Esme
Estava sendo complicado ter uma conversa franca com Rosalie. Ela ainda se mostrava chateada por sido retirada a força de sua antiga vida, mesmo que naquele momento em que foi resgatada, ela estivesse para morrer...
Era uma pena ela não enxergar as coisas como eu enxergava. Respirei fundo, e então tentei de outra forma.
- Você se arrepende de algo que fez, ou deixou de fazer?
- Sim – ela pausou e ficou brincando com os nós dos próprios dedos, – me arrependo de não dizer “obrigada” e “te amo” o suficiente para meus pais. Eles sempre foram tão bons comigo, mesmo que eu ficasse pouco tempo com eles...
Bem, isso trazia certo desconforto em relação a mim.
- Meus pais me obrigaram a casar. Não sei bem se eu sinto por eles o mesmo que você sente pelos seus pais...
- Minha mãe, às vezes, parecia ser a única que me compreendia. Quando eu era pequenina, ela me pegava no colo e cantarolava algumas canções até que eu dormisse. Depois vieram meus irmãos mais novos, e tudo então pareceu se complicar...
- É, querida... As coisas sempre são mais fáceis quando são poucas pessoas envolvidas...
- Bem, eu só... Não sei... Me sinto mal por... por deixá-los... Às vezes, eu sinto que... eu sinto que a única coisa que eu quero fazer é sair correndo em direção a eles, à minha mãe... – a voz dela começou a falhar. O desespero estava a tomando. Comecei a afagar seus cabelos dourados.
- Eu sei como você se sente, minha querida. Eu entendo.
- Esme, me desculpe por tudo o que eu fiz e falei para você, mas é que isso é tão... tão... diferente, do que deveria ser!
- Eu entendo, querida. Eu entendo.
- E me desculpe por... por tudo... Eu agi mal – a sua voz já não passava de um sussurro falho.
- Eu entendo, querida. E por mais que você diga que preferia ser humana, e não ser chamada de minha filha, eu irei entender como se você apenas não gostasse, ou fosse por questão de vergonha, mas ainda assim, eu irei entender tudo querida. Prometo que me esforçarei para tanto, pelo menos...
- Não Esme, não é isso o que eu...
- Não se preocupe, minha menina. Eu não tenho medo ou vergonha de dizer isso. Eu sinto muito por não ter muito o que fazer em relação ao que você sente...
- Você não tem de fazer nada...
- Tenho sim, porque, por mais que você insista em dizer que não é minha filha, eu sinto como se você fosse. Eu a amo como se fosse!
Ela desistiu. Perdeu suas forças, e então começou a chorar. As lágrimas não vinham em seus olhos, mas os soluços em sua garganta entregavam o seu desespero. Ela estava tão sozinha... Sozinha em um mundo tão complicado e cruel...
- Obrigada, Esme – ela disse encarando as mãos sobre as pernas uma ao lado da outra, um tanto desconfortáveis... Uma cena nada comum visto que essa era a Rose.
- Não agradeça, querida. Eu sinto realmente como se eu fosse sua mãe, e você como se fosse a minha menininha.
- Menininha... – ela disse em tom de desgosto, escondendo um sorriso em seu rosto.
- Sim, você é a minha menininha...
- E a outra lá?!
- Que outra? – Como assim?
- A que vai se mudar aqui ao lado.
- A Alice?
- Sim.
- O que tem ela? – Deus, será que Alice fez algo contra Rosalie que eu não estava sabendo? Ela parecia ser uma menina tão delicada, tão... incapaz de fazer algo como isso...
- Ela é uma menininha também...
Ah, sim... Ok... Ciúmes de novo... Ok...
- Alice é uma gracinha de menina – ela me olhou de lado fazendo biquinho, – mas você é a minha filha. Só você! Não importa quantas moças nós vamos ajudar, você sempre será a minha filha querida.
- É sério?
- Sim, o que eu falo é sério, não é brincadeira.
- Eu... eu... eu te amo Esme.
Own, que amorzinho de menina...
- Também te amo Rose, minha filha querida.
Nos abraçamos forte. Afundei meu rosto em seus fios dourados. Inalei o seu perfume, e me senti totalmente confortável. Todo aquele pesar, a energia negativa, se foi. Agora estávamos em paz, e eu tentaria de tudo para fazê-la feliz...
- Prometo fazer o que for melhor para você, querida.
- Também prometo fazer o que for melhor, então, mãe.
Espera aí. Ela me chamou do quê?
Me livrei do abraço e fiquei olhando incrédula para ela, como se isso fosse o suficiente para que ela me fornecesse a resposta. Ela me chamou de... de... mãe?!
- O que foi? – ela perguntou confusa. – O que eu falei de errado?
- Não foi... não foi nada de... errado...
- Então...
- Você me chamou de... mãe?!
- Sim, bem... Se você permitir, por mim tudo bem... Eu acho que, no fundo, no fundo, você é mesmo minha mãe. Você se preocupa comigo como se fosse a minha mãe mesmo!
- Rosalie...
- Tudo bem se você não quiser que eu te chame de mãe...
- Não! – A minha fala saiu em um tom mais alto do que o previsto. – Não, tudo bem em me chamar de mãe, é só que... Eu não esperava...
- Bem, então... Acostume-se... Mãe.
- Oh, filha...
Voltamos ao abraço. Agora tudo estava bem. Finalmente...
Emmett
Chegamos a uma caverna. Não precisamos fazer nenhum esforço para enxergarmos os ursos dormindo. Assim, tranquilos e de olhos fechados, eles até pareciam inofensivos. Até me deu vontade de pegar um deles no colo, mas Alice me pegou pelo braço quando fui dar um passo.
- Emmett não... – ela sussurrou. – Por favor.
Eu virei o olhar para ela e depois para Edward.
- Ouça o que ela diz – foi tudo o que Edward respondeu.
Me mantive no lugar com muito esforço, minha vontade era de ir até eles... Ainda olhei para eles por alguns segundos. Eles pareciam como “gatinhos peludos” dormindo.
- Já viram os ursos – era Edward sussurrando, – agora é melhor voltarmos.
Eu não iria questionar, nem Alice fez isso.
Seguimos Edward para fora da caverna e depois começamos a correr de volta a cidade.
Foi incrível entrar e sair de uma caverna com tanta facilidade. Se eu fosse ainda humano, provavelmente, eu teria acordado um urso e virado comida dele.
Ser vampiro tinha muitas vantagens!
Eu estava gostando mesmo desse caso novo.
Alice
Quando chegamos na caverna, eu tive uma visão de Emmett acordando os ursos, eles ficariam assustados e partiriam para cima de nós... O resultado seria muito sangue e aqueles filhotes de ursos mortos por nós. Não precisávamos matar ursos, nós estávamos satisfeitos já.
Entramos na caverna, e observamos os ursos. Eu pude ver quando Emmett deu um passo à frente, eu não poderia deixá-lo ir, então segurei seu braço com força.
- Emmett não... – eu sussurrei. – Por favor – eu imploraria se necessário.
Ele olhou para mim e depois para Edward.
- Ouça o que ela diz – ele respondeu e depois me encarou surpreso.
Emmett ficou imóvel, ainda observava os ursos, mas não se mexia mais. Edward parecia impaciente, foi dele que surgiu a ideia de partirmos.
- Já viram os ursos, agora é melhor voltarmos.
Emmett concordou e eu apenas segui aos dois.
Em segundos estaríamos de volta na cidade, e, provavelmente, eu teria que encarar Emmett sozinha... Eu não queria que ele morresse daquela forma horrenda na qual eu o encontrei, mas estava começando a ficar temerosa...
Eu sabia que vampiros não morriam, mas ainda assim eu podia sentir dor...
Estava ficando cada vez mais difícil seguir em frente, com o pânico que me assolava. Os dois já estavam me deixando para trás e eu não me importava. Eu fugi de Jasper por anos, eu tinha medo de vampiros, eu tinha medo que pudessem me fazer mal...
Eu deveria ter fugido.
Eu sempre usei minhas previsões para me manter longe de encrencas.
Eu não devia ter salvado aquele rapaz.
Eu não queria sentir dor.
Eu estava apavorada.
Edward
Estávamos a caminho da cidade. E como meu dom nem sempre tem a mesma conotação de “dom”, de coisa boa, não consegui me desligar dos pensamentos de Alice, que se tornavam controversos.
Ela me parecia confiante, apesar de tímida. Algo de ruim deveria tê-la acontecido no passado.
“Em segundos estaríamos de volta na cidade, e, provavelmente, eu teria que encarar Emmett sozinha...”
Seus passos foram diminuindo e seus pensamentos se tornaram ainda mais gritantes.
“Eu não queria que ele morresse daquela forma horrenda na qual eu o encontrei, mas estava começando a ficar temerosa... Eu sabia que vampiros não morriam, mas ainda assim eu podia sentir dor...”
Alguém deveria tê-la abandonado após a transformação. Comecei a diminuir meu passo também e percebi que Emmett me acompanhou.
“Eu fugi de Jasper por anos, eu tinha medo de vampiros, eu tinha medo que pudessem me fazer mal... Eu deveria ter fugido.”
As conclusões de Alice começavam a me assustar e eu decidi voltar atrás dela.
Emmett também me seguia.
- O que foi? – ele questionou.
Eu não respondi nada, apenas voltei a andar. Ele olhava pelos lados procurando Alice e decidiu me seguir de volta.
Emmett
Estávamos a caminho da cidade quando Edward parou e voltou a correr na direção oposta.
- O que foi? – eu perguntei, mas não obtive resposta.
Olhei para os lados e percebi que não via Alice. Será que ela havia se perdido? Ou um urso havia a ferido?
Comecei a correr e passei por Edward.
Alguns passos à frente eu encontrei Alice. Ela não se mexia. Ela apenas estava parada, e seu olhar parecia estar congelado.
- Alice? – cheguei incerto perto dela.
Ela não reagia, era como se não estivesse ali.
- Você está bem? – peguei sua mão. – Alice? O que foi? Você está bem? Foram os ursos?
Alice
Eu estava desesperada. Eu tentava achar o meu futuro, eu tentava ver quais seriam minhas possibilidades de fuga. Eu devo ter parado, pois os meninos vieram até mim.
Eu não o ouvi chegar, apenas senti alguém segurando minha mão. Aquilo me tirou do transe e pude ver Emmett.
Ele parecia preocupado.
Edward chegou logo após ele.
- O que ela tem? – ele perguntou a Edward.
- Só está assustada.
- Com os ursos, não é?! – ele tomou suas próprias conclusões e eu percebi que Edward não questionaria. – Não precisa ter medo deles, Alice – ele sorriu pra mim. – Eu prometo a você que não vou deixá-los te machucar. Eu estou em dívida com você, lembra?!
Ele continuava sorrindo, mas a frase “em dívida com você”, ao invés de me deixar tranquila, me aterrorizou ainda mais. Puxei minha mão e corri.
- Alice volta! – era Edward que começava correr atrás de mim. – Esme não vai gostar do que você está tramando.
Eu não deixaria Jasper, nem ninguém me ferir! Não, eu não deixaria!
Edward
Emmett, como era um recém criado, era mais rápido, e chegou antes até Alice.
Ele mantinha presos em sua boca mil pensamentos preocupados a ponto de sair sem preocupação. Enquanto isso, ele segurava sua mão enquanto perguntava.
Ela demorou a reagir. Em sua cabeça se passavam mil cenas, coisas que eu não sabia dizer se haviam acontecido ou se iriam acontecer. Ele conseguiu tomar sua atenção no momento em que eu chegava.
- O que ela tem? – ele me perguntou impaciente.
- Só está assustada – e era a mais pura verdade, eu só não disse com o que ela estava assustada...
- Com os ursos, não é?! – ele tomou suas próprias conclusões e tentou acalmá-la. Bem, ele estava tentando, pelo menos... – Não precisa ter medo deles, Alice. Eu prometo a você que não vou deixá-los te machucar. Eu estou em dívida com você, lembra?!
Ele sorria para ela enquanto segurava sua mão e tentava acalmá-la, mas Alice deveria ter um probleminha de interpretação... Mulheres!
“A frase ‘em divida com você’ ao invés de me deixar tranquila, me aterrorizou ainda mais.”
Alice começou a correr, eu tentei chamá-la de volta.
- Alice volta! Esme não vai gostar do que você está tramando.
Eu comecei a correr atrás dela.
- Alice! Ninguém vai machucá-la!
Emmett estava ao meu lado.
- Quem quer machucá-la?
- Eu não sei – ok, eu menti, – ela tem medo de um tal de Jasper.
- Ah... Jasper... Bom saber. Ele vai pagar caro por assustar essa garotinha.
Eu não sei bem o motivo, mas Alice parou de correr. Nesse momento nós pudemos alcançá-la.
Emmett
Edward disse que Alice tinha medo de um tal de Jasper. Eu nunca esqueceria esse nome e o faria pagar caro por assustar uma menina tão legal como a Alice. Ele deveria ter medo de me encontrar.
Fosse quem fosse, eu não deixaria barato.
Alcançamos Alice, pois ela parou de correr. Eu não podia deixá-la ir, então a abracei.
- Alice, eu estou aqui, não corra, por favor – eu implorei.
Ela não olhou para mim, apenas retribuiu o abraço.
- Eu não vou deixar ninguém fazer mal a você, está bem?!
Eu puxei seu olhar.
- Ele não vai fazer mal para você. Ninguém irá, porque eu não vou deixar.
Eu não poderia deixá-la ir, então a peguei no colo, ela era tão levinha.
- Não vai mais fugir assim mocinha, desse jeito vai me deixar preocupado – eu sorri para ela e ela apenas abaixou o olhar.
- Você preocuparia meus pais também, Alice – Edward marcou presença na pequena bronca.
- Me desculpem... Eu agi de forma errada... – ela dizia enquanto olhava para baixo.
- Não se preocupe – eu a aninhei em meus braços, – ninguém mais vai te assustar desta forma. Podemos voltar agora?!
Edward fez que sim com a cabeça e nós dois voltamos a correr, eu levava Alice em meus braços, não deixaria que ela fugisse assim de novo. Eu tentaria provar para ela o quanto era grato por ela ter me salvo aquele dia.
Ninguém no mundo deveria querer o mal de uma garotinha como ela.
15 comentários:
Que fofinhooo!♥
Adorandooo aquii!
Cada dia melhor!Quantos capitulos vão ser?
Parabéns aos autores!
como o emmett é lindo! quero pra mim..........ele todo preocupado com a alice que fofo. tadinho do jass quero so ver quando ele aparecer o que o emmett vai aprontar. esta otima. e boa pergunta noeme: Quantos capitulos vão ser?estou esperando pelo proximo.
Eu tambem queria saber quantos capitulos não ser porque eu estou amando essa fic.
Eu queria que o Emmett ficasse com a Alice e Rose com o Jasper mais eu acho que isso é meio impossivel ou não?
TO AMANDOOOO
sera q entro meu avatar?
entrou meu avatar?
porque nao entra meu avatar? se clicar no S2 aparece la no disqus!buaaaaaaaaaa
São 36 capítulos! ;)
obrigada!
Obrigadaa por responder a nossa pergunta Alice!
=)
que fofinho!!!
a-m-e-i
bjss
Owwwnnn! O Emm todo fofo e cuidadoso com a Alice é lindooo! E ver a Rose assim tão profunda é mto lindo tbm!! Adorandoooo...
Thanks
Sempre gostei do Emm, mas agora to amando!
Tão fofo, tolo super protetor.... rsrs!
Ameii... :D
Postar um comentário