Maré Vermelha - Capítulo 25: Magia

Nota da Autora: Olá meninas, desculpem-me o atraso na postagem, mas para compensá-las, hoje vocês serão presenteadas com dois capítulos. Eu gostaria muito, que se possível, vocês comentassem nesse primeiro para depois ler o outro, ambos são igualmente intensos, mas muito diferentes! A trilha sonora dos capítulos são lindíssimas e para algumas o primeiro vídeo será uma surpresa AVASSALADORA! Não deixem de conferir e comentar nos dois!

O fogo vinha consumindo tudo o que estava pela frente, labaredas lambiam ferozmente destruindo o que estivesse pelo caminho, as cinzas invadiram o ar e a cortina de fumaça preta que se formou deixava a todos com dificuldades de respirar, pessoas abandonavam suas casas na tentativa de salvarem suas vidas, uma correria desvairada somado a gritos de socorro e choros de crianças tornavam o lugar, era a porta de entrada para o inferno.

Diante da cena dantesca o enorme lobo castanho-avermelhado dirigiu o olhar a Edward que agora estava a poucos metros dele.

“Em tempo nenhum os Cullen seriam capazes de uma atrocidade dessas! Desculpe-me se um dia os julguei mal.”

- Você sempre fez o que um grande líder tem que fazer Jacob, proteger os seus de qualquer ameaça!

“Como souberam?”

- Foi Nessie quem soube, ela sentiu sua dor, enxergou com seus olhos... foi inexplicável!

“Onde ela está, Edward?”

- Com Esme, em segurança... tivemos que sedá-la!

“A única maneira de detê-la!” – A ideia da impetuosidade de Renesmme quase fez o lobo sorrir.

A tensão permanecia evidente entre os grupos rivais que entrincheirados se olhavam mutuamente com o ódio lhes transbordando, Aro já parecia maquinar algo, ele bem sabia que sem Jane, Felix e Demetri, estariam em desvantagem, seu espírito de luta e resistência pareceu esvair-se. Já os Cullen sempre tão pacíficos, dessa vez não estavam dispostos a nenhum tipo de negociação, nem mesmo Carlisle sempre favorável a decisões diplomáticas, diante do massacre do qual era testemunha, não sentia como justo que os Volturi mais uma vez escapassem impunes, além de saber que esta seria provavelmente a única oportunidade que teriam para resolverem definitivamente às suas diferenças.

- Ora, ora se não é a família dos talentosos Cullen... – Aro falava com certa moderação na voz, ele precisava controlar as forças opostas que lutavam dentro dele: o desejo de vingança e a necessidade de uma saída que lhes favorecesse.

Edward não precisaria ler pensamentos para saber exatamente o que se passava pela mente pérfida de Aro Volturi e antes mesmo que qualquer tipo de negociação fosse tentada, a decisão tácita para os Cullen e Quileutes já estava tomada, iriam lutar. E uma visão de futuro animadora, foi vislumbrada por Alice naquele instante, o que impeliu Edward imediatamente ao ataque. E sem que pudessem esperar, pegos completamente de surpresa pela comunicação oculta entre os irmãos, Alec e Chelsea foram simultaneamente atacados por Edward e Alice, que pretenderam assim eliminar os dois Volturi talentosos que poderiam representar maior perigo aos demais. E sem que houvesse tido tempo para um piscar de olhos, lobos assim como os demais membros da família Cullen reagiram de maneira igualmente bélica. O combate tinha recomeçado, podia-se ouvir a quilômetros o baque ensurdecedor de pedras se chocando com violência.

Um cheiro de enxofre pareceu ser trazido com as espessas nuvens escuras que anunciavam a tempestade ainda em suspenso, contudo, a ferocidade com que os raios transpassavam o céu naquela noite, tornava-se fácil prever a força com que ela viria quando finalmente chegasse. Em meio às crescentes labaredas e aos relâmpagos que insistiam em cortar o manto celeste, os lobos lutaram bravamente, deceparam vampiros ao meio e arrancaram muitas cabeças, um fôlego novo os tinha trazido de volta à luta, de volta à vida, eles tinham amigos com quem contar.

Uma batalha longa que adentrou a madrugada foi travada, apesar de menos experientes, muitos vampiros haviam sido trazidos pelos regentes italianos para devastação da aldeia. Mas, movidos pela motivação especial em por um fim de uma vez por todas à falsa paz que Aro insistia em manter, os Cullen pareciam verdadeiras máquinas de guerra, estavam realmente dispostos a acabar com as ameaças veladas e cansados de suportar sobre suas cabeças uma espada desde o conflito não ocorrido há anos atrás.

Carros eram arremessados a longas distâncias, postes de transmissão de energia e árvores eram impressionantemente arrancados do chão com a mesma facilidade que se tira uma flor de um jardim e utilizados como armas para atingir aos rivais. O ardiloso, porém agora acovardado Caius só pensava em alguma maneira de se safar daquela situação, havia se escudado em Renata que se manteve repelindo ataques a si e a Aro permanentemente, não permitindo que ninguém se aproximasse deles sem que não fosse lançado a quilômetros pelo seu talento defensivo. Com a aldeia às escuras, iluminada apenas pelas faíscas originadas pelos fios de eletricidade arrancados e pelos clarões dos relâmpagos, finalmente Aro concordou com Caius de que era o momento oportuno para se bater em retirada, pois mesmo com a privilegiada visão noturna, os Cullen ainda estariam suficientemente ocupados para impedi-los e Aro sabia que assim que mais baixas fossem sofridas, Renata não poderia conter a tantos de uma vez. Mas, Edward ao ouvir as intenções de fuga dos Volturi, gritou.

- Jacob, não podemos permitir que os sanguessugas da realeza fujam, nunca mais teremos paz se isso acontecer! - Jacob riu ruidosamente ao ouvir o apelido que tantas vezes havia chamado Edward sendo proferido por ele a outros de sua espécie. As coisas realmente haviam mudado.

“Eu estou com você Jake!” – Sam gritou dentro da cabeça do outro Alfa e, então já corriam em direção aos vampiros que sem nenhum remorso iam deixar os outros para que morressem em seu lugar, os dois Alfas eram tão imensos que enquanto corriam mais pareciam velozes cavalos, suas patas batiam contra o chão e a força com que o atingiam era audível fazendo subir poeira para todo lado... eram predadores caçando e vinham seguidos por outros que tampouco eram menores, Jared e Embry. Foi então que Sam, alçou vôo contra Caius, empurrado pelo ódio que lhe corroía as entranhas por ter perdido Emily, mas esse não era o tipo de vampiro que se pudesse subestimar, não que Sam o tivesse feito, mas o ódio o cegou e não se sabe ao certo se o descuido fora ou não uma manobra inconsciente, contudo ele havia se exposto demais e tudo aconteceu tão rápido que seria impossível olhos humanos captarem quando o pérfido vampiro cravou-lhe as presas no pescoço do lobo. Ouviu-se um esganiçar longo e agonizante, vários uivos simultaneamente rasgaram a noite, uivos de dor... uma das alcatéias havia perdido seu Alfa, a mordida era letal, o veneno o mataria... Sam sabia, restava-lhe poucos minutos... “Nicholas”... ele pensou... o corpo todo ardia, parecia estar em chamas... “Leah”...

Nos segundos e minutos que se seguiram muitas coisas aconteceram numa velocidade sobrenatural, Jacob foi tomado por uma ira incontrolável e seus olhos francos deram lugar a uma rudeza sádica, violentamente ele lançou-se contra as pernas do vampiro, derrubando Caius. Lobos enormes vindos de todas as direções cercaram os Volturi e numa rápida olhada Renata contou 8, ela sabia que da onde tinham vindo estes, logo outros chegariam. Depois de ter evitado que Alec utilizasse de seu talento contra Edward, permitindo que o marido degolasse o vampiro após algumas investidas e de ter protegido a todos contra as tentativas de Chelsea de quebrar os laços afetivos que os uniam, Bella agora corria como uma rajada de vento em direção aos lobos. Jasper após ter se livrado facilmente de uns pares de vampiros, a que ele chamou de “cabos inofensivos sem nenhuma experiência militar” enfrentou muito mais dificuldades para derrotar Chelsea, pois apesar de Alice prever os movimentos da vampira, essa sabia se esquivar como poucos de uma boa briga, além de parecer estar muito bem preparada para enfrentá-los. Porém, após terem suas forças somadas a de Emmet, arrancaram os pedaços da vampira, permitindo que Rosalie pusesse fogo em tudo. Os quatro também se puseram a correr para o amontoado de lobos que acuavam os vampiros da realeza. Carlisle que já vinha ajudando Rosalie a aumentar a coluna de fumaça onde corpos de mármore jaziam, ajudou Edward acabar com os últimos vampiros que ainda insistiam em resistir e então ambos também se puseram a caminho. O dia do juízo final parecia ter chegado para os Volturi. Jake parecia ter sido tomado pelo demônio, impaciente subiu sobre o corpo de Caius e arreganhou seus dentes imponentes e afiados que tão brancos que eram pareceram brilhar no breu daquela madrugada e sem esperar que mais nenhum segundo passasse, vingou seu amigo, arrancando a cabeça do vampiro numa única abocanhada de toneladas em força. Embry, Paul, Quil e Jared atacaram Renata, que apesar de ter conseguido arremessar dois dos lobos para longe, foi vitimizada pelos outros dois, que sem piedade a destroçaram inteira. Aro sabia que estava morto. Porém, Edward e Carlisle sem nem mesmo trocar uma única palavra estavam em acordo sobre a necessidade de manter o “rato” vivo, já que ninguém ali tinha a menor pretensão de herdar o trono do mundo vampírico. Aquele papel só podia se prestar a alguém como Aro e então, apesar da ruidosa insatisfação dos lobos a vida de Aro foi preservada. Ele viu a malícia no arco das sobrancelhas de Edward, quando esse falou.

- Quem dessa vez proporá o acordo, somos nós Aro... sua vida e a garantia do nosso silêncio sobre o destino de Caius e dos demais e de como derrotamos o exército Volturi, em troca de você permanecer em Volterra, mantendo a ordem no nosso mundo e claro sobretudo, deixando-nos viver em paz, pois se tentar algo contra nós mais uma vez, faremos com que toda nossa espécie venha a saber o que aconteceu aqui, e eu pessoalmente farei com que Stefan e Vladimir tomem conhecimento de tudo, além de apoiá-los num levante contra você! – Edward falava com fogo nos olhos, seus punhos cerrados eram fortes indicadores de como ele gostaria de ter matado Aro com suas próprias mãos, no entanto, os Cullen bem sabiam que os antigos irmãos romenos não eram opções melhores de governo para sua espécie, nesse caso seria trocar o roto pelo esfarrapado.

Aro apenas assentiu afirmativamente com a cabeça, sem nada dizer. Ele amava suficientemente o poder para concordar com a proposta. Jacob que a princípio se revoltou com a decisão, acabou concordando que talvez fosse mesmo o melhor a fazer, pois se Carlisle concordava, Jacob não discordaria, achava que talvez só Billy fosse capaz de ter no mundo tanto discernimento quanto o chefe da família Cullen. E finalmente quando deram passagem para que o regente Volturi partisse, Jake ouviu o chamado de Sam.

“Jake, preciso de Leah aqui...” – Jacob assentiu, apesar de ter achado aquela solicitação de Sam, no mínimo curiosa, mas não iria discutir com o amigo.

“É bom que não discuta mesmo serei sempre seu irmão mais velho...” – Sam havia respondido aos pensamentos de Jacob.

Quando Leah se aproximou, Sam que vinha a todo custo adiando a transformação, pois sabia que como humano o veneno o mataria ainda mais rápido, tornou-se homem novamente...

- Leah... preciso... te revelar algo... antes que eu me vá. – Sam falava muito devagar, a dor que o consumia era enorme e as palavras saíam com dificuldade. – Emily sempre amou você... ela morreu sem poder lhe dizer que... que queria que você iniciasse Nicholas... nos costumes Quileutes... que você fosse sua madrinha...

As lágrimas desciam grossas pela cara peluda da loba que tinha os olhos lavados de tristeza, seu coração batia freneticamente, parecia que iria explodir para fora do peito.

- Quero garantir... que o desejo dela... seja... realizado... e mais uma vez te pedir perdão... – Ele engasgava a cada palavra... – Eu quero... assim como sei que Emily também iria querer... que você seja a mãe de Nicholas... – Uma pausa longa, Sam estava morrendo... ele reuniu todas as forças que lhe restaram para terminar. – Eu sei que você será a melhor mãe que um garoto pode ter... – E dizendo isso, Sam sucumbiu ao fogo que o veneno lhe impingiu, suspirou uma última vez, mas antes de partir ele reconheceu o perdão nos olhos de Leah e soube que seu filho estaria em boas mãos, depois disso, a luz dos seus olhos deram lugar à escuridão, o Alfa estava morto.

O líder Quileute jazia sobre as terras do seu povo, do povo que bravamente ele e sua mulher haviam dado a vida para proteger, vampiros e lobos velavam seu corpo, aqueles que podiam choravam, mas os que não podiam choravam também a sua maneira. Junto com as lágrimas veio a chuva que caiu forte, mas sem vento, era estranho, parecia que agora o universo conspirava a favor, nada teria sido mais providencial que uma chuva para ajudar a acabar com o fogo que ainda queimava a reserva. Cheios de dor e tristeza homens e mulheres recolhiam seus entes feridos e mortos na batalha, era uma cena desoladora, no entanto, havia algo diferente no ar, demasiadamente envolvidos pelo clima ninguém havia se dado conta das mudanças...

Na praia, apesar da chuva, já se podia ver um mar calmo aos poucos de vermelho-tinto-sangue, se alaranjar. Chovia, torrencialmente, mas o céu estava completamente limpo, não havia nuvens de onde a água pudesse vir, a cortina de fumaça logo se dissipou e o cheiro de enxofre foi-se com ela, uma magia parecia tomar conta daquele lugar agora. Mas algo realmente impressionante estava acontecendo e nenhum deles percebeu. Horas se passaram, as alcatéias haviam voltado a forma, humanos e vampiros trabalhavam juntos para oferecer conforto às famílias desabrigadas e em luto pela perda de suas pessoas, estavam ali lado a lado, dividindo muitas vezes o mesmo cômodo, carregando os mesmo corpos e não tomavam conhecimento do que tinha ocorrido. A verdade é que não sabiam... mas há muito estavam familiarizados uns com os outros e foi justamente por isso que não conseguiam captar o que acontecia.

******

Pela manhã, enquanto preparavam o corpo de Sam e de Emily para serem cremados dentro dos costumes da tribo, Renesmee chegou, trazida por Esme, estava visivelmente chateada com sua família, mas não iria discutir diante daquelas circunstâncias. Jacob percebeu que ela não se aproximou, e que usava óculos escuros, na tentativa de evitar olhá-lo nos olhos, Ness, apesar de tudo o que sentiu, e de tudo o que aconteceu, não o havia perdoado. Seu rosto estava impassível, sua fisionomia dura, Jake não a reconhecia, e durante todo o ritual os dois se mantiveram distantes.

Billy e o velho Ateara conduziram a cerimônia que foi entoada por cantos típicos do povo e então, finalmente as piras foram acesas. Depois do que pareceram infindáveis horas, quando não havia mais sequer brasas, as cinzas foram recolhidas pelos amigos com as próprias mãos e jogadas ao mar, Leah carregava o pequeno Nick no colo, mas fez questão de colocar nas suas mãozinhas, as cinzas de seus pais, para que desde pequeno ele soubesse o quanto heróicos eles haviam sido, no que dependesse dela, ele cresceria cheio de orgulho dos pais.

Nem Quileutes, nem vampiros continuavam se dando conta do que havia lhes acometido, estavam em modo automático e talvez por isso a falta de percepção lhes acometeu. Foi só muito mais tardiamente quando estavam reunidos em volta do fogo, naquela madrugada fria, que Bella, ao abraçar Jacob ternamente, a fim de consolá-lo, percebeu... E fungando o nariz no pescoço dele perguntou com estranheza...

- Desde quando você não fede mais a cachorro molhado, Jake??? – E então tomado da mesma estranheza Jacob respondeu a ela, quase duvidando de si mesmo.

- Talvez deva ter sido desde o momento que você perdeu aquele seu cheiro doce, enjoativo e de dar náuseas. – Ao terminar de falar isso, Jacob como que para se certificar, colocando em cheque seus próprios sentidos, pegou uma mecha dos cabelos da amiga e cheirou profundamente. – Bells, seus cabelos estão cheirando a fumaça, acho que você está precisando de um banho!

Bella respondeu ao amigo dando lhe um soco no ombro, e depois lhe sorriu. Todos olhavam atônitos uns para os outros agora, o cheiro aversivo que costumavam sentir parecia haver desaparecido por completo. Os rostos em dúvidas estavam tomados de confusão, mas meios sorrisos podiam ser vistos nas fisionomias, um contentamento latente, surgia dali, mas era tímido e reticente.

- Parece que algo realmente mágico aconteceu por aqui... – Billy falava com seriedade. – Nosso povo parece que nunca deixará de testemunhar verdadeiros milagres...

- Magia corre em nossas veias... – Os olhos sábios do velho Ateara pareciam compreender exatamente tudo ali. – Nós lutamos ao lado dos Cullen, os Cullen lutaram ao lado dos Quileutes, pusemos nossas vidas em risco mutuamente, nos dispusemos a morrer uns pelos outros... e inimigos naturais não são capazes desses atos! A natureza está nos dando o recado, certamente não com outros vampiros... Mas os Cullen, depois do que aconteceu aqui, deixaram de ser nossos inimigos naturais... fomos presenteados meus caros, não existe mais indisposição entre nós... uma força maior do que nós e que movimenta o mundo, uma força oculta que está aqui e não a enxergamos está nos garantindo isso!

Olhares emocionados foram trocados e lágrimas derramadas... Carlisle nesse momento sentiu dentro de si, que a escolha de manterem-se o mais humanos que pudessem ser tinha sido entendida, mais que isso tinha sido aceita e esse era o sinal que por séculos ele esperou. Abraços afetivos e ternos, outros ainda tímidos e discretos foram trocados... apesar do que lhes havia ocorrido, algo ali tinha se sobrepujado ao sangue e a destruição... havia motivos para comemorarem, algo ou alguém... Deus, talvez, havia os abençoado!

Trilha Sonora:

Apologize - One Republic

Os olhos de Jacob procuraram Renesmee e os dela já o tinham encontrado... ele se aproximou e segurou-lhe as mãos, ficaram minutos grudados no olhar um do outro sem nada dizer , uma força a impelia para pular no pescoço dele e beijá-lo incessantemente, por outro lado, algo parecia a impedir.

- Nessie, sei que a dor que lhe infligi foi imensa... – Porém, ela não permitiu que ele continuasse, selando seus lábios com a mão.

- Não, Jake, você não sabe... – Ela precisou parar de falar, pois o pranto começou a lhe correr o rosto devagar. - ...o amor que eu sinto por você quebrou dentro de mim, está tudo aos cacos... aos pedaços... eu não consigo mais juntar.

- Ness, por favor, me perdoe, eu fiz porque amo você mais do que a mim mesmo! E com toda morte e destruição que ocorreu aqui eu tampouco posso me arrepender, você é meio humana Renesmee!

- E você é humano por inteiro Jacob Black, só que é um humano capaz de se transformar num lobo!

- Eu existo para te proteger... – E novamente ela o interrompeu.

- Pois eu preferia que você existisse para me amar!

- Meu Deus, você não entende Renesmee que...

- Não Jake... eu não consigo... me desculpe, mas eu não consigo... é tarde demais para nós dois, é tarde demais para desculpas! – E antes mesmo de terminar a frase, ela já estava se virando para deixá-lo, ele ainda a segurou pela mão e havia uma parte nela que não queria largar da dele, mas aos poucos ela se distanciou e então ficaram unidos apenas pelas pontas dos dedos e logo, nem mesmo isso... então, ele a viu partir.

(...)

I'm hearin' what you say but i just can't make a sound - E estou ouvindo o que você diz, mas simplesmente não posso emitir um som

You tell me that you need me then you go and cut me down - Você diz que precisa de mim depois você parte e me derruba

(...)

I'd take another chance, take a fall, take a shot for you - Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa, levaria um tiro por você

I need you like a heart needs a beat,but it's nothing new - E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida, mas isso não é novidade

(...)

It's too late to apologize - Que é tarde demais para se desculpar

It's too late - É tarde demais

I said it's too late to apologize - Eu disse que é tarde demais para se desculpar

It's too late - É tarde demais

- Dê um tempo a ela Jake, dê um tempo a ela... – Foi tudo o que Edward pôde dizer ao apoiar uma das mãos consoladoras sobre o ombro daquele que um dia havia sido seu inimigo.