barriga para cima a fim de fazer carinho lá.

Alice falou o tempo todo, e não tocou no assunto de Edward e nem no bebê, quer dizer, pelo menos não durante os primeiros trinta minutos.

Eu tive que mudar de posição diversas vezes, porque eu estava me sentindo desconfortável em todas que eu tentava, e eu já estava ficando estressada.

"Edward é um idiota, eu sei... Mas você não pode casar com Jake. Ok, ele é legal, te ama, e é gente boa, mas você tem que pensar direito nas coisas, Bella."

"Alice..." Bufei, enquanto deitava em seu tapete hiper felpudo rosa. "Eu já rejeitei casar com ele."

"Mas e seu filho? Você não pode ficar aí com seu orgulho idiota por causa dele! Você e Edward têm que se resolver não importa o que aconteça."

"Eu sei..." Suspirei e automaticamente acariciei a parte da minha calça onde estava o bilhete do encontro com Edward.

"Bella," Alice se virou para mim e se sentou ao meu lado, pegando minhas mãos nas suas. "Eu sei que você quer arranjar um bom cachê para a história, mas se você quiser terminar com ela logo, e ganhar nossas tão merecidas férias, você precisa se arranjar com ele! Eu não queria te deixar sozinha aqui..."

Ela abaixou os olhos.

"Alice, seu lugar – ou o que você acha que seja o seu lugar- é no convento, e você não pode tentar ver o futuro, ou resolver os problemas de todo mundo. Eu me resolvo." Sorri.

"Por que será que eu não levo muita fé nisso?" Ela arqueou uma sobrancelha, e eu dei um tapa em seu ombro.

"Não é por que eu faço parte do AA que você pode me subestimar assim..."

"Bella? Alcoólatras anônimos, tá louca? VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA!"

"Hey, sua ignorante. São azarados anônimos."

"De onde raios você tirou isso?"

"Alguma coisa eu tenho que inventar nessa história não? Pelo menos assim eu acho que controlo alguma coisa nessa joça aqui."

Ela revirou os olhos. "Mas pode deixar que você tem um também..." Estiquei minhas mãos no ar enquanto sibilava. "Ansiosos anônimos... Ou Anões Anônimos..."

Alice riu enquanto se levantava novamente, e eu estremeci, pois os 'anões' me fizeram lembrar a legião dos mestres dos magos que queriam me pegar e me transformar em mestre dos magos também.

Só Jesus salva!

O tempo passou, e ainda eram 11 horas. Quando eu estava lindamente procurando a roupa que eu iria para o encontro, Esme enfia a cabeça no meu quarto e pergunta se eu poderia dar banho em Sky, afinal a cachorra fedia esgoto.

Eu aceitei afinal a cachorra era minha, e o mínimo que eu poderia fazer por eles, era limpar Sky.

Acabou que toda a família do ser microscópico – a família microscópica- deu enormes pulinhos quando viu que Sky estava pronta para seu banho de sábado.

Eu fiquei com dó, porque, aliás, uma orla de coisinhas bonitinhas pedindo para tomar banho, era algo que eu realmente não conseguia resistir.

Acabou que eu levei todos eles para o tanquinho de lavar roupa. Eram quatro cachorros, então eu coloquei cada um em um canto do tanque, deixando que a água ficasse na barriguinha deles, ou seja, dois milímetros de altura.

Comecei a ensaboá-las enquanto resmungava "Bando de cachorros metidos á fofinhos..." e depois comecei a cantar aquela música que as mães cantam para as crianças tomarem banho.

Está certo que elas eram mais espoletas do que qualquer outra coisa, e eu tive que dar tapinhas em várias, e quase a mãe de Sky morreu afogada – na altura de dois milímetros – e eu quase fiz respiração boca a boca, porém Sky, ciumenta, latiu para mim e eu me comecei a dar tapas no bumbum dela, dizendo que ela nunca mais dormiria na minha cama.

Acabou que quem havia tomado o banho fora eu, e eu gastei quase o fardo inteiro de sabão em pó, porque sabonete de coco não tinha e nem mesmo shampoo especializado.

Para finalizar, peguei um creme para pentear e penteei cada um, secando com o secador, e imaginando que eu poderia pedir emprego na Clínica de Jake.

Mas é claro! Um ótimo emprego!

Eu comecei a rebolar no tanque animada com essa idéia, afinal, Jake me daria esse emprego, e eu deixaria de ser desemprega!

E quando eu tivesse vontade de enforcar Sky por ter mordido meu último par de chinelos "Havaianas" que custavam o olho do meu ex-salário, eu descontaria neles, e aí tudo ficava bem.

Já era quase uma hora, quando as madames voltaram ao seu canil, eu tomei um novo banho, almocei rapidamente e parti para o encontro com Edward.

Eu não sabia o que esperar, porém um sentimento estranho tinha me invadido. Algo como um sentimento maternal que dizia "vá arranjar um pai para seu filho, de preferência o próprio pai de seu filho".

A dorzinha em minha barriga estava aumentando, e eu comecei a procurar em minha mente o que eu havia comido ou deixado de comer que poderia ter me feito dor de barriga.

Ah, era só MESMO o que me faltava. Começar a me encolher e a soltar gases metanos, poluindo a atmosfera, com um deus grego que se duvidar nem poluir a atmosfera poluía na minha frente.

Batam palmas para mim!

Eu poderia inventar algo parecido com uma rolha, e...

Ok... Ok... O cérebro Einstein estava trabalhando. Mas que saco! Pára! Quando eu quiser ser inteligente, eu te digo para trabalhar.

No meio do caminho, eu parei em uma farmácia, a fim de comprar algum remédio para dor de barriga, e para aproveitar para mal estar também.

Deveria ser o sol da primavera me matando, grávidas sofriam com ele, não?

Depois de lá, eu quase conseguia avistar o Central Park, e meu coração começou a dar cambalhotas de ansiedade. O que Edward faria? O que ele falaria?

Eram tantas suposições em minha mente, que eu até permiti que o cérebro Einstein funcionasse.

Porém, eu estava cansada, e ele não queria funcionar... Inferno! Na hora que eu quero você não quer né?

"Bella!" Ouvi meu nome, e eu enrijeci. Meu sangue praticamente congelou. Girei nos calcanhares e encarei minha mãe.

"Renne." Falei entre dentes, fazia mais de mês que eu não falava com ela, e eu queria saber o porquê que ela ainda estava em NYC, quando meu pai estava em Washington ainda. "Não foi embora ainda...?" Levei as mãos á testa e enxuguei o suor que de lá escorria.

Parecia que o remédio não fizera nenhum efeito. Olhei no relógio e notei que em dois minutos seriam duas horas, e eu ali perdendo tempo com minha mãe!

Ops, ex-mãe.

"Bella," Ela suplicou se aproximando. "Nós precisamos conversar, você não quer conversar comigo, mas é algo MUITO importante, eu não vou conseguir guardar isso mais!"

"Para isso existe confissão, mãe. Para desabafar e perdoar seus pecados. Eu não perdôo seus pecados, e nem estou a fim de ouvir seu desabafo." Para meu espanto, minha voz saiu fraca, e eu começava a suar frio. No meio do ar quente, um calafrio estranho se apossava do meu corpo, e eu me abracei no meio da rua.

"Bella,..." Ela tentou começar, mas logo seus olhos se arregalaram e eu vi que ela não olhava mais para meu rosto. "OHMEUDEUS!"

"Deus está no céu..." Revirei meus olhos, e com esse movimento eu olhei para minhas roupas, e com extremo espanto vi o que Renne estava vendo, e meus olhos se arregalaram, e comecei a suar cada vez mais frio... Enquanto minha boca se abria e fechava, abria e fechava não acreditando no que estava vendo...

"Ohmeudeus! Não me diga... Que... Que..."

"AMBULÂNCIA! CHAMEM UMA AMBULÂNCIA!" Foi só que eu ouvi Renne gritar, antes de sentir um vento extremamente gelado passar por mim, e eu perder totalmente a consciência.