De Repente... Religiosa - Capítulo 26: De Repente... Uma Estranha Calmaria

Então eu percebi o quão 'fudida' era minha vida.

Como que tanta má sorte podia canalizar em uma pessoa só? Era possível uma coisa dessas?

Então eu estava em um convento tentando esquecer um cara que era padre, então, esse cara vai atrás de mim, e eu resisto, afinal, em todo aquele UM ANO eu havia recebido inúmeras provas de que aquele amor não dava certo.

Então, parece que o cara desiste de mim, mas para me esquecer ele tenta se matar.

Por que eu não conseguia imaginar Edward se matando? Talvez seja por sua natureza feliz e contagiosa que somente ele tinha, que fazia rir somente com uma piscada divertida sua, ou um riso de lado.

Talvez por ele ser alguém TÃO religioso – ERA PADRE, NÉ? – e não ver como alguém assim poderia cometer algo considerado pecado?

É... Quem diria... Porém algo me dizia que não fora aquilo que acontecera.

Então, chegando ao hospital, depois de quase pular o muro do convento, eu vejo uma Alice andando de um lado para o outro, e uma Rose e Emmet sentados abraçados.

Nenhum sinal de Esme ou Carlisle.

"GENTE!" Eu gritei, e logo junto com a cabeça deles, a de todos os médicos e pessoas que estavam ali se viraram em minha direção. "É... Oi..." Saí dali de fininho, e quis me esconder no primeiro buraco que eu achasse. Por que todos me olhavam? Só por que eu estava usando roupas de noviça?

Ei! Nunca viram na vida não?

Eu mereço respeito... Consideração... Honra... E blábláblá.

Ei! Esse blábláblá não fui eu que pensei!

Ok... É para eu seguir a história.

"Como ele está? Ohmeudeus! Eu quero vê-lo! Eu preciso vê-lo..."

"Ei, Bella, calma..." Alice disse colocando a mão nos meus ombros e me rebocando para uma cadeira encostada na parede. "O que você está fazendo aqui?"

Arregalei meus olhos, descrente.

"Como assim o QUE EU estou fazendo aqui? Alice, ele é Edward!"

"Eu sei que ele é Edward!" Ela respondeu. "Porém você não ligava tanto para ele que pensei..."

"Pensou que eu não iria me importar se ele morresse é isso?"

"Ei espera... Não é para tanto..."

Rose então chegou de fininho, limpando a garganta e praticamente assoviando uma música.

Encarei-a esperando por uma explicação, e assim também Alice.

Ela bufou, vencida. "Ok Bella... Eu exagerei na carta! Ele não está em estado terminal!"

"O quê?"

Ela levantou as mãos. "Eu pensei que você não viria se eu falasse a verdade, por isso eu... Aumentei um pouquinho..."

"O quê?" repeti.

"Ei, Bella, você pode..."

"Eu estou brava por vocês acharem que eu sou tão mau coração assim! Credo! Nem que ele tivesse sofrido um arranhão, eu teria vindo."

"Teria?" Ela perguntou confusa.

"Claro! Como ele está então? Realmente...?"

Nesse momento Esme e Carlisle entraram na sala, acompanhados de um médico. Esme sorriu tristemente para mim e Carlisle apenas acenou com a cabeça.

"Como ele está?" Alice logo disse. Menina rápida, não deu nem tempo de eu mandar a mensagem para minhas cordas vocais.

"Bem..." Carlisle suspirou. "O médico saberá explicar melhor..."

O médico velhinho ajeitou os óculos no alto da cabeça, e limpando a garganta falou: "A batida do carro não foi tão forte... Parece que outra coisa desviou a atenção dele, e não foi algo programado, tudo indica que ele perdeu o controle acidentalmente. Ele sofreu um pequeno arranhão na testa, porém não atingiu o crânio... Embora o air bag tenha salvado sua vida, e amortecido a batida, ele quebrou uma das costelas, e ficou com algumas escoriações devido ao impacto. O pulso dele está torcido, porém logo ficará bom..."

Ei! Isso era o que eles chamavam de 'ele está bom?' Aquilo parecia horrível o suficiente para mim. Qualquer parte que dissesse 'torcer, ou quebrar' para mim era ruim.

Porém eu entendia a parte do 'air bag' salvou a vida dele, e eu fiquei grata por aquele acessório do carro que eu agora começaria a venerar.

Então, eu fiquei horas e mais horas esperando na sala de visitas poder vê-lo e constatar com meus próprios olhos que ele estava bem e saudável.

Ele poderia estar morto por minha causa... Por minha única e idiota causa, e graças á um milagre nada de tão grave havia acontecido com ele.

Então eu pude ver Edward, porém ele estava em coma induzido para evitar que alguma coisa acontecesse, e só depois de algumas horas que parariam com os medicamentos e ele poderia acordar.

Quando eu entrei no quarto, eu logo me lembrei de quando eu fora até lá, e Edward ficara todo o tempo comigo, embora eu nem tivesse consciência disso, rezando e pedindo para que eu ficasse bem.

Ele estava mais pálido do que o costume, e embaixo dos seus olhos cresciam grandes marcas roxas. Em sua testa estava um curativo que eu concluí ser onde havia sido o arranhão, e alguns pequenos arranhados cercavam suas bochechas e o canto da sobrancelha, o que eu pausei ser devido ao impacto do air bag.

Alguns tubos estavam ligados em seu braço, porém não pareciam tão horrível como os doentes terminais.

Eu sentei ao lado dele na cama, e fiquei observando sua expressão pálida, porém angelical e calma.

O que acontecera com ele naquela estrada?

Percebi que seus cabelo estavam estranhamente arrumados – ou pelo menos em uma tentativa de arrumação – provavelmente as enfermeiras tentando dar um aspecto melhor á seu paciente.

Bufei, e sorrindo, eu baguncei os fios, como eles eram na normalidade, e sorri mais ainda ao perceber como ele ficara um pouco mais... Ele mesmo.

Não sei quanto tempo fiquei ali, porém o médico entrou e disse que o horário de visitas havia terminado então eu pedi para que eu ficasse como acompanhante para os pais dele, e eles relutantemente aceitaram.

E se eles não aceitassem, eu pularia pela janela ou ficaria invisível de algum jeito idiota que eu arranjasse.

Eu me sentia no dever de ficar ali com ele, como ele ficara por mim.

O médico apareceu e disse que pararia os medicamentos, e que agora só dependia dele para acordar.

Durante horas eu fiquei ali, observando pela janela o céu ir mudando de cor lentamente, e escurecendo gradativamente.

Suspirei e quando voltei meu olhar para o anjo caído, vi que duas enormes esmeraldas me encaravam.

"Oi..." Sussurrei abrindo um sorriso.

Ele somente me encarou, e seus olhos não se moviam, pareciam petrificados.

"Sou eu..." Sussurrei acariciando sua bochecha direita com o polegar. Os olhos dele se fecharam e durante vários minutos ele não os abriu então concluí que ele já dormira, e que talvez nem notasse que eu estava ali.

"B-B-Bella?"

Eu pulei de susto e me virei para ele novamente, com um sorriso que não pude deixar de dar.

"Oi, Edward. Sou eu, Bella."

Porém novamente seus olhos ficaram petrificados e voltou a fechá-los. E dessa vez, pelo ritmo calmo de sua respiração e a expressão de anjo em seu rosto, eu percebi que ele estava dormindo.

No outro dia, eu estava quase dormindo em pé, e avisaram que alguém queria me ver. Edward não abrira os olhos novamente, porém os médicos diziam que ele iria se recuperar logo.

Quase fugi quando vi a madre Mary ali.

"Madre..." Disse respeitosamente.

"Minha filha," Ela veio e me abraçou. Ei! Eu não esperava aquilo dela. "Como você está...?"

"Bem, eu acho..."

Ela me estudou durante longo tempo com seus olhinhos alvos.

"Odiarei fazer isso, porém tenho minha pequena..."

"O quê, madre?" Ela suspirou e acariciou meus cabelos. Percebi então que eu não estava mais com a peruca que eu usava para disfarçar e não ter que cortar o meu longo cabelo. Ops...

Ela então me rebocou para um canto isolado e pacientemente – ou não – eu esperei para que ela despejasse tudo o que ela tivesse para dizer.

"Minha filha, o convento não pode aceitar que você saia à hora que você quer... Do jeito que você quer... E fique por aqui sendo que você tem responsabilidades lá..."

"Mas Alice pode!" Reclamei.

"Alice, veio ver o irmão e pediu autorização..." Eu não iria falar de quando ela saíra escondida para ir á Times Square, seria muito dedo-duro. "É diferente... E, bem... Eu meio que entendo a situação, eu conheço você criança e também Edward, e você sabe, a senhora Lucas é minha irmã gêmea..."

"Sei..." Suspirei.

"Por isso eu digo... Ou você volta agora para o convento, ou você não poderá continuar mais lá, querida."

Eu prendi a respiração, e encarei a porta fechada onde ficava o quarto de Edward, e onde ele estava dormindo sonoramente, sem riscos de vida, porém... Precisando de mim, eu sabia.

Encarei a madre então, e disse com firmeza:

"Então isso é um adeus madre, pois eu não voltarei ao convento."

Então fazia dois dias que eu estava ali. Eu dormia desajeitadamente ou no pequeno sofá cor de musgo que combinava com a parede verde vômito, ou com a cabeça encostada na cama de Edward.

Minhas poucas coisas que eu levara para o convento foram despachadas, e minha mãe as pegara levando para meu antigo apartamento, onde ela ainda morava.

Ela não disse nada a me ver ali com Edward, e eu também não a pressionei a isso.

Edward de vez em quando resmungava algo durante o sono, ou se mexia para encontrar uma posição mais confortável, e eu sempre ficava bem atenta para qualquer sinal que ele me desse.

Uma ou duas vezes pensei o ouvir sussurrar meu nome, mas fora tão inaudível que logo culpei minha imaginação.

Então um dia ele abriu os olhos e sussurrou meu nome:

"Bella..."

"Estou aqui." Apertei suas mãos com força, como para reafirmar que eu ali estava.

Os seus orbes verdes me encararam durante um longo tempo, como que esperando que eu fosse uma alucinação.

Eu apertei mais firme sua mão, e logo um pequeno sorriso saiu em seus lábios, e seus olhos se fecharam novamente.

Horas depois, ele acordou, e murmurou um "Obrigado."

"Por quê?"

"Por... Estar aqui..."

Acariciei seus cabelos. "Por que você fez aquilo Edward?"

Ele fechou os olhos novamente e eu pensei que mais uma vez tivesse dormido, porém logo ele os abriu novamente. Ele umedeceu os lábios, e eu prontamente peguei um copo de água que ele bebeu somente um pouco.

Então, ele calmamente sussurrou:

"Quando eu fechei meus olhos... Eu vi você... E te senti perto de mim como nunca antes... E quando eu vi... O air bag estava inflando... E tudo ficou... Confuso..."

Suspirei um pouco aliviada. "Pensei que tinha tentado se matar..."

Um sorriso zombeteiro se instalou em seus lábios.

"Eu sei que você é um anjo, mas no céu ou inferno, eu não conseguiria te ver de qualquer modo..."

Eu sorri calmamente, feliz por ele poder dizer frases grandes e coerentes.

"Você é meu anjo e minha tentação ao mesmo tempo, Bella." Ele finalizou com uma expressão séria, e depois voltou a fechar os olhos, caindo na sonolência.

Aquelas palavras queimaram como fogo e brasa em minha mente. E eu sabia, que enquanto eu vivesse, eu nunca as esqueceria.

Então eu realmente descobri as proporções de ser um POPSTAR da fé.

Por que uma LEGIÃO de fiéis fazendo acampamento do lado de fora do hospital não era algo muito normal, não é?

Teve uma hora da tarde que houve um coro de "Entra na minha casa... Entra na minha vida..." e foi realmente emocionante.

Então me perguntaram se eu não fazia nada da vida. Eu respirei fundo várias vezes e expliquei pacientemente o meu drama pessoal.

Algo como 'EU ACABEI DE SAIR DE UM CONVENTO, NÃO TENHO EMPREGO, CASA, E NEM CHINELO IPANEMA PARA FAZER CIÚMES PARA O HAVAIANAS!"

Então, em uma tarde, Rose e Emmet chegaram super empolgados no hospital, e parecia que riam até para os doentes terminais na outra ala.

Agora eles estavam oficialmente juntos, e eu me lembrei – com nostalgia – de um plano remoto que se chamava BEER que há mais de um ano entrara em ação.

Eles me arrastaram até o jornal onde eu trabalhara e que eu sabia que Lauren havia sido despedida.

Então lá tinha uma enorme facha que trazia os dizeres: "SEJA BEM-VINDA DE VOLTA BELLA!"

Eu encarei aquilo sem entender, perguntando por que diabos eles estavam fazendo aquilo naquela hora sendo que eu já saíra do convento há vários dias?

Rose revirou os olhos e fez um gesto cheio de floreios em direção á um Emmet com terno e gravata que estufava o peito em minha direção.

"Jeeesh... O que é isso? Um teste para o filme do Super Homem?"

"Não, Bellinha." Ele me agarrou e começou a me rodopiar pela redação, por entre as mesas e cadeiras, em um ritmo de valsa totalmente fora de termos. "Eu sou o novo chefe."

"Sério?" Arqueei uma sobrancelha.

"Sim." Eu logo tratei de tirar o choque da cara e ficar feliz por Emmet.

"Mas não seria o seu nome que tinha que estar na facha?" Perguntei incerta.

"Ei, que parte do 'eu sou o novo chefe', você não entendeu?"

"É... A parte de 'você é o novo chefe? '"

"Bella, isso quer dizer que eu agora estou de contratando de novo! Você não é mais desempregada!"

"Ual... Quer dizer...?" Um sorriso idiota se formou em meus lábios.

"Quer dizer que você agora vai poder voltar a controlar sua vida!"

Minha expressão murchou e eu fiz uma carranca.

"E quem disse que eu não controlava minha vida?"

Ele ficou incerto.

"É, sei lá..."

"CALA A BOCA VOCÊS DOIS!" Rose sempre super dócil e simpática interferiu. "Você recebeu o emprego de volta, tá feliz ou não Bella?"

"Mas é claro que estou!" Abracei os dois. "Ainda mais agora que vou poder faltar um dia sim e outro não, já que meu chefe é o Emmet e tudo..."

"BELLA!" Os dois gritaram chocados para o monstro que se formava.

"Ei, ei... Jessh é sua uma brincadeirinha." Então eu abracei os meus melhores amigos, e comecei a perceber que minha vida estava voltando ao normal.

"HUNF, eu entendi mãe..." Falei pela milésima vez naquela tarde.

"Bella, isso é algo MUITO sério..."

"Sim, eu sei!" revirei meus olhos.

"Entendeu mesmo?" O senhor Wars perguntou incerto, enquanto continuava limpando o suor da testa com seu lençinho. Céus! Quanto de água ele bebia para suar assim o tempo todo?

Quando eu fosse cientista eu inventaria algum aparelho que ou diminuiria o fluxo de suor, ou ficaria estocando água o tempo inteiro, senão eu não duvidaria que ele morresse desidratado qualquer dia daqueles.

Ei! Olha meu cérebro Einstein dando as caras novamente.

"Claro que entendi!" Repliquei nervosa. Por que será que todos me tratavam como uma criança de cinco anos? "Eu não posso mais cantar músicas religiosas alto..."

"Qualquer tipo de música!" O senhor Wars me cortou.

"Enfim, que seja..." Fiz um gesto displicente com as mãos. "Não posso mais xingar o carinha do vídeo-game por ser melhor do que eu e me fazer perder..."

"Você fazia isso?"

"UGH! Você não sabia? Ai que chato! Agora não posso mais fazer!" Emburrei. "Ok, resumindo não posso invadir a privacidade e os direitos dos meus vizinhos."

"Se o fizer, um mandato será jogado contra você, e você não poderá se aproximar nem quinhentos metros do prédio..."

Então ele ergueu um papel que supostamente era esse contrato.

"Credo! Como vocês são rápidos..."

Minha mãe então agradeceu o Senhor Wars e subimos para o meu antigo, agora novo apartamento, onde ela me ajudava a colocar minhas coisas em ordem novamente.

"Mãe, pega lá para eu aquela caixa..." pedi, e ela logo trouxe colocando em minha frente. Ela pôs a mão na cintura e ficou me olhando, o que eu achei desconfortável.

"O que foi?"

"Nada." Ela sorriu bobamente. "Eu só fico feliz agora que você verdadeiramente me chama de 'mãe'..."

Encolhi meus ombros ficando encabulada por aquela onda crescente de sentimentalismo.. Céus! Eu odiava aquilo!

"Pois é né... Você é minha mãe..." então uma Sky gorda chegou correndo e pulou no meu colo e eu fiz carinho atrás de suas orelhas.

Renne sorriu, e começou a desempacotar os meus CDS religiosos da caixa. Ela franziu a testa para todos eles, quando via que o número era realmente maior do que a coleção que ela tinha em sua casa em Washington.

Ri sem graça. "Olha, pode ficar com esse... É autografado pelo próprio Edward!"

Eu dei para ela um, já que todos os meus eram autografados, baby.

Se eu não fosse tão ligada á eles eu venderia no E-bay, e com certeza ganharia uma fortuna, porém...

"É, huh... Muito gentil de sua parte, Bella..."

Eu sorri brilhantemente. "Eu sei."

Ela arqueou uma sobrancelha para mim. "O que foi?" Ela riu, e voltou a desempacotar os CDS.

"Nada, Bella... Nada..."

Então agora eu já tinha meu emprego de volta, e meu apartamento de volta. As coisas caminhavam para a normalidade, e eu cruzava meus dedos toda hora a fim de toda essa boa sorte continuar.

Edward estava melhorando, e já sentava e principalmente reclamava que estava bom e que não precisava ficar ali naquele hospital.

Então, eu vi que não era mais tão necessária minha presença ali sempre, por isso eu fazia somente algumas visitas freqüentes.

Um dia, ele estava lendo um livro, e sorriu tristemente quando me viu entrar.

Bati na porta, já entrando mesmo, e incerta fiquei parada ali.

"Pode entrar Bella." Ele disse com sua voz aveludada. Dei um sorrisinho nervoso, e me aproximei de sua cama, sentando ao pé dela, enquanto o observava, procurando por qualquer indício de recaída.

Ele persistiu com meu olhar, parecendo um pouco zombeteiro, como que esperasse que eu achasse alguma coisa errada nele.

"Então," Limpei a garganta, enquanto mudava de posição na cama. "Você está melhor...?"

Ele assentiu, e colocou o livro que acabara de fechar em uma mesinha ao lado do leito.

Ele passou a mão pelos cabelos distraidamente, e suspirou.

"Está tudo certo."

"Que bom." Respondi, idiotamente.

"E você...? Fiquei sabendo que agora as coisas estão voltando ao normal..."

"Sim." Não pude deixar de sorrir. "Emmet me devolveu o emprego, e o senhor Wars me aceitou de volta no meu apartamento..."

"Fico feliz por você."

"Eu também fico feliz por mim."

Ele riu então, uma gargalhada que me fez sorrir junto.

Ele estava tão lindo. A cor natural já havia voltado ao seu rosto, e suas bochechas se encontravam levemente rosadas. Agora nenhuma enfermeira tentava domesticar seus cabelos cor de bronze bagunçado, e eles continuavam como sempre foram.

A bandagem em sua testa já havia sido retirada, e no lugar só estava uma linha reta vermelha. Algumas escoriações já haviam cicatrizado, e o pulso só estava com uma ligeira bandagem.

O médico dissera que a costela quebrada havia sido concertada, e que Edward não poderia fazer movimentos bruscos ou atividades físicas por alguns meses, porém ele estava vivo, e ficaria bem, e era isso o que importava.

"Edward...?" Perguntei hesitante, mordendo meus lábios e observando o pequeno pátio do hospital através da janela cercada pelas paredes cor de vômito.

"Sim?"

Eu me voltei para ele, e me perguntei como ele reagiria com o meu pedido, porém eu tinha que fazê-lo.

"Eu preciso... Fazer um pedido... Na verdade um favor..."

Ele arqueou a sobrancelha, mostrando que estava confuso.

Eu continuei:

"Lembra quando você descobriu que eu estava tramando um plano contra Mike, e este plano incluía Tanya?"

Ele assentiu, ainda não conseguindo saber onde iria chegar.

"Então... Para ela aceitar fazer aquilo, eu disse que conseguiria que você conversasse com ela, por livre e espontânea vontade, para ela poder se desculpar realmente... Ela se culpa demais, Edward. E ela é uma boa mulher."

Ele fechou os olhos por longos instantes, então os abriu de novo.

"Por livre e espontânea vontade, huh?"

Eu corei. "Ok... Por livre e espontânea pressão se preferir... É que eu realmente devo isso á ela, na verdade á vocês dois... Edward, não adianta você adiar, ou tentar nunca fazê-lo... Você mais do que ninguém sabe do que eu estou falando..."

Ele hesitou e encarou as paredes por um longo tempo, até levantar os olhos novamente para mim e com um sorriso dizer:

"Pode mandar trazê-la."

"SÉRIO?" Eu quase berrei. Ok, eu berrei. Não que eu estivesse surpresa com o fato dele aceitar tão prontamente... Ok, eu estava surpresa. Eu pensava que teria que bolar uma boa lavagem cerebral para fazê-lo aceitar.

Ele assentiu. "Você está certa... Está na hora de aceitar algumas coisas do passado, realmente...

"Oh, obrigada Edward!" Eu quase pulei da cama.

"Ei, aonde você vai?"

"Chamar Tanya!"

"Ela está aqui?" Ele perguntou surpreso.

"Oras claro..." Ele suspirou e depois revirou os olhos.

"Por que eu esperaria algo diferente?"

Eu me aproximei e estalei um beijo em sua bochecha. "Por que ainda espera que eu deixe de fazer minhas loucuras!"

Ele sorriu. "Suas loucuras são o seu maior charme, Bella. Para que eu iria querer que você deixasse de fazê-las?"

PE. Edward.

Cada vez mais eu me surpreendia com Bella. Era incrível o altruísmo que ela tinha... A forma como ela pensava nas pessoas, embora tentasse pensar nela mesma.

Eu tinha certeza que nenhuma mulher aceitaria que um homem conversasse com outra, sendo esta outra uma pessoa que significara grandes coisas na vida desse homem.

No caso de Tanya, não coisas tão boas...

Com o acidente eu comecei a perceber algumas coisas que eu estava ignorando ultimamente. É incrível como um tempo para pensar faz com que percebamos as coisas com outra perspectiva.

E é claro que é muito bom deixar de ver as coisas sempre com um ponto de vista bipolar...

Então, ela entrou hesitante pela porta... Com os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo frouxo, e os olhos azuis baixos, como se tivesse medo de me olhar.

Ela estava muito parecida com a Tanya de seis anos atrás, porém algo estava diferente... A maturidade.

Eu não via mais a menina de dezessete anos que me seduzira, mas uma mulher adulta, formada e que se arrependia. Agora eu entendia o que Bella queria dizer.

Mas ela também não tinha culpa de tudo... Eu também cedi à tentação, se eu não quisesse realmente, nunca teríamos tido nada. Como diz o ditado popular 'quando um não quer dois não brigam'.

"Eu não mordo Tanya..." Brinquei, e ela se aproximou mais de minha cama, colocando alguns fios que escaparam de seu rabo frouxo, para trás das orelhas.

"Edward, antes de tudo eu queria dizer que..."

"Ei..." Falei calmamente. "Calma... Está tudo bem."

"Está...?" Ela perguntou confusa, piscando várias vezes.

"Está." Me perguntei quando eu me tornara tão sentimental, mas isso me traria bipolaridade então era melhor deixar para lá...

Ela então pareceu tomar coragem e se sentou ao pé da cama, onde Bella estava há alguns minutos antes, ela suspirou, olhou para as mãos e depois me encarou.

"Eu... Sinto muito, Edward..."

Assenti, e ela continuou.

"Minha mãe sempre instruiu eu e Katie para que arranjássemos homens ricos para nos casar... Ela chegou até a gastar quase o salário inteiro para nos matricular em uma escola de ricos, porém ela não conseguiu sustentar... E se encheu de dívidas..." Os olhos dela se inundaram de lágrimas.

"Foi por isso que ela começou a trabalhar no seminário?" Perguntei.

"Foi." Ela limpou então as lágrimas embaixo dos olhos com a manga da camiseta. "Então ela viu lá outra oportunidade... É claro que não é sempre que em um seminário há garotos ricos, porém... Tinha alguns raros... E dentre eles era você e Arthur..."

"Arthur não era rico!"

Ela riu quase histérica. "Ele e Katie se mereciam! Ele dizia para ela que era de uma família rica, e pelas suas roupas achávamos que sim, porém ninguém tratou de pesquisar mais sobre ele, ou menos prestar mais atenção... Porém Katie realmente se apaixonou por ele, e foi essa sua perdição... E a desgraça da minha mãe..."

"Porém ele não está casado com ela..."

"Sim, eu sei." Ela olhou as mãos. "Ele está com tal de Stefanini... Ele chutou Katie depois de alguns meses e ela foi tentar uma vida na Califórnia... Eu nem sei se ela está viva..."

"Sinto muito."

Ela sorriu. "Não sinta... Então você... Eu não queria ceder ás pressões de minha mãe, porém ela me obrigava... Era para eu nunca ter dito á você que não estava grávida, era para eu engravidar de verdade, e qualquer coisa dizer que nascera prematuro..."

Ela suspirou. "Porém eu não conseguia nem mais olhar em sua cara, Edward, foi por isso que eu te contei aquela noite..."

"E você ficou louco... Vidrado, e eu não conseguia te explicar... Você foi embora e me deixou naquele lugar que eu não conhecia..."

"Mas eu não te culpo, acho que teria feito o mesmo se fosse comigo... Então, eu estava vagando sozinha, quando encontrei Jake... Ele estava passando pelo estado em que estávamos, e me acolheu... Foi ele que me fez gostar de veterinária... Ai eu consegui um emprego e ao mesmo tempo fazia faculdade... E logo em NYC, quando voltei, eu comecei a trabalhar com ele..."

"Foi ele quem me salvou da desgraça e autocomiseração que eu estava sentindo... E eu tentei durante esses seis anos falar com você, porém você não queria me ver de jeito nenhum..."

"Desculpe Tanya... Não sabia que tudo isso aconteceu com você..."

"Não tem importância." Ela sorriu. "Pelo menos agora o meu peito está descarregado e posso dormir em paz."

"Ainda não..." Eu disse.

"Como?"

"Eu ainda não te perdoei." Disse sério.

Ela abriu e fechou a boca várias vezes. "Se é assim que você..."

"Ei estou brincando." Sorri. "Eu te perdôo Tanya, na verdade é você que tem que me perdoar por ser tão cabeça-dura..."

Ela riu então, mais relaxada. "Obrigada, Edward."

"Na verdade, agradeça Bella por ser madura e adulta quando nós não o fomos."

Ela sorriu mais ainda, enquanto se levantava.

"Ela é uma mulher de ouro, Edward... Vocês se merecem realmente... E desejo muita felicidade para os dois."

E antes que eu pudesse sequer abrir a boca para dizer que Bella e eu não estávamos juntos, ela saiu, e fechou a porta.

Bella

Eu estava nervosa, porém não ouvi nenhum barulho de algo estourando na parede, ou gatos se matando no ar.

"Ei Bella!"

"Ohmeudeus, que susto Tanya!" Disse com a mão no coração enquanto me virava para ver uma Tanya mais feliz e até mais bonita. Jessh, eu me sentia um lixinho não reciclável agora.

Então me surpreendendo, ela me abraçou fortemente, e eu retribuí meio confusa.

"Obrigada, Bella." Ela disse ainda no abraço. Esperei pacientemente que ela me soltasse, até proferir:

"Pelo quê?"

Ela sorriu. "Der... Você ainda pergunta?"

"É... Acho que sim?"

"Bella, você é um anjo de pessoa! Se não fosse você eu ainda estaria me corroendo por dentro por causa da besteira que eu fiz há seis anos... Edward nunca me perdoaria... e eu também nunca teria encontrado Mike..."

"MIKE?" Eu quase gritei. Ok, eu gritei.

"Sim." Ela sorriu, corando.

"Ohmeudeus espera! Você é louca? ELE FAZ PARTE DOS GARANHÕES DA CIDADE! Nós fomos a uma reunião, você viu o que eles fazem!"

"Eu sei..." Ela revirou os olhos. "Porém..."

"Ele está te enganando!"

"Ei, calma..." Ela riu. Ela ria das desgraças agora? "Bella... Eu acabei caindo na armadilha que eu própria criei... Mas essa é uma longa história... Mas eu posso te certificar que ele se arrependeu das ameaças... Ele mudou."

"Mike? Estamos falando do mesmo cara?"

Ela riu, e me abraçou novamente. "Você vai poder ver a mudança por si mesma... Acho que ele já está chegando aqui."

"Eu não quero ver ele!" Protestei.

"Ei... Não era você que brigava com Edward que ele tinha que perdoar as pessoas? Isso não vale o mesmo para você?"

"Eu sou especial!"

"E Edward não é?"

"Huh, quer dizer..." Ela riu.

"Vamos Bella, ele não morde. Olhe! Ali está ele!"

Então que nem naqueles desenhos de Pokémon, dois olhinhos vermelhos surgiram na escuridão.

Depois foi aumentando a área ao redor de seus olhos e depois o rosto ficou a vista. E logo todo o seu corpo estava á mostra.

Então eu estava vendo o Mike que eu sempre conhecera e me lembrara. Com olhos azuis violeta, uma boca fina que quando sorria se tornava uma linha rosa. Um rosto com pele lisinha parecendo bunda de bebê. Todo o seu rosto, na verdade, lembrava uma criança crescida, e eu sabia que a fofura de Mike fora uma das coisas que me atraíra nele.

Ele tinha um corpo não muito alto, porém não era um mestre dos magos. Tinha alguns músculos bem fraquinhos, porém ele era uma boa presença.

Foi isso o que eu vi?

Não, caras senhoras e senhores.

"OHMEUDEUS! Um espírito Nerd possuiu Mike!"

Porque aqueles óculos de aro fosco, fundo de garrafa, e extremamente redondos ERAM NERD. Por que aquela imitação barata de aparelho nos dentes ERA NERD. Por que aquele cabelo todo engomado com gel e super certinho ERA NERD. Por que aquelas roupas sociais, com uma camiseta de botões que prendia até o pescoço e até os pulsos ERA NERD. Por que aquela gravatinha pequena que praticamente estrangulava o menino ERA NERD. Por que aquele sapato engraxado ERA NERD. Por que aquele relógio do Faustão ERA NERD. E por que aquela pasta de couro preta que carregava em uma das mãos ERA NERD.

E até a expressão Nerd dele ERA NERD, e até o andar nerd dele ERA NERD.

"É-É-É... S-sem-mp-p-r-r-r-e... Em-g-g-r-r-r-ra-ç-ç-ada, b-b-ella-a-a..."

E por que aquela gaguejar ERA NERD!

Eu me virei para Tanya como um robô... Ok, robô arregalava os olhos? Por que eu arregalei.

"O que você fez com ele?" Acusei, e logo fui à direção do infeliz e o abracei, deixando sua cabeça encostar-se a meu peito, e comecei a me mexer de um lado para o outro com ele como se estivesse o ninando e o afastando de problemas.

Eu deveria estar louca por estar fazendo aquilo com Mike, justo ele que ferrara tanto com minha vida, porém... Eu era uma manteiga derretida. Na verdade, isso mudou agora, deveria ser influência do convento! HUNF!

"O-o-qu-e-e- v-v-o-cê es-es-tá f-f-azend-d-o?" O meu bebê NERD falou chocado.

"Ei Bella, assim eu fico com ciúmes." Tanya brincou se aproximando de nós, e afastando Mike de mim.

Eu protestei e um sentimento maternal tomou conta de mim. EU IREI TE SALVAR, MIKE!

Jessh... Aquilo soou muito estranho, pareceu àquela frase "EU ACREDITO EM MÁGICA!"

Ok, o mais estranho de tudo era o próprio Mike. Será que Tanya no meio daquelas cirurgias para cães fizera uma lavagem cerebral em Mike?

Oh Jesus! Ele era só um bebê indefeso...

Ok! Quem eu queria enganar? Mike nunca fora indefeso e sempre usara a carinha de bebê para conseguir o que queria e manipular as pessoas, inclusive eu.

"Quando eu penso que já vi de tudo na vida..." sussurrei então chocada.

"Ei Bella, não fale assim... Eu disse que Mike mudara..."

"Realmente mudou." Enfezei.

"E isso é fruto do amor, não é, meu lindinho?"

"É-É-É s-s-s-s-s-si-i-i-i-i-i-m-m-m." UGH! Estava dando muita aflição esse gaguejar do menino.

"Ei, fala que nem homem!" Então eu vi Emmet aparecer e dar um tapa nas costas do coitado que se sobressaltou e pulou uns cinco metros.

"SEU FILHO DE UMA PUTA!" Ele berrou acariciando a parte que havia sido atingida.

"Há! Eu sabia que era só malandragem." Emmet disse cruzando os braços no peito, e com um sorriso vitorioso nos lábios. Rose chocada estava com a cabeça apoiada em seu ombro, e olhava Mike de cima á baixo.

"O que está acontecendo aqui?"

"Ei, seus bandos de insensíveis!" Tanya disse, com a expressão azeda. "Ele mudou, será que vocês não têm coração para dar uma chance á ele?"

"A-a-m-m-m-o-o-o-r-r-r..."

"Ah pelo amor de Santo Expedito!" Levei minhas mãos para o ar, com incredulidade.

"Eu nunca soube de ninguém que ficou gago de repente..." Emmet provocou.

"E quem é você para julgá-lo?" Tanya retrucou indo até Mike e o abraçando, enquanto este com um sorriso NERD a abraçava, encostando sua cabeça 'propositalmente' sobre seu peito.

Emmet estufou o peito. "Eu? Agora eu sou chefe da sessão editorial, baby."

Tanya revirou os olhos, e depois olhou para mim como que intercedendo.

"Bella,... Você me entende, não? Sabe que ele mudou..."

"Eu sei." Lancei um olhar duro para Emmet e Rose, e me aproximei lentamente de Mike. "Ele é inocente... Gugudádá..." Apertei as bochechas dele como se fosse um bebê.

"V-v-o-oc-cê-cê-é-é-m-m-m-m-u-u-u-ui-t-o-o-AI! PORRA! VAI SE FERRAR VADIA DOS INFERNOS!"

Eu praticamente torci as bochechas dele e ele com um salto começou a esfregá-las como forma de aliviar a dor.

Tanya olhava para ele assombrada, e eu vitoriosa encarava Mike cujas bochechas estavam assumindo um tom roxo.

Realmente era uma precariedade... Caras como Mike nunca entrariam nos eixos. Se ele pelo menos houvesse mantido seu estilo habitual, porém ninguém vira NERD de uma hora para outra, e nem muito menos começa a gaguejar daquela maneira idiotamente irritante.

"Você nunca vai mudar, não é Mike?" Falei abanando a cabeça com um sorriso nos lábios.

Ele me fuzilou com o olhar. "Vocês... Vocês...! Seus! Seus! AH! Vocês vão me pagar! E você também aí grandalhão!" Ele apontou para Emmet.

"E eu o quê, frangote NERD?" Emmet ameaçou.

"Eu? Nada..."

Eu ri. "Como você é idiota... Você acha que a gente acreditaria em você? Homens como você não mudam, Mike! E todos aqueles outros malditos Garanhões da Cidade!"

"Tanya?" Ele se virou para ela assumindo uma máscara de bebê carente e sofrido. "Você não acredita neles, não...? Meu amor, e nossas juras de amor eterno? E nossa velhice na casa da árvore do Central Park? E nossos filhos que irão comer bolo de fubá no entardecer?"

Tanya então virou o rosto, e esticou a mão, em um sinal de pare.

"Esqueça tudo, Mike! Eu não quero mais saber de você! Nunca! Oh!"

Parecia assustadoramente como algo vindo de uma novela mexicana. E eu assisti com prazer Mike subir as calças NERD que haviam caído e sair marchando do hospital fazendo mais ameaças, e mais ameaças.

"Quer que eu vá dar uma prensa nele, Bella?" Emmet perguntou cerrando os pulsos, e com um sorriso de prazer nos lábios.

"Deixe-o, Em! Homens assim precisam mais do uma boa porrada!"

Emmet estufou o peito daquele modo idiota novamente.

"Eu sei do que precisam..." Então teatralmente, ele levantou uma espada invisível no ar. "MORTE! AI, ROSE!"

"Cala a boca, Emmet!" Ela deu um tapa em seu ombro, e ele fez um biquinho para ela. "Você é chefe agora, não um garoto que é o papai quando brinca de casinha com a prima!"

Então eu deixei os dois se entendendo perfeitamente, e me voltei para Tanya que se encontrava chorando no chão, com as mãos no abdômen, e os cabelos jogados no ar.

Jeito estranho de se chorar, mas enfim...

Coloquei a mão em seu ombro, e perguntei, calmamente:

"Ei Tanya... Está tudo bem?" então ela virou o rosto em minha direção e eu pude ver que ela não estava chorando, mas na verdade rindo.

Oh Jesus! Eu era amiga de uma psicopata e não sabia?

"É... É... Posso saber por que você está rindo?"

Ela só se controlou depois de um longo tempo, e sua cara estava vermelha de tanto rir.

"Ah, minha mandíbula dói!" Ela reclamou, mas logo voltou a rir.

Eu já estava saindo dali rapidamente para ir atrás de algum psiquiatra quando ela consegue falar entre risadas:

"Eu... Sempre soube... Que Mike não mudara..."

"Soube?" Perguntei confusa.

"Claro, Bella!" Ela sorriu. "Eu não me deixaria enganar por um cara de vinte e três anos com mente de cinco, não é?"

"Eu... Jessh, eu estou boiando..."

"É simples!" Ela riu. "Eu sabia que ele não se apaixonaria por mim... Então eu me fingi de apaixonada, e o fiz 'mudar', mas na verdade eu sempre soube... Era o plano para que ele não ameaçasse você e Edward mais..."

"Mas ele saiu daqui extremamente bravo! Ele vai ameaçar de novo e..."

"Ei espera!" Ela então foi até a parede que estava diretamente atrás dela e retirou um pontinho que antes eu nem sequer tinha visto. "Eu vi que para ele parar, eu teria que usar a tática da ameaça também... Então eu gravei toda essa cena patética... E ele morreria antes de algum membro dos garanhões da cidade ver esse vídeo..."

"Ow! Agora eu entendi!"

Ela riu. "Eu logo mandarei á ele por e-mail, e pode ter certeza que nunca ele vai te importunar Bella..."

"Obrigada Tanya, mas saiba que eu... Bem... Eu já sabia de tudo." Ri amarelo.

"Claro." Ela riu. "Mas quem agradece aqui sou eu... Você sabe que isso era o máximo que eu podia á fazer á você e Edward..."

Tentei controlar as estúpidas lágrimas sentimentais que insistiam vir em meus olhos.

"É... É para isso que servem os amigos não?"

"Ei! E nós também não o somos? Lembra que eu te dei um emprego, huh?" Emmet se aproximou rindo para nós.

"Claro que vocês também o são! E eu estou muito feliz por ter vocês comigo! Um dia eu pensei que não tinha mais nada na vida... Mas agora vejo que me enganei."

PE. Edward

"Ei mano, como você tá?" Emmet perguntou com numa batida no meu ombro.

"Ei!" Reclamei. "Eu não estou totalmente bom ainda..."

"Desculpe." Ele logo afastou a mão e se sentou com um sorriso idiota nos lábios. "E aí pronto para outra?"

"Outra o quê? Batida de carro?"

"UGH! Como vocês padres não sabem entender o meu senso de humor..." Arqueei uma sobrancelha.

"E quantos padres você conhece mesmo?"

Ele ainda teve a capacidade de parar para pensar.

Revirei meus olhos.

"Então... O que você vai fazer daqui para frente?" Perguntou tirando um chiclete do bolso e mascando de uma forma irritante.

"Ser homem!"

"OOOOOOOOOOOOOON, isso é impressionante..."

"Não é isso que você está pensando, Emmet. E, por favor, não cuspa esse chiclete de novo!" Ele murchou, então pegou o chiclete de novo.

"E por acaso você lê pensamentos para saber o que eu estava pensando?"

Eu ri. "Você é bem previsível."

Ele chutou uma pedrinha invisível. "Droga."

"Ei... Eu... Meio que pensei várias coisas nessa cama... Refleti, sabe? Eu já sou um cara de vinte e cinco anos e tenho que aprender a lidar com a vida, certo?"

"Do que você está falando...?"

"Sei lá, Emmet. Nem eu sei..."

"Ei, isso tem a ver com Bella? Ela largou o convento!"

"Eu soube... Mas ela está culpada por achar que foi sua culpa o acidente, mas na verdade não foi. Eu que fui atrás dela no convento, quando ela queria me esquecer, e eu tinha a oportunidade de esquecê-la..."

"Ei! Que parte do 'ela largou o convento', você não entendeu?"

"Eu entendi Emmet." Repliquei, com firmeza. "Mas acho que ela não largou por mim... Olha a vida dela tá se normalizando de novo, e era normal antes deu aparecer, e todo esse rolo... Eu não posso levar mais problemas para ela. Ela já tem o suficiente."

"Isso é verdade, porém VOCÊ não é um problema..."

"Emmet, você poderia ser sincero uma vez na vida, não?" Brinquei.

"Eu estou sendo sincero!" Ele estufou o peito. "Agora eu tenho responsabilidades... Eu sou chefe da sessão editorial..."

"Ora, cala a boca!"

Bella

"Posso entrar?" Enfiei minha cabeça na porta e Edward com um sorriso assentiu. Entrei hesitante e fiquei de pé ao lado de sua cama.

"Só passei para dizer que eu já vou indo..."

"Já?" Vi uma expressão triste se estampar em seu rosto.

"É..." mordi os lábios. "Amanhã vai começar o meu emprego de novo, e embora meu chefe seja o Emmet..."

"Você não pode faltar..."

"Claro." Eu sorri. "Então, é... Tchau." Acenei e me virei para ir embora.

"É estranho a gente, não?" Eu estava com a mão na maçaneta e me virei confusa para Edward.

"Oi?"

"A gente..."

Eu ri sem graça. "O que não é estranho nessa vida?" fiquei pronta para ir embora novamente.

"Nós somos estranhos... Esse amor é estranho..." Ele continuou com a linha de pensamento.

Eu me virei para ele, então me aproximei.

"O que você está querendo me dizer, Edward?"

Então suas enormes esmeraldas me encararam.

"Eu... Entendi..." Começou.

"Entendeu?" Arqueei uma sobrancelha.

"Entendi o porquê você foi para o convento."

Eu suspirei, cansada. "Olha, isso já é passado e..."

"Ei espera..." Ele falou calmamente. "Eu sei da parte que você não quer mais se relacionar com um padre, isso só dá problemas... E eu sou bipolar... E tudo..."

"Nós já conversamos isso antes e..."

"Porém eu sei que você não me esqueceu, porque você saiu do convento e está aqui."

"Como eu ia te esquecer se você está em minha frente agora mesmo?"

"Ei ouça... Eu entendi... E... Estou aceitando..." Ele abaixou os olhos. "Acho que nós precisamos resolver tudo agora, Bella. De uma vez por todas."

Então eu ponderava minha vida em uma balança.

Era como se eu olhasse através de uma janela e visse como cenas de um filme o último ano se passando lentamente por mim.

Então ali bem em minha frente estava a causa de todas as tremendas mudanças que me assaltaram. O padre Edward Cullen.

E ele dizia que teríamos que resolver tudo sobre nós.

Eu sabia que teríamos duas escolhas.

A de ficarmos juntos.

E a de vivermos nossas vidas separadamente.

Todas tinham seus pontos fracos e nada acolhedores, e tinham seus pontos bons.

Uma parte de meu ser queria ficar com ele, e enfrentar tudo ao seu lado, porém outra parte queria ser apenas uma garota normal.

Uma mulher que aos vinte e três anos pudesse se casar na igreja, ter filhos, poder estar legalizada, e não ficar sob ameaças... Poder sair á noite com o marido, poder apresentá-lo aos pais... Encarar todos de frente e sem medo de ser feliz.

Há alguns meses isso seria algo extremamente superficial para mim. Eu acharia uma vida chata, pacata e monótona, porém... Quando não temos nada, e nos vemos em uma encruzilhada, aprendemos que essas coisas que achamos tão chatas, podem se tornar a razão de nossas vidas, e uma necessidade aparente.

Eu poderia dizer que havia amadurecido... Eu poderia dizer que eu tinha me tornado uma nova Bella, porém não seria uma verdade... Pelo menos eu não me sentia assim.

"Também acho isso, Edward." Concordei.

Diabos! Eu achava muitas coisas como que 'eu deveria colocar logo um ponto final nessa história' ou que eu 'finalmente deveria ir ao vale do silício e expandir os horizontes/células de meu cérebro Einstein. '

Inferno! Eu tinha apenas vinte e três anos, estava na minha juventude... Era hora de mudar... E esquecer algumas coisas, por mais que me doessem.

Então ele fechou os olhos e batucou com a ponta dos dedos em sua perna. Observei aquele movimento, totalmente embevecida, não sabendo por onde começar, ou como agir em uma situação como aquela.

"Acho que... Concordamos..." Ele falou, pausadamente, experimentando as palavras na boca. "... Que passamos um ano bem... Conturbado..."

"Conturbado é uma boa palavra." Concordei sonolenta.

Ele riu sem ânimo.

"Acho que... Todos esses... Problemas... Desencontros... Foi uma forma de mostrar que estávamos seguindo um caminho arriscado, e... Bem, eu fui o último a ceder á entrar nesse caminho, e você a primeira a perceber a parte do 'arriscado'."

"Acho que sempre soubemos disso..."

"É." Ele murmurou. "Se tivéssemos usado a cabeça antes... Há um ano, talvez não estivéssemos nessa situação hoje."

Eu concordava com tudo o que ele dizia.

"Então... Eu agradeço você, por... Ter cuidado de mim e se preocupado... E acho que... Cada um deve seguir o seu caminho... Mas..."

"Mas...?"

Ele respirou fundo e soltou as palavras como um foguete.

"Eu não agüentaria toda aquela tensão novamente de quando eu fiquei tanto tempo separado de você!"

Eu sorri pesarosa.

"Eu também..." Suspirei.

Ele sorriu, tristemente.

"Alguma solução?"

Eu mais uma vez então eu vi a balança se projetar em meus olhos. As duas escolhas que eu tinha, e meu desejo de ser normal.

Vi o último ano, vi as últimas lembranças, e todas as minhas conclusões.

Vi as pessoas tentando nos separar... Vi as pessoas nos olhando feio, e mostrando que não daríamos certo.

Então... Suspirei.

"Tenho." Estiquei minha mão para ele, como forma de selar aquele 'acordo. ' "Podemos ser amigos padre Edward Cullen?"

Encaramo-nos por um longo tempo, talvez recordando nossa amizade de início, e todas nossas vidas. Mas dessa vez seria diferente. Nós finalmente tínhamos percebido que o nosso amor sacerdotal não dava certo, e aceitávamos.

Só ouvíamos o barulho de passos nos corredores, e alguns murmúrios que chegavam ao quarto. O barulho que auferia o coração de Edward era como uma música de fundo, e nossas próprias respirações uma perfeita melodia.

Então ele sorriu, e esticou a mão, apertando-a na minha.

A corrente elétrica que eu sempre sentia com o mínimo toque continuava ali, porém eu também sorri.

"Eu aceito ser seu amigo, Isabella Swan."

Então minha vida entrara para a normalidade. Finalmente estava com meu emprego de volta, e percebi com entusiasmo que ao fazer somente o que era meu dever eu me dava bem. Antes, com Lauren, eu fazia o dobro do necessário e isso que realmente me estressava com todo aquele trabalho.
Agora com Emmet as coisas ficaram mais 'justas'.

Então Edward recebera alta do hospital, e estava bem. Apesar da atadura no pulso, e também na região da costela quebrada, porém bem escondida pelas roupas, ele estava bem.

As escoriações no rosto e o machucado na testa pareciam superficiais, e ele estava tão bonito quanto sempre.

Os fiéis o receberam de braços abertos, e posso dizer que a casa paroquial virou um centro de concentração urbana religiosa.

E podia até apostar dizendo que o nível de estoque de guloseimas que haviam de uma hora para outra aparecida por ali, era maior do que uma grande rede de supermercados.

HÁ, nunca devemos subestimar o poder das pessoas religiosas!

Então as semanas foram se arrastando, até que Edward pediu para ter uma conversa comigo.

Fomos então um dia de manhã andar no Central Park, cercados pela bela natureza ao nosso redor, e o cheiro puro e fresco que era tão pouco característico da grande cidade de NY. E claro Sky estava conosco e estava simplesmente adorando a nova paisagem.

Então parece que ele estava pensando a mesma coisa, quando ele comentou:

"Parece outro lugar aqui, não é? Nem parece a mesma cidade."

"Acho que foi essa a exata intenção das pessoas que preservaram esse lugar."

Ele assentiu.

"Ei! Eu... Tenho uma coisa para te falar, e nós como amigos, bem... Acho que eu devo te falar antes de você saber realmente..."

Era estranha essa palavra para nós: 'amigos'.

Mas tínhamos que nos acostumar, afinal ÉRAMOS amigos.

Amigos para sempre, lálálálá...

Ok, não combinou.

"E o que é?" Então parei e avistei um banco de pedra no meio de uma região cercada por duas grandes árvores. Um pequeno esquilo espiava da árvore para nós dois, e Sky se agitou na coleira. "Quieta, garota!"

Edward riu e se sentou no banco com eu logo atrás, me ajustando ao seu lado.

O esquilo já havia sumido de vista, porém Sky com a linguinha de fora continuava vistoriando a arvore com seus olhinhos azuis, petulantes.

"Bem... Eu conversei com o bispo... E ele... Bem, ele achou melhor que eu saísse da Catedral... Ela é muito grande e têm muitas responsabilidades..."

"Acho também isso... Você tem muitas coisas para resolver lá..."

Jessh, Deus sabia o quanto eu estava me controlando para ser tão 'amiguinha' dele. Estava sendo difícil...

"É..." Ele suspirou, fazendo um pequeno cafuné nas orelhas de Sky. "Acho que ele tem razão mesmo... Além do que isso serve para mudar de ares..."

"Ei Edward! É outra paróquia! A mesma cidade..." Brinquei como se fosse óbvio. E bem ERA ÓBVIO.

"Não Bella... Na verdade, não vou assumir outra paróquia... Tanto eu e ele concordamos que era hora de realmente investir em minha carreira como cantor... Com a Catedral eu ficava meio preso, e não assumindo nada eu posso fazer grandes turnês..."

"Grandes... Turnês?"

"Sim," Ele suspirou. "Claro que vou estar sempre em contato com alguma igreja, afinal padres tem que rezar missas todos os dias, nem que seja para nós mesmos."

"Mas..."

"A primeira parada é Nevada, e depois... Vão ser outros lugares..."

"Nevada? Onde fica Las Vegas?"

"Sim, por quê?"

"Mas lá só tem... Cassinos e bêbados... E..."

"Ei, Las Vegas não é a única cidade por lá." Ele brincou.

Eu ponderei aquilo em minha mente por um longo tempo. Edward iria embora? Em uma maldita turnê pelo país?

E diabos, por que eu estava me deixando afetar tanto por isso?

Então ele se aproximou mais de mim. "Eu queria que você soubesse disso primeiro, Bella... E... Bem... Queria te dizer que apesar de tudo, valeu à pena."

Eu sorri. "É... Valeu! Inclusive entrar no convento."

Ele riu.

"Sabe..." Ele brincou com uma mecha dos meus cabelos. "Eu fiquei sabendo de uma piada que você contou por lá..."

"Oh não!" Eu escondi meu rosto nas mãos, sentindo minhas bochechas esquentarem. "Não acredito!"

"SÓ JESUS SALVA!" Ele riu, jogando a cabeça para trás.

"Ei pára!" Bati no ombro dele, e ele somente riu mais. "Pelo menos eu não contei a do Cromossomo!"

"Cromossomo?" Ele arqueou uma sobrancelha.

"É..." Controlei a risada. "Porém não vou contar agora porque você riu de mim."

"E quem disse que eu quero saber a piada?" Ele alfinetou.

"Ok, então..."

"Ok Bella. Conte logo."

"Não, você..."

"Vai!" Ele riu.

"Ok... O que um cromossomo disse para outro?"

Ele pensou... Até que algum segundo depois abriu a boca para responder:

"Essa eu sei..."

"NÃO!" Ele até me olhou assustado. "Quer dizer, se você souber pelo menos não estraga..."

"Ok, não sei..."

"Certo... O cromossomo disse: "OH, cromossomos felizes! Agora você ri, Edward!"

Ele riu e eu ri junto das nossas besteiras, e conclui que até que valera a pena.

"Bem..." Ele continuou, depois de devidamente voltarmos para assuntos 'sérios'. "Eu queria te dizer que esse ano foi o melhor ano dos meus vinte e cinco anos..."

"Está velhinho."

"E... Eu nunca... Realmente nunca vou me esquecer de você, Bella."

Eu respondi hesitante: "Eu... Também..."

Ele suspirou e acariciou Sky.

"Então... É isso?"

"É..." Mordi meus lábios, sentindo toda a tensão que de repente se instalara em volta de nós. "Acho que sim."

Ele sorriu tristemente para Sky, que estranhamente começou a fazer um barulho do fundo da garganta que se assemelhava a um choro. Ela se aninhou nos braços de Edward, e seus olhinhos azuis olhavam quase implorantes para ele.

"Ei, minha pequena... Eu vou ser sempre seu papai, viu? Não importa o que sua mãe diga." Ele olhou para mim, e eu somente sorri.

Acho que ele se referia á uma época que eu dizia para Sky que ela estava órfã.

OPS...

Ele suspirou então se levantou deixando Sky no chão.

"Então... É isso... Tchau Bella..."

"Tchau..." Murmurei. Encaramos-nos incertos sobre o que fazer por um longo tempo, então com um sorriso amarelo ele se virou.

Então nem chegou a dar três passos e se voltou para mim:

"Posso te pedir uma coisa, Bella? Uma última coisa?"

Como era de se esperar eu nem pensei em responder.

Diabos! Dependendo do que ele pedisse, poderia voltar tudo novamente...

E eu odiava 'repeats', claro tirando a das músicas religiosas do CD dele. Mas era a única coisa que eu gostava de ouvir repetido!

"Claro."

Ele se aproximou então, calmamente, e murmurou com a voz ligeiramente rouca:

"Dá-me um último beijo, Bella? Um beijo de despedida?"

Eu arfei, e logo depois prendi a respiração.

Ao mesmo tempo eu queria me jogar de cabeça e ao mesmo tempo eu sabia que estava errado, porém... Eu era Bella.

"Por favor?" Ele pediu com um biquinho irresistível. Eu corei, e logo percebi o quão perto estávamos ficando.

Nossas respirações começaram a se misturar, e eu podia ouvir o ritmo frenético de nossos corações e o arfar de nossas respirações.

"Sim..." Foi somente o que eu pude bobamente dizer.

Nossos lábios se encontraram hesitantemente, e durante alguns segundos ficamos ali... Somente parados... Sabendo que aquele seria provavelmente nosso último beijo.

Edward moveu um pouco os lábios, calmamente somente para sentir a textura. E foi um beijo doce... O mais doce que já tínhamos experimentado.

Então, hesitantemente, nós nos afastamos, e nos encaramos nos olhos por longos minutos.

"Espero que seja feliz." Ele sussurrou com a voz rouca.

"Eu... Também..." Murmurei um tanto embevecida pelo beijo simples, casto, porém... Muito intenso. "Você merece muito..."

Não consegui terminar a frase.

"Muito?" Ele ajudou.

"Sucesso." Sorri amarelo, enquanto tentava me colocar a uma distância boa entre a gente e evitar que eu fizesse quaisquer besteiras.

"Obrigado... Você também..." Então ele calmamente se virou novamente, e eu mecanicamente levei a ponta dos meus dedos até meus lábios sentindo-os úmidos ainda.

Edward olhou para trás uma única vez e sorriu. Sky estava agitada na coleira e queria seguir o pai, porém ele foi se distanciando... Distanciando... Até que eu não conseguia vê-lo mais.

Então comecei a chutar pedrinhas invisíveis e visíveis, enquanto olhava para o céu e murmurava um sonoro:

"Não poderia ter me dado uma vida menos complicada não, SENHOR?"

25 comentários:

Bianca-correa disse...

AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH
Primeira a comentar( não sou competitiva nem nada)
Não sei o que vai acontecer, mais sei que esse capitulo vai ser demais
Eu to curiosa pra ler a infiltrada tomara que ela não esteja com bloqueio porque é ate dificil pensar isso
Depois que eu ler volto pra comentar mais uma vez
P.S.- Eu tava vendo os outros portis e não vi tantos comentarios, vamos la gente comenten.
Beijiho e volto depois

Deka disse...

Choreiiiiiiiii.!!!!!!!!!!!!!!!Pqqqqqqqqqqqq.???Buááááááááá.!To loca pra ler o cap.37.!

Viihs disse...

Acabou... oficialmente, Bella e Ed acabou... e isso eh mto triste :(
Adorei esse cap... não vejo a hora de chegar no 42 para ver o último capitulo e a resolução de todos os problemas da Bella...

Adriene Laize disse...

Nuss 37 kkk

Adriene Laize disse...

Ah gente por q eles se separaram bua que triste :s

Jani castro disse...

AI MEU DEUS!!!!!! como assim... ele nao... ela nao... eles nao... AHHHHH

Deise disse...

Não gostei vey. =C

Mariana trindade disse...

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
cara terminei de ler o cap chorando cara pq a Bela não deixa de ser tão cabeça cura e volta logo para o Edward
nossa esses dois vão acabar por me matar
e Mary Alice estou esperando resposta
bjs

Camila disse...

É verdade que ainda falta isso td de capítulos? Tinha lido em outro comentário que era por volta de 30, agora já falaram em 42, alguém sabe??

Alice Volturi disse...

Tem por volta de 30 capítulos mesmo! ;)

Ayllaiana disse...

aiii meu deus pq ?Eddie vouta meu amr ! COMO VC DEIXA ELE IR BELLA ?!! AN? AFF EU NÃO DEIXANA NÃ --'
muito anciosa para o cap 27 *---------------*

Laurinha disse...

Poxa, pensei que eles iam ficar mais algum tempo juntos.
Fiquei realmente chocada, mto triste e querendo ler mto +!
Realmente essa fic ta me deixando deprimida por eles ñ ficarem juntos, mas é isso que deixa a história única.
Incrivel.
Lagrimas pelo amor deles
Eu quero mais caps.!!!!!!!!!!!!!!!!
Bjus pra todo mundo!

Naty_14 disse...

naum pode te so 30 capitulos, só faltam 4 pra acaba dai, mais tem q te 2ª temporada!!!! q capitulo foi esse? bella naum teve uma onda de acontecimentos azarados? entao eu naum to lendo a fic certa, só pode. sera, q vai se no proximo cap. q o jake vai fla com ela pra elis se casarem e dai o prologo ser comprido? lokinha dmais pra le o cap. 27.

Camila disse...

Obrigada Alice já tava com medo do que ainda podia vir pela frente,rrsrsrs.

Inae-olieira10 disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH NAO GOSTEI BELLA TU EÉ LOKA TENHO CERTEZA QUE NAO ACABOU VAMOS TER FE GENTE
OBS TO VIRANDO DE REPENTE RELIGIOSA KKK

Adriene Laize disse...

que horas coloca o prox capitulo ?

Naty_14 disse...

Adriene, é só amanha o proximo capitulo depois das 20h. bjus.

Jani castro disse...

se eles nao se matarem eu mato eles... ela é louca ... ele é louco... ambos sao loucos um pelo o outro! quando um nao quer dois nao brigam... mas e quando os dois querem, mas nenhum desses adimetem, eles brigam mais ainda... AHHHHHHH... QUANDO É O PROXIMO... E É MELHO VC SENHORITA BELLA VOLTAR PRO ED OU EU MSM ENTRO AI E CASO VC'S DOIS A FORÇA!!!!!!

GabiClara disse...

Rá! Rá! Vo da uma de Hermione (Não esqueci de vc!)

*Como Edward vai ficar muito tempo longe Bella vai se aproximar de Jake.

Casamento!

**Só que no dia do casamento Edward vai estar devolta a cidade.

Tan-dan! Tan-dam! <- Músiquinha do filme tubaram.

* E Bella só vai descobrir ir aos 45 do segundo tempo!

No final: Ou Bella desiste do casamento ou Edward se declara na frente de todo mundo.

GabiClara disse...

A Nossa querida escritora Natalia não vai pro cêu!

Ela judia tanto dagente.... Isso é maldade!

Deka disse...

Gente eu adoro de repente religiosa(quem naum gosta.?)Mas eu também to super loka pra saber quando sai o próximo cap de A Inflitrada.!!!Ta demorando d+.!!!E parabééns Natalia.!

Adriene Laize disse...

anciosaaaa ! *

Adriene Laize disse...

cadee ?? muuuuuito anciosa * aki vou morrer do coraçao xD
Posta logoo rsrs

Joyce_florzinhas2 Cg disse...

BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!
NÃO,NÃO,NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
NÃO ACREDITO Q ELES REALMENTE TERMINARAM!
NATALIA! VC É MÁ,MUITO MÁ!!!
TO CHORANDO GENTE!
AIIIIIIIIII Q TRISTE!
A SKY VAI FICAR ORFÃ!
AI COITADA!
BELLA,SUA LEZADA!

Jiiiii ;D disse...

choreei igual uma condenada agora ..... edward e bella tem que ficar juntos . meu Deeeeeeeeeus  :(

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