De Repente... Religiosa - Capítulo 30: O Nosso Eterno Amanhã

"Nunca digas que esqueceste um amor, diga apenas que consegue falar nele sem chorar, pois o verdadeiro amor é... inesquecível." (Autor desconhecido)


THE NEW YORK TIMES.

PADRE FAMOSO INTERROMPE CASAMENTO!

Ontem, no começo da noite ocorreu o casamento de um dos herdeiros mais importantes da cidade de Nova York. Ou pelo menos, começou a cerimônia, já que esta se tornou um centro de loucos, e foi interrompido pelo padre que celebrava o matrimônio, o famoso Edward Cullen.

Edward Cullen como a maioria das pessoas conhece, se encontrava em turnê nos últimos meses por vários estados do país, e seus shows ganhavam cada vez mais prestígio junto com sua música "Faz um Milagre em mim" que ironicamente virara até cantada de caminhoneiro.

Há cerca de dois anos uma mesma notícia, por um jornal não tão confiável, foi divulgada informando que o jovem padre estava tendo um caso com Isabella Marie Swan, na época 22, uma jornalista. Declarações negaram esse fato, e as pessoas se convenceram então que o padre estava inocente e que não passara de rumores infrutíferos a notícia.

Há cerca de dois meses, o padre voltou à Nova York para fazer uma pequena turnê e passar um tempo com sua família, contudo na noite de ontem teve um casamento para celebrar na Catedral St. Patrick's de Isabella Swan.

As pessoas presentes no casamento disseram que foi uma noite que elas nunca esqueceriam, pelas confusões, trapalhadas, e pessoas poucamente habilitadas mentalmente presentes.

Houve até a presença dos notórios Garanhões da Cidade, organização que vem ganhando força e adeptos na cidade inteira e até pela região de toda Manhattan.

Mas o que mais surpreendeu a todos, não foi às maluquices, mas sim o próprio padre impedindo o casamento e relevando que amava a noiva em questão que prontamente largou o noivo e foi em direção aos braços do sacerdote.

"Foi algo... Surreal." Diz Hebe Camargo, presente na festa. "O padre é lindo e de repente ele estava ali se declarando para aquela moçinha sem sal... É realmente um alto desperdício. Ora, eu estava lá! Por que ele não se declarou para mim?"

Outros convidados ainda afirmam que foi um pecado contra a igreja, e que saíram assombrados daquela cena, afinal era um padre.

"Se eu não estivesse lá... Eu nunca acreditaria, mas... Eu realmente senti que os dois se amavam. Dava para perceber uma ligação entre eles, companheiros." Revela o presidente brasileiro que deu a entrevista abraçado a Barack Obama.

"Sim, realmente. Minha mulher não gostou muito, achou que o mundo estava perdido." Confirmou Obama.

Logo depois da cerimônia os dois jovens sumiram, e ninguém teve notícias deles. Entretanto, uma hora eles terão que reaparecer e dar explicações para a sociedade.

No momento, a assessora do padre, ex-padre, na verdade, pois na mesma ocasião revelou que tinha uma carta do vaticano que o permitia não ser mais um sacerdote, não desgruda do telefone, pois todas as empresas que contrataram o show do padre estão cancelando-as com o escândalo evidente que o casamento proporcionou.

E esperamos voltar logo com entrevistas com os dois jovens e mostrar o ponto de vista deles sobre essa história e sua repercussão.

THE NEW YORK JOURNAL.

FAMOSO PADRE CEDE Á TENTAÇÃO DA CARNE!

POP PEOPLE

CASAMENTO MOSTRA GENUIDADE DE NOTÍCIA HÁ DOIS ANOS.

JORNAL DA CIDADE.

EDWARD CULLEN, LARGOU A BATINA!

G MAGANIZE

EDWARD CULLEN ACEITA POSAR PARA REVISTA!

PLAYBOY

COMO CONQUISTAR UM EX-PADRE! DICAS QUENTES!

CAPRICHO

EX-PADRE EDWARD CULLEN, COLÍRIO DA SEMANA.

BOA FORMA

SEGREDOS DE BELEZA E CORPO POR EDWARD CULLEN

PAMONHAS FRESQUINHAS

RECEITAS DE EDWARD CULLEN PARA VOCÊ, CARA SENHORA.

WOMEN'S HEALTH

DICAS DE SEDUÇÃO, POR BELLA SWAN.

"JESUS!" Bufei largando o jornal longe e ignorando todas as manchetes que pareciam saltar em meus olhos. Voltei-me a passos pesados em direção a sala de espera do aeroporto, e sentei emburrada cruzando os braços de encontro ao peito.

"Um centavo por seus pensamentos." Senti o hálito quente de Edward em minha orelha e arrepiei involuntariamente. A mão dele passou pelo meu ombro mostrando o copo de café que ele fora buscar, e eu sorri agradecida.

"Nem precisa pagar tanto para descobrir." Disse com os ombros caídos, enquanto sugava o líquido quente esperando que ele levasse todos aqueles pensamentos e manchetes idiotas de minha mente como um aspirador de pó.

Ele então se sentou ao meu lado com seu copo de cappuccino extra forte e uma enorme rosquinha. Arqueei uma sobrancelha e arranquei um sorriso dos meus lábios.

Edward e seu sempre vício por tudo quanto é doce.

Era tão fácil conviver com ele. Não! Era tão BOM conviver com ele... Sem medo de nada, ou quase nada... E finalmente depois de tanto tempo, estávamos ali, curtindo um ao outro, rumo ao México, onde ninguém nos conheceria. Eu esperava.

"Seu sorriso é lindo sabia?" Ele brincou dando uma grande mordida na rosquinha. Ou roscão, enfim...

Eu comentaria algo de 'talvez os novos comerciais de escovas dentais me contratem', já que havia dicas de dieta feita por mim, ou pela minha alma, ou meu clone, sei lá...

"Apreciei sem moderação." Sorri e arranquei um selinho de seus lábios.

Ele sorriu torto e logo deixando a rosquinha enrolada no guardanapo e desviando os copos de café arrancou um beijo doce de mim que me arrepiou inteira novamente.

"Tem certeza que ninguém sabe que é a gente?" Murmurei com a boca ainda grudada a dele.

"Não..." Ele murmurou mordendo meu lábio inferior. "Nem nos documentos. Amber cuidou de tudo."

Assenti com os olhos fechados, e passei meus braços por volta de seu pescoço continuando as carícias que seus lábios me proporcionavam.

Até que...

"NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!"

"Aqui quem fala, é Steve Jones do programa Eu, contigo! E uma fonte secreta informou que o novo casal mais polêmico dos Estados Unidos está em algum aeroporto da cidade."

Ainda com os lábios encostados aos de Edward eu paralisei ao ouvir e ver na TV que se estendia no teto o cara careca e barbudo informando nossa suposta estadia e ainda uma foto minha e de Edward separadamente atrás dele como plano de fundo.

"Diz-me... Que é... Mentira..." Murmurei.

Edward então bufou e foi se distanciando de mim lentamente com a cara frustrada.

"Ah! Desculpem-me!" Uma mulher tropeçou em nós, já que estava ocupada demais lendo alguma notícia de jornal.

Então ela olhou para nós, olhou para a notícia... Para nós, para a notícia...

E antes que por baixo de nossos disfarces ela percebesse a presença do 'casal mais polêmico dos Estados Unidos' puxei Edward para longe.

"Tem certeza que os disfarces estão bons?" Falei preocupada ajustando minha peruca curtinha ruiva e os óculos de aro fosco.

"Está ótima." Confirmou um Edward com roupas de adolescente, peruca crespa com rastafári, e uma pinta de líder do movimento hippie dos anos 60. "Mas não vejo à hora de sairmos daqui."

"Eu também." Gemi enquanto o abraçava. Ele se apertou em mim e murmurou um "Desculpe" no pé do meu ouvido.

Encarei-o na hora. "Desculpar pelo quê?"

"Por tudo isso..."

"Edward, deixa de ser idiota." Afugentei. "Já agüentamos tantas coisas piores..."

"Ei, ei! Vocês não viram o padre por aí, não né? A mídia está louca por eles!" Uma mulher baixinha nos interceptou.

"É... Não..." Edward falou coçando a cabeça.

"Sabe," Comecei. "Eu tenho uma amiga, que soube pela amiga da amiga dela que viram eles perto do aeroporto do Alaska. Quem sabe eles não estão por lá?"

"JURA?" Ela deu um berrinho e começou a pular que nem pipoca no cinema em estréia de Lua Nova. "Vou pegar o avião agora mesmo!"

E saiu correndo em direção ao Check-in.

Rolei meus olhos. Edward riu. "Coitada da menina."

"Coitada?" arqueei uma sobrancelha com um sorriso debochado.

Ele continuou rindo e o vôo foi anunciado. Apesar de alguns sustos de pessoas que olhavam DEMAIS para nós, e outras que ainda vinham comentar sobre o novo babado, conseguimos entrar no avião sem muitos problemas.

Os documentos foram 'burlados' pela assessora de Edward, que não fizera maiores perguntas, sendo que nem precisava já que a mídia se incumbiu disso.

Com um suspiro de alívio e encostando a cabeça preguiçosamente no assento da poltrona segurei a mão de Edward e sorri para meu amor.

"Juntos... Finalmente." Dissemos juntos e rimos, enquanto ele levava uma de minhas mãos para sua boca e depositava ali um singelo beijo.

Antes do vôo o celular de Edward tocou diversas vezes. Os pais dele, os meus pais, Alice, nossos amigos e números que ele nem reconhecia.

"Edward, acho que você deve fazer que nem eu." Sorri maliciosa.

Já que assim que saíra do casamento e passara pelo Central Park joguei meu celular no laguinho da Alice no País das Maravilhas e dei um tchauzinho animado para ele e todas as ligações perdidas.

Ele fez um bico.

"Edward, ex-padres materialistas...?" Provoquei.

Sua cabeça então se aproximou da minha e ele sussurrou em meu ouvido.

"Não me provoque, Isabella."

Acho que ele nunca havia me chamado de Isabella, e bem, ao contrário de muitos, eu gostei.

O som pela boca dele saia perfeito. E eu sorri involuntariamente enquanto eu repetia o gesto nele.

"Vem fazer parar." Mordi o lóbulo de sua orelha, e senti os pelos de seu pescoço se arrepiar.

Então ele abriu a janelinha do avião e com um suspiro fingido tacou o celular longe.

"Agora, Isabella. Realmente é só você, eu, e Deus."

Oh yeah. Com certeza aquelas seriam as 'férias' mais proveitosas e felizes de toda minha vida.


Pe. OPS... Edward


Eu me sentia em um prazer e felicidade descomunais!

Bella dormiu algum tempo durante o vôo e eu a observei durante esse tempo, acariciando ora suas mãos ora seus cabelos sedosos.

Soltei vários suspiros de contentamento ao ver que era realmente realidade o que estávamos vivendo, e que dali algumas horas estaríamos longe de todos os problemas, em outro país, e poderíamos tirar as nossas tão merecidas férias.

Foram dois anos dolorosos e corrompidos, contudo nossas vidas se encaminhavam para um rumo certo, ou se era pedir demais, um rumo 'suportável'.

Mas a cada segundo ao lado de Bella eu percebia que qualquer coisa era suportável desde que eu estivesse com ela.

Primeiramente a dica de viagem era até a ÍNDIA, onde seria a lua de mel de Jacob e Bella. Eles fariam alguma coisa de visitar não sei o quê de marajás... E nem de perto eu gostaria de ir até lá, um lugar em que ela passaria com a mente veterinária.

Além de ser muito desaforo fazer isso.

"Deseja um jornal senhor?" A aeromoça apareceu. Estendi a mão para pegar, porém logo vi uma grande manchete com meu nome e minha foto cantando em um show na primeira página. "É... Melhor não." Sorri amarelo.

Amber não me contara, talvez não querendo estragar meu 'descanso', porém não era algo que se podia esconder. Parecia que todos os meus shows haviam sido cancelados. Ninguém mais queria ir assistir ao 'padre que deixou de ser padre'.

Isso me deixara triste, afinal ser cantor era uma das coisas que mais gostava... Contudo, a minha carreira de música estava diretamente ligada ao sacerdócio.

Nesse momento então, Bella mexeu a boca no sono, e moveu a cabeça para o lado trombando com minha mão, o que a fez tomar um susto e arregalar os olhos assombrada.

"Ah quem? Onde? Por quê?"

"Ei..." Mordi as bochechas para controlar as risadas. "Terra chama Bella."

"Edward?" Ela piscou. "Poxa, estamos mesmo viajando? Só eu e você?"

"Sim..." Sorri meu sorriso torto, enquanto avistava a aeromoça voltando com o carrinho de compras.

"Oh..." Bella logo se endireitou na poltrona, olhando ansiosamente para alguns doces diets que ofereciam. UGH! "Isso realmente não me lembra o carrinho do Expresso de Hogwarts." Reclamou fazendo um biquinho que deu vontade de morder.

A aeromoça olhou confusa para Bella, e eu somente sorri dizendo que não queríamos nada.

Então Bella se virou para mim com os olhos inflados em esperança.

"Edward..." Começou manhosamente.

"Sim?"

"Será assim... Que você não teria... Um docinho por aí?"

"E eu sou o quê? Distribuidor de doces agora?" Ri.

"Chato." Ela bateu no meu ombro.

"Mas sério Bella." Fiz uma cara de falsa preocupação. "Tem certeza que não pegou meu vício não né?"

"Pára." Ela riu. "Bem, se você não tem..."

"Claro que eu tenho." Revirei meus olhos. "Sou praticamente um hiperglicêmico."

"Somente a parte da meia e meia hora né?" Ela riu, pegando uma barra que eu estendia em sua direção.

Encolhi meus ombros enquanto sorria. "Pode ser."

Durante um longo tempo ficamos batendo papo, conversando sobre futilidades, coisas de nossas vidas, relembrando algumas coisas, e se adentrando cada vez nos sentimentos dos outros.

Rimos nos beijamos e descansamos durante a viagem, e até mesmo fizemos amizade com um garotinho da poltrona da frente que a cada cinco minutos se debruçava sobre as costas de seu assento e observava a gente com os chocolates.

"Então vamos ver..." Bella quase quicava na cadeira enquanto desdobrava um folheto turístico. "Cancún, também chamada de Cancum, é uma cidade balneária que fica na costa do estado de Quintana Roo no México, em uma península que se tornou um dos centros turísticos mais importantes do mundo, tendo conseguido preservar suas belezas naturais e sua cultura ancestral, representada principalmente em cidades maias, como Tulum... E Blablabla. Isso não quero saber..."

Ela varreu os olhos pelo folheto até achar algo de alguma importância para ela.

"Em Cancún existem cerca de 22 quilômetros de praias de areia fina, divididos entre a lagoa e o mar. As espetaculares ruínas, as praias fascinantes, a vegetação exuberante, os parques cheios de shows e entretenimento como X-Caret e Xel-ha , o clima excepcional, a surpreendente fauna marinha, a estrutura hoteleira e as divertidas noites fazem de Cancún um dos destinos turísticos mais visitados do mundo."

Um sorriso enorme se estampou em sua boca.

"UAAAAL... ESTAMOS INDO PARA CANCUN, BABY!"

Algumas pessoas olharam torto para Bella, mas ela estava ocupada demais apontando cada imagem da maravilhosa cidade.

Praia... Sol... Era tudo o que eu definitivamente precisava.

O inverno se aproximava dos EUA, contudo estávamos indo para o Verão.

"Edward, não deu nem tempo de comprar biquini! Na verdade nem pegamos roupas direito!" Fez bico.

"Compramos tudo lá." Garanti, olhando pela janela e observando o avião diminuir a altitude.

"Sabe que eu nunca saí dos Estados Unidos?"

Sorri e beijei sua bochecha. "Primeira vez comigo, senhorita?"

"Primeira, segunda, terceira, e última se você também quiser."

"Eu topo." Sorri torto.

Saímos do avião e do aeroporto e Bella dava pulinhos de felicidade ao ver as paisagens que se desenrolavam pela janela do taxi que tomamos.

O nosso hotel ficava na beira da praia, e agradeci a Amber por ser tão eficiente e conseguir passagem dentro de poucas horas, acomodação e todo o guia turístico para nós.

No quarto de hotel tiramos os disfarces e vestimos as nossas roupas normais na esperança que ninguém nos conhecesse, ou pelos menos que estivessem ocupadas demais curtindo suas vidas e férias a se importar com escândalos internacionais.

Passamos a tarde inteira na praia, curtindo sol, e Bella comprou um biquíni simples preto enquanto eu me virava com uma bermuda esporte.

"BELLA! Você vai sofrer insolação!" Gritei quando a vi correndo atrás do vendedor de água de coco e sua pele já um tanto vermelha.

Dois brancos americanos em uma praia com um sol de rachar no México... Bem, tínhamos que tomar cuidado.

Ela somente gargalhou enquanto ignorava minhas preocupações e me estendeu a água de coco, se sentando ao meu lado ajustando os óculos de sol.

"Vamos, coloque o boné." Alertei pegando algo em sua bolsa que compramos antes de ir á praia. Compramos de tudo um pouco, e até o Protetor Solar número 50, porém este não parecia fazer resultado.

"Edward, deixa de ser sempre TÃO... Super protetor." Ela mostrou a língua para mim.

Revirei os olhos enquanto tomava da água de coco.

Parecíamos duas crianças na praia. Formamos dois times (de um) no vôlei que logo se tornou dois trios.

Nadamos, conversamos, e namoramos...

O momento não poderia estar mais perfeito.

"Ual, vocês são muito legais." Um casal australiano comentou enquanto todos nos sentávamos em uma mesa perto da areia.

"E vocês também, amigos australianos." Minha amada disse desfrutando de algum fruto do mar que ela tinha dificuldade para lidar.

"Ela é tão engraçada." A mulher comentou se abraçando ao marido. "Ei... Eu e John estávamos vendo as notícias pelos canais internacionais e ficamos sabendo que no país de vocês um padre largou a batina pela mulher né?"

Eu e Bella enrijecemos no mesmo instante. Seria cômico o jeito que Bella ficou rígida com o siri a meio caminho de sua boca, senão fosse trágico.

"Ei, vocês não sabiam?" O homem comentou rindo em tom de fofoca. "Ok, isso acontece o tempo todo... Mas ele interrompeu o casamento da mulher e se declarou. Não parece coisa de novela?"

"É..." Engoli em seco. "Novela, claro."

Então vi o rosto de Bella assumir um tom de vermelho de repente e eu sabia que viria bomba. Ela jogou o siri longe quase quicando ele na mesa, e encarou furiosa o casal.

"E quem vocês são para ficar falando hein? Se o padre teve a coragem de fazer aquilo em meio a um casamento público é porque ele realmente ama a mulher! Então, quem vai falar mal agora?"

Algumas pessoas das mesas ao redor olharam para ela espantadas, enquanto eu tentava abaixá-la e impedir que ela chamasse mais atenção.

"Nossa... Calma..." A mulher australiana ponderou com os olhos arregalados.

"Até parece que você é a mulher e você o padre." O homem disse rindo tentando amenizar o clima, porém isso só serviu para gelar-nos cada vez mais.

Ri amarelo. "Pois é né... Bem, eu e minha... Mulher temos que ir."

"Mais já?"

"Pois é... Está tarde."

"Nem anoiteceu ainda."

"Mas chegamos hoje, e... Bem, estamos um pouco cansados."

"Ah claro... Entendemos..." Sorriram enquanto nos despedíamos com beijos na bochecha e apertos de mão. "A gente se esbarra por aí."

"Com certeza." Acenei enquanto rebocava Bella para longe.

Ela bufava de raiva o caminho inteiro. "Bando de escrotos... Até aqui eles vem espalhar fofoca? Acho que a gente deveria ter ido para o Cazaquistão!"

"CAZAQUISTÃO? ALGUÉM DIZER AI CAZAQUISTÃO?"

Bella e eu paralisamos ao nos virarmos lentamente e dar de cara com BORAT com uma espécie de maiô listrado azul e amarelo. Uma bóia de patinhos rosa. Óculos de natação. Um respiratório de elefantinho na boca. E a cara branca cheia de protetor.

"AMIGOS AMERICANOS!" Disse com extrema emoção enquanto corria em nossa direção em câmera lenta e estendia os braços pedindo por um abraço.

"AAAAAAAH!" Eu e Bella berramos e saímos correndo.

"É alucinação... Alucinação... Só pode..." Bella arfou quando paramos de correr e tentava recobrar o fôlego. "Como ele pode chegar aqui tão rápido? E por que Cancun?"

"Não... Isso já é perseguição!" Assenti enquanto passava meu braço por sua cintura em sinal de proteção.

Então nenhum sinal de BORAT pelas redondezas, e respiramos aliviados, afinal, só comprovava o fato que estávamos imaginando coisas e ainda não nos 'livramos' totalmente das preocupações.

Partimos de encontro ao hotel de frente a praia e Bella desmaiou na cama com biquíni e tudo enquanto eu ia até o banheiro tomar um banho.

"Edward...?" Distingui a voz de Bella na porta do banheiro. Enfiei minha cabeça para fora do boxe e lá estava ela mordendo os lábios encostando-se à porta do banheiro.

"Oi amor?"

"Sabe..." Ela fez movimentos circulares com os pés no chão. "Eu estava pensando... Se..."

"Se...?" Pressionei.

"Bem..." limpou a garganta. "Estou tendo certas dificuldades anatômicas para tirar meu biquíni. E eu realmente não queria andar com ele molhado por aí... Sabe não quero reforçar nenhuma gripe e nem pegar de novo... Então, eu estava pensando..." Ela olhou para mim provocadamente. "Poderia fazer essa gentileza por mim Edward?"

Eu sorri torto enquanto abria totalmente a porta do boxe e a chamava com um dedo.

"Eu acho que posso fazer isso por você..." Ela andou calmamente em minha direção e eu a virei de costas para mim enquanto abria gentilmente o fecho da parte superior do biquíni. Assisti ele cair lentamente no chão enquanto puxava a cabeça de Bella para se encaixar em meu pescoço. "Isabella."

Ela gemeu e um sorriso malicioso se formou em sua boca enquanto suas mãos partiam para meus cabelos molhados apertando-os com força.

Sorrindo, fui rebocando-a calmamente pela cintura até dentro do boxe, enquanto ela ria da minha tentativa de puxá-la pela parte de baixo do biquíni.

Afastei seus cabelos de seu pescoço e depositei um beijo ali, enquanto respirava em seu ouvido e minhas mãos reconheciam cada curva de seu belo corpo.

"Eu te amo, Isabella Swan."

Ela gemeu enquanto suas mãos caminhavam junto com as minhas pelo seu corpo, como se me guiassem e me mostrassem onde eu deveria tocá-la.

"Eu te amo mil vezes mais, Edward Cullen."

"Impossível" Pensei, contudo minha boca já estava ocupada demais se deliciando com a pele de seu pescoço para poder dizer aquelas puras e reais verdades á ela.

"Parece que você sempre fez isso..." Ela gemeu jogando a cabeça para trás e pressionando minha cabeça com suas mãos.

Eu ri contra a carne de seu pescoço enquanto meus lábios vagarosamente caminhavam pela sua clavícula e seus ombros.

"Anos e anos de prática, você sabe..." Provoquei mordendo a ponta de seu ombro o que a fez gemer baixinho seguido de uma risada debochada.

"Edward, Edward... Não me faça fazer alguma espécie de dossiê..."

"Existem outras formas de se fazer um dossiê..." Provoquei então com minhas mãos entrando no vão de seus seios.

"Oh, isso é maldade..."

"O quê?" Provoquei colocando as duas mãos nas costas delas enquanto a rebocava até a parede de azulejos.

"Isso." Ela sorriu maldosamente. "Sabe Edward... Estava pensando..."

Ri enquanto mordia sua bochecha e minhas duas mãos seguravam seu quadril.

"Você tem pensado muito ultimamente sabe..."

"Aham." Um dedo dela foi descendo desde começo do meu pescoço até o umbigo e subiu novamente se enrolando em alguns pelos ali presentes. "Nas poucas vezes que fizemos amor... Para ser mais precisa... Duas noites... Nós sempre fizemos do jeito tradicional..."

"Teria um jeito não tradicional de se fazer amor?" Provoquei puxando todo seu cabelo para cima o que a fez soltar um gemido de dor e prazer.

"Aham." Ela então arqueou o quadril se aproximando mais de minha palpável ereção. "Mas acho que talvez... Estava pensando agora... Podemos deixar para depois..."

Ela colocou as duas mãos ao redor do meu pescoço me aproximando cada vez mais para ela.

Ela então passou a língua pelo meu lábio inferior, sugando-o logo depois, o que foi repetido prontamente por mim assim que nos beijávamos calmamente.

Sua mão foi em direção a minha ereção, e seu quadril se arqueou em minha direção, contudo eu a impedi com uma mordida de lábios.

"Se isso foi uma repreensão, eu quero mais vezes." Ela fez um biquinho lindo.

"Não..." Sorri torto. "Sabe, como você mesmo disse... Eu estava pensando... Que... Bem, eu realmente estou curioso pelas maneiras não tradicionais que você tem para mostrar a essa alma ingênua e ex-sacerdotal..."

Ela riu de encontro ao meu pescoço mordendo a carne dali, enquanto minhas mãos apertavam a gordura sexy de sua barriga.

"Sabe Edward às vezes eu acho que de ex-padre você não tem nada... Exatamente nada..."

"Eu fui corrompido, você sabe né? Todo aquele negócio de maça... Eva..." Brinquei pegando-a pela bunda e caminhando com ela em direção ao quarto com a enorme cama de dossel que se espalmava no centro deste.

"Sabe que isso me lembra dois dias atrás?" Ela sorriu enquanto ao invés de deixá-la na cama, a deixei de pé de frente á ela, enquanto eu caia na cama deitado e colocava as duas mãos por trás da cabeça, olhando Bella de esguelha.

"Pronto Isabella Swan... Estou aqui a seu dispor... Pode fazer a demonstração que quiser. Sou todo ouvidos... Ou toda visão... Ou todo tato, tanto faz."

Sorri presunçosamente enquanto via um sorriso malicioso se formar na boca de minha amada enquanto caminhava em câmera lenta em minha direção. No processo apagou as luzes do quarto só deixando uma pequena faísca da do abajur acesa, iluminando a primeira noite 'livre' das tantas outras que teríamos ao longo de nossas vidas.

Antes de sequer abrir os olhos, sentia a respiração pesada de Bella batendo contra meu peito e uma de suas mãos circundando minha costela.

Um sorriso involuntário se formou em minha boca e abri lentamente os olhos dando de cara com uma massa de cabelos castanhos que ainda estavam se secando.

Uma de minhas mãos segurava a sua em minha costela e a outra circundava sua cintura. Uma perna de Bella se encontrava acima da minha, e meu sorriso se alargou ao notar a minha mulher ali comigo.

Ainda estávamos cobertos de suor e a respiração de Bella ainda estava um pouco fora do ritmo.

Analisei seu rosto angelical por um bom tempo e suspirei realizado. Eu poderia ficar para sempre naquela posição, admirando-a e repetindo mentalmente que ela era 'minha'.

Só de pensar que horas antes ela estava quase se casando com outro homem, e que nossas vidas seriam separadas para sempre me dava um sentimento estranho em meu peito.

Eu nunca agradeci tanto por tomar alguma atitude em minha vida.

Estendi a mão até o criado-mudo de espaldar preto e tateei em busca do telefone. Tentei me separar um pouco de Bella para impedi-la de acordar, e depois de alguns gemidos e palavras desconexas o consegui, com Bella agarrando o travesseiro com os dois braços.

Peguei o telefone e liguei para o serviço de quarto do hotel, pedindo um bom jantar com direito a mais sobremesa do que comida salgada em si.

Andei calmamente até a grande janela que se projetava no centro do quarto e que dava para uma das praias mais bonitas de Cancun.

Era de noite e a cidade estava iluminada brilhantemente. Parecia uma versão da noite de Las Vegas só que versão praieira.

A brisa do mar que sacudia meus cabelos naquele momento era relaxante. Fechei os olhos e apoiei as mãos no espaldar da janela sentindo a calma e a sutileza do local.

Então eu não era mais padre. Dez anos de vida... Sete anos de seminário, três anos de padre. Todo esse tempo para encontrar Bella e descobrir que minha vocação não era o sacerdócio.

Apesar da sensação de nostalgia eu sabia que o meu lado era ao lado de Bella. Simplesmente. Irrevogavelmente.

Entretanto nem a paisagem linda de Cancun poderia me livrar de um pensamento que me afligira enquanto pegava no sono aquela noite.

Eu era padre. Ops... Hábito. Eu era um padre. Era um católico fervoroso e tinha minhas crenças.

Por exemplo, era contra o aborto... Contra a camisinha – por mais que eu tivesse usado- era contra o divórcio em algumas circunstâncias.

E a coisa que me afligia não era um 'contra', porém era bem... Vamos dizer... Certo, não conseguia achar as palavras corretas.

A questão era que se eu não fosse padre eu gostaria de me casar na igreja. De ter meu amor abençoado por Deus. De entrar na igreja e esperar a mulher da minha vida vir em minha direção.

No casamento – quase casamento – de Bella e Jacob essa questão também me preocupou. Bella poderia se casar no religioso com Jacob, enquanto eu... Eu não poderia por minhas condições, ou pelo menos sabia que era muito difícil o conseguir.

Embora não fosse mais tecnicamente padre o sacramento da Ordem não poderia ser 'retirado', como um motor de um carro ou mesmo a peça de um guarda-roupa.

Sacramentos eram para sempre, e da Ordem não permitia o Matrimônio.

Eu queria me casar com Bella. Queria constituir família com ela, mas da maneira correta.

Talvez ela não ligasse muito – talvez ligasse, porém não confessasse – mas eu ligava. Era um desejo que eu tinha, contudo sabia que era impossível.

Suspirei pesadamente.

Tudo tem suas conseqüências, Edward. Tudo. Nem tudo pode ser perfeito.

Então senti dois braços me envolvendo e um sorriso se formou em minha boca enquanto Bella se estendia ao meu lado na janela e observava a paisagem.

"Posso saber o que está pensando, amor?" Perguntou docemente enquanto espiava algum lugar embaixo do prédio. Ela estava envolta a um lençol branco e eu realmente deveria estar imerso em pensamentos para não notar sua aproximação.

"Em nós." Sorri torto trazendo-a de encontro ao meu peito. Ela encostou a cabeça na dobra do meu ombro e sua mão fez movimentos circulares no meu braço.

"Tudo o que estou pensando ultimamente é em nós..." Ela sorriu. "Finalmente isso. Antes havia tudo um mais de pessoas."

Sorri para ela enquanto dava um singelo beijo em sua testa. Ela sorriu marotamente.

"Mas sabe o que realmente está me preocupando?"

"O quê?" Franzi a testa. Será que ela falaria da situação do casamento? De nosso futuro?

"Ah... É algo realmente trágico..." Ela disse sorrindo.

"Bella desembucha." Pressionei.

"Sky!" Então começou a rir. "Você tem consciência que a deixamos em algum lugar em NYC e nem deixamos ela com ninguém? Ela pode estar na rua mendigando agora, ou com uma foto nossa no meio da praça!"

Eu tive que rir com essa. "Bella, só você."

"Mas é..."

"Alice deve estar cuidando dela." Sorri puxando-a de volta para o quarto.

"Edward..." Ela começou com o olhar descendo pelo meu corpo ainda nu, porém foi interrompida pelo barulho da campainha.

"Jantar." Sorri pegando um roupão do hotel e vestindo-o. Joguei outro exemplar para Bella que bufando o vestiu.

Quando vi que estava apresentável abri a porta do quarto e o garçom entrou profissionalmente trazendo aquelas mesinhas com jantar.

"Pronto, señor."

"Gracias." Dei gorjeta para ele e assim que fechou a porta empurrei a mesinha para perto da janela.

"Sabe que só agora percebi como estava faminta..." Bella quase quicou na direção da mesa.

"Voilá!" Disse pomposamente enquanto estendia uma cadeira para ela. "Para a senhorita o melhor. Vista para o mar."

"E vista para Edward Cullen, obrigada." Sorriu.

Jantamos e morri de rir com a falta de jeito de minha amada com os frutos do mar. A parte mais engraçada foi na sobremesa onde ela corada de raiva praticamente tacou um doce na minha cara me lambuzando todo.

Como vingança fiz o mesmo com ela, e logo estávamos nos atracando no chão limpando um ao outro de uma maneira extremamente prazerosa.

E assim ficamos em Cancun por uma semana inteira.

Não estávamos nos importando com o mundo exterior, pois para nós aquela bela praia no México não era parte do 'nosso mundo', e ali estávamos seguros e livres de pessoas e seus julgamentos.

Ali podíamos ser felizes, nós mesmos, e curtir cada momento sem ter medo de que em cada esquina alguém viesse nos assaltar pegando-nos em uma situação embaraçosa e nos ameaçasse.

Ali poderíamos viver verdadeiramente nosso amor, e isso nos fazia feliz.

Em uma noite fomos a um luau.

Vários outros casais de diferentes nacionalidades iam lá dançar lentamente ao som das baladas regionais, naquele cenário na areia, com pequenas barracas montadas ao ar livre com velas e flores espalhadas por todos os lados.

Eu estava dançando com Bella coladinho com o sereno acima de nós.

"Eu te amo, Bella." Disse a girando lentamente. Ela sorriu na volta e me deu um beijo estalado na bochecha.

"Yo te quiero."

"O quê?" Perguntei sorrindo torto.

"Estava conversando com alguns amigos mexicanos..." Sorriu marotamente. "E aprendi algumas coisas."

"YO TAMBÉM QUERER VOCÊS!"

Ah não... Não... Não... De novo alucinações?

Contudo Bella parecia ter ouvido junto comigo o que explicava que nós dois eram dois alucinados.

"BORAT!" Exclamamos juntos quando este parecendo que estava no Havaí e não em Cancun, nos abraçou esmagando-nos um contra os outros.

"Amigos americanos. Por que fugir de mim? Ser amigo! Ser da paz!"

Eu quase chorei por notar que não era uma alucinação.

"BORAT! Você está nos esmagando..." Bella diz sem fôlego. Ele então se desculpando nos soltou e estalou os dedos, e logo ao seu lado apareceu uma mulher... Que levando em conta os trajes extremamente impróprios para uma praia era uma... JUDIA?

"Borat, o que você está fazendo com uma judia?" Perguntei surpreso enquanto apertava Bella contra mim.

"Ah amigos meus..." Ele sorriu malicioso enquanto passava o braço pelos ombros da mulher. "Ela não ser tentação? Conhecer ela no aeroporto! Estava eu ir para Cazaquistão visitar minha irmã que ter que comer este mês. E ela aparecer..." Ele fazia gestos cheios de drama enquanto explicava. "Ser como raio de sol! Cegar-me total e mente! Nunca sentir nada parecido!"

"E por que Cancun?" Bella quase esperneou.

"Ah... Saber né? Ter um cara parecido com aquele cara... Quem ser amor?"

"Bob Marley."

"É, ser Bob Marley! Eu gostar e seguir. Falar nisso, vir ele?"

Eu e Bella gelamos e sorrimos totalmente amarelo para o casal.

Borat não comentou nada sobre o casamento, parecia que estava cegado de mais pela tal judia.

O que foi de grande ajuda já que nós não queríamos que até em Cancun soubéssemos quem éramos.

Até que foi uma noite agradável na companhia do casal.

E por mais que quiséssemos atrasar ou negar estava se aproximando do momento em que Bella e eu teríamos que voltar para NYC e encarar todos novamente.


Bella

Minha vontade era de fazer um bico enorme, bater o pé no chão e só sair de Cancun arrastada pelo chão.

Eu não queria sair daquele paraíso com Edward e voltar para o inferno que se tornaria NYC. Com toda aquela mídia, todos aqueles julgamentos e aquele bando de loucos que nem conheciam o Corinthians! Imagina se conhecessem!

Então para meu extremo azar enquanto eu me balançava na rede de uma casa de pescador perto da praia voou um jornal em minha direção.

O negócio estava todo em espanhol, contudo consegui identificar uma nota nas páginas interiores que falavam de mim e Edward. Trazia uma foto de Edward em um show que por sinal estava lindo de morrer, e AH, eu quase morri!

O que minha foto do RG estava fazendo naquele jornal?

Poxa... Vai publicar notícia, publica, mas também não precisava colocar a foto que eu parecia estrábica e feia como um dragão.

Será que eu teria que mandar uma carta anônima para os jornais com uma foto minha estilo 'Gisele Bündchen?"

Já estava ficando estressada com isso...

"BUH!"

"AH!" Assustei e quase desferi um tapa na cabeça de um Edward bobo que ria escandalosamente se sentando no chão ao lado de onde estava a rede.

"Amor... Não precisa ficar assim..."

"Precisa sim." Fiz um bico horrendo. "Você já viu o jornal?"

Ele arqueou uma sobrancelha. "Pensei que estávamos tentando fugir..."

"É o destino." Suspirei pesadamente de modo dramático. "O que eu poderia fazer se o jornal voa para minhas mãos?"

"Fala sobre nós?"

"Fala." Suspirei novamente. "Mas o pior não é isso..." Desviei o olhar dele e observei os coqueiros se moverem com o vento.

"O que é?" Edward pareceu preocupado.

"Nada."

"Bella, olhe para cá..."

"Não..."

"Bella..." Então senti o hálito dele em minha nuca. "Conte-me."

"Ok." Suspirei vencida, me virando para ele. "Mas fique avisado que se você rir pode se considerar um homem morto!"

"Jesus... Nem vi nada ainda."

"Tá avisado hein?" Então apontei para ele a imagem grotesca do jornal.

Ele olhou... Olhou e vi mordendo as bochechas.

HÁ, ele iria rir.

"Edward..." Ameacei.

"Amor, quantos anos você tinha?"

"É... Acho que quinze."

Ele então riu. "Você é linda de aparelho nos dentes."

"Pára." Bati no ombro dele, mas não agüentei e acabei rindo também. "Só por que você é um deus grego não precisa humilhar..."

Ele riu. "Mas aqui parece mais um caso de pedofilia do que outra coisa..." Comentou rindo. "Olha só... A diferença?"

Eu tive que rir dele. Então ele resolveu testar a força da rede e se deitou comigo nela enquanto nos balançava levemente com a brisa a açoitar nossos cabelos.

Ele acariciava meu cabelo levemente e eu me permiti fechar os olhos sentindo aquele carinho intenso.

"Amor..." Começou calmamente.

"Hmmm...?" Perguntei sonolenta.

"Daqui algumas horas temos que voltar." Falou com a voz triste.

"Eu sei..."

"E essa foi à melhor semana de minha vida."

"A minha também..." Eu estava sonolenta ainda e bocejei no final da frase.

Ele melhorou a posição de minha cabeça em seu peito, e sussurrou:

"Só me promete uma coisa? Uma única coisa?"

"Tudo..."

Ele suspirou. "Tente não ligar para o que as pessoas dizem. Não importa o que elas falam... O que elas pensam... Promete acreditar sempre em meu amor por você?"

Suspirei cansada sentindo minha mente sendo enervada pelo sono.

"Prometo..."

Edward nos balançou calmamente na rede, e com o calor de seu corpo, o carinho em meus cabelos e o leve soar do vento em meu rosto eu logo adormeci nos braços de meu único e verdadeiro amor.

"Está pronta?" Ele sussurrou no meu ouvido. Eu assenti com um calafrio se apossando em meu corpo.

Ah... Mas qual é! Eu era Bella Swan. Eu era poderosa! Tinha um deus grego me amando! A única coisa contra mim era a porcaria da foto do RG, mais nada.

Ok... Quem eu estava tentando enganar?

Mas Bella! Vamos ser forte! Forte!

Ajustei o Ipod no ouvido e procurei desesperadamente a música perfeita.

Ahá! Achei!

"Eu tenho a força... Sou invisível... Vamos amigos nos unir para combater as forças do mal!" Comecei a cantarolar enquanto sentia o momento se aproximando.

Mas nem a música auto-ajuda do He-Man conseguiu me tranqüilizar.

Edward apertou sua mão mais firme na minha e eu retribui o gesto dando um meio sorriso para ele.

"Estou com você..." Sussurrou antes da porta de desembarque se abrir.

Nem um passo demos e milhares de flashes já cegavam nossos olhos, uma multidão de repórteres com microfones, câmeras e gravadores se acumulavam ao nosso redor.

"Edward! Edward! O que vocês foram fazer no México?"

"Bella! Quais são seus planos para o futuro?"

"O que vocês têm a declarar?"

"Jacob é passado?"

Suspirei pesadamente enquanto com o canto da boca murmurava um belo de um "MER-DA."


* * *


Agora eu estava me sentindo uma estrela de cinema.

Ou uma imagem grotesca de "PopStar da fé", mesmo sendo que Edward não mais era um padre.

Em outras épocas seria legal curtir meus quinze minutos de fama, contudo não quando isso implicava o espaçamento entre eu e meu recente reencontro e reassentado amor bipolar com o ex-padre Edward Cullen.

A partir do momento em que eu poderia jurar que estava há metros do sol e estava sendo cegada por seus milhares de 'foguinhos', me perguntei por que diabos eu e Edward não viemos disfarçados como nós tínhamos ido.

Seria bem mais prático! Isso se não chamasse mais atenção para um extinto Bob Marley branco que nem leite. Já que BORAT pareceu desconsiderar esse fato muito importante e acabou nos seguindo para Cancun com sua jovem amada inimiga de nacionalidade.

Apertei-me á Edward com força, e ergui meu queixo tentando mostrar á todos que eu estava pouco me lixando para aqueles microfones que pareciam... Enguias... E... Tubarões... E... Fantasmas do passado... E... Tá bom! Eu não estava TÃO por cima assim.

"Não temos nada a declarar." Um Edward super experiente com publicidade disse passando o braço por minha cintura e me rebocando para a saída do aeroporto.

Contudo uma massa de pessoas e suas malas erguiam uma espécie de muro medieval impedindo nossa passagem, e aqueles montes de jornalistas os lindos crocodilos ferozes pacientemente esperando o momento para arrancar nosso couro.

"Ah gente... Qual é... Colega de profissão, né?" Tentei amenizar, mas não deu muito certo.

"Bella, Bella! Qual é sua relação com Jacob? Como ele lidou com isso? Você o traia na época do noivado?"

Eu já estava começando a ficar com vertigem com o bombardeio de perguntas que se seguira.

Então alguma alma boa chamou os seguranças do aeroporto principal de NYC, e os homens de preto formaram um círculo em volta do 'casal mais polêmico dos EUA' nos afastando assim dos tubarões sedentos por carnificina, ou notícia, tanto faz.

"Edward... Diz-me que você sabe tele transportar" Murmurei com o canto da boca, enquanto dava um aceninho e um sorriso amarelo para uma câmera que indicava ser do programa das oito.

Eu adorava aquele programa! Se eu aparecesse... Eu ficaria famosa... E...

Ok. Ok. Parei.

"Antes soubesse." Murmurou. Ele olhou preocupado para mim, e eu somente mordi meus lábios em resposta.

"Olha... Sabe, temos que ir embora." Cutuquei um homem de preto causalmente.

Ele somente me olhou por baixo daqueles óculos escuros e se voltou novamente.

ÓTIMO! Ignora! Eu sou uma celebridade instantânea entendeu? Mais respeito, por favor!

"Dá licença! Dá licença! O que está acontecendo aqui?" um homem vestindo um terno azul petróleo e polindo sua proveniente careca brilhante apareceu empurrando todos que ousassem entrar em seu lustroso caminho.

Passou por entre os seguranças se agachando por baixo de seus braços e pegando um lenço do bolso frontal enxugou a testa (e a careca) do suor que se instalara em sua pequena corrida para manutenção de seu aeroporto.

Então percebeu que estávamos ali, e nos encarou por longos segundos.

"Eu conheço você..." Disse para Edward.

ÓTIMO! Eu era A anônima agora.

Edward sorriu amarelo e me apertou mais contra si.

"Tá ok. Que seja... Como que ousam abalar a ordem, paciência, integridade, respeitabilidade, e já falei ordem de nosso estabelecimento? Enfim, como ousam?"

"Não foi nossa culpa sabe..." Retruquei.

"Não foi culpa de vocês? Mas claro que foi culpa de vocês! Espera, quem são vocês?"

Eu estava de boca aberta em incredulidade por estar naquela situação.

Eu merecia? Tá ok. Não responda.

"O seu dono... Nós não fizemos nada... Somos turistas, só isso..."

"O quê? Do que me chamou?"

"De... Senhor?"

"Olha aqui menina atrevida..." Apontou o dedo para mim, mas algumas vozes saíram de dentro de sua calça. OHMEUDEUS! Uma calça que fala!

Então ele retirou um negócio preto de lá que eu percebi com um intenso alívio que era um radiofone.

"Sim Barney? Ok... Ok... Vou levá-la." Desligou e suspirou. Limpou a careca novamente e se virou para mim com um olhar entediado.

"Você é Isabella Swan?"

"É..."

"RESPONDA MENINA!"

"Claro né! Acho que eu sou o quê? Marilyn Monroe?"

Ele respirou pesadamente que suas narinas até dilataram.

"Devo informar então que a senhorita está presa!"

"O QUÊ?" Eu e Edward gritamos juntos. Olhei para ele a fim dele me dizer que se tratava de uma pegadinha, contudo ele se encontrava tão incrédulo e até mais do que eu.

O que eu tinha feito? Corrompido um padre? Viajado por uma semana? Falsificado documentos? Fugido de um casamento?

O QUÊ? O QUÊ? DEUUUUUUUUUUUS! Eu estou no meio de um bando de loucos! Eu quero ir embora! Não agüento mais essa história! EU QUERO LIBERDAAAAADE!

"C-como a-ss—sim... Seu cara? Presa? Por quê? O que eu fiz? Juro que não fui eu!"

"Você não pode levar-nos presos!" Edward respondeu me colocando atrás dele e eu pus minhas duas mãos bem firmes em sua cintura, enquanto minha cabeça espreitava minimamente.

"Senhor... Eu não estou falando de levá-los os dois! Mas ela." Apontou para mim e eu logo escondi a cabeça atrás de Edward. Será que ele me veria agora?

Será que eu já estava a salvo?

"Como assim?" Edward argumentou chocado. "Quais são as acusações contra ela?"

"Isso vai ser discutido na delegacia!"

"Eu não vou para a delegacia!" Berrei saindo atrás de Edward e enfrentando a careca, ops, o homem. "Eu sou uma pessoa honesta! Eu pago meus impostos! O meu aluguel! Trabalho honestamente para essa joça! Sou roubada pelo governo como todo bom cidadão! Por que eu deveria ir presa?"

"Bella..." Edward me chamou parecendo preocupado, mas eu ignorei seu braço me puxando para ele.

"Olha aqui seu cara... Não me venha com mandatos de prisão, pois eu sou tão cidadã quanto você e quero meus direitos!"

Ele somente me encarava e limpava causalmente as salivas que respingavam de minha boca para a cara dele.

Então como se eu estivesse ao lado de um enorme sino ele gritou parecendo que um terremoto havia acontecido.

"A SENHORITA ESTÁ PRESA!"

Então ele me agarrou pelos pulsos, juntando-os e um dos homens de preto retirou uma algema do bolso e colocou em mim! Em mim! Vê se pode?

"Você não pode prendê-la!" Edward interferiu impedindo que os homens me levassem.

"Jovem, o problema não é com você. É com ela!"

"Se ela for presa! Eu também vou!" Respondeu com firmeza me segurando junto dele.

"Edward..." As lágrimas já caiam de meus olhos. "O que está acontecendo?"

"Não sei amor..." Ele se virou para mim acariciando levemente minha face corada pela frustração e raiva. "Mas não vou deixar fazerem nada com você. Nada entendeu?"

Assenti e olhei novamente para o senhor careca que nos encarava entediado.

"Que seja! Vão os dois para a delegacia agora!"

Ele saiu e fomos empurrados para segui-lo.

"Nós sabemos andar!" Edward berrou, e me segurando pela cintura me guiou atrás do homem. Minha vontade era de esconder a cara em algum lugar e esse algum lugar se mostrou o peito de Edward.

Ele acariciava meus cabelos e murmurava coisas no alto de minha cabeça. Enquanto isso os flashes continuavam a agir ao nosso redor.

Edward

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas conseguia entender que era uma tremenda injustiça!

Por que eu e Bella presos? Ok, por que um mandato contra Bella?

Na delegacia me impediram de entrar na cela com Bella. Cela! Como se Bella fosse uma criminosa!

Eu comecei a argumentar contra, afinal não deixaria Bella sozinha do jeito que se encontrava, sendo que a culpa era inteiramente minha!

Contudo eu soube que era melhor eu permanecer fora, fazer alguns contatos e impedir que aquela tremenda injustiça continuasse acontecendo.

Bufando de raiva e com a promessa de fazer tudo o possível á Bella, me dirigi até um orelhão.

Mas antes mesmo que eu terminasse de discar qualquer número uma mão forte segurou meu pulso me impedindo.

Então levei um susto ao ver o pai de Bella ali.

"É... Ch-Charlie?"

"Garoto, você está encrencado." Falou rispidamente. E ao seu lado, o que acarretou em um grande choque de minha parte, apareceu uma Sue com um olhar mortífero e um sorriso malicioso nos lábios.

"Olá padre. Lembra-se de mim?"

Bella

Depois de me esgoelar o tempo todo dentro daquela cela, quase manter surdos as pessoas das outras, e os policiais, finalmente me permiti sentar naqueles colchões imundos e com baratas fazendo piquenique festivos.

Poderia jurar que ouvi um "Parabéns Lucie" surgido debaixo dos colchões.

UGH! Eu era uma pessoa com graça, sabedoria... Uma jornalista super respeitada e...

"Inferno, me deixa em paz!" gritei para os caras da cela da frente que batiam canecas nas grades e ficavam me atiçando com aquelas línguas ferinas e dentes podres.

Aquilo me lembrou alguma coisa de "Piratas do Caribe" embora não conseguisse entender o motivo.

Eu repassava em minha mente todos os meus atos na última semana.

Ok... Além de mostrar algumas coisas 'proibidas para menores de 18' á Edward, eu não havia feito nada.

Ok! Vamos rebobinar. Seria crime nos EUA abandonar o noivo no altar?

Bem... Claro que não! Era um país livre, e desde que eu não tivesse dito o "sim" eu poderia muito bem fazer o que bem entendesse.

Ah... Espera!

Oh não!

Tecnicamente eu havia dito o sim!

Quando minha mãe louca me fez algumas perguntas e eu acabei respondendo. E se aquilo significasse alguma coisa?

E se eu estivesse casada com Jacob e presa por adultério?

Oh Meu Deus! Eu era foda, pelo menos isso eu tinha que admitir. Trair o marido na semana de lua de mel com o cara mais gostoso do país! HAHA! Só para quem pode.

Mas depois dessa sessão 'eu posso', o medo começou a se alargar pelo meu peito.

Não existia pena de morte para adultério? Ohmeudeus! Eu te amo Edward!

Então fui libertada (interrompida) de meus pensamentos quando um policial mal encarado, com umas botas de lavar quintal originalmente preto apareceu.

"Tem visita."

"Ah cara, não precisava usar essas frases clichês! Eu sou uma moça direita! Eu sou inocente! INOCENTE!"

"Todos nós." Respondem da cela da frente os homens imundos. Ignorei e esperei pacientemente a visita.

"EDWARD!" Sorri de orelha a orelha quando vi meu amor vindo em minha direção. Nossas mãos se uniram através da cela, e eu tentei perguntar alguma coisa á ele, porém sua cara estava fechada e ele parecia... Irritado?

"O que houve?"

Então mais passos e meu pai assumiu o local, com a expressão extremamente severa, e me lembrando MESMO um policial.

"Pai! Oi pai! Papai lindo! Você veio me salvar?" Brilhei os olhos com esperança.

Ele cruzou os braços de encontro ao peito e afastou Edward com um empurrão enquanto se prostrava naquela posição bem em minha frente.

"Uh-ou." Murmurei ao ver que meu pai não parecia muito contente. E minhas esperanças foram caindo a partir do momento em que percebi que talvez ele resolvesse me deixar permanecer ali.

"Isabella Swan." A voz dele surgiu como adagas. OPS... "Eu posso saber por que raios..." Ele enxugou o suor da testa. Ah... Ali vinha coisa.

Olhei de esguelha para Edward e este se esquivava das mãos dos caras da cela da frente. Talvez aquela fosse à última vez em que eu o visse. Talvez meu pai resolvesse nos impedir e...

"Posso saber..." Continuou meu futuro ex-pai. Pois sim! Eu estaria morta daqui a pouco! "POR QUE RAIOS VOCÊ NÃO SE JOGOU NOS BRAÇOS DESSE MENINO ANTES DO MALDITO CASAMENTO COM OUTRO HOMEM?"

"Pai não foi minha culpa! Não fui eu! Eu juro pela minha vovoz... E... Oi? O que você disse?"

Charlie parecia extremamente lívido.

"Por que você esperou todo esse tempo para se jogar nos braços de Edward? Se você sabia que ele era o cara para você, porque quase se casou com outro homem? Feriu os sentimentos dele? E ainda por cima se fez uma celebridade instantânea e perseguida que nem Robert Pattinson e Kristew Stewart?"

"É..." Eu estava embasbacada com aquilo.

"É bom ter uma boa explicação para isso moçinha."

"EU NÃO ACREDITO QUE ESTÁ FAZENDO ISSO, CHARLIE." Então vi uma Sue louca aparecer e me encarar com fúria. Jesus! Ela era louca. "Eu te contei tudo! Sua filha está casada com meu filho! Ela disse sim!"

"Eu já expliquei senhora Black..." Edward disse calmamente encostado em uma parede com as mãos para trás. "Se for levar por esse argumento... Antes do 'sim' ela proferiu dois 'não'."

"Mas ela proferiu o sim!"

"Mas é a primeira que basta se formos levar para esse lado, além do que eu não dei nenhuma benção." Ele sorriu brilhantemente, e eu senti um orgulho imenso do meu Edward.

"Charlie... Você vai deixar sua filha se envolver com um padre?"

"CALA A BOCA MULHER!" Charlie berrou. "Você poluiu meus ouvidos e quis prender minha filha por adultério, sendo que ela é uma mulher livre! E outra... O rapaz explicou que não é mais padre. E se minha filha o ama que assim seja! Eu não vou impedir que minha filha seja feliz!"

Eu sorri. "Então eu fui presa por causa de Sue? Sua cachorra!" Berrei. "Como ousa? Eu não casei com seu filho!"

"Eu prometi que você iria pagar caro, Isabella!" Ela apontou o dedo para mim. "Mas nem seu pai banana consegue resolver alguma coisa! Quer saber? VOCÊS SÃO UM BANDO DE PATÉTICOS!"

E abanando o cabelo saiu a passos firmes da delegacia.

Porém antes de lá chegar o delegado apareceu subitamente e fez um gesto com a mão para que ela parasse.

"Senhora Black... Então... Você denunciou à senhorita Swan, sendo que ela é inocente, e o sabia. Isso é falso testemunho."

"E você saia da minha frente também!" Ela berrou. "Você sabe quem sou eu? SUE BLACK! É isso mesmo meu filho! BLACK! BLACK!"

"Será que ela é parenta de Sirius Black?" um cara barbudo perguntou de sua cela. "Cara, ele é um grande amigo meu!"

Ignoramos.

"Não se exalte senhora..." O delegado advertiu.

"Não se exalte? Quem é você para mandar em alguma coisa sobre mim? Saia da minha frente agora!"

"A SENHORA ESTÁ PRESA!" Berrou e pegou nos pulsos dela. Sue abriu a boca em susto e começou a esmurrar o homem com sua pesadíssima bolsa Victor Hugo.

A bolsa parecia realmente pesada, pois o homem a soltou para proteger o rosto com as mãos, e a bicha louca saiu correndo por entre os corredores da delegacia.

"PEGUEM A FORAGIDA!" Gritou o delegado depois de se recuperar.

Eu debrucei-me sobre as grades para conseguir ver tudo de camarote. Parecia cena de filme!

Demorou uns bons dois minutos até que o policial viesse arrastando uma Sue descabelada – e sem bolsa- até a minha cela.

"VOCÊ NÃO PODEEEEE... VOCÊ NÃO PODEEE... EU VOU TE PROCESSAR! EU VOU TE CAÇAR ATÉ A MORTE SEU DELEGADO DE QUINTA! SUA MÃE É MINHA"

"Fica quieta, senhora!" E praticamente jogou a louca na mesma cela que eu. Eu logo tratei de ir para o outro lado da cela um por um. Quanto mais distância melhor.

Mas espera... Por que o delegado estava fechando a cela novamente comigo dentro com uma mulher louca que se levantava lentamente enxugando alguma coisa na boca e com olhar assassino que nem um zumbi subindo das trevas?

"EI! NÃO ESTÁ ESQUECENDO-SE DE ALGO NÃO?" Gritei. O delegado parou... Pensou... Refletiu... E com um sonoro "Ah" abriu a cela e eu saí, não sem antes haver uma atitude desvairada da louca para fugir.

Fui correndo para os braços do meu pai que logo retribuiu com algumas palmadas em minhas costas.

"Obrigada pai..." Murmurei contra seu peito. Afinal, ele só queria me ver feliz e não estava me julgando por amar e escolher permanecer com Edward.

Quando levantei meus olhos para vê-lo, vi que ele olhava para outro lado e piscava os olhos diversas vezes.

"Vai menina... Vai com seu cara, vai... Está tudo bem."

Sorri e o abracei mais forte uma vez enquanto partia para os braços de Edward que começou a inspecionar se eu estava bem, ferida, mutilada, assassinada, enforcada, decapitada e diversas outras coisas.

"Estou bem." Dei um selinho nele, sorrindo logo em seguida.

"Cara... Eu vi o casamento! Tá no youtube!" Um preso revelou escondendo as lágrimas. "Nunca chorei tanto em minha vida..." Abraçou um colega. "Foi tão lindo... Vocês são lindos..."

"E posso saber como vocês tiveram acesso ao Youtube?" O delegado apareceu de repente com uma expressão extremamente zangada.

"É... É..." O preso engoliu em seco. "É... Ah meu Deus... Meu coração... Estou morrendo... Mãe eu te amo... Puf..." E caiu com a mão no coração e com um suspiro super exagerado.

Reviramos os olhos e Edward me abraçando pela cintura me guiou para fora da região das celas. Assinamos alguns papéis, e depois que o delegado pediu desculpas, fomos embora ao carro alugado de Charlie. Por sorte os fotógrafos estavam aglomerados na porta da frente, e saíamos pelos fundos.

No carro foi emocionante. Meu pai no motorista, Edward como passageiro e eu parecendo uma criança no meio do banco de trás.

Lancei um olhar chateado para Edward pelo retrovisor, e este retribui logo colocando o punho na boca e provavelmente escondendo um sorriso, quando meu pai olhava para nós com intensos olhos de águia.

Está certo. Ele aprovava, mas também isso não queria significar que ele deixaria ocorrer certas liberdades entre nós (em sua presença).

"Acho melhor ligar para o garoto Black." Meu pai falou assim que estacionou na frente do meu prédio, e teve que contornar até a entrada dos fundos, já que a entrada estava lotada por tablóides.

"É... Por quê?"

"Por que a mãe dele está presa!" Meu pai falou como se fosse óbvio.

"Liga você..."

"Não! Você que tem que ligar."

"Por que eu?" Perguntei chocada. "Além do que eu não posso fazer nada. Eu não tenho mais celular."

"E por que você não teria mais celular?"

"É..." Corei e encarei nervosamente Edward que encolheu os ombros discretamente. "Por que eu sou uma pessoa ambiental... E celular... Gasta muitas árvores."

"Árvores?"

Assenti.

"Certo..." Suspirou. "Mas você pode pegar o celular de Edward emprestado..."

Ops...

"Então... Eu também não tenho o meu comigo, chefe." Edward disse escondendo uma risada.

"Oh, agora os dois são humanos ambientes hein?"

"Pois é." Respondemos juntos e rimos.

"Já entendi... Já entendi..." Meu pai disse abanando a cabeça enquanto estacionava na porta dos fundos.

Já estava quase descendo do carro quando meu pai me impediu.

"Bella... Acho melhor você ligar para sua mãe. E a família de Edward. Mas precisamente todos os convidados da festa... Você deve satisfações."

"Pai..." Gemi.

"Olha, eu não estou contra nada, mas tudo há conseqüências. Você escolheu o garoto, então precisa se responsabilizar. E você também, Edward, você é uma pessoa pública deve satisfações."

"Eu sei..." Edward abaixou a cabeça mexendo nos cabelos nervosamente. "E vamos fazer o certo, chefe."

"Ok." Suspirou. "Pode ir, Bella."

"Ok pai. Tchau. Vamos Edward!" E este estava quase abrindo a porta quando meu pai o impediu.

"Aonde pensa que vai?"

"É... Sair com sua filha?"

"Está pensando o que moçinho? Você não vai entrar no apartamento dela sozinho não!"

"Pai, como se ele não tivesse feito outras vezes."

"BELLA!" Exclamou chocado.

"É isso mesmo. Tenho vinte e quatro anos, sou bem grandinha e dona do meu próprio nariz. Vamos Edward..."

"Bella, eu acho..." Edward começou visivelmente não querendo contrariar Charlie e sua arma.

"Vamos. Meu pai tem que deixar de ser do século passado. Tchau pai!" Saí do carro e quase tive que arrastar Edward para fora. Meu pai estreitou os olhos para mim, porém logo abanou a cabeça e arrancou pneus.

"Seu pai usaria mesmo aquela arma?" Edward perguntou com o canto da boca.

"Lógico que não. Meu pai é uma manteiga..."

"Em quão fundo dentro do ser dele é uma manteiga, Bella?" Perguntei visivelmente assustado o que me fez rir.

"Qual é Edward? Até parece que você nunca conheceu pai de nenhuma namorada."

Ele pareceu sem graça e mexeu nos cabelos nervosos, desviando o olhar.

"Tecnicamente nunca Bella... Victória aos treze anos não conta, nem Tanya..."

"Ah..." Corei. "Esqueci que você desde cedo esteve no seminário. Desculpe."

Ele sorriu então e me abraçou.

"Não há nada o que desculpar. É que a arma do seu pai realmente me causa arrepios Bella." Ele falou excessivamente dramático.

Eu ri enquanto apertava suas bochechas com as mãos fazendo de sua boca um perfeito biquinho que eu logo tratei de beijar.

"Você é lindo."

"Olha quem fala..." Sorriu torto e me abraçou de lado caminhando comigo para dentro do prédio.

Wars, o porteiro, ficou nos encarando cada passo que dávamos e minha vontade era de perguntar "se nunca tinha visto, não?", porém Edward praticamente tampou minha boca ao ver o que eu pretendia fazer.

"Menos confusão, melhor." Sussurrou em minha orelha.

No meu apartamento depois de Edward prontamente usar os raros ingredientes nos armários para fazer uma refeição para nós, já que não fizera compras, pois eu tecnicamente não voltaria ao meu apartamento por uma lua de mel, fiquei parada sentada no encosto do sofá branco encarando o telefone.

"Um doce para coragem." Edward me abraçou por trás e sussurrou no meu ouvido me estendendo um bloquinho de chocolate na boca.

Mordi e propositalmente mordi a ponta de seu dedo o que o fez respirar mais pesadamente no meu pescoço.

Gemi e me voltei para ele.

"Sue já deve ter ligado para ele."

Edward calmamente limpou algo no canto de minha boca, enquanto falava.

"Mas você que deveria ligar. Acho que você deve ter uma conversa com ele. Afinal, nós dois. Mas acho que não seria muito aconselhável ser eu o cara a ligar para ele."

"Eu tenho que ser esse cara?" Murmurei desanimada.

Ele riu. "Sim." Deu-me um rápido selinho.

"Que tal..." Sussurrei enrolando o colarinho de sua camiseta com os dedos, sorrindo malicioso e falando mancinho. "Você me desse uma coragem extra com alguma sessão na minha cama empoeirada lá no meu quarto... E depois... Só bem depois... Eu ligasse para Jake?"

Ele sorriu malicioso e mordiscou meu lábio inferior falando com a voz rouca e extremamente sexy. "Eu estou tremendamente tentado em aceitar sua oferta, Isabella." Passou a língua gentilmente pela minha boca, e quando eu ia abri-la para permitir sua passagem, ele se afasta de mim com um sorriso safado. "Mas você só terá esse documento aqui depois de ligar para ele."

Eu soltei um muxoxo de descontentamento enquanto me jogava no sofá, fechando os olhos.

"Eu não tenho coragem." Gemi.

"Tem sim." Ele disse de algum canto afastado de mim. Espiei-o e vi que estava retirando a camiseta revelando aqueles oito bloquinhos que me faziam arfar só com a visão.

"Edward..." Gemi. Ele olhou de esguelha para mim e logo virou as costas retirando os sapatos com os próprios pés, ficando somente com aquela calça jeans azul escura.

"Vamos Bella... Estou te esperando." Sorriu se sentando com as pernas bem espaçadas em uma cadeira do lado oposto da sala.

Fiz menção de ir até ele, mas com um "Nananinanão" e um gesto de mão me impediu.

"Primeiro... Ligar."

Soltei outro muxoxo enquanto via ele me provocar com a língua passando pelos lábios.

"Você é do mal." Murmurei contrariada pegando o telefone, enquanto ele dava uma forte gargalhada.

Disquei o número da casa de Jake que já sabia de cor, e minhas mãos tremiam ao segurar o vocal.

Ah... O que eu não faço por Edward?

Somente na terceira tentativa e depois de umas sete chamadas a voz de Jake, extremamente sonolenta – que a principio não reconheci- atendeu.

"Alôô...?"

Engoli em seco.

"Alô?"

"É... Hm... Oi Jake."

"Bella?" Ele pareceu tremendamente surpreso.

"Pois é... Bem... Eu..."

"Bella, eu não tenho nada para falar com você." Gritou desligando o telefone logo em seguida.

Olhei para Edward com uma cara sofrida e ele pediu para que eu tentasse de novo.

Respirando fundo disquei novamente e só depois de muita insistência, Jake voltou a atender parecendo alterado.

"O que é porra?"

"Jake..." Quase choraminguei. "Por favor, me ouça."

"Bella, eu não tenho nada para falar, e nada para ouvir. Acabou! Chega. Quer contar os detalhes da lua de mel com o padre filho da puta?"

"Não!" Falei com a voz mais firme. "Eu só queria te informar uma coisa importante..."

"Ah parabéns. A data de seu casamento? Ótimo! Muito azar a vocês!"

"NÃO, JAKE! Eu sei que você deve estar morrendo de raiva de mim, e tá bom admito que não seja para pouco, mas me ouça."

"Cinco segundos."

Respirei fundo.

"Sua mãe está presa."

"O QUÊ?"

"É... Ela tentou me prender por adultério, sendo que eu nem casada eu sou para cometer adultério! Ela acabou sendo presa por falso testemunho e desacato á autoridade."

Fechei os olhos esperando um bombardeio de gritos do outro lado da linha, mas tudo o que eu ouvi foram suspiros.

"Bem feito á ela."

"Jake..." Tremi a voz. "Você não vai fazer nada?"

"Não. Minha mãe encheu meus ouvidos essa semana inteira sobre você, e eu estou cansando, eu só quero ficar sozinho. Vai ser bom para ela um pouco de xilindró."

"Mas... Ok, eu sei que ela é louca e tudo... Mas é sua mãe. E ela está na cadeia!"

"Bella..." Ele riu com escárnio. "Quem é rico não fica muito tempo na cadeia. Logo minha saí de lá por fiança. Agora acabou a sessão de prestação de serviços?"

"Sim, mas... Jake... Eu queria dizer que eu sinto muito..."

Ele respirou pesadamente do outro lado.

"Não sinta." E desligou. Fiquei encarando o aparelho por longos minutos e suspirei pesadamente com o coração dilacerado pelo meu melhor amigo, ou ex-melhor amigo.

"Você está bem?" Edward murmurou se aproximando de mim.

Assenti e olhei para ele com os olhos marejados.

"Ele não está. Isso que me preocupa."

"Ele vai se recuperar, Bella. Sei que vai. Nenhum sofrimento é para sempre por mais que para sempre nós achamos que ele vá durar."

"Confio em você." Sorri. Ele sorriu e se sentando no sofá bateu com as mãos em seu colo me chamando, o que eu fiz prontamente.

Enrosquei-me em suas pernas e ficamos juntinhos por não sei quanto tempo.

Minha cabeça se movia no ritmo da respiração de Edward e minhas mãos calmamente acariciavam seu abdômen.

"Melhor...?" Perguntou.

"Aham."

Ele então beijou o topo de minha cabeça e seus lábios foram descendo pela minha testa, minha sobrancelha, meus olhos, meu nariz, minhas bochechas, e finalmente minha boca em um beijo singelo e puro.

Retribui o beijo calmamente e logo fomos envolvidos por uma onda de paixão e desejo.

Edward me levou ao quarto no colo e vagarosamente me depositou na cama como se eu fosse feita de porcelana ou de algo que quebrasse a qualquer toque.

Ele deitou por cima de mim tomando cuidado para seu peso não me sufocar, e acariciou meu rosto lentamente, enquanto fechava os olhos.

"Por que você está de olhos fechados?" Perguntei curiosa.

Ele então os abriu e vi as suas enormes esmeraldas brilharem.

"Eu quero ser capaz de te reconhecer até no escuro. O seu cheiro já reconheço... Quero reconhecer pelo tato também." Sorriu brilhantemente.

"Tateie em mim então, Edward." Capturei seus lábios e o puxei mais contra mim. "Você é o único que poderá fazer isso."

Ele sorriu de encontro a minha boca e lentamente suas mãos foram retirando cada peça de roupa tanto minhas quantas as suas.

"Aproveite então também, senhorita Swan." Ele disse de encontro ao meu pescoço com a cabeça de seu membro encostando-se a minha entrada. "Você também é a única que tem esse privilégio."

Sorri, e assim ele lentamente me penetrou.

Como sempre acontecia me sentia completa ao lado dele. Como um perfeito quebra-cabeça.

Eu sabia que quanto mais fizéssemos amor, mais gostaríamos de ter, pois o amor era assim... Pelo menos o verdadeiro.

Quanto mais, melhor.

E Edward... Bem, ele era o melhor para mim.

Um dia eu cheguei a pensar que o amor não existia. Um dia eu cheguei à conclusão de que as pessoas fingiam todas aquelas caras apaixonadas, loucuras amorosas, e frescurinhas e tudo...

Mas então chegou Edward em minha vida e eu percebi que o amor existe.

E melhor ainda do que saber disso era vivê-lo, e graças á Deus (e se isso se aplica à "De repente religiosa"), eu tinha a chance de vivê-lo da melhor maneira possível.

Como eu faria no restante dos dias em minha vida, até que de mãos dadas eu e Edward nos despediríamos do mundo e deixaríamos para trás nossos filhos e netos, herdeiros de um verdadeiro e puro amor.

8 comentários:

Mariana Migani disse...

primeira a comentar,até q fim!!!
adorei esse capitulo.
bjs

Rosa disse...

Adorei essa capitulo
vai ter mais alguns?
to ansiosa pra lê-los

Naty_14 disse...

aiiii q lindooo!!!
adorei o titulo e tbm o capitulo, claro.
sera q ja acabo? ou tem mais o epilogo?
sera q a renesmee ainda aperece na historia?
bjus.

Ayllaiana disse...

aaaaaaaaaaa adoreii mesmo

Alice Volturi disse...

Ainda tem o último capítulo, e o epílogo! ;)

Laurinha disse...

Lindo!!!!!!!!!!!!!
foi um dos finais mais perfeitos que ja eu ja li.....ñ sei pq lembrei do final de amanhecer........pq será?
Parabéns mesmo Natália!
Tomara que esses dois fiquem juntos logo de vez, ja que eu fiquei aki na torcida a fic inteirinha.
Bjus

Mariana trindade disse...

adorei mesmo mais Alice eu não quero so o ultimo cap. eu quero a continuação essa fic esta sendo tão maravilhosa não pode acabar
Por favor não faça isso comigo
bjs estou aguardando a cont.

Naty_14 disse...

Mariana, eu tbm naum qria q acabasse mais nada dura pra sempre faze o q, ne?

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