Novos Horizontes - Capítulo 01: Vítimas

Toda vez era a mesma situação. Heidi chegaria em breve com as vitimas ou nossas refeições. Era estranho como ela tinha jeito para atrair as vitimas. Todas elas geralmente vinham de lugares distantes. Em nossa cidade era proibida a caça, pois assim acreditavam que há anos eu havia expulsado os demônios da cidade. Tudo era pura fantasia. Minha vida sempre fora uma hipocrisia e perder minha amada fora o fim para mim, por isso me tornei esse ser desprezível. Didyme era linda, carismática e encantava a todos com seu dom. Mesmo condenados a essa maldição não éramos ruins,queríamos apenas viver eternamente juntos, mas a sua morte sempre m causou dor... causa-me até hoje.

“Chegamos a Volterra. Permaneçam todos juntos. Por aqui... mostrarei a vocês as beldades desse palácio”- Heidi estava do outro lado da porta.

“Fiquem prontos meus caros. A hora do jantar chegou!”- Aro com sua ironia sempre me davam arrepios.

“Estamos mestre!”- Jane e sua melancolia de sempre.

“Aqui... esses são nossas realezas... desejo a vocês um ótimo fim!” – E a gritaria tomou conta do recinto de nosso saguão do palácio. Atirei-me em cima de um rapaz que nem tentou se soltar sabendo que seu fim seria ali. Terminando-o atirei seu corpo ao lado e parti para cima de uma mulher, que estava agarrada a parede em um canto do palácio. Quando olhei em seus olhos, eu não acreditei no que via em minha frente. Era ela... só poderia ser minha Didyme... será que eu estaria ficando louco??

“Didyme... é você amor?”- Ela arregalou os olhos e se abraçou. Não... era alguém parecido com ela... Ela derramava lágrimas pelos olhos. Ela está com medo de mim... mas não vou machucá-la. – “Acalme-se não irei te machucar.”- Atrás de mim, senti Felix partir para cima dela.

“Pode deixar senhor... eu acabo com ela... não irá te importunar mais.”- Ele partiu para atacar, mas fui mais rápido e arremessei Felix para longe dela. Não irei perdê-la de novo.

“Venha querida. Não irei te machucar...”- Estendi a mão para ela. De repente ela saiu correndo em direção a porta principal. Pelo canto dos olhos vi a confusão no olhar de Aro e Caius, bem como de toda a guarda, mas eu não irei perdê-la de novo.

Flutuei na minha velocidade até alcançá-la que já estava na recepção, gritando com a Gianna para que a tirasse dali.

“Tire-me daqui... por favor... ele vai me matar!”- Gianna fez referencia para mim e eu apenas fiz com a mão para que saísse. Ela imediatamente saiu.

“Por favor, não me mate... eu não fiz nada... eu nem queria estar aqui... por favor...”- Então ela acharia que eu iria matá-la? Foi então que eu peguei em sua mão... levantei-a do chão e a coloquei sentada no sofá... percebi que havia água na recepção. Era isso que humanos tomavam quando estavam nervosos. Fui em direção, enchi um copo para ela e a entreguei.

“Aqui... tome isso e respire fundo.”- Ela bateu a mão no copo e ele voou longe... espalhando toda a água que havia pegado a ela. – “Isso não foi muito gentil de sua parte. Acalme-se vamos conversar.”- Percebi que agora ela apenas fungava... havia parado de chorar.

“Qual seu nome?”- Perguntei a ela.

”Chamo-me Allie. Porque vocês fazem isso?? Eu não quero ficar aqui... por favor me deixe ir embora?”- Ela suplicou piedade, mas eu não poderia perdê-la de novo.

“Allie, você não poderá ir embora... o que viu aqui é impossível de se compartilhar como ser humano. Tenho duas opções para você... ou se torna uma de nós, ou virá alimento. Você quem decide.”- Dizer essas palavras a ela me doeu muito, eu não queria magoá-la.

“Marcus... o que está acontecendo aqui?”- De repente Aro parou na porta principal e nos observou. Sua boca se abriu em um enorme O. Ele deveria estar pensando o mesmo que eu... como Allie parecia com minha Didyme.

“Não é possível... ela é idêntica a Didyme... Como pode?”- Aro se aproximou de nós. Por um impulso Allie grudou em meu manto. Ela era realmente parecida com Didyme... seus cabelos pretos lisos e cumpridos, pele branca e macia como a porcelana. Ela era divina, assim como minha memória sempre se recordava dela.

“O que fará com ela Marcus?”- Ele me observou. Toquei sua mão, desejando a transformação dela. Aro saberia que essa será minha decisão. – “Vejo que já deu as opções a ela não é meu caro? Então querida... o que me diz? Alias, antes me deixe apresentar, sou Aro Volturi... e você se parece muito com minha irmã, Didyme... que infelizmente morreu em uma batalha.”

Allie olhou para mim enquanto ainda permanecia agarrada ao manto preto, eu vi suas lagrimas escorrendo pelo rosto. Apertei suavemente sua mão, e ela então percebeu o que seria melhor para ela.

“Já que não tenho opção, eu aceito em ficar com vocês. Com uma condição...”- Aro levantou uma sobrancelha. Eu não iria me opor a nada do que ela quisesse. – “Quero ele ao meu lado...”- Apontou para mim... como ela sabia que jamais sairia do lado dela?

“Sabia decisão minha jovem... marcaremos a sua transformação para daqui uma semana... se o fizer agora, ambos a mataremos... e isso não é o que queremos não é Marcus?”- Eu assenti para ele.

“Bem, se me derem licença, vou aos meus aposentos ver minha esposa. Demetri ficará encarregado de fazer a segurança do seu quarto. Heidi ajudara a escolher roupas adequadas... sinta-se em casa.”- Aro virou e retirou-se.

“Porque pediu para que eu não saia de perto de você Allie?”- Eu a questionei, queria ver sua resposta.

“Porque não me machucou e apesar de estar assustada... eu confio em você... Marcus.”- Não acreditava no que ouvia.

“Agora vou levá-la a seu quarto. Não poderá sair daqui minha cara... Em uma semana se tornará uma de nós. Terei muita coisa a ensiná-la... principalmente em como ser uma Volturi.”- Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto caminhávamos lentamente ao novo aposento dela.

“Poderia perguntar algo a você? Quem era Didyme realmente e o que ela tem haver comigo?”- Eu iria contar a ela tudo. Quem foi Didyme, o quanto eu a amei e o quanto estava feliz por Allie me trazer de volta a vida, se isso realmente fosse possível.

“Didyme foi uma mulher incrível... ela foi meu único amor... ela era parecida com você... mas essa é uma historia que com calma te contarei... você precisa descansar...”- Enquanto abria a porta de seu novo quarto com uma mão, percebi que ela ainda segurava a minha e meu manto. Allie me olhou e foi como se o mundo voltasse ao verdadeiro lugar... lugar que nunca deveria ter sumido de meu horizonte.

“Fique tranqüila... assim que descansar volto para contar-te tudo. Pelo visto Heidi já passou por aqui... estarei por perto para que ninguém a machuque... tome muito cuidado com todos... até mais tarde Allie.” – Ela soltou minha mão e entrou fechando a porta. Demetri apareceu na mesma hora.

“Cuide para que nada aconteça, ok?”- Ele fez que sim com a cabeça. Agora viria a parte pior... enfrentar a fúria de Aro e Caius... mas eu não me importo com isso, porque finalmente tenho um novo horizonte pela frente... uma nova chance para ser feliz.