"A-A-A-ATCHIN!"
"Pelo amor de Deus, BELLA! ENFIA ESSE REMÉDIO PELA GOELA AGORA!"
"Calma, mãe." Assuei o nariz com um lenço enquanto fazia careta para o trem roxo naquele copinho minúsculo em minha frente. "Ei, isso me deixa tonta!"
Porque ficar balançando aquele negócio como se fosse um pêndulo de um relógio, e ainda por cima de uma distância assustadoramente próxima das minhas fossas nasais, não era algo que te deixasse certo do rumo das coisas.
"A-A-A..."
"Isabella Black se você espirrar de novo..."
"Tchin?"
"Muito bem."
"Como você espera que eu controle algo da natureza?"
"Não é algo da natureza, moçinha." Bateu os pés no chão enquanto preparava no fogão alguma espécie de chá grotesco que levantava defunto das covas vampirescas. "Sabe o que seria natural?"
"Não mãe..." respondi com tédio, jogando o lenço de um lado para outro em minha mão, e acomodando melhor meu pé na bacia de água com um produto roxo que me dava calafrios. Qualé, do jeito que o negócio fedia poderia muito bem ser extrato de repolho roxo.
ÓTIMO! Eu iria para o casamento cheirando repolho!
"Seria natural..." Ela arremessou uma folha com pintinhas pretas na chaleira. "Se você..." Arremessou uma colher. "Tivesse ficado em casa..." Arremessou Sky. "Ansiosa esperando pelo dia seguinte!"
Rolei meus olhos. "Você é muito careta..."
"Careta é o que vão fazer quando ouvirem uma noiva fanha, e espirrando a cada cinco minutos!"
"Não exagera."
"Sabe... Por que será que eu não consigo acreditar em sua história?"
"Olha... Estava chovendo... Fui para minha festa, desculpa, me liga."
Quando ela ia retrucar Sue arromba a porta do meu apartamento carregando a tira colo meu pai, Charlie que parecia um peixinho fora d'água.
QUALÉ! Era a primeira vez que ele aparecia na história.
"PAIÊ..." Choraminguei. "Me salva..."
Ele sorriu nervoso e me deu um beijo casto na testa.
"SORRIA!" Sue e sua maldita câmera fotográfica cegou meu rosto.
Meu pai enrugou o nariz. "Que cheiro é esse?" Logo foi estacando a arma que carregava consigo.
Fora difícil convencer a ele que ele não podia ser policial, e nem tinha permissão para armas no estado de NY, porém... Quem disse que era fácil?
"É a antiga receita da vovó Swan, Charlie." Renne respondeu colocando o chá em uma caneca e mexendo diversas vezes.
Charlie paralisou.
"Que receita...?"
Sue olhava para os dois interessada.
"Ah aquela... Está nesse livro olha..." Jogou um negócio preto para Charlie que logo arregalou os olhos tanto, mais tanto que parecia que iriam saltar das órbitas.
"OH MEU JESUS LINDO!"
"Cadê? Cadê?" Sue começou a procurar Madonna e seu affair.
Ignoramos.
"Bella, tire o pé daí agora!" E antes que eu pudesse sequer abrir a boca para protestar, meu pai me pegou e quase me jogou bem longe do balde com o negócio roxo.
"VOCÊ É LOUCO CHARLIE?" Renne berrou derrubando metade do conteúdo do chá.
Derruba mais, senhor! Nunca se sabe o que tem lá dentro.
A sonolência que eu estava sentindo até então fora extorquida, afinal meu pai parecia realmente apavorado com o que quer que tenha ali naquela balde.
"Isso é remédio para oxiúros!"
Eu levei minhas mãos á boca e assim também Renne e Sue.
"OHMEUDEUS!"
"Meu pé... Meu pé..." Choraminguei. Sky veio correndo em minha direção para me socorrer, mas ela foi a primeira que viu meu pé, e saiu correndo latindo e rosnado até para a mesinha de centro.
Então quatro pares de olhos lentamente e prendendo a respiração olharam para o meu pé.
E OH!
OMFG!
"MÃEEEE, O QUE SÃO ESSES FUNGOS NO MEU PÉ?"
Então depois de uma intensa sessão de terapia conseguiram me acalmar. Pelo bem da humanidade minha mãe jogou o chá sinistro fora, e achou no maldito livro preto um remédio que serviria como antídoto.
"Meu pé não é pão para bolorar..." Resmunguei.
Depois de alguns minutos meu pé ficou decente novamente, embora eu ainda recusasse qualquer coisa que minha mãe inventasse.
"A-A-A-ATCHIIIN!"
"JESUS! Como você vai entrar na igreja assim?"
"Entrando..." Espirrei novamente e melequei o lenço o dando logo depois para Sue guardar de lembrança.
Ela estava com uma mania irritante de tirar foto de tudo... Guardar até poeirinha do chão, então...
"Ainda bem que o casamento é no final da tarde!" Renne murmurou.
"Isso quer dizer o quê?"
"Bella... Você está horrível," Sue explicou. "Vai demorar até te arrumar."
"Alice pode fazer isso muito bem."
"Então ligue para ela." Jogou um celular em mim e eu disquei a contragosto para a irmã de Edward.
INFERNO! Pensei nele!
Mas como poderia não pensar? Não depois da madrugada inteira ao seu lado, com todos aqueles momentos... Jesus!
Eu sabia que sempre me lembraria do momento em que ele me acordou, depois de tanto tempo somente me observando dormir, dizendo que deveria me preparar para meu casamento.
Nenhuma palavra sobre nós... Nada.
"Você deve se preparar para seu casamento." Contudo ele não olhara em meus olhos.
Ele cuidara do pequeno ferimento que eu arranjara ao cair nas pedras, e saíra sem dizer uma palavra.
Estávamos estranhos demais... Com pensamentos demais para conseguir pausar algo.
Então ao chegar a meu apartamento, toda arrebentada, gripada, minha mãe tivera um treco e quase me matara, se não tivesse se lembrado á tempo que eu iria me casar dali algumas horas.
"ALOOOOU!"
"Ah, oi Alice. É Bella!"
"Mas esse mundo hoje tá perdido mesmo não é? As pessoas ligam e ainda te deixam no vácuo."
"Desculpa, ei, você pode vir aqui ao meu apartamento?"
"Fazer o quê?"
"É... Tornar-me apresentável?"
"NÃO!" Ela gritou rápido demais e alto demais. Assustei.
"Credo..."
"Olha Bella. Estou ocupada. Sou sua madrinha e estarei lá na hora certa, correto? Agora, BYE. BYE! Eu tenho coisas importantes para fazer."
"Que tipo de coisas?" Contudo ela já desligara.
UGH! Péssimo hábito da baixinha.
Alice
"Alice... Isso vai dar certo...?" Tanya perguntou mordendo os lábios.
"Acho que vai." Assenti, porém pela primeira vez na vida não estava confiante se um plano meu daria certo.
Estava certa que ontem Edward e Bella se entenderam, mas não cogitava a hipótese de SÓ POR UMA noite!
"Vamos ter que colocar o plano B em prática."
"Mas eles não chegam!"
"ME SOOOLTAAAAA!"
"Chegaram." Sorri para Tanya. Olhamos por entre as árvores e avistamos Jasper e Emmet carregando um Mike louco pelo braço.
Os dois jogaram o homem no chão bem a minha frente, e eu engoli em seco.
Este olhou para nós, e se mostrou surpreso.
"Será que eu não nunca conseguirei ficar livre de vocês?"
"Isso pode mudar, Mike." Sorri angelicalmente. "É só você nos ajudar."
Ele se levantou limpando as roupas e as folhas caídas.
"E por que ajudaria?"
"Por que você quer se ver livre!"
Ele olhou para cada um de nós ali presentes. Seu olhar demorou mais tempo entre as árvores, contudo percebeu que não teria como escapar.
Não com Jasper e Emmet ali de guarda, e uma Rose correndo em nossa direção toda descabelada.
"Eu juro! Juro... Nunca mais eu entro nesse parque." Ela apoiou as mãos nos joelhos enquanto arfava.
"Como foi?"
"Esses Garanhões da Cidade são um bando de loucos! Você sabia que agora em suas reuniões contratam strippers?"
"Antes fosse á noite, né, Mané? AI ROSE! Brincadeirinha!"
"Gente! Vamos combinar... O casamento já tá chegando..."
"E eu tenho que me arrumar! Vou ser madrinha!" Tanya arrumou os longos cabelos loiros.
"Se depender de nós nem casamento terá." Travei o plano diabólico.
"Espera do que vocês estão falando?" Mike perguntou confuso.
"Ei! Você não sabe o que vai acontecer hoje?"
"Você não lê jornais?" Jasper perguntou igualmente surpreso.
"Não."
Emmet deu um pedala em sua cabeça.
"Até eu leio..."
"Emmet, você trabalha em um jornal... É chefe do editorial... Seria bom ler né?" Rose cortou.
Suspirei enquanto contava á Mike que Bella se casaria hoje.
"Espera! Mas ela não ia fugir e consumir o fruto proibido com o padre garanhão lá?"
"É para isso que precisamos de sua ajuda. Todos vão trabalhar!"
"Certo..." Ele coçou o queixo. "Se eu ajudar... Prometem que me devolverão o DVD?"
Tanya entreviu.
"Não. Mas garantimos que não mostraremos por um bom tempo..."
"Assim não ganho nada..."
"Então vamos mostrar lá agora mesmo..." Rose ameaçou.
"OK! OK! TUDO BEM!" Suspirou. "O que vocês estão planejando fazer?"
Bella
"Bella... Bella... Bella... Psiu..."
Saí daqui mosca!
"Bella... Psiu... Bella!"
SAÍ...
"CARAMBA MENINA! RESPEITE OS ANCIÃOS!"
"Oi?" Abri meus olhos e quase tenho uma síncope. "JESUS, APAGA A LUZ! NÃO, ACENDE! Por que eu estou vendo uma alucinação..."
"Sou real, ok? Não na verdade..." O velhinho coçou o queixo. "Sou parte de você, mas não deixo de ser real..."
Então o ancião se sentou em minha cama, perto demais de mim!
Senhor... Eu estava vendo coisas... Estava vendo coisas...
Espera! ONDE EU ESTAVA?
"Q-q-uem é você?"
"Você me conhece." E uma risada monstro.
"Vovô? É você?"
O ancião revirou os olhos com tédio. De repente uma luz incandescente se acendeu em sua cabeça.
"Agora irá me reconhecer." Então abriu a boca e colocou a língua para fora.
JESUS.
"Espera, espera... Você é...?"
"Prazer." Estendeu a mão, cordialmente. "Eu sou Albert Einstein."
Pegar ou não a mão de um cara que estava morto?
ÉÉÉÉ... Optei por não fazer isso.
"Ok, eu entendo..." Ele fez um cara de choro e retirou a mão. "Eu entendo... Certo."
"Olha... Eu acho que agora é a hora que eu acordo né?"
"NÃO!" Ele berrou no meu ouvido. Ei! Como ele conseguira chegar tão rápido aqui assim?
Que meda.
"Tá... Eu hein. O que você quer senhor... Senhor..."
"Einstein! Mas pode me chamar de 'ein'."
"Hein?"
"Não, ein!"
"Eu entendi!"
"Certo," Ele analisou as unhas e se sentou despreocupadamente em minha cama. "Você deve entender que eu sou a parte inteligente do seu cérebro não é? Bem, agora eu vou realmente botar para funcionar!"
"Ok..." Murmurei incerta.
"Primeiro de tudo." Ele me deu um forte tapa na cabeça.
"AIII!" Berrei.
"Isso é só para acordar."
"Eu estou acordada!"
Ele revirou os olhos. "Nem vou discutir isso com você... O tempo é curto." De repente ele ficou muito agitado e começou a falar muito rápido.
"Você ama Jacob?"
"Como você Sab..."
"Responda-me, menina!"
"NÃO!" Merda. "Quer dizer... Eu amo ele como... Amigo...?"
"Certo. Não ama." Ele checou alguma coisa em sua prancheta que aparecera repentinamente em suas mãos.
O cara era bom.
Não era a toa que ele inventara a lâmpada...
"NÃO FUI EU!" Berrou.
"O quê?"
"POR QUE TODO MUNDO ACHA QUE FUI EU?"
"Ei, como você leu meus pensamentos?"
"Não importa saco." Choramingou e projetou um lenço de moléculas em sua frente e enxugou o rosto. "Mas vamos voltar, antes que eu perca a paciência..."
"Olha, eu..."
"Você não ama Edward?"
"Epa..."
"RESPONDE MENINA!"
"SIM!" Credo. O cara sabia arrancar coisas das pessoas...
Ele enxugou o suor da testa. Expirou, respirou fundo diversas vezes e então, acompanhado com a veia saliente que saltava em sua testa, berrou me ensurdecendo e provavelmente todo o estado de NY.
"ENTÃO POR QUE RAIOS VOCÊ VAI SE CASAR COM JACOB, SUA BURRA?"
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH..."
"Bella, Bella! Merda! Joga alguma coisa nela!"
"AAAAAAAAAAAAAH! Quem foi q..."
Abri os olhos e me deparo com meus pais parados me olhando. Meu pai com um balde vazio, e o seu conteúdo em minha cara.
"A-A-ATCHIIIN!"
"Olha só o que você fez Charlie!" Renne bufou.
"Oras, você quem pediu para tacar algo nela..."
"Ok chega!" Bufou. "Bella já dormiu demais! Hora de ir!"
"Para onde?" Perguntei tentando salvar minhas roupas da ruína.
"Para seu casamento, querida. Esqueceu?"
Rolei meus olhos e deixei minha cabeça desabar no travesseiro.
"Eu quero Sky..." Choraminguei.
"Ela está ocupada." Minha mãe respondeu pegando alguma coisa em meu armário, enquanto meu pai se livrava do balde.
"O QUE UMA CACHORRA FAZ QUE A TORNA OCUPADA?" Exaltei-me.
"Ela está fazer cabelo! Ela vai ser a daminha!"
"Não... Acredito..." Murmurei chocada.
"Eu também achei estranho, mas Sue..."
Jesus! Sky iria ficar traumatizada para o resto da vida. Será que ninguém entendia que o pai dela estaria lá celebrando o casamento?
O casamento era MEU, mas era impressionante como minha opinião não valia nada!
O encontro com a parte inteligente do meu cérebro fora meio... Bizarro. E eu não conseguia tirar aquela estranha sensação da cabeça.
De vez em quando eu recebia algumas pontadas. Provavelmente o bom velhinho me chutando mentalmente.
HAHA! Agora eu conheço o verdadeiro sentido dessa expressão.
"AAAAH... AHH... AAAAAAAAAAAAAH!" Minha mãe entrou correndo no quarto, já totalmente arrumada arrancando metade dos cabelos.
"Credo mãe!"
"AAAAAAAAAAH!" Então ela me abraçou quebrando minhas costelas e quase me matando.
"Renne!" Meu pai apareceu e me salvou do aperto de minha mãe que chorava litros.
"Eu vou perder minha filha... AAAH, NÃO! Não! Minha filha... AAAH!"
Rolei meus olhos. "Parece que eu vou para a forca..."
E bem... Eu ia. Inferno!
"Minha filha, Char-charlie..." Ela fungou o abraçando.
O bom homem deu palmadas em suas costas, quando outra louca entra gritando no quarto.
"EU RECEBI A VIBRAÇÃO! RECEBI A VIBRAÇÃO!"
Sue era doida. Ainda mais com essa história idiota da conexão com minha mãe.
ESPERA! Se elas foram separadas na maternidade... Quer dizer que... Jacob era meu primo, e...
"Meu Deus... Duas loucas." Meu pai se chocou.
"Do que você está falando Sue?" Minha mãe perguntou enxugando as lágrimas.
"ORAS, você não estava gritando por causa disso?"
"Disso o quê?" Perguntei junto com minha mãe.
Então ela fez uma cena totalmente dramática e eu quase a indiquei para OSCAR de melhor atuação grotesca.
"Vocês não sabem..."
"Realmente não sabemos." Revirei os olhos.
Ela arregalou os orbes e nos olhou assustadoramente.
"TEMOS UM GRAVE PROBLEMA!"
"Dá para você pular essa parte?"
"AS MADRINHAS, E UM PADRINHO NÃO APARECERAM!"
"Epa, o casamento vai demorar um pouco..."
"Quarenta minutos é demorar? Eu pedi para todos estarem prontos CINCO HORAS antes!"
"Eles vão aparecer." Encolhi os ombros.
"MAS ESSE NÃO É O PIOR!"
"Jesus!" Quem não havia aparecido? A poeirinha do chão?
"O PADRE NÃO APARECEU!"
Logo fiquei interessada.
"Como assim o padre não apareceu?"
"Ele não apareceu... Ele sumiu. Pufff!"
"É... É..."
Então o celular de Sue começou a tocar a Marcha Nupcial e ela atendeu prontamente.
"Sim? Ah... Que bom! O quê? NÃO! Não acredito! Não tem como arranjar outro?"
Então ela desligou com um suspiro cansado e se sentou em uma poltrona.
"O que foi?" Será que algo havia acontecido com Edward?
Será que ele se recusaria a celebrar o casamento?
"O padre apareceu. Só que tem um grande problema."
"Qual?" Minha mãe perguntou.
"Ele está gripado."
Jesus. Não! Não! Espera espirro! Espera!
"AA-AA-AATCHIN!"
Então três pares de olhos se viraram lentamente para mim.
Merda!
"Isabella Swan..." Minha mãe começou com a mão na cintura.
"Ei, eu não tenho culpa de nada! Eu não sei de nada! Eu não fiz nada!"
Opa! Acho que falei demais.
"Espera..." Sue começou a fazer alguma conexão bizarra com as mãos. "Você, gripada... O padre gripado..." Ela me olhou acusadora.
"Não acredito Isabella... Onde você es..."
"É ZICA!" Sue gritou assustando a todos. "Meu Deus! Eu sabia que o dono das Indústrias YORK com aquela mulher macumbeira iria fazer alguma coisa! Eles morrem de inveja de nossa família... Claro!"
Então pegou o celular novamente e ligou para Jacob perguntando se ele estava se sentindo bem. Quando este afirmou que estava, Sue respirou aliviada.
"Claro, seria muito estranho os três gripados certo? Mulher inteligente! UGH! Eu vou matá-la!"
Minha mãe parecia aliviada pelo o que Sue estava achando, mas pelo seu olhar percebi que ela não se deixava levar.
Ela sabia que eu e Edward estávamos juntos ontem á noite.
Meu pai... Bem, meu pai coitado, estava boiando.
Fugi ao máximo da minha mãe... Tentando não ficar sozinha com ela e ouvir aquele sermão horroroso.
Logo fui maquiada, vestida e estava pronta para o casamento que ocorreria dali alguns minutos.
"Você está linda filha..." Charlie enxugou uma lágrima com a gravata.
"Você também pai." Sorri enquanto o abraçava.
Com a aproximação do horário do casamento, eu comecei a ficar cada vez mais tensa e ansiosa.
Como seria lá? Algo daria errado? Eu realmente me casaria? Jesus! As coisas estavam loucas demais!
Os conseqüentes espirros ainda não haviam cessado, apesar dos intermináveis remédios que minha mãe e Sue me obrigavam a tomar.
Fui de limusine até a Catedral e ao meu lado no assento estava uma Sky soluçante com seu vestidinho de dama de honra e cabelo pintado de loiro puro. A cachorra mais parecia um bloco de ouro vestido de noiva ambulante, e estava macabra.
Mas eu que não diria isso á ela... Já estava emo demais, coitada.
Então eu tive alucinações novamente.
"Mamãe, mamãe..."
Jesus! Diz-me que não é a Sky falando comigo.
"Sou eu! Au Au!"
"Meu bom Jesus! Pára esse carro." Chocada falei observando a cachorra me olhar suplicante.
"Você não pode se casar com o veterinário! Tá bom que eu vou ficar cuidada todos os dias, mas eu não quero um padrasto! Eu já tenho meu papai!"
"BELLLAAAAAAAAAAAAAA... Eu sei o que você fez na noite passada." Uma voz fantasmagórica assumiu minha mente.
Então fui chutada mentalmente por Einstein, que me lembrou de nossa conversa.
SENHOR ABANA!
A limusine parou um quarteirão antes da Catedral, contudo já podia avistar a praça coberta por pombos e árvores. E no alto o sino enorme que trazia a cordinha pela qual me enforcaria.
"O NOIVO CHEGOU!" A voz surgiu do radiofone que minha mãe levava consigo.
"Entendi câmbio."
Rolei meus olhos enquanto observava a paisagem do lado de fora. Vi meu reflexo no vidro fumê e percebi que estava bonita... Porém estaria mais se estivesse feliz.
Imagens da noite anterior começaram a inundar minha mente e eu quase consegui sentir o toque de Edward em mim queimando como fogo e marcando á brasa.
JESUS! Era começo de loucura... Eu iria ser a Senhora Black no sanatório.
"Mas que infeliz descarada... Que pena de pavão é essa?" Sue falou pelo radiofone, provavelmente imaginando que estava desligado.
Minha mãe riu. "Deve ser a tal mulher macumbeira."
"AAAH... FILHO QUE LINDO VOCÊ ESTÁ."
Depois vários barulhos de beijinhos dados e recebidos, e logo:
"Cadê o padre? CA-DÊ O PA-DRE? Ele sumiu de novo?"
"Não sei..." Respondeu outra voz abafada. "Ele estava se sentindo mal..."
"Como assim 'estava se sentindo mal'? ELE NÃO TEM DIREITO DE SE SENTIR MAL NO CASAMENTO DO MEU FILHO!"
"Mas que beleza! Nunca vi algo tão bonito quanta essa igreja, mas claro, as Olimpíadas do Rio superará."
"Seu presidente... Bem-vindo."
"Obrigada, companheira."
Jesus! Isso me lembra das presenças 'ilustres' que havia ali, e do patinho feio que eu representava.
Meu celular tocou e eu atendi prontamente vendo que era Alice.
"ALICE! Onde você está? Sue vai dar um filho aqui!"
"Ah calma..." Percebi que estava arfando. "Ei, o casório já começou?"
"Não." Rolei meus olhos. "Algumas pessoas estão faltando, sabe..."
"Ah então. Nós estamos chegando. É RÁPIDO!"
"Nós quem?"
Porém ela já tinha desligado. UGH! Péssima mania da baixinha irritante.
Eu estava com o pressentimento que algo não muito bom surgiria vindo dela e dos 'nós' que se referia.
"MAS EU DISSE QUE QUERIA 'MY HEART WILL GO ON', e não a música do Ghost!"
Rolei meus olhos e peguei radiofone.
"Sue Câmbio. Aqui é Bella, câmbio."
"Oi Bella. Câmbio."
"Fala para os músicos que eles podem até tocar a música da Fórmula um!"
Desliguei o infeliz antes que Sue desse a louca e começasse a gritar comigo.
Alguns minutos depois ela voltou a se comunicar.
"Todos já estão aqui."
"E o padre?" Minha mãe perguntou me fuzilando com o olhar.
"Chegou. Ele está horrível... E... PADRE, que lindo o senhor está."
"Obrigada senhora Black." Ao ouvir a voz melodiosa dele me deu calafrios. Ele estava meio fanho, mas mesmo assim perfeito.
"Essa gripe né? Pegando todos. Sabia que a noiva também pegou?"
"É... Pois é... Calamidade não?"
"Sim, uma grande calamidade."
Então deu o sinal verde para a limusine se aproximar e meu estômago se embrulhou. As borboletas lutavam boxe em meu estômago, e minhas pernas começaram a tremer e mandar calafrios pelo meu corpo.
Comecei a suar, e uma pequena tontura me invadiu.
Jesus! Dá um blackout e pára o casamento até eu me recuperar!
Alice
Depois de me livrar da psicopata da senhora Black, e cumprimentar algumas noviças do convento que compareceram ao casamento, me dirigi até o fim da igreja onde logo teria que entrar.
Puxei Emmet comigo já que ele seria meu par como padrinho. Sibilei para Rose se tudo estava em ordem e do primeiro banco ela respondeu com o polegar para cima.
Emmet não conseguia parar quieto no lugar e ajustava a gravata constantemente.
"Não dá para você parar quieto Emmet? Parar de agir como uma Maria britadeira?"
"Eu estou nervoso, tá?" Ele enxugou o suor da testa. "E se formos presos? Você sabe... Tem dois presidentes aqui!"
"Nós não vamos fazer nada contra eles, e nem devemos nada. Então... Vai amarelar?"
Ele olhou para um Edward abatido no altar, vestido com batina e estolas.
"Claro que não!" Bateu continência.
"ÓTIMO!"
Rose
Apesar de Alice não estar muito confiante, eu acreditava que nosso plano daria certo.
"Poder eu sentar aqui ao lado?" Voltei-me para ver de quem se tratava e logo meus olhos se arregalaram.
"OHMEUDEUS! Você é o BORAT!"
"HEY. Você conhecer eu."
"Lógico que eu conheço." Abracei-o saltitante. Era melhor mesmo do que encontrar a Simoni do balão mágico! "Sou sua fã! Eu te adoro! Assisti aos seus filmes! E também odeio os judeus."
"Você já ver um judeu?"
"Não! Nunca, mas mesmo assim, confio em você."
Ele então se sentou ao meu lado vestindo um terno cinza e amarelo.
"Sua bolsa, senhorita." Pegou a bolsa para estender em minha direção. Quando o fez sua cara ficou roxa e o braço dele caiu. "Meu Deus... O que carregar aqui?"
Sorri amarelo enquanto pegava a bolsa extremamente pesada com as duas mãos.
"Coisas de mulher, sabe?"
Sorri angelicalmente.
Jasper.
"E por a gente tem que fazer isso?" Um menino gorducho com sardas nas bochechas perguntou, com os braços cruzados no peito.
"Porque sim."
"Por que sim não é resposta!" O outro coroinha exclamou.
Bufei.
"Certo... Vocês já assistiram Homem Aranha?"
"Claro." Responderam em uníssono estufando o peito. O menino gorducho até mostrou as sandálias que piscavam no escuro que estava em seus pés.
"OK. Então o Pedro Parque..."
"É PETER PARKER!"
Um ministro nos olhou estranho e eu reboquei os dois anãozinhos para um canto.
"Tá que seja. Ele é um herói certo? Tem todo aquele negócio "Pequenas Empresas, Grandes negócios."
"É COM GRANDES PODERES, GRANDES RE..."
"Tá que seja." Cortei novamente. "Agora vocês tem a chance de serem super heróis."
Os olhinhos deles brilharam.
"Como?"
"É simples... É só distrair o padre Edward..."
"Por que temos que distraí-lo?"
"Porque sim!"
"Por que sim não é..."
"Que seja. "Rolei meus olhos.
"E o que a gente ganha com isso?"
"Oras... Super poderes?"
Eles bufaram.
"Certo... Doces!"
Ele pareceram se interessar, principalmente o gorduchinho que escondeu a baba que escorria de sua boca.
"Que tipo de doces?"
Senhor. Acho que nunca teria filhos!
"Hm... Kinder Ovo?" Vou lá saber o que crianças gostam hoje em dia? Pelo menos Kinder Ovo tinha brinquedos, eles deveriam gostar.
"Náh... Kinder Ovo é para amadores." Respondeu um.
"É amadores." Repetiu o outro tocando a mão do amigo em um toque infantil e grosseiro.
"Certo. Vocês escolhem o que quiserem! Somente façam ok?"
"Ok." Responderam em uníssono provavelmente pensando nos doces que ganhariam e no pouco dinheiro que eu tinha no bolso se esvaindo.
Emmet
"Estou me sentindo um elefante com todas essas roupas..." Resmunguei para Rose que depois de me apresentar BORAT começou a relembrar o plano.
"Ah, Em. É necessário. Ouça, eles vão agradecer a gente depois não vão?"
"Será?" Olhei para Edward com uma cara de tédio que dava medo. Jesus!
"Ele estava triste por causa da Bella, idiota. Mas ele vai ficar feliz depois."
"E se ele morrer sufocado?"
"É só não apertar demais!" Revirou os olhos. "Ei onde será que ele está indo?"
Apontou para Edward que ia até a sacristia.
Cocei meu queixo. "Vou atrás dele. Se ele fugir, é melhor para nós."
Rose então me empurrou até a sacristia onde eu fui agachado para ninguém me notar.
Acho que não deu muito resultado, pois o cara presidente do Rio de Janeiro me encarava.
Estufei o peito, afinal deveria estar com inveja dos meus músculos super avantajados e supremos. HÁ!
Na sacristia Edward estava batendo a cabeça contra um armário de madeira. Contudo foi interrompido com um espirro, e logo depois começou a revirar um envelope vermelho nas mãos.
Eu sabia o que era... Alice falou que era alguma coisa sobre resultado do jogo dos Yankees... Sei lá. Mas era importante!
Edward estava tão mariquinha! Nem parecia o meu amigão de anos atrás!
Realmente teria que levar o plano em diante.
"O que você está vendo aí?" Ele pulou de susto e escondeu o envelope.
"Nada."
"Nada, hein? E os resultados?"
"Que resultados?"
"Ah esquece." Abanei as mãos. "Ei, fiquei sabendo que a noiva vai chegar."
"É..." E lá estava o Edward mariquinha novamente.
Estava pronto para contar á ele sobre o nosso plano e talvez ganhar a colaboração dele, quando a mente veterinária entra no recinto com aquele fraque/smoking/terno italiano que poderia facilmente ter custado cem anos de meu salário.
Mariquinha metido á rico. Pelo menos Edward era um mariquinha do gueto! Que nem eu!
"Edward," Cruzou as mãos no peito e olhou altivamente para o torturado episódio um. "Preciso ter uma palavra com você."
Ok. Ignorou-me.
Toquei no ombro do mariquinha na boa tentativa de uma ameaça.
"Você terá que passar por mim primeiro." Estufei o peito. "SOMENTE POR CIMA DO MEU CADAVER! HAHA!"
Os dois homens me olharam chocados e eu calmamente então saí de fininho.
Não poderia nem ter momentos cinematográficos! UGH!
Então... Fingi que estava partindo, quando logo voltei cautelosamente para ouvir a conversa atrás da porta.
"... Espero que isso se acerte entre nós..."
"Está acertado."
Então passos na direção da porta, e antes que pudesse me esconder a mente veterinária a abre, fazendo com que eu quase esborrachasse no chão.
Bufou e levantando o queixo saiu em direção á igreja.
"Ele te ameaçou Edward?" Perguntei na cara para o torturado dois.
Ele fez um gesto displicente com as mãos. "Nada com que eu não possa lidar."
"É ISSO AE! Falou que nem homem!"
Ele arqueou uma sobrancelha.
"Certo... Vou ficar quieto."
"Vamos para fora Emmet. O casamento vai começar."
"Ou não." Ops...
"O que você disse?"
"Hmm... Adorei sua estola vermelha. Cor do pecado, né? Safadinho."
Ele revirou os olhos e com um tapa em meu ombro saiu da sacristia.
Mike
"VOCÊ ME ENGANOU!"
"Eu não te enganei." Tanya falava olhando as unhas. Totalmente despreocupada. "Somente te dei o troco."
"Por quê? Por quê?" Me ajoelhei em sua frente e agarrei seus joelhos. "Eu te amava."
Ela riu estrondosamente. "Mike, olha o pequeno grande erro seu... 'Eu te amava'? Amava tanto que já deixou de amar? Economiza-me."
Estava pronto para dizer umas boas coisas para aquela loira destruidora de corações, quando um pigarro ecoou no ar.
"Er... Chefe?"
"Ah, Derek." Sorri amarelo enquanto me levantava do chão e via Tanya controlando a risada.
"Está tudo pronto." Estufou o peito orgulhoso de si mesmo.
Outro homem apareceu. "Agora eu só não entendo porque estamos fazendo isso... A mulher quer casar? Vamos impedir por que não gostamos dela?"
"Não, ela não quer... Mas enfim..." Suspirei. "PORRA! ELA É A RAINHA FUNDADORA DOS GARANHÕES DA CIDADE! Onde já se viu a inspiração do GC casada?"
"UGH!" Disseram em uníssono colocando a língua para fora e indicando com o dedo indicador.
"Certo. Eu preciso ir rápido! O casamento já vai começar." Tanya apressou escovando os cabelos com os dedos.
"Eu ainda acho que uma de nossas stripers deveria entrar com uma barriga enorme, e dez filhos no encalço dizendo que Jacob é o responsável."
"Clichê demais né? Por favor..."
"Cadê os outros?" Gritei. Então houve vários farfalhares de folhas e por ela uma legião de GC adentrou, todos sem camisas e carregando tambores, violas, sanfonas e triângulos.
"Vocês lembram-se de tudo não?" Tanya perguntou receosa.
"Hii... Tá achando que a gente é lebre?"
"É LERDO IDIOTA!"
"Eu quis dizer LEBRE!"
"Mas lebre é inteligente, dã."
"Que seja.
"Que saco! Parem de discutir." Cortei. "Vamos acabar logo com essa porra e transformar os Garanhões na Cidade em um ESCÂNDALO!"
"Ihhhhhhh..." Exclamaram em uníssono seguido de várias gargalhadas. "Sei não hein Mike... Mudando de lado?"
"Ora cala a boca."
Pe. Edward
O que fazer? O que fazer? O que fazer?
Bati a cabeça diversas vezes contra a madeira e com o canto do olho observei a cruz pregada na parede.
Jesus parecia me olhar diretamente. Um olhar de compaixão, de conforto.
Mas só poderia ser uma ilusão bizarra. Imagens não falam. Imagens não se mexem.
Imagens... São imagens.
"Padre está na hora."
Assenti, porém antes de ir, me olhei no espelho que ali havia.
Suspirei ao ajustar a batina com as estolas, pois seria a última vez que eu as usaria.
Bella
"Tanya acabou de chegar!" Sue avisou limpando o suor da testa. "E aquele cara estranho o Mike."
"MIKE?" Berrei. "Newton? O que ele está fazendo aqui?"
Meu pai já ia pegando a arma...
"Ele está ajeitadinho até. Aquela carinha de bebê... Aih... Que fofo!"
Jesus! Socorro!
"Vamos começar logo essa cerimônia!" Minha mãe apressou. "O crepúsculo já está chegando!"
Meu coração começou a bater mil vezes mais rápido.
Logo os padrinhos e madrinhas assumiram seus lugares. O padrinho de Jake era seu irmão Seth e fazia par com Tanya.
Emmet, Alice e Tanya pareciam muito agitados e não paravam de trocar olhares nervosos.
Contudo não pude perguntar o que estavam tramando, já que minha mãe não me largava um segundo.
A cerimônia iniciara e os padrinhos adentravam na igreja.
Então eu comecei a tomar grande consciência que minha vida mudaria para um rumo não tão bom dali alguns minutos.
A Catedral de 's nunca me pareceu tão funesta como hoje, assim como a cruz lá no alto nunca me pareceu tão assustadora e impiedosa como hoje. Minha vida havia mudado tão drasticamente, e eu não conseguia imaginar que as três coisas que eu sempre jurara que não aconteceriam comigo, simplesmente, aconteceram.
A primeira era que eu estaria entrando em uma igreja para meu casamento.
A segunda, com um homem rico que eu sabia no fundo do meu ser que somente tinha admiração, mas não o amava.
"Você está tão linda, filha"! Renne elogiou enquanto me ajudava a arrumar a barra do meu vestido branco bordado com fios de ouro e topázios.
Sorri para ela e com o canto do olho observei Charlie esconder algumas lágrimas com a gravata listrada.
"É o melhor minha filha"! Minha mãe completou. "Ele é incrível e rico, vocês vão ser muito felizes!" Ela me abraçou de uma maneira que não abarrotasse meu vestido ricamente adornado. Segurei as lágrimas e respirei fundo, tomando a coragem necessária para entrar na Catedral.
Charlie se aproximou e estendeu seu braço enquanto nos dirigíamos até a porta de carvalho, esperando o momento adequado.
A marcha começou e todos os convidados vestidos elegantemente sorriram e suspiraram a me ver com o vestido tão requintado.
Sorri para Rose e Emmet que estavam no canto do altar. Com o canto do olho vi Lauren, Mike, Alice, Jasper e as noviças do convento de NYC.
E no altar avistei meu noivo, moreno, alto e com olhos perfurantes e inteligentes. Ele respirava com dificuldade, e controlava as lágrimas assim como eu.
Chegando perto dele, meu pai estendeu minha mão e ele a pegou dando um leve beijo em sua palma, enquanto sorria brilhantemente para mim.
Viramos de frente ao altar, e tentei segurar ainda mais minhas lágrimas ao ver o homem alto, de olhos intensamente verdes, cabelos cor de bronze desorganizado, que usava uma batina branca com estolas vermelhas. Ele olhou para mim e no mesmo instante sorriu, mas eu via que seus olhos permaneciam frios e tristes, assim como os meus.
E a terceira coisa que nunca imaginei que aconteceria comigo, acontecera como as outras.
Eu nunca imaginei que me apaixonaria por um padre.
Merda!
Eu definitivamente estava me casando!
Ok... Mas estou tentando burlar algumas informações.
A maneira como eu descrevi as coisas foi algo meio 'normal', se vocês me entendem.
Minha vida já era louca o suficiente... E meu casamento? Bem, esse ai...
A coisa não aconteceu daquele jeito, e apesar de eu tentar 'melhorar', bem... Vamos á realidade:
Minha cabeça doía horrores e eu quase gritei para Einstein sossegar, contudo me reprimi, afinal as pessoas poderiam me achar louca.
Uma coisa que definitivamente não era. Com certeza!
Meu pai chorava horrores ao meu lado. Sua gravata estava destruída com as lágrimas, e eu tentava desviar meus olhos de Edward, contudo ele me atraía á ele.
Sua boca estava agora em uma linha fina, e eu conseguia ver sombras em seus olhos verdes.
Não era algo muito... Normal. Era como lampejos... Raios... Eu não sei bem.
Eu não conseguia saber o que ele estava pensando, mas sabia muito bem o que EU ESTAVA PENSANDO!
Inferno! Eu estava pensando em nossa noite.
Na noite mais selvagem, violenta e desesperadora que já tivera.
Na noite em que larguei meu corpo e entreguei... Á ele.
Mas do que adiantava entregar meu coração, alma e corpo á ele, mas minha mão para Jake?
"Você deveria olhar para seu noivo..." Minha mãe cochichou no meu ouvido saindo assim de seu lugar 'discretamente' enquanto arrumava a tira de sua sandália que fazia par com a de Sue. A última estava mais a frente limpando a poeira do altar e examinando alguma coisa nas costas de Edward.
Ela parecia bem envolta naquela tarefa.
Com um esforço descomunal consegui o feito e olhei para JAKE que sorria brilhantemente. Não pude evitar perceber sua olhada superior para Edward, que somente o ignorou.
Para Jake estava ganho... E bem, estava.
Estava tentando respirar normalmente... Cada passo que dava em direção ao altar era uma batida á menos em meu coração. Não sabia se alguém percebia o suor escorrendo por meu rosto, ou as borboletas em meu estômago que pareciam dançar alguma dança terrivelmente animada, o que não fazia jus aos meus sentimentos ou minha expressão.
Vi Barack Obama – que se soubesse as coisas que já dissera sobre ele trataria de impedir o casamento- e o presidente do Brasil que admirava fascinado os fios de ouro e topázio do meu vestido.
Avistei a mulher macumbeira inimiga de Sue mexer em um caldeirão arrumando seu nariz de bruxa de plástico.
Olhei Sky mordendo a canela de algum infeliz que rira do seu traje bizarro.
Observei Lauren olhando torto para Emmet, Rose e ainda por cima para meu noivo! Por que ela viera afinal? Eu tinha duas sílabas para ela. VA-CA!
Vi Einstein parado em uma coluna me olhando... O QUÊ? Einstein? O que ele fazia fora de minha mente?
Ele começou a cantar alguma música de um homem corno, porém eu ignorei completamente, abanado minha cabeça para não vê-lo mais.
Cada minuto eu achava que a teoria sobre 'ser a senhora Black no manicômio' realmente aconteceria.
Vi BORAT com aquele terno cinza e amarelo perseguindo um judeu com uma bazuca e até o Sílvio Santos gritando "Quem quer dinheiro?"
Eu quase falei "Eu quero", contudo meu pai me apertou mais ainda em seu abraço, agora que dera um ataque nele e não queria me soltar de nenhum jeito.
Ele estava com uma expressão extremamente determinada em seu rosto. Se ele saísse correndo comigo daquela igreja, não acharia estranho.
"Charlie..." Minha mãe sibilou para ele quando chegamos ao altar e meu pai ainda me apertava quase me provocando dor.
"Pode entregá-la a mim chefe." Jake sorriu se aproximando e estendendo o braço, todavia meu pai me apertava ainda mais forte e ignorou meu futuro esposo.
"Seu patife... Você levará minha filha!" Gritou.
"Pai!"
"Chefe... É... Ela é bem grandinha."
"Não!" Empurrou-me e se prostrou em minha frente, como se me defendesse. "Ela é uma criança! Ela nem sabe o que irá acontecer depois do casamento!"
Isso foi o necessário para uma série de risos começaram na igreja.
"Pais... Acham que as filhas acreditam em cegonha."
"Se duvidar a vida sexual dela é mais numerosa que a do próprio pai!"
"QUEM DISSE ISSO, HEIN?" Berrei já estressada. Ninguém se pronunciou. "Bom mesmo!"
"Olha..." Mike de seu banco colocou a mão no queixo e pensou. "Eu tenho algumas declarações... Como vocês sabem, já namorei essa azinha ai..."
"E você cala a boca!" Charlie apontou o dedo para ele ameaçadoramente. "Você é um canalha e não tem direito de falar nada de minha filha!"
"Epa, epa..." Começou jogando o cabelinho de bebê para longe. "Sua filha não é santa não meu caro! Agora que eu vou fazer declarações mesmo!" Pisou firmemente o pé no chão.
"Mike, caramba." Tanya interferiu ao lado de Mike. "Pára com isso."
"Por que parar com isso hein sua destruidora de corações?"
"Vão brigar lá longe, tá bom?" Sue apareceu bufando e empurrando os dois para fora.
"Ei, eu sou a madrinha!" Tanya retrucou e saiu do empurrão de Sue e voltou ao seu posto, enquanto Mike jogando as mil pragas de Romanoff ia saindo.
"Charlie." Minha mãe pegou em seu braço tentando nos soltar. Ela estava vermelha como um pimentão e com certeza se separaria de meu pai assim que terminasse a cerimônia.
"Companheiros, companheiras... Devemos botar ordem aqui." O presidente enxerido começou, contudo sua mulher o puxou pela faixa verde e amarela.
"AH NÃO! NÃO!" "Borat gritou olhando para algum ponto do fim do meu vestido. "JUDEUS! JUDEUS MUDARAM DE FORMA, AH!"
"AAAH, cadê? Cadê?" Desesperei-me, porém nada tinha no meu pé e meus pulinhos e agitação se mostraram inúteis.
"Charlie, por favor..." Jake murmurou já ficando estressado. Tentou separar o braço de Charlie do meu, porém ele permanecia firme.
"Não... Ohmeudeus! É minha filha!"
"Senhores..." Ouvir a voz melodiosa de Edward fora um baque. Vê-lo de batina era estranho, todavia continuava lindo. "Estamos na casa do Senhor, não devemos..."
"E quem você pensa que é para se intrometer, hein?" Jake apontou o dedo para ele exaltado.
Edward encarou-o com firmeza. "Eu sou o padre que celebrará o SEU casamento. E se as coisas não andarem como devem ser... Acho que não tenho mais nada para fazer aqui."
Eu tentei chamar a atenção dele, contudo ele nem sequer olhou em minha direção.
Jake bufou, e minha mãe começou a ameaçar meu pai prometendo tirar algumas coisas não permitidas para menores de dezoito anos, no caso para filhos menores que oitenta anos.
Credo! Nenhum filho merecia saber que os pais faziam certas coisas...
Para mim minha mãe ainda era virgem e AH de quem dizer o contrário!
Então ele olhou para mim com os olhos marejados.
"F-filha... Eu posso atirar nele se você quiser... Você sabe... Sua tia Sophia é muito feliz com os sete gatos..."
"Não o ouça Bella!" Renne colocou a mão na cintura. "Tia Sophia é tão feliz com seus sete gatos e cabelo empapado quanto um gato morando na barriga de um canguru!"
"Não fale assim dos animais, senhora... Senhora..." Um biólogo daqueles que aparecia no programa da Eliana apareceu ajeitando os óculos. "Existem muitas coisas interessantes pelo mundo a fora..."
"Que seja." Fez um gesto displicente com as mãos.
"Pai," Tentei sorrir para ele e demonstrar confiança que no caso não tinha. "Está tudo bem, ok? Não quero ser que nem tia Sophia. E é por isso que estou aqui."
Ele pareceu relutante, mas logo desconectou nossos braços e ofereceu para Jacob com a cara amarrada.
"Que gente baixa..." A macumbeira comentou.
"OLHA AQUI SUA DESQUALIFICADA!" Sue deu a louca jogando o curto cabelo para trás e indo em direção a velha e seu nariz de plástico. "Eu sei muito bem por que você está aqui, Dona York! A EMPRESA ESTÁ FALINDO! E você só quer comer dos salgadinhos da festa, sua gorda! Cansou de comer pipoca é?"
"O QUÊ?" A outra bufou jogando a colher de pau- quer dizer a bolsa Prada no chão. Pensando bem... Eu havia visto aquela bolsa no camelô outro dia. "Quem você pensa que é? Não estou falindo!"
"Senhoritas... Eu sei que YES, WE CAN, mas não é uma hora propícia... Temos que proporcionar a paz..."
Ignoraram Obama e suas tentativas de paz.
"CHEGA!" Quem deu à louca agora fora Jake. Olhei surpresa para ele. "As senhoras fazem o favor de se retirar do recinto? Eu estou tentando casar aqui!"
Sue olhou chocada para o filho e imitou um ataque de coração patético.
"Filho... Você vai... Mesmo... Fazer... Isso... Com sua mãe?"
"Eu quero casar, dá licença? Se você e essa dona pipoca não conseguem se comportar como damas da alta sociedade PROBLEMA!" Então me pegou pelo braço e nos prostramos de frente para o altar. Meu pai bufou se voltando para seu lugar e pegando um enorme lenço que... Bem, era mais uma toalha.
Começou a assuar o nariz e a igreja inteira olhou-o meio torto.
"QUE É? É minha filha!" Retrucou.
Sue abaixou a cabeça e de mansinho voltou a seu lugar enquanto a dona York exaltada partia da igreja puxando o seu marido pela gravata. Este coitado implorava pelos bem casados do final da festa.
"Pode dar continuidade padre." Jake falou ríspido a Edward que encarava tudo com a testa franzida.
"Certo..." Começou suspirando. Seu olhar se prendeu no meu por um mísero segundo e percebi que ele queria falar algo, contudo... "Estamos aqui reunidos em nome do pai, do filho..."
"Oh, Edward..." Arranhei as costas dele arrancando um urro de sua parte, querendo-o mais, mas perto de mim. "Edward... Mais... Mais..."
Abanei a cabeça tentando me livrar daquelas lembranças. Jesus!
Não era considerado pecado entrar em uma igreja, indo me casar com um homem que não amo, amando um padre, e ainda por cima com os pensamentos cheios de pensamentos da noite anterior? A nossa noite de despedida?
Jesus...
Só faltava Jake dar pulinhos de felicidade. Olhou-me com um sorriso radiante quase prepotente e eu tentei sorrir de volta, mas acho que a tentativa não foi muito boa.
Sabe quando você está preste a pular de cima do Empire State Building, e você a- não é louco; b- não está de pára-quedas; c- nem fazendo escalada; e sim, tentando tirar sua vida? Sairia um sorriso de sua cara?
Ok. Agora imagine um sorriso forçado naquela situação. Foi mais ou menos a minha cara naquele momento.
Percebi que a porcaria de meu canal lacrimal queria funcionar a pleno vapor. Merda! Merda!
Eu necessitava seriamente que meu cérebro Einstein funcionasse no momento. Contudo agora somente alguns chutes mentais eu recebia. Se eu quisesse receber chute eu ia jogar futebol, caramba!
Por que raios eu estava me comportando de um jeito tão diferente? Eu estava me casando com Jake porque queria, então, pronto! Questão resolvida!
Era como se eu estivesse em uma divisa de estado. Do lado de cá a vida solteira, louca e as conseqüências de um amor sacerdotal mal resolvido; do outro lado da fronteira, uma vida normal, sendo uma mulher normal, com um marido e filhos normais.
E nesse momento estava na linha entre as duas, olhando para trás e observando o de minha frente, mas achando que o que estava atrás era mais apetitoso do que a imagem defronte a mim.
"A-A-A... TCHIN." Ops. A missa até parou para me olhar. Sorri amarelo, querendo furar um buraco e me esconder.
A gripe de Edward parecia estar mais bem resolvida do que a minha já que ele só fungava algumas vezes e não espirrara durante a cerimônia. E isso só era MAIS UM lembrete da noite anterior!
Como se eu precisasse de mais...
A cerimônia prosseguiu e não pude deixar de notar Alice gesticulando para Rose e Emmet, que pareciam nervosos.
Emmet levava a mão continuamente à frente do terno. Rose estranhamente estava com a bolsa no chão ao invés de segurá-la. Jasper não parava de olhar para o relógio e Alice discretamente mandava alguma mensagem de texto.
Ao longe ouvi um rufar de tambores e quase consegui distinguir a música, porém não fora possível.
Sky recebia mimos de Sue que a abraçava e oferecia lençinhos para o bloco de ouro ambulante.
"O que está acontecendo?" sibilei para Tanya. Ela deu um sorrisinho nervoso e começou a olhar para qualquer lado menos em minha direção.
ÓTIMO! Ignora mesmo!
Minha mãe se descabelava abraçada á Charlie que continuamente levava a mão ao cinto onde se encontrava a arma. O olhar assassino que ele lançava a Jake era de dar um medo genuíno. Se eu fosse Jacob trataria de agradecer aos céus pelo ditado "se olhar matasse...". Ele estaria literalmente baleado se a frase não estivesse no subjuntivo.
Alguém chorava em algum canto da igreja com umas fungadas enormes; ao me virar notei Leah se descabelando. Alguns convidados a olhavam torto e abanavam a cabeça em desaprovação. Ao ver que eu estava a observando ela sorriu e escondeu a cara no lenço.
"Não ligue para ela..." Jake sussurrou no meu ouvido notando minha distração.
"Por que ela está assim?" Sussurrei de volta.
Ele somente encolheu os ombros e continuou olhando para frente se mostrando ansioso para que a cerimônia acabasse logo.
Apesar da minha pequena vistoria pelos arredores, eu nunca deixava de observar Edward e sua batina. Ele era tão lindo...
"Por que o amor..." Suspirou, fechando os olhos ligeiramente. "O amor é algo puro... Esplêndido... Não pode ser considerado pecado." Então seu olhar se cravou no meu e era como se estivesse proclamando um poema para mim e só existíssemos nós dois ali. "O amor... É a única coisa na vida pela qual vale à pena lutar."
Então meus olhos ficaram marejados, e eu imaginava se duraria até o restante da cerimônia.
"O que é o amor? Amor é quando uma pessoa conhece todos seus segredos... seu mais profundo, escuro, e terrível segredo que ninguém mais no mundo conhece... e ainda no fim, aquela pessoa não pensa menos de você; até mesmo se o resto do mundo o faz."
UGH! Por que tudo o que Edward dizia eu interpretava como sendo sobre nosso relacionamento?
Aquilo estava me corroendo e parecia que há anos estava ali naquela tortura.
Vi-me olhando para todos os lados... Até mesmo a porta da igreja... Estava me sentindo claustrofóbica, como se me faltasse o ar.
Jake arqueou uma sobrancelha para mim, e sibilou se estava bem. Assenti, mordendo os lábios com muita intensidade, enquanto batucava meus pés impacientemente no chão.
Era como se esperasse algo ou alguma coisa, porém não soubesse o quê...
"Por que o que Deus uniu, o homem não separará..."
Então, imaginando que estava vivendo há duzentos anos, e dali um minuto seria enforcada, olhei para Edward estudando sua face, seus cabelos, e seu corpo encoberto pela batina.
Por que me apaixonara por ele? Por que justo por um padre? Por que justo EU?
Justo EU que tinha ódio por religião?
Por que tive que passar por isso em minha vida?
Simplesmente vim á NYC para estudar e fugir de uma mãe neurótica que me abandonava para ir até a igreja. E aqui encontrei um emprego torturante, e um amor bipolar cujo controle passava longe.
Por que Deus havia feito aquilo em minha vida e da de Edward? Porque simplesmente cada um não seguiu o seu caminho, como deveria ser?
Porque tantos desencontros, tantos problemas... Para no final eu estar ali passando pela situação mais estranha e constrangedora de minha vida?
Então, senti que grossas lágrimas salgadas escorriam de meus olhos e contornavam minhas bochechas... Eu quase não enxergava nada em minha frente, devido á cortina de umidade que ali se instalava... Meu corpo inteiro suava, e minhas mãos torciam freneticamente.
Não ouvia nenhum som mais ao meu redor... Era como se tivesse dentro de uma piscina, alheia ao mundo exterior. Via a boca de Edward se mexendo, mas não sabia o que proclamava.
Via o olhar inquisitivo de Jacob, contudo não entendia... Não entendia o que estava acontecendo comigo!
Eu amava Edward! Ainda o amava! Se ainda restassem dúvidas em minha mente, todas foram extintas na noite anterior.
Então o sino tocou de novo me tirando de meus pensamentos e pude ouvir claramente o "Sim" que Jake proferia em alto e bom som.
Sue bateu palminhas de contentamento, enquanto Renne estranhamente estava passiva.
Então em minha mente eu imaginei inúmeras formas de algo acontecer. Talvez o poder de minhas alucinações fossem tão forte, que elas pudessem virar realidade. Em alguma versão podre de Matrix.
OPÇÃO A.
"Você aceita ser a mulher dele?"
"NÃO!"
"Ei, por que não?" Jake perguntava carrancudo, enquanto tirava a camiseta e flexionava os músculos do abdômen. "Eu malhei meses para conseguir isso, tudo para poder entrar nessa porra de história já que a autora é cheia de frescurinhas! E agora você diz que esse..." Apontou para Edward que abria botão por botão de sua camisa com aquela cara de sofrimento e palidez. "Esse pele branca é melhor do que eu?"
Ou mesmo... OPÇÃO B.
"Se tem algo ou alguém para impedir esse casamento..."
"EU!" Uma mulher gorda vestida de cozinheira com quatro crianças em seus calcanhares, grávida e ainda com um bebê no colo entrava na igreja.
"Mary é você?"
"É isso que você pergunta seu cretino?" Ela deu uma pancada em Jake. "E eu pensando que foi comprar pão quando saiu de casa aquela manhã!"
"É ele nosso pai mãe?" Uma das crianças mais velhas fechou uma mão em um punho e deu um soco na outra.
"É, é ele o desgraçado! Você tem que cuidar de seus filhos! Estamos morando embaixo da ponte há dez anos por sua causa! Mas espera... Cadê o maldito pão que você foi comprar?"
Ok. Viajei. Poderia ser mais ou menos assim...
OPÇÃO C.
"AAAAAH! AAAAAAAH!" Sue se agarrou aos pés de Jacob. "Desculpe filho, mas vocês não podem se casar!"
"Por quê?"
Ela olhou fanática para nós dois e mostrou uma foto que trazia dois bebezinhos. Um meio índio e outro parecendo um copinho de leite.
"VOCÊS SÃO IRMÃOS! NÃO VEM A SEMELHANÇA?"
Jesus! Abanei minha cabeça tentando me livrar daqueles pensamentos. Eu votava na opção B, mas acho que era meio impossível de Jake ter uns dez filhos e há dez anos ter abandonado a família já que ele tinha mais ou menos a minha idade.
A não ser que eu estivesse me casando com um cara pedófilo invertido. Inferno! Existia isso?
"Isabella Marie Swan..." Edward pronunciou meu nome e acordei rapidamente.
Ouvi alguns murmúrios de algum canto da igreja, e o ressoar dos ventiladores... Era como um 'tic-tac' irritante, persistente.
Edward limpou a garganta e continuou. "Isabella Marie Swan, você aceita Jacob Black, como seu legítimo espo..." Ele parou de falar e houve mais uma longa pausa.
Edward fechou os olhos com força e vi que suas mãos tremiam. O murmúrio agora era maior, me vi com o coração mais acelerado e Jake apertando minha mão com grande intensidade.
Renne arregalou os olhos em direção ao padre, e Alice sorria discretamente com a boca.
O que estava acontecendo afinal?
Edward então limpou a garganta e ainda de olhos fechados, murmurou:
"... Na alegria e na tristeza, na saúde..."
Então um Jake irritado subiu no altar e deu palmadas nas costas de Edward.
Ele o olhou furioso e tinha certeza que se ele não estivesse de padre e no altar teria dado um belo murro na cara do meu futuro esposo.
"Parece que tá engasgado né?" Jake falou rancoroso e se voltou ao meu lado passando os braços pela minha cintura notoriamente. Isso era permitido por acaso?
Edward me encarou e vi o reflexo de minha alma neles. A alma que havia sido entregue á ele há dois anos, e fora novamente entregue na noite anterior.
A alma que agora estava triste e desesperada por estar em qualquer lugar menos naquele.
Edward estava sofrendo... Isso estava claro em sua expressão e sabia que a minha estava do mesmo jeito.
"... Hm..." engoliu em seco. "Na alegria na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida?"
Minha boca se abriu, mas nenhum som saiu dela, portanto logo a fechei.
Jake me cutucou ligeiramente e assim fez minha mãe enquanto o silêncio se propagava mais intensamente.
Então os murmúrios cessaram e parecia que havia somente minha respiração descompassada e a respiração pesada de Edward que me olhava ansioso.
Dois caras estavam ali esperando minha resposta, assim como toda a igreja.
Durante meses eu sabia que esse dia iria chegar, contudo agora... No momento em que a decisão deveria ser feita, eu não sabia o que fazer.
Minha boca se abriu de novo, mas nada saiu dela novamente.
Então olhei para Jake.
Eu estava casando com ele por não poder ter Edward? Estava casando para não ser solteira para sempre?
Céus! Não podia fazer aquilo com ele, aquilo comigo... Eu não era a mulher certa para Jake, e poderia com esse casamento fajuto estar o privando de conhecer a mulher certa para ele.
E foi nesse momento que percebi que a tremenda burrada que estava fazendo!
Nunca deveria ter entrado naquela igreja... Nunca deveria ter feito nada do que tinha feito em minha vida.
Eu estava buscando uma vida normal com um cara que não amava... Mas para quê?
"Senhorita Swan..." Então percebi que durante um longo tempo ficara calada, e que todos me olhavam esperando por uma resposta. Um "sim" que marcaria o fim de minha vida e da de outros também.
Encarei Edward e vi que ele estava confuso, ou mesmo ansioso por minha resposta... O que poderia fazer? O que poderia dizer...?
Mas e Edward...?
Eu não o teria.
Ele era padre! Ele estava ali em minha frente SENDO PADRE!
Jesus! Minha cabeça doía horrores!
E do lado de fora um forte trovão parecia dizer que as coisas estavam 'estrondosas' para meu lado.
Foi nesse momento, finalmente, que eu percebi que "A tarefa mais difícil que temos na vida é aprender a esquecer quem aprendemos a amar."
Emmet
Um estrondo de trovão arrepiou a todos. Seria isso um aviso?
Olhei no relógio e pelas janelas da Catedral me deparei com uma noite iluminada pela lua cheia. Apesar de algumas nuvens estarem no céu, à lua continuava impotente em seu lugar, como que dizendo "Quem manda aqui é eu, dá licença?"
"Cadê Mike?" Sussurrei para Alice ao meu lado que encarava uma Bella mumificada com curiosidade. "Bella vai responder logo essa porra de sim!"
"Não..." Ela sorriu de um jeito quase maligno. "Ela vai fazer a coisa certa."
Rolei meus olhos. "E se não fizer?"
"A parte do saco ainda está de pé." Batuquei na frente do meu terno onde o saco estava guardado.
"Não posso raptar Edward e Bella sem a distração! Mike e aqueles montes de seminus não chegam!" E outra coisa... O que Bella tinha visto naquele Mike bebezinho? Tá bom que ele tinha cara de fofinho e as mulheres gostavam, mas não estava na ordem natural das coisas as mulheres preferirem músculos, virilidade, suor caindo no rosto, e as mãos sujas de graxa que homens como eu tinha para oferecer?
Tá bom que eu não era mecânico e nem me envolvia com nada 'graxante', mas isso era algo que poderia ser providenciado.
Tanya e Rose do outro lado gesticularam em nossas direções, porém Alice discretamente pediu por espera.
"Alice, e se ela aceitar?" Perguntei preocupado. Bella parecia pronta para dizer algo. A maneira como ela torcia as mãos e olhava entre a mente veterinária e o padre era hilário.
Alice sorriu. "Se ela não fizer..." Ela apontou para Edward cuja face havia adquirido um pouco mais de cor. "Edward fará."
Jake.
Olhei para minha mãe no canto da igreja e esta olhava Bella com ansiedade.
Ela sibilou que resolveria a situação quando a olhei desesperado. Não fazia idéia do que ela faria, mas pelo menos ALGUÉM parecia que estava do meu lado.
Com todas minhas forças, tentei controlar a vontade de pular em cima daquele padre. Na verdade só não o fazia, pois Bella poderia não gostar e aí sim, ADEUS CASAMENTO!
ELE ESTAVA MANIPULANDO BELLA!
Estava fazendo-a acreditar que a queria quando nunca largaria a merda daquela batina idiota!
"Bella..." Sussurrei discretamente. "Você não pode fazer isso comigo..." Implorei.
Ela então me olhou com a expressão perturbada.
"Eu sei Jake."
Sorri presunçoso ao ouvi-la dizer aquilo. Ela estava ganha afinal! Edward perderia essa e tantas outras que ele ousasse entrar comigo.
Um estrondo forte de trovão surgiu e eu entendi aquilo como um sinal positivo para meus pensamentos.
Afinal... Quem queria namorar um padre?
Tanya
Olhei com desaprovação para Jake. Ele queria manipular Bella contra Edward!
Olhei no pequeno relógio que carregava e notei que estava na hora de Mike chegar. E se ele tivesse ficado realmente bravo com Charlie e Sue por tê-lo expulsado do casamento?
Não... Ele não largaria o plano. Não com a ameaça do DVD rolando solta.
E será que ele realmente falava a verdade quando dizia que eu havia destroçado o seu coração? Não... Não poderia.
Ele deveria estar dizendo essas coisas a fim de me fazer acreditar nele e se vingar de mim pela mentirinha do plano de Bella.
"Olha aqui gêmea..." Sue se aproximou lentamente de Renne que estava ao meu lado, com uma expressão irada no rosto. "Se sua filha lambisgóia recusar o MEU filho lindo e podre de rico..."
"Olha aqui você..." Renne abaixou a mão dela. "Não ouse falar assim de minha filha e nem achar que o seu dinheiro fazem você melhor, nem seu filho."
"Oras, sua..."
"Senhoras..." BORAT interferiu, pedindo licença a fim de conseguir ver melhor. "Eu tentar ver o desenrolar da história..."
Sue bufou e tentou sacudir Bella para fazê-la dizer o 'sim' porém eu a segurei, impedindo que ela fosse.
Bella tinha que dizer não, e Edward precisava fazer alguma coisa.
Contudo... Pelo jeito que as coisas estavam indo... Bella se tornaria verdadeiramente condenada.
Mike
"Olha irmãos! Temos uma nova melodia! É assim..." Um carinha pegou o tambor e começou a batucar no ritmo de pagode. "Lerê! Lerêrêrê..."
Ignoramos.
"Não está na hora?" Um subordinado falou ansioso olhando para as nuvens grotescas que se formavam no céu, e nos raios que ocasionavam.
"Está." Olhei para a Catedral. "Porém a baixinha mandou uma mensagem para esperar..." Falei ainda irritado por ter sido expulso do casamento.
Qual é! Só por que iria falar dos podres da noiva?
Isso poderia ajudar a acabar com o casamento, será que eles não percebiam?
Bando de burros!
"E por que teremos que esperar? Eles pensam o quê? Que a gente não tem o que fazer? Temos mulheres para pegar! YEAH!"
"YEAAAH!"
"É ISSO AE! Vai chover! E mulheres A-DO-RAM beijar na chuva."
"HAHAHA!" Derek riu do colega. "Depois o Mike que é gay, mas já to vendo que é contagioso!"
"Tão contagioso que vai pegar em você daqui a pouco, infeliz." Ameaçou.
"CALEM A BOCA!" Exclamei olhando mais uma vez para a Catedral. "Mas vocês têm razão... Vamos acabar logo com isso."
Bella
Eu não poderia me casar com Jake.
Eu amava á Edward. Era á ele que eu pertencia e a mais ninguém.
Naquele momento eu percebi algo muito importante.
Todos os caras podem te oferecer alguma coisa, mas somente um aquilo que você precisa.
Edward é esse cara.
Ao dizer a Jake que sabia não poder fazer aquilo com ele, eu deveria ter acrescentado que eu iria fazer apesar de tudo.
Era minha vida que estava em jogo. Minhas felicidades.
E doía-me não ter feito aquilo antes.
Pouparia tempo.
Então abri minha boca decidida a proferir meu "Não". Minhas cordas vocais chegaram a balançar e um pequeno som saiu de minha garganta.
Eu estava perdida... Jake nunca me perdoaria, mas nunca ME perdoaria se eu prosseguisse com aquilo.
Eu queria a vida normal, mas será que eu o era o suficiente para merecê-la?
Qualquer ato que se seguisse seria por amor ao meu amigo Jacob. Eu não era a mulher para ele, e com esse matrimônio poderia estar impedindo-o de conhecê-la.
Quando tentei de novo e dessa vez achava que o som iria sair, um Emmet nóia o impede.
"Espera! A ordem das coisas está um tanto erradas! Não tinha que ter o 'se alguém impede esse casamento e blablabla'?"
Houve vários murmúrios de concordância, e eu soltei um muxoxo.
"Emmet! O padre aqui sou eu ou você?" Edward estava irritadiço ou era somente impressão?
"Certo..." Falou cabisbaixo.
Edward respirou fundo. "Voltando... Isabella Swan você aceita a mente... Jacob Black como seu legítimo esposo?" Como se eu fosse ter esposos ilegítimos! Inferno! Pelo jeito não teria nenhum!
"É..." Comecei ansiando desesperadamente para ter um colarinho e poder afrouxá-lo em sinal de desconforto. Mas se eu fizesse isso com o tomara que caia... Bem, não daria muito certo.
"Bella," Minha mãe me cutucou discretamente. "Você é normal?"
"NÃO!" Respondi. Disso eu tinha certeza, afinal quem falava com uma parte de seu cérebro? Quem falava com seu cachorro – ok isso era normal – mas quem ouvia o cachorro respondendo? Quem tinha alucinações?
É. Eu não era normal!
Houve um silvo de exclamações na igreja. Que estranho...
O que estava acontecendo?
Minha mãe passou a mão pelo rosto desesperada.
"Hm... Você... Você quer se casar?"
"NÃO!" Outro silvo de exclamações. Que gente doida!
"Inferno!"
"Ei mãe. Estamos na casa de Deus!" Repreendi.
"Ok. Você..." De repente uma luz se materializou em sua cabeça. "Você ama Edward?"
"SIM!" Então agora fora vários suspiros de alívio. Então Jake tomou minhas mãos nas suas e sorriu brilhantemente.
Ohmeudeus! Não... Não...
"Mer... Da." Murmurei com o canto da boca enquanto me via presa á armadilha de minha própria mãe.
Então ficamos um bom tempo boiando na igreja, já que o padre em questão estava se embebedando com o vinho do cálice com uma rapidez impressionante.
"O seu padre, vamos logo!" Apressaram.
"Ok! Quem vai botar ordem nessa bodega sou eu!" Emmet surgiu de novo e se prostrou atrás do altar e arrumou o microfone á sua altura. "Alô! TESTE! Testando... Som! TESTE! 1...2...3...4...4...3...2...1"
"Aqui não é o exercito Emmet!" Rose falou revirando os olhos.
"EU TAMBÉM QUERO!" Borat berrou e pegou o microfone.
"Vamos lá minha gente! O Cazaquistão é o maior país do mundo... Os outros são..."
"Chega!" Emmet roubou o microfone. "Dá licença?"
Então BORAT fez um gesto não muito educativo, arrumou sua bazuca nas costas e se sentou novamente no primeiro banco.
"Ok... Voltando! Até parece que vocês nunca viram filmes românticos, SACO! Bando de sem cultura!"
"UHHHHHHHH!"
"Emmet saia já daí!" Rose berrou puxando ele pelo terno. "O padre da história é o Edward!"
"Deus me livre virar padre! Só tenho que ser a mente daqui, e botar o plano em ação!"
"QUE PLANO?" Todos na igreja perguntaram em uníssono. Ops...
"Ah, falei alto né?" Cocou a cabeça. "Bem, vamos lá!"
Edward estava com o olhar perdido, e senti Jake apertando minha mão com mais firmeza.
"Vamos logo," Apressou. "A noiva já disse sim."
"Na verdade..."
"BELLA, UM DISCO VOADOR!"
"Aonde? Aonde?"
"Olha aqui sua mente veterinária..." Emmet apontou o microfone ameaçadoramente para Jake. "Não vem dar uma de malandro não!"
"Não vem bancar o louco... Não adianta pirar..."
Todos olharam assombrados para Jasper. Afinal... Sempre tão quietinho.
"Ah gente... Qual é..."
"Por Deus! Aqui é a casa do SENHOR! Vamos respeitar!" Um ministro interrompeu já que o padre estava alheio.
"É isso ae!" Alguém parabenizou a atitude do ministro.
Nessa hora que percebi os coroinhas aproveitando da situação e comendo chocolate escondidos no canto do altar.
"Bella, acho melhor irmos embora!" Jake sussurrou no meu ouvido.
"Mas estamos casando!" Está certo que iria falar o 'não', mas...
"Olha só!" Emmet continuou. "Tem o jogo dos Yankees daqui a pouco. Falando nisso, Edward, meu amigão! Como foram os resultados?" Com o movimento em direção a Edward ele avistou os coroinhas e os doces. "Ei, isso ae é Ferrero Roche?"
Então o nóia largou o microfone e foi confraternizar com os gordinhos.
"Ei saí! É nosso!"
"Não vejo o nome de vocês aqui!"
"Mas é nosso! Nós ganhamos honesta... Honesta... Como é a palavra Dagoberto?"
"Honesta... Honesta..."
"Entendi saco! Seus analfabetos! É O! NES! Tá dentro! E eu também to! Ei, seu nome é Nes né?"
Eles ficaram olhando confusos para Emmet.
"Meu nome não é NES!"
"Então que se dane! Quero chocolate!"
"Mas assim a gente não cumpre a nossa parte do plano!" Eles colocaram a mão na cintura.
"QUE PLANO?" A igreja perguntou em uníssono novamente.
"É isso ae! Fizemos um trato com aquele carinha ali!" Apontaram para Jasper que se escondia atrás de Alice. Ou pelo menos tentava.
"Ele é parceiro. Divide os chocolates."
"Certo..." Agora foi Mike que surgiu de algum lugar da igreja e pegou o microfone. "Seus incompetentes! Não sabem nem como fazer as coisas! Vamos cantar!"
E começou. "Garanhões da cidade é a maior organização do mundo..."
Cri... Cri... Cri...
"EI! Plágio! Plágio! Você roubar minha melodia!" BORAT reclamou já jogando seu terno amarelo no chão e flexionando os maravilhosos músculos perdidos.
Talvez na outra vida rapaz...
"Qual é? Vai encarar?" Mike pegou um apito do bolso, o que arrancou risadas de todos.
"E o que você fazer com isso hein bunda Branca?" Colocou a mão na cintura. "Enfiar no meu..."
"AH NÃO! NÃO!" Exclamei mais já era tarde demais. Mike ficou puto da vida e levou o apito á boca e logo o som de rufar de tambores ficou intenso e a musiquinha começou.
"Jake o que você pensa que está fazendo?"
"Garantindo meu casamento! Merda!" Exclamou quando a porta foi fechada.
"Fugindo dele?" Quem era a louca aqui agora né? Não tínhamos para onde partir e um verdadeiro pandemônio se fazia na catedral.
Os GC estavam do lado de fora com seus tambores e os convidados desmaiavam e reclamavam.
Então um Emmet com a boca lambuzada de chocolate pegou o microfone.
"E se alguém tem algo para impedir esse casamento que fale agora ou cala-se para sempre! CARA! EU SEMPRE QUIS DIZER ISSO!"
"Perdeu!" Os coroinhas exclamaram enquanto fugiam com os doces de Emmet que logo começou a persegui-los.
"Ei! Voltem aqui menores infratores!"
"Emmet, o plano!" Rose berrou, ele então com um bico horrendo voltou.
Jake agora tentava desesperadamente abrir a porta da Catedral, porém alguns homens o impediam já que do outro lado se encontravam os tambores e seus homens.
"É A PORRA DO MEU CASAMENTO!"
Mas ninguém ligava para ele. Só queriam proteger seus próprios umbigos.
Do lado de fora dava para ouvir fortes trovões, o que aumentava a algazarra que a igreja havia se tornado.
Isso seria um casamento?
Então... Apesar da intensa gritaria, uma voz surgiu encobrindo todas as demais. Uma voz forte, firme, segura que fez com que todos se calassem.
"EU TENHO ALGO PARA IMPEDIR ESSE CASAMENTO!"
Meu coração falhou uma batida nesse momento, pois ao me virar com o coração na boca para ter certeza que o dono daquela voz era a mesma que eu estava pensando, eu vi Edward Cullen olhando firmemente em minha direção.
Era como a cena de um filme em que todos esperavam. Nenhum barulho era ouvido, e muitos prendiam a respiração. O choque fora tão grande nas pessoas, que elas piscavam diversas vezes para conferir a realidade do fato. E assim o silêncio foi se prolongando.
De um lado... Edward Cullen ostentando uma áurea em sua volta; de outro, eu, uma noiva com o queixo caído; Jake com uma expressão irada no rosto, e todos os outros pasmos e boquiabertos diante de um padre... E não QUALQUER padre, mas Edward Cullen impedindo um casamento que ele próprio estava realizando.
Um trovão quebrou o silêncio e foi como uma descarga de energia e animação. Edward então começou a se aproximar em minha direção, com os olhos verdes faiscando.
"Mas... O quê...?" Gaguejei. Eu não havia imaginado isso entre as opções anteriores. Em nenhuma delas cogitei a hipótese de um Edward padre bipolar, reservado, cabeça-dura, mandar tudo para o inferno e simplesmente fazer aquilo que ele tinha vontade.
Do jeito que as coisas estavam loucas só poderia se tratar de uma alucinação. E das de mau gosto, devo acrescentar.
Então um novo trovão irrompeu pela Catedral.
"Não ouse se aproximar!" Jacob berrou se colocando em minha frente. "Você a perdeu!"
"Esperar... Esperar..." BORAT interrompeu se colocando no meio com a mão no queixo. "Ele... Padre... Ela... Mulher... Perder? Se perder... Já ter..."
"Cala a boca!" Jacob exclamou apontando logo em seguida o dedo para Edward. "Você teve sua chance, não venha atrás dela!"
"Eu vou atrás dela sim!" Edward gritou com a voz firme. "Quantas vezes forem necessárias... Por que eu sou um idiota, um asno... Mas finalmente percebi e tomei as decisões certas..."
"Mas tarde demais!" Jacob berrou me agarrando firmemente no pulso quase me machucando. Eu não culpava Jake. Ele sempre fora o melhor cara que eu conhecera. Meu melhor amigo, mas a partir do momento em que se vê impedido de investir na pessoa que ama por um homem, e ainda por cima este sendo padre; e quando finalmente consegue uma chance, lá está o padre de novo para atrapalhá-lo. Isso com certeza mexeria com qualquer mente, até mesmo as mais receptivas como a de Jake.
"Nunca é tarde demais." Alice sorriu abraçada á Jasper. Piscou para mim, e eu continuei com minha expressão perplexa e totalmente confusa.
Seria possível que aquilo fosse real? Que Edward estava deixando de lado uma preocupação sua e simplesmente indo atrás do que queria?
"Garotos americanos... Dá para explicar o que está acontecendo no nosso país democrático?" Obama perguntou confuso.
Outro forte trovão que fez com que várias pessoas pulassem.
"O que está acontecendo seu presidente..." Edward começou me olhando intensamente. Jesus! Arrepiou. "É QUE EU AMO AQUELA MULHER! E ela não pode se casar com outro homem... Por que ela é minha." Ele falou o pronome fazendo jus á seu nome.Possessivo.
Enquanto as lágrimas insistiam em cair dos meus olhos, e a emoção aflorava em minha pele, outro forte estrondo se seguiu eriçando a todos.
Então realmente Edward estava tomando a decisão. Não cometeria mais os MESMOS erros que nos separaram no passado.
Eu pouco me importava com Jake. Com o casamento. Com os convidados. Por eu estar de noiva. Ali em minha frente estava um Edward jogando tudo para o alto e dizendo na frente de todos que era um padre apaixonado. Por mim... Isso era tudo o que eu esperava então.
"Edward..." Sussurrei com um sorriso bobo se formando em meus lábios. Ele estendeu os braços com seu costumeiro sorriso torto, parecendo mais divino do que nunca.
Minhas pernas começaram a se mover na direção do meu amor que estava se declarando para mim na frente de todos os presentes, contudo, um novo estrondo se surgiu, a luz falhou, e logo a escuridão tomou conta do local.
Antes de ficarmos totalmente no breu as últimas imagens que vi foi Jacob me olhando com desaprovação, Edward se aproximando de mim, BORAT apontando a bazuca para algum lugar, Emmet com um saco preto nas mãos, Rose carregando sua bolsa com as duas mãos, e dois coroinhas correndo na direção dos convidados.
"QUEM APAGOU A LUZ?"
Ohmeudeus! Essas coisas só aconteciam comigo, ou nas coisas que ME envolviam.
"ALGUÉM ABRE A PORCARIA DESSA PORTA!" Reconheci a voz de Sue. "Eu sabia que aquela mulher macumbeira não ia deixar barato! Desgraça!"
"Eu não vou abrir de jeito nenhum!" Ouvi a voz de um desconhecido. "Esses loucos estão nus do lado de fora! Nunca se sabe o que vão fazer!"
"Mas estamos no escuro!"
"Eu vejo gente morta..."
"BUH!"
"Ah inferno!" Quem foi o infeliz que fez isso? "BORAT, seu idiota."
"Não sou BORAT." Uma voz abafada respondeu e logo eu estava sendo arrastada para algum lugar. "SOCORRO!"
Eu queria encontrar Edward. Ele havia dito verdadeiramente que me amava na frente de todos! Ele me queria! Ele iria impedir aquele casamento! Eu precisava dele!
"BELLA!" Ouvi vozes chamando meu nome, porém eu estava sendo enfiada em um saco.
"SOCORRO! É o homem do saco!"
"Hey! Você tem voz de mulher!" Reconheci então Emmet um nóia confuso.
"Emmet, seu idiota! Sou eu Bella!"
"Bella?" reconheci então a voz de Rose. "Então em quem eu dei à pedrada?"
"E onde está Edward?"
"OK. OK. Agora você me solta!" Berrei.
Ele então me bateu diversas vezes com aquelas mãos enormes até conseguir me levantar decentemente naquele escuro.
Um raio irradiou e iluminou instantaneamente a catedral, revelando um Edward vindo em minha direção.
"Edward!" Berrei, com um enorme sorriso no rosto.
Finalmente eu o teria de volta e...
"Inferno! Está escuro de novo. Ai, quem é você?"
"Bella? Filha... Onde você está?" Meu pai me apalpava.
"Pai, eu acho que estou aqui sabe..."
"Ah é." Ele bufou. "E acho que você tem algumas coisas muito importantes para me explicar mocinha..."
"ABRE ESSA PORTA AGORA SEU LOUCO!" Sue berrou.
"CADÊ BELLA?" Reconheci a voz de Jake.
Era melhor eu fugir dele naquele escuro... E aproveitando do meu pai também.
Jasper
Ainda bem que Alice se grudara feito chiclete em mim, pois no escuro nós não nos perdemos.
"Onde será que estão os dois, hein?" Ela perguntou preocupada e provavelmente girando a cabeça a fim de achá-los.
Revirei meus olhos.
"Alice. Está escuro. Não conseguirá enxergar de qualquer jeito!"
Ela me deu um tapa no ombro. "Duvidando de minhas capacidades Jasper? No convento... Ninguém duvidava que..."
"Não, não!" Beijei-a a fim de calar a boca dela. "Não me fale de convento não!"
Ela sempre me ameaçava em voltar ao convento. Era frustrante!
"Vamos parar de falar dos dois... Eles devem estar se ajeitando em algum lugar..."
Ela bufou. "Eu queria tanto que eles se acertassem..."
"Alice," chamei um pouco ansioso e confuso. "Estava pensando... Sabe..." Torci minhas mãos uma com as outras. "Nesse clima de casamento... Romantismo..."
"Jasper aqui tem tudo menos clima de casamento e romantismo!"
"Tá ok. Mas tipo... Ah..."
"Jasper desembucha logo!"
"Ok..." Então me ajoelhei e Alice começou a abanar as mãos em sua frente.
"Jasper? Jasper? Cadê você Jasper?"
"Estou aqui amor." Cutuquei seus joelhos.
"O que está fazendo ai?"
"Pedindo-te em casamento!"
"O quê?" Ela murmurou chocada.
Tirei de meu bolso a pequena caixinha de veludo e estendi em sua direção. Ok! Estava escuro, mas... Simbolicamente falando...
"Alice Cullen... Você aceita ser minha esposa?"
"Jasper... Eu não estou te vendo, na verdade, não estou vendo o anel." Revirei os olhos e procurei suas mãos colocando a caixinha no meio delas.
"Aqui."
Ela então apalpou o volume e soltou um silvo de exclamação.
"Oh, parece caro e... Ah, mas o que vale é a intenção. Isso é o que penso que é?"
"É. Meu bolso foi pros ares, mas consegui comprar algo a sua altura amor..."
"AAAAH! NÃO ACREDITO! TE AMO JASPER!" Então ela se afastou de mim.
"Alice... Alice...?"
"Jasper, por que você está falando tão longe de mim? Estou no seu colo nesse exato momento!"
"Não... Na verdade..."
"HEHEHE. Não é todo dia que mulher pular em colo meu."
Segui a voz de BORAT e peguei uma Alice furiosa, que logo se acomodou em meus braços gentilmente.
"Agora sim." Ela sorriu. "Eu te amo Jasper. E aceito ser sua mulher. Só temos um problema..."
"O quê?"
"O padre. Já que Edward não vai ser mais."
"Isso é o de menos." Sussurrei ao beijá-la com volúpia em meio à escuridão.
Bella
Estava esbarrando em diversas pessoas a fim de achar Edward. Parecia tão fácil seguir em linha reta no iluminado, porém no escuro as coisas ficavam pretas.
HAHA! Adorei o trocadilho.
Parecia que se passaram horas que eu migrava por entre os corpos na igreja. Estava quase me sentindo em algum filme do tipo ' A ilha', embora não soubesse ainda conectar o porquê.
"Você viu o padre gostoso se declarando para a noiva?" Alguém sussurrou.
"Eu vi menina! Que babado."
"Mas aquela menina nasceu com a bunda virada para a lua! Você viu o noivo dela? Uma tentação!"
Revirei meus olhos. Até na escuridão tinha gente fazendo fofoca?
"BELLA!" Distingui a voz de Edward e meu coração se inflamou de esperança de encontrá-lo.
Segui em linha reta e encontrei um corpo em minha frente.
Era Edward! Havia o encontrado!
Sorri, então sussurrei enquanto meus braços circundavam seu pescoço.
"Faz tanto tempo que eu esperei por isso."
E o beijei com volúpia. Sabe aqueles beijos desesperados no melhor estilo fim de novela reencontrando seu moçinho?
Aquela coisa que sobe e desce, sobe e desce e desce redondo de novo?
Pois então... Foi exatamente isso que... NÃO ACONTECEU!
Então um novo raio e...
"AAAAAAAAAAAAAAH!"
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!"
"!" repliquei.
"!" Ok, ganhou a competição. E o OSCAR vai para... Alice!
"Bella! O que você está fazendo beijando Jasper? E Jasper, é isso que você me faz logo depois que me pede em casamento?"
Merda. Merda.
Ainda bem que estava escuro de novo, pois aí eu consegui escapar da fúria de Alice.
UGH! Eu havia beijado Jasper!
"Edward..." Eu já estava quase morrendo de fatiga. Não agüentava mais procurá-lo no meio daquelas pessoas.
Então me sentei em algum degrau e coloquei minha cabeça entre os joelhos.
Por que as coisas sempre em minha vida tinham que se complicar?
Por que raios – ótimo trocadilho- a luz tinha que acabar justo quando Edward se declarava para mim?
Então alguém tropeçou em mim e caiu no chão.
"Cara, não olha por onde anda não?" reclamei já estressada. Por que não trouxera meu celular super hiper mega iluminador? E por que NINGUÉM naquele monte inteiro não havia providenciado isso?
"Desculpe, mas..."
Ohmeudeus.
"EDWARD?"
"BELLA?"
Gritamos juntos e o "SIM" foi a uníssono também, logo nós rimos e ele me abraçou com força.
E sim... Definitivamente agora era ele! O cheiro... O corpo... E a sensação de descarga elétrica rodando pelo corpo.
Era o meu Edward ali.
Emmet
"ROSE! ROSEEEEEEEEEEEEE!"
"Oi gatinho." Uma voz feminina meio masculinizada respondeu.
"Você é Rose?"
"Oh... Você é tão romântico! Eu sou uma flor mesmo, né?"
"Olha aqui minha senhora flor do campo..." Então o ser me agarrou no meio daquela escuridão e eu entrei uma luta para me livrar.
Então um raio.
"EMMET!" Rose começou a me dar bolsadas com aquela bolsa com pedras dentro. "Seu cachorro... Galinha!"
"Hmm... Quem é a gatinha? Podemos fazer a três?"
"SAÍ DAQUI, INFELIZ!" Empurrei a drag queen longe, enquanto tentava me proteger dos ataques constantes de Rose.
"Emmet, seu cachorro..."
"Rose, pára, poxa. Você viu que ela/ele/isso me agarrou! Essas são as conseqüências de se namorar um gostoso, amor."
Ela então repentinamente parou de me agredir.
"Amor...?" Percebi a voz trêmula dela no meio da multidão. "Do que você me chamou?"
"Oras Rose. Amor. Você mesmo disse." Mulher era um bicho complicado mesmo viu...
"Ah Emmet! Que lindo!" Ela me abraçou na escuridão. Eu sorri malicioso.
Sei lá o que estava passando pela mente de minha ursinha, mas eu achava que iria me dar bem.
E que 'amor' era a palavra mágica.
"Amor..." Testei novamente.
"Own!" Ela ronronou e me deu um beijo daqueles. Quando já estava sem ar, e ela me soltou, não pude perder a chance.
"Amor, amor... Amor... Amor..." E ela voltou a me beijar daquele jeito quê! Jesus!
Eu definitivamente tinha aumentando meu vocabulário em relação à Rosálie.
Tanya
"Fala para os Bobalhões pararem!" Esperneei para Mike que estava me abraçando com muita força.
"São Garanhões! E não me largue Tanya! Eu tenho medo do escuro! Eu preciso de você!"
"Saí daqui, Mike!" Tentei empurrá-lo, contudo ele era bem mais forte e me impediu.
"Querida, não acredito que fará isso comigo. Imagine que eu sou um cãozinho, você tem que cuidar de mim né? Tipo Marley e eu."
Revirei meus olhos. "Mike, pelo amor de Deus vê se me erra..."
"Tanya, não seja preconceituosa! Só por que meu passado me condena?"
"Você acha que eu tenho cara de anta?"
"Na verdade..."
"Nem responda."
"Não! Eu ia dizer que 'não posso viver em um mundo que você não exista. '"
"Oh... Essa é boa."
"Pois é. Eu mesmo que inventei. Não sou um gênio?"
"Inventou em pegar de certo livro por ai, né canalha!"
"Que calúnia!" Ele pretejou. "Só porque o carinha disse que fazia sucesso com as mulheres..."
Bella
Trilha Sonora:
Refrão
Refrão
"Me perdoa... Me perdoa... Me perdoa..." Ele murmurava repetidas vezes contra meu rosto. A sensação de felicidade que irradiava em meu peito era descomunal. Edward era real, ele estava ali... Para mim e por mim... "Demorou tanto tempo... Tanto... Mas finalmente... Percebi..."
"Edward..." Foi só o que consegui murmurar enquanto o abraçava sentindo seu corpo esquentar o meu e passar todo o sentimento e segurança que só ele poderia transpassar.
"Bella, eu amo você como nunca amei ninguém antes... Eu preciso que você seja minha... Para sempre... Eu não poderia deixar você casar com Jacob... Não poderia..."
"Shi... Edward, eu sei... Você me salvou." Ri entre as lágrimas. "Você me salvou de uma vida normal que eu nunca me encaixaria... Você me libertou de anos solitária e com um cara que eu não amo do jeito certo..."
"Eu te salvei?" Ele riu. "Bella... Você me salvou... Eu posso ser o condenado de sempre, mas você será minha salvação... Eu preciso de você ao meu lado. Sempre."
Eu não agüentava mais as lágrimas que transbordavam. Senti-o se ajoelhando em minha frente e pegando minhas mãos nas suas.
"Eu nunca pensei que diria essas palavras... Nunca pensei que precisaria dizê-las... Mas outro dia solitário é mais do que eu posso suportar... Outro dia sem você é mais do que eu posso agüentar, Bella. Eu preciso que você me salve."
"Edward..." Abracei-o. "Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo... Eu faço tudo por você."
"Você tem..." Ele pareceu incerto e inseguro por um tempo. "Você tem certeza que não ama Jacob? Digo... Você iria se casar com ele... E..."
"Edward. Deixa de ser bipolar! Não acabei de dizer que te amava? Eu fui idiota em achar que eu poderia esquecer você com Jake, ou mesmo seguir minha vida em um rumo 'normal'... Mas você não é algo fácil de esquecer, sabe..."
Ele riu e tocando seu rosto percebi que ele chorava que nem eu.
"Nunca me senti tão feliz em toda minha vida Bella... Nunca..."
Ele acariciava com a ponta dos dedos cada detalhe de minha pele... Como se quisesse memorizá-la ou como um cego analisando o rosto de sua amada.
Era um toque tão íntimo que as borboletas em meu estômago se agitaram.
"Eu percebi que não posso viver sem você." Murmurou, encostando nossas testas uma na outra. Ficamos respirando pesadamente por um longo tempo enquanto um sorriso se formava em nossas bocas.
A situação poderia não ser a das melhores, mas finalmente depois de dois anos conseguíamos nos acertar. Perceber que o nosso lugar era ao lado do outro... Até o fim de nossas vidas.
As mãos de Edward vagavam por minhas costas e as minhas acariciavam seus cabelos sentindo a maciez deles. Fechei meus olhos somente sentindo seu cheiro... Seu calor... Seu amor que era quase palpável por mim.
"Mas é tudo louco não?" Comecei a rir de felicidade em meio ás lágrimas. "Estamos aqui nos acertando... Na escuridão da igreja... Com esse casamento bizarro... Com essa gente maluca..." Ele riu acariciando meus cabelos enquanto um verdadeiro pandemônio continuava com as pessoas na escuridão, porém eu e Edward estávamos em um mundinho somente nosso.
Então um novo raio... E encontrei seus olhos verdes faiscando em minha direção, e eu sorri com a boca e com os olhos, pois finalmente eu o tinha ali.
"Você está falando sério de verdade?" Perguntei querendo ter total certeza.
"Claro, anjo. Eu serei seu, sempre."
"É tão bom que parece até alucinação..." Ele riu enquanto respirava em minha bochecha. O som daquela risada era tão cativante... Como poderia viver sem aquilo por tanto tempo?
"Prometo ser real para você." Respondeu antes que eu puxasse sua boca para a minha. Era perfeito o modo como nossas bocas se encaixavam. Nossas línguas dançavam, nossos corpos reagiam com intensidade querendo a aproximação cada vez maior. O encaixe era perfeito...
O gosto de Edward era único. Especial... Nada comparável.
Porém... Um silvo de exclamações se seguiu. Eu estava adepta a permanecer ali com Edward para sempre ignorando as outras trocentas pessoas presentes, contudo minha cara recebeu uma iluminação estranha.
"OHMEUDEUS! ELE NÃO SER O PADRE?"
"Pelas barbas de Merlin..." Ei o que Dumbledore estava fazendo aqui?
"Filha! Que pouca vergonha é essa?"
E por que justo agora eles tiveram a idéia de acenderem a luz dos celulares?
"É... Mãe... Pai..." Comecei boquiaberta.
"Espera... ESTOU RECEBENDO A LIGAÇÃO..." Sue berrou e depois apontou para Renne. "Você sabia!" Acusou.
"Então..." Um dos irmãos de Jake, Seth começou a fazer a ligação com as mãos. "A revista... O padre... A notícia... Há dois anos... É verdade..."
"Claro! Como eu pude me esquecer? Deu maior bafafá há dois anos!" Outra mulher disse batendo a mão na testa.
"Uma coisa é o padre se declarar... E outra é ver eles se agarrando!" Alguém comentou.
"É isso mesmo que vocês estão vendo." Edward se levantou firmemente olhando para todos. Desafiando qualquer um que tivesse a coragem de ir contra ele e nosso amor. "Eu e Bella nos amamos, e vamos ficar juntos."
Senti tanto orgulho dele nesse momento...
Contudo os murmúrios se tornaram gritos e todos nos olhavam chocados.
Parecia um ping pong de cabeças. Olhavam para um Jacob transtornado que encarava Edward como se fosse arrancar suas tripas; e olhavam para mim de noiva e abraçada á um padre com o noivo bem em nossa frente.
Que quadro lindo! Emocionante!
"Bella..." Jacob começou chocado quando me levantei ficando ao lado de Edward e ele passou suas mãos protetoramente por minha cintura. "Você... Você..."
"Desculpa Jake. Mas eu tenho que seguir meu coração."
"VOCÊ É MINHA MULHER!" Jacob berrou com a mãe se prostrando ao seu lado.
"Vocês não terminaram os votos..." Edward devolveu.
"Claro que sim!" Retrucou se aproximando com o dedo flexionando. "Ela disse que sim!"
"Na verdade..."
"EU VI! EU VI!" Emmet pulou e começou a apontar para Renne. "Ela que fez Bella dizer o sim!"
Fiz um coraçãozinho com a mão para Emmet. Finalmente ele fazia algo que prestasse!
"MAS VOCÊ É PADRE!" Jake retrucou. "E Bella," Virou-se para mim. "Você acha mesmo que ele vai largar a batina por você? Durante dois anos ele te enrolou! Como um marido com sua amante, e você caiu como um patinho... E agora...? Vai cair de novo e desperdiçar a chance que tem de ter uma vida normal?"
Eu tentei controlar as lágrimas ao ver meu melhor amigo naquela situação. Entretanto não poderia deixá-lo falar de qualquer jeito de Edward!
"Eu pensei que queria minha vida normal... Mas UGH! Nem normal eu sou! Como eu poderia agüentar viver em algo normal?"
"É isso ae!"
"UHUL! ARRASOU!"
"Eu ainda não entender..."
"E outra..." Edward disse tirando um envelope vermelho de dentro da batina. "Se resta ainda alguma dúvida que eu e Bella ficaremos juntos... Olhe isso." Então ele jogou no chão um envelope vermelho e todos seguiram para olhar.
"O que é isso?" Jake perguntou embasbacado.
Sue foi a primeira pessoa que saiu do transe no meio daquela escuridão somente iluminada por luzes azuis e amarelas dos celulares. Agachou-se e tremendo pegou o envelope segurando com a ponta do dedo, como se tivesse nojo.
Jake arrancou bruscamente o envelope da mão da mãe e começou a ler o conteúdo arregalando os olhos em seguida.
"Você... Você..." Murmurou.
"É exatamente o que está lendo, Jacob." Respondeu o gatinho, quer dizer, Edward com firmeza. Eu estava boiando no quesito 'envelope' e na cara de Jake.
Apertei a mão de Edward e ele me deu um olhar confiante.
"O que está dizendo ai?" Perguntou Sue e minha mãe juntas e ambas bufaram ao perceber o feito.
A cara de Jacob se tornou vermelha e encarando Edward com extremo ódio rasgou o envelope em mil pedacinhos.
"Você... Não vai... Nunca..."
"Edward!" Exclamei. Seja o que quer que signifique aquele envelope, deveria ser importante. E Jake estava o destruindo! Contudo Edward continuava parado somente observando...
"O que dizia a carta Edward?" Perguntei.
Ele se virou para mim. "É a carta do vaticano Bella. A que esperamos por tanto tempo."
Minha boca se abriu em surpresa. "Tem... Certeza?"
Ele assentiu. "Eu recebi há alguns meses e não sabia o que fazer com ela. Eu estava confuso, mas não a destruí. Eu estava disposto a usá-la logo depois do casamento..."
"Por que você... Não me contou?"
"Eu não sabia se você ainda me amava. Eu te vi feliz com Jacob. Eu te vi noiva dele. Não queria estragar sua felicidade, e a vida normal que você disse que queria tanto ter."
"Ah Edward..." Então olhei para os mil pedacinhos vermelhos no chão. "Por que você fez isso JAKE?"
"Ele não pode ser seu... É errado... É contra a ordem natural das coisas... E agora..." Ele riu. "Não vai poder mais deixar de ser padre."
"Na verdade..." Todos nos viramos para ver quem era o dono daquela voz. E ali estava Dom Daniel. "A carta é simbólica. E eu tenho documentos na Cúria que são a verdadeira 'carta do vaticano'... Portanto... Não importa se você rasgou essa, meu jovem."
Edward sorriu com o canto da boca enquanto olhava o bispo.
"Você vai admitir isso?" Sue berrou apontando para nós dois. "Por Deus! Você é bispo! Vai permitir que um padre se envolva com uma mulher?"
"E quem sou eu para julgar?" Retrucou. "Quem é você, para começo de conversa? Quem somos todos nós para julgar?"
De repente apagaram-se todas as luzes dos celulares e voltou-se a ficar no breu.
As pessoas pareciam não querer mais encarar a cena ou mesmo não mais olhar nos rostos das outras pessoas.
Antes as pessoas falavam a todo o momento no escuro, contudo agora todos estavam em silêncio absorvendo a cena que haviam acabado de ver.
"Bella," Edward se aproximou de mim e pegou em minhas mãos. "Vamos fugir?"
"Fugir?"
"Sim." Pelo tom de voz dele consegui saber que ele estava sorrindo. "Não quero perder mais nenhum segundo com você, meu amor. Já passamos pelo suficiente pela uma vida inteira. Precisamos de um descanso."
Eu sorri que nem boba.
"Edward, tem certeza que isso não é uma alucinação? Uma coisa louca de minha mente?"
Ele então falou sério. "Desculpe por ser um... Crápula, Bella. Desculpe por fazê-la não ter certeza que estou realmente aqui..." Ele pegou em minhas mãos e levou até o coração. "Mas eu estou. E prometo nunca mais te abandonar. Nunca."
"Eu acredito em você Edward." Acariciei seu rosto com a mão que estava entrelaçada á sua. "E sempre acreditarei."
Então várias pessoas esbarraram na gente e logo me vi separada do meu amor.
INFERNO!
"EDWARD!"
"Bella, você disse que não iria fazer aquilo comigo..." Reconheci Jacob. Ele me segurava agora e sua voz se encontrava irada.
"Jake..." Tentei me acalmar. "Eu te amo. Você é meu melhor amigo. Desculpe por ter feito isso, mas... É pra o nosso bem."
"Nosso bem? Aqui estão todas as pessoas que conheço... Vai sair nos jornais, revistas. Você sabe o que isso significa?"
"Jake. Você não é esse cara." Suspirei. "Você não é o cara que liga para isso, quem é assim é sua mãe." Acariciei de leve seu rosto. "Perdoe-me."
Então um novo raio e vi a face triste de Jake e as lágrimas que brotavam em seus olhos.
"Por que ele, Bella? Por quê?"
"Por que eu o amo. E o coração não escolhe a quem amar."
"Jacob..." Ouvi a voz de Edward atrás dele. Senti o clima tenso surgir. "Desculpe por isso..."
"Desculpar?" Ele bufou. "Você sempre me atrapalhou. SEMPRE!"
Então tateei em busca da mão de Edward e o trouxe para perto de mim.
"Bella," Jake pediu com desespero. "Depois de tudo o que ele já te fez sofrer... Você continuará a seu lado?"
"Vou." Respondi com firmeza e senti Edward apertar minha mão com consistência. "Eu já perdi tempo demais tentando fugir de algo que é impossível correr, Jake."
"Mas..." Ele então pegou em meus braços. "Lembre-se que eu sempre estarei aqui. Quando este cara te chutar, eu estarei aqui, Bella. Estarei, prometo."
Ele já estava começando a se desesperar, e não duvidava que ele pudesse me agarrar e sair correndo comigo, por isso puxei Edward.
"Tchau Jake."
"BELLA!" Ele gritou, contudo ele não conseguiria mais nos alcançar.
"Você fez a coisa certa, Bella." Edward sussurrou no meu ouvido. Assenti em meio às lágrimas.
Então ele me guiou em meio às pessoas até a Sacristia onde lá tinha uma porta que levava para fora da igreja.
Na praça a chuva já estava assumindo o papel de uma garoa, os raios diminuíam e alguns pequenos postes começavam a acender suas luzes.
"Esqueci de uma coisa..." Murmurou de repente.
"O quê?" Arqueei uma sobrancelha para ele, enquanto as gotas de chuvas nos encharcavam.
"Quer fazer as honras?" Sorriu torto, apontando para suas roupas. Então eu entendi.
Assenti com um enorme sorriso.
Há tanto tempo que eu esperava por aquilo. E ali, finalmente estava acontecendo.
"Isso," Peguei as estolas. "Não..." Joguei-as no chão. "Te pertence..." Ele me ajudou a desabotoar sua batina e arrancá-la por sua cabeça. "Mais."
Observamos a batina e as estolas no chão sendo encharcadas pela chuva e vi o olhar perdido de Edward por um momento.
"Você está bem?" Acariciei seu rosto cujas gotas de chuva já delineavam seus traços.
Ele então olhou para mim e sorriu aquele costumeiro sorriso torto.
"É difícil..." Murmurou pausando as palavras. "Simplesmente largar uma vida que você sempre achou que seria a sua... O seu destino..." Deu um último olhar para as roupas e passou os braços pela minha cintura. "Mas eu percebi que é mais difícil ainda viver sem você."
Sorrindo como uma boba, beijei Edward enquanto ele nos rodava na praça como dois jovens adolescentes.
Baguncei seus cabelos molhados e ele beijava cada parte que ele tinha acesso em mim.
O cara que eu sempre considerei meu anjo pessoal então sorriu e eu retribuí apertando sua mão mais firme na minha. Entrelaçando nossos dedos e observando o efeito bonito que proporcionava.
E com gargalhadas saímos correndo por entre as árvores embaixo da chuva.
Pois finalmente sabíamos que as coisas dariam certo para nós.
Tínhamos plena consciência das vidas que deixávamos para trás. Dez anos de vida sacerdotal, um casamento, um noivo, convidados, e dois anos de desencontros, brigas, discussões e amor.
Enquanto corríamos sentindo o vento bater pelo nosso rosto e a chuva encharcar nossas roupas e cabelos, percebíamos duas coisas importantes.
A primeira: Não poderíamos viver longe um do outro.
E a segunda?
Bem...
Compreendemos finalmente que o amor era a única coisa na vida pela qual valia à pena lutar.
Alice
"Amor, você sabe... Pensei que era você..." Jasper tentava se desculpar pela milésima vez.
"Jasper, shi! Eu sei!"
"Sabe mesmo?"
"Sei." Ri no meio da escuridão. "Mas que foi nojento foi..." Ele riu.
"Gente! Gente!" Ouvi a HEBE Camargo. "Já que estamos aqui acumulados no meio da escuridão... Poderíamos nos confraternizar!"
"Saí daí, sua louca!" Gritaram.
"Confraternizar?" Lula perguntou com interesse. "Ei, eu tenho uma piada!"
"Lula, você é O CARA mais tem certeza que esse é o momento propício?"
"Eu sei o que você quis dizer companheiro OBAMA. Mas não é nada contra os EUA."
"Conta logo!"
"Bem, companheiros e companheiras... Por que na Argentina as vacas vivem olhando para o céu?"
Todos pensaram... Pensaram...
"Por que tem Boi nos ares! HAHAHA!" Começou a rir descontroladamente enquanto eu revirava meus olhos.
"OLHA ESTOU NEM AI! ABRE ESSA PORTA!" Emmet então começou a esmurrar a saída.
"Espere! Espere!" Dumbledore interferiu. "Alohomora!"
É... O feitiço em si não deu certo, porém os homens que a guardavam ficaram com medo de serem transformados em sapos e não haverem princesas para salva-los, então a abriu.
Os garanhões da Cidade tocavam em uma área coberta afastada da passagem e pareciam nem notar a falta de luz.
Eles eram tão alheios á tudo que se percebessem a tensão que se formava seria muito.
"Estamos tão cansados... E o cansaço é tão grande! E o que a gente faz para parar de cantar nesse mesmo instante?" Cantavam sonolentos e quase caindo uns em cima dos outros.
Jesus! Que decadência!
Alguns postes da praça começavam a pegar a cor novamente, iluminando pelo menos um pouco da Catedral.
O que mais me chamou a atenção foi à falta de meu irmão e Bella e Jake de joelhos no meio da igreja com a cabeça no meio das mãos. Sue o abraçava e dava leves tapinhas em suas costas enquanto com a outra mão jurava vingança no melhor estilo "O vingador".
Fora tão bonito o momento dos dois dentro da igreja. Finalmente eles haviam se acertado, e uma alegria imensa se formava em meu peito.
BORAT estava ao meu lado com a mão no queixo e parecia altamente pensativo sobre alguma questão.
"Meu caro BORAT estás a refletir sobre alguma gestão especial? O 'x' da questão ou a lógica dessa história?" Perguntou o primeiro ministro da fazenda.
"Estamos tão cansados..."
"Deixa-me ver se entender... O padre... Fugir com Noiva?"
Assenti com um sorriso.
"Isso ser bom?"
"ÓTIMO!"
"E o nosso plano?" Emmet apareceu de repente ainda com o saco nas mãos.
"Emmet... O destino fez o trabalho dele." Rose apareceu o abraçando por trás.
"Dê tino?" Perguntou idiotamente. "Mas eu não quero que você me dê tino!"
Rose revirou os olhos.
"Foi tão bonito né Rose?" Disse emocionada para minha amiga que assentiu controlando as lágrimas.
"Finalmente Bella se arranjou." Olhou torto para Emmet que continuava observando o saco procurando uma possível utilidade para ele.
Então os convidados exaltados começaram a marchar para fora da Catedral e fomos juntos envolvidos pela multidão.
"Alice!" Percebi a voz de Tanya. Ela veio correndo em minha direção com uma muda de roupas nas mãos.
"O que é isso?"
"É a batina de Edward!"
Então uma Sue louca desvairada pegou as roupas e as pisou no chão com força.
"Cuspindo no prato que comeu né? Depois de não sei quantos anos entrando nessa vida ele vai parar justo no casamento com meu filho? E AINDA JOGA A BATINA COMO SE ELA FOSSE RUIM E CONDENÁVEL!"
"Olha aqui dona Sue..." Apontei o dedo para ela. "Eles já tiveram problemas o suficiente. Não precisa de nenhuma mulherzinha metida e mimada dizendo o que é certo e o que é errado!"
"Companheiras... Companheiros... Calma nessa hora."
"EPA, EPA, EPA, o que está acontecendo aqui?"
"Cala a boca Juvenal!" Alguém berrou.
"Os garanhões da Cidade é a maior organização do mundo..."
E no meio daquele pandemônio um Jake desesperado surgiu olhando por entre a multidão.
"ONDE ELES ESTÃO? PARA ONDE ELES FORAM?"
"Jake! Você tem que pegá-los! É sua noiva! Você tem que ir atrás dela!" Sue incentivou.
"Minha senhora..." Jasper começou a falar me abraçando por trás. "Não dá simplesmente para perceber que não há volta? Os dois se amam. Eles merecem ser felizes."
"ELES NÃO TÊM DIREITO..."
"Olha aqui! Eu não aceito que você sua putinha de quinta fale de minha filha de qualquer jeito não!" Renne surpreendendo a todos enfiou o dedo no meio da cara de Sue.
"E a vergonha?" Berrou arrancando os cabelos. "Isso vai estar nos jornais amanhã! Vocês vão ver!" Apontou para todos com raiva. Meu Deus! Ela era louca! "Eu vou ACABAR, ouçam bem A-CA-BAR com a vida daquele padre! Ele nunca vai conseguir ficar com Bella! NUNCA!"
"Cala a boca!" Dessa vez foi Rose que interferiu dando um tapa bem dado em Sue. "Você não tem direito de fazer nada á eles... Nem seu filho, nem seu dinheiro, e nem o presidente dos EUA!"
"É. Não posso mesmo." Barack confirmou.
"Emmet! Já sei para o que você pode usar esse saco." Rose disse maquiavélica.
"O que, amor?" Eu tinha certeza que Rose planejava enfiar Sue no saco e jogá-la longe, mas algo que Emmet falou a fez esquecer tudo e pular em cima do homem do saco lascando um beijo daqueles.
"EU NÃO POSSO... NÃO POSSO DEIXAR BELLA IR." Jake gritou correndo em meio à multidão.
"É TARDE DEMAIS!" Emmet berrou ainda com Rose em seus braços, e vi um sorriso se formando em seus lábios enquanto olhava algum lugar do lado oposto pelo qual Jake corria.
Segui seu olhar e assim distingui duas figuras correndo por entre as árvores. Apesar da distância podia ver a felicidade e o amor que eles irradiavam.
Jasper apertou seu abraço e apoiou sua cabeça em meu pescoço enquanto eu acariciava seus cachinhos.
"Está vendo Emmet? Todos estão se resolvendo..." Rose bufou.
Contudo este estava muito ocupado tentando avistar os coroinhas fugitivos.
"MINHA GENTE! A festa não acabou!" Então um Mike e seus súditos Garanhões da cidade improvisaram um show no meio da praça e começaram a dançar ao som de batuques e tambores. Não sei de onde raios eles conseguiram se animar novamente, já que praticamente dormiam na praça.
Várias risadas surgiram e as pessoas que não haviam ido embora com a promessa de nunca mais voltar ou manter contato batiam palmas e se divertiam.
"Espera! A gente tem uma festa não tem? Não podemos desperdiçar dinheiro!" Jasper apontou sorridente.
"Ai já é demais!" Reclamei, porém sorri. "Mas acho que os salgadinhos nos chamam..."
"Fiquei sabendo que o bolo tem umas trocentas camadas..." Emmet disse sorrindo e abraçando Rose.
"Não já comeu chocolate o suficiente, amor?" Perguntou.
"Amor?" Emmet olhou para ela aturdido. "Do que você me chamou?"
"Amor... Você mesmo disse." Então Emmet surpreendente começou a beijar Rose com volúpia na frente de todos. Jesus! Como entendê-los?
"Jasper..." Sussurrei me virando de frente para meu futuro marido. "Adorei o anel."
Lancei um olhar de esguelha para a pedra enorme que se instalava no anel de ouro.
Ele me olhou acanhado e beijou minha mão carinhosamente. "Não chega nem a seus pés amor..."
Sorri que nem boba e percebi BORAT nos encarando escondendo uma lágrima e logo fingindo ser um cisco, e até chegou a abraçar um judeu e chorar em sua camisa. O coitado dava leves palmadas em suas costas com os olhos arregalados para a bazuca que ainda se encontrava em sua bolsa.
Até o presidente do Brasil piscava diversas vezes para a lua cheia que repousava no céu e abraçava Obama se balançando de um lado para outro cantando "We are the World."
Sky estava correndo entre as folhas caídas das árvores como se soubesse que os 'pais' haviam se acertado.
Mike e Tanya... Bem, estes dois pareciam cão e gato, porém pareciam ter estabelecido uma trégua. Mike batucava nas mãos determinado ritmo e Tanya dançava ao redor dele com um enorme sorriso no rosto.
Sue saíra furiosa da presença de todos e partira com o carro em alta velocidade, enquanto Jake encarava atônito o que seria o lugar de seu casamento.
Charlie e Renne conversavam baixinho em um canto e pareciam compenetrados em sua conversa.
E eu? Encontrava-me feliz por meu irmão. Oito anos em que ele imaginou ter uma vocação e descobrir que na verdade não a tinha. Mas antes tarde do que nunca!
E em algum lugar ali perto... A mesma lua iluminava e podia ser vista por dois jovens apaixonados.
Um padre e uma mulher que descobriram que a vida gira em torno de algo tênue, sensível, contudo altamente poderoso, e que os tomara em um assalto e os manterão cativos pela eternidade. O amor.
E não importa o que fizessem... O que implorassem... O destino deles era ficar juntos, e assim seriam, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de suas vidas.
E aquele, meus amigos, foi o único casamento que ocorreu naquela noite de lua cheia em Outubro de 2009.
10 comentários:
eu amo essa fic
cada vez mais ........
quando que vai postar o cap de infiltrada 2 temp.......
1°a comentar eu acho u.uh
sem palavras. amanha venho cometa mais. bjus.
cara que cap. adorei agora so resta saber quando vai ser o casorio so que desta vez da Bella e do Edward
bjs adoro
quero prox cap
ameiiii
que lindo o que o edward fez ... sem palavras...
eu amo essa fic ...
AI MEU DEUS...AI MEU DEUS...AI MEU DEUS...AI MEU DEUS... ate que fim... eu chorei, eu ri, eu chorei mais ainda, eu ri muito mais!
esse foi o casamento mais louco que eu ja vi... e olha que eu ja fui a muitos casamentos malucos ( que vai do noivo passando batom. ate um pastor dando uma salsicha para a noiva durante a cerimônia...) mas essa bateu o record...
ESSA SEM DUVIDA... É A MELHOR FIC QUE EU JA LI ATE HOJE!!!!
nossaaaaaa Jani, naum acredito q o noivo tava passando batom e o pastor passando um salsicha pra noiva? q locura é essa? qndo eu acho q ja vi d tudo, sempre tem mais uma coisa louca pra bate o recorde. bem tenso essa do pastor passa a salsicha pra noiva!!!
muito... tudo mundo na igreja riu e era o casamento da minha prima... teve outros ( noiva passando mal, cavalo q nao quis deixa a noiva sair, e madrinhas desmaiando "essa foi eu", o casamento foi de manha e eu nao tinha comido nada, e o casamento foi em um sitio e só tinha uma tenda para a cerimonia, e como eu moro no Rio e era verão = desmaio.)
mas de todos esse "quase" casamento da Bella e do Jake foi o mas LOUCO....
Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
Simplesmente perfeito, ñ podia ter ficado melhor!
Parabén pra Natália M.! vc é 10 garota!!!!!!!!!!!!!!
bjus pra todo mundo!
Caraaaa , Ed quee tudoo ' Maais tipo aa Historiia taa Liinda , maais o Jake ?
Tadinho maan , Ah Bella Beijou o Jasper , kkkk Eurilitros. Ameei cara , Melhor Fic . oo Emmet e a Rose , kk . PERFECT ^^
Perfecto! A melhor fic q ja li, mto loko esse casamento!
quantos cap tem essa fic? quando q sai o prox?
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