Twilight's Gossip Girl - Capítulo 07: É Mesmo Uma Ilha Pequena...

Como demora para alguém do Brooklyn chegar ao Upper East Side, huh? Nessie que o diga. Ela não estava acostumada com lugares bons, e ficou maravilhada ao entrar na cobertura.

- Dorota, eu pedi pra não deixar ninguém entrar! - Rose parou na escada, observando sua nova visita. - Oh, Nessie. O que você quer?

- Hum, é que eu percebi que fiquei com as suas canetas, e achei que você talvez precisasse delas.

Rose cerrou os olhos, depois riu. - É a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi - ela passou pela garota e sentou-se na chaise. - Quer saber o que o Emm achou de você.

- Não - você é uma mentirosa horrível, Nessie. Seus olhinhos brilharam quando escutou o nome do gostosão. - Ele falou alguma coisa?

- Não. Ainda não, pelo menos. Emmett gosta falar das suas conquistas, não das suas vítimas - Rose se levantou, provavelmente com um plano maquiavélico em mente. Usar Nessie um pouquinho não faz mal a ninguém, não é? Tipo, quem liga pra uma garota do Brooklyn que quase foi estuprada pelo maior pervertido do SJS. - Vem, me ajudar a me arrumar pro brunch.

Nessie parou na escada um pouco, para admirar as flores. Eram hortênsias, se eu não me engano. Ela gravaria as flores na memória para procurá-la no mercado de flores perto de casa. Mal consegue se aproximar de Rose e já acha que pode compartilhar gostos, huh? Você precisa de um pequeno corretivo, isso sim.

Falando em Whitlock, o pai de Nessie aparentemente chamou a Sra. Brandon pra conversar. E ela foi.

- Quero sair daqui antes que alguém me imobilize e me faça uma tatuagem - falou com uma certa repugnância, logo que saiu do táxi.

- Aqui é o Brooklyn, Esme, não aqueles festivais de rock - Ah, aqueles olhos azuis encantavam até a mais amarga das pessoas. Esme ficou observando-o falar sobre tudo algo que ela queria mais do que tudo deixar para trás. - E não vai dizer que removeu todas as tatuagens. Até aquela do coraçãozinho bem no meio dos...

Esme o interrompeu. - Bonitinho você, não é, meu bem? Nem vem que isso não te pertence mais.

- E eu achei que tivesse ficando melhor com a idade - Carlisle suspirou em zombaria. - Então, qual foi a emergência?

- O Jasper saiu ontem com a Alice.

- Nós, Whitlock, nos orgulhamos dele - aparentemente ele estava ofendido. Ora, não me venha com essa. Até parece que tinha uma espécie de torcida organizada para que o encontro acontecesse. Tinha?

Esme revirou os olhos e entrou na cafeteria, deixando sua alta classe de lado por alguns minutos. - E nesse momento ele está sentado na recepção do hotel.

Eles chegaram ao balcão e a garçonete morena perguntou se iriam beber alguma coisa. Se Carlisle não havia se esquecido, Esme gostava de um americano com café extra. Ela sorriu levemente e assentiu com a cabeça. Uhul, ganhou pontos com a loirona, rockstar. Adoro quando os nossos pais tem passados tão sombrios quanto os nossos. Vai ser uma bomba da pesada quando explodir no Upper East Side toda a história desses velhos pombinhos. Estarei assistindo da primeira fila, podem apostar.

A garçonete foi pegar os cafés - pediu um americano pra ele também -, e logo Carlisle retomou o assunto. - Está achando mesmo que eu vou dizer pro meu filho com quem ele pode ou não sair? Foi pra isso que você saiu da sua toca e veio até aqui?

Esme riu com desdém. - Eu sei que você está por trás disso.

- Admita que se apaixonou por mim de novo - Ah, nem mesmo maduros eles não aprendem que não é por esse caminho.

- Oh, pode apostar. Você é o fundo do poço. As camisetas de rock, as piadinhas infames. Não faço a mínima ideia de por que a sua mulher o deixou.

Carlisle arrumou a postura. - Ela deve ter um gosto melhor do que o seu.

A garçonete colocou os cafés no balcão, e ele se serviu logo, mas Esme ficou um pouco na dúvida. Vai saber se aquilo era só café certo? - Porque é que eu te vi mais nesses dois dias do que nos últimos quinze anos?

- Por um infortúnio do destino - Esme quis desconversar. Ah, um cara perde a graça quando fica enchendo o saco.

- Que destino, que nada. A não ser... Você está saindo com alguém?

- Não - ela respondeu rápido demais, estava mentindo. - Não exatamente.

Carlisle resolveu fazer um teste comportamental. Ficaria surpresa se ao menos ele conseguisse soletrar a palavra. Coitado, não é pra tanto que preciso baixar a popularidade dele. Se é que ele já não havia feito isso por conta própria. Vamos mudar de assunto?

- Nada sério? Ou ele é casado? - não, não era nada disso. Ela não reagia àquelas perguntas do jeito que ele queria que ela reagisse. - Se bem que um casado faz bem o seu tipo.

- Chega, Carlisle.

- Qual o nome dele? Já saiu na Forbes ou na Rolling Stones? - tudo bem, ele desistia. - Quem quer que seja, duvido que consiga superá-la. - olha que fofo, além de detetive ele era galanteador. Ou aquilo se enquadrava perfeitamente em um insulto.

- Bem, vou aceitar como um elogio. Mas é sério. Estou preocupada com Alice. Não quero um namorado novo a influenciando. Tirando o foco dela de suas necessidades.

- Olha, sem ofensa, Esme. Mas eu acho que o Jazz seria o cara certo para Alice nesse momento. Ele talvez a ajudasse a se concentrar ainda mais.

Falando no Garoto Solitário, ele ainda estava plantado na frente do Palace, esperando por Alice. Ficou com as pernas dormentes e a bunda dolorida de tanto tempo sentado, mesmo as poltronas sendo extremamente confortáveis. Ele resolveu dar um rolé até a rua. Talvez ficasse menos nervoso.

Ele já não fazia ideia de como ia conseguir o tal segundo encontro que era agora a única coisa que ele queria na vida. Viu Edward lá fora também, que tinha saído antes dele pra apertar um. Se Rose sonhasse que ele estava ali, perdia a cabeça imediatamente. Mas ele precisava falar com Alice, explicar porque daria o gelo nela dali pra frente, até que ela e Rose voltassem a ser melhores amigas.

- Então... - Jazz tentou puxar conversa. Nunca foi bom nisso, mas estava sempre tentando melhorar. Ele também precisava saber dos interesses de Ed pela Alice, se tornaria aquele na sua frente um inimigo que ele teria de enfrentar pela mão da magnífica donzela? Tá, isso ficou Shakesperiano demais. - O que você queria falar com a Alice?

- Nada - Cai fora, cara. Não te devo satisfação. Ed, sempre educado de não falar demais nas horas erradas. - Estava na área, só ia dar um alô. E você?

Jasper riu. - Bem, estou um pouco longe da minha área - Eu que o diga, queridinho. Parecia que tinha um neon em cima da cabeça dele, que ficava piscando: BROOKLYN. - Mas estou pensando numa desculpa melhor.

Ed estava achando aquele cara muito estranho. - Vocês estão...?

- Não - Jazz pareceu desapontado, depois confuso. - Não sei.

Edward riu, sabendo o que ele deveria estar pensando. - Isso mesmo. Essa é a Alice. Com ela agente nunca sabe.

- Edward! - Emm gritou do hall do Palace. - Achei você. Está fazendo o que aí?

- Nada. Estava te esperando.

Devagar, Emmett levantou os óculos dos olhos. - É ele? - Uma raiva repentina atingiu-lhe em cheio. Reconheceu o imbecil que o socou. Ah, agora ia ter troco. - O que você está fazendo aqui?

- Por quê? O hotel é seu por acaso?

Putz, que gafe. Bem na hora que ele estava tão bem como mocinho. - Pio é que é - Edward riu um pouco. Esse cara não fazia a menor ideia da importância que eles tinham por ali. Um completo panaca.

Emmett pegou ar. - A não ser que tenha uma boa razão para estar aqui, vou mandar deixarem você com o lixo!

- Lixo? Olhe, cara, eu moro no Brooklyn - E qual a diferença daquele lugar pra uma lixeira? Há, eu me adoro. - Tá legal? Não em outro planeta. Sem ofensa aos outros planetas.

Ao contrário de Edward, Jasper falava coisas erradas nas horas erradas e observações sem necessidade. - Mas você não acha que essa luta de classes já está indo longe demais? - Ah, agora estava dando uma de político liberal. Desculpa, meu filho. Aqui essa não cola. Não importa o quão longe fiquemos longe da escória, vocês se espalham e se multiplicam como formigas.

Ele precisava ser silenciado. Emmett não aguentava mais escutar esse tipo de baboseira. - Eu nem comecei - disse, empurrando Jazz. Edward se interpôs entre os dois, tentando acalmar Emm.

- Chega, cara. Vamos nessa.

Até tu, Brutus? - Não me diga que você está fazendo amizade com o novo namoradinho da Alice? O cara que tem mais motivos no mundo pra quebrar a cara dele é você - Edward não sabia que Emmett sabia do que tinha acontecido no casamento dos Sheppard, mas sabia que Emmett sabia dos sentimentos que ele ainda tinha pela fadinha.

- Ele não vale a pena - Ed replicou, tentando não ouvir o que o amigo dizia. - Aqui não.

Emmett foi empurrado aos poucos para longe de Jasper. - Isso não acabou, não - disse ameaçadoramente, apontando para Jazz.

- Quando quiser, mané. - Ele não sabia no que estava se metendo. - Esse seu olho roxo está precisando de um par. - Tenho que admitir que teve graça. Sua condição melhorou um pouco no meu ponto de vista, Garoto Solitário. Vamos ver agora se você mantém esse nível eu se vai precisar ser trocado.

Falando em Whitlock, Nessie ainda estava na cobertura dos Hale, ajudando Rose a se arrumar para o brunch. - Rosalie, é lindo. Quer dizer, você está linda.

A pequena estava tentando, mas agradar não era a melhor maneira de ser aceita. Rose fez um muxoxo de reprovação. - É comum. A cor é da coleção passada. Além disso, a Stella McCartney está com uma versão mais bonita na Bergdorf.

Nessie ficou um pouco envergonhada com a falta de vergonha de Rose em despir-se na frente de outras pessoas. Resolveu dar uma olhada nas bonecas de Rose. - Ai, meu Deus, você tem um Cabbage Patch! Meu irmão tinha um também, se chamava Cedric.

Rose riu, admirando sua figura no espelho com outro vestido, mas que também não lhe agradava. - Seu irmão se chama Cedric?

- Não, esse era o nome do boneco? Meu irmão se chama Jazz. Acho que você deve conhecê-lo. Ele foi com a Alice ontem à festa.

- Aquele era o seu irmão? - Rose ficou um pouco surpresa, mas não no bom sentido. - Então quer dizer que agora você é amida da Alice?

Nessie sentou-se novamente, percebendo que não deveria ter dito aquilo. Mas ainda tinha como contornar, pequena. - Bem, não tenho nenhum problema com ela. Mas se alguém tiver alguma coisa contra ela, pra mim também não teria problema nenhum. - Viu, conseguiu fazer Rose sorrir de novo.

A Queen precisava fisgar a pequena e colocá-la do seu lado antes que esta não fosse tão inocente e bobinha assim. Porque dava muito trabalho punir aliadas rebeladas, embora Rose adorasse punir pessoas. - Se você gostou desse vestido, pode ficar com ele.

Nessie se conteve para não pular de alegria. Rose Hale estava lhe dando um vestido! Aquilo era tudo! Mas ela tinha que dar uma de humilde, não podia aceitar de cara. - O quê? Não, não...

Rose já montava um esquema em sua mente, e Nessie ia ser uma grande ajuda. - Eu sei que você vai encontrar um jeito de me retribuir.

- Rosalie, obrigada! Pelo vestido e...por aquela outra coisa, sobre...sobre o Emmett.

Rose revirou os olhos. - Se você quiser entrar nesse mundo, Nessie, as pessoas vão falar de você. Eventualmente. Você tem que decidir se isso vale a pena.

Última chance para correr, bonitinha. Uma vez dentro, você não pode mais sair.

Falando em gente querendo entrar pra elite, mesmo que inconscientemente, Jazz continuava esperando por Alice no Palace. O pobrezinho tentava ficar inventando coisas pra se distrair, mas estava quase indo embora de uma vez. Ele começou a achar que não tinha valido a pena e que ele não ia conseguir fala com Alice.

Ah, que garoto melancólico, ela estava logo atrás dele. - Jazz. Oi.

Ele teve um ataque de pânico. Não sabia o que dizer, qual desculpa esfarrapada usar. - Eu estava aqui na área. Mais ou menos uns 70 quarteirões - sorte a dele que Alice o achou engraçado, senão ele estaria sendo obsessivo demais. - Eu só queria lhe dizer pessoalmente que o fim da noite de ontem não foi um dos meus momentos mais inspirados. Teve aquele tchauzinho.

Alice fez uma careta. - É, eu reparei.

- E desde então, eu fiquei imaginando... - OMFG, era agora. Hum, o que ele pedia? Jantar? Não, muito acelerado. Almoço? Não, muito amiguinho. Ele só não podia ser muito... - Você está com fome? - Exagerado.

Agora já foi. - Sim, na verdade - salvo pelo gongo! - Tive uma manhã péssima.

- Hum, você quer conversar? E comer? Não necessariamente nessa ordem.

- Sim, eu gostaria de fazer os dois. Mas primeiro comer. Estou morrendo de fome.

E a mamãe como sempre chega para acabar com a alegria. Esme voltou do cafezinho com Carlisle. - Ótimo, porque está na hora do brunch.

Alice olhou para a mãe com uma expressão de injustiçada. - Mãe.

- Sra. Brandon - Jazz cumprimentou-a novamente.

- Jasper. Ainda está aqui.

- Eu acho que não é uma boa ideia eu participar desse brunch - Alice estava nervosa. Esme nunca lhe daria trégua?

- Você me prometeu.

- Eu sei, mas isso foi antes... Antes de saber que o Jazz está com fome também. Não posso deixá-lo com fome, seria desumano - e mais uma vez ela arrasta o pobre coitado numa desculpa.

- Ele não foi convidado, Alice.

- Então, mais um motivo para eu ficar para trás, com ele. E a gente tinha combinado de fazer um brunch juntos.

Esme perdeu a paciência. - Mary Alice. Você mora comigo, sob o meu teto e minhas regras. O que eu vou precisar fazer pra você entrar e se arrumar?

Alice olhou de esgueira para Jasper, sorrindo vitoriosamente. É, ela ia levar ele pro brunch também. Que coisa feia. Logo eles se viram dentro do salão de conferências do Palace, cercado de gente importante para os pais deles (excluindo os Whitlock), mas que eles não faziam ideia de quem eram. Claro que a Rose estava lá. Acompanhada por Edward, Emmett, Renata e Jane.