Novos Horizontes - Capítulo 03: Ajuda Necessária

“Por que é tão gelado? Isso vai acontecer comigo também?”- Depois de nosso segundo beijo, o coração de Allie começou a bater freneticamente, e ela então ofegou com falta de ar. Foi necessário interromper aquele doce momento, meu medo de que seu coração parasse gritou mais forte em minha mente.

“É como se estivéssemos congelados no tempo... Sente algo? Meu coração não bate há muitos anos ...”- Levei a mão de Allie onde deveria ficar meu coração. Ela se espantou.

“Que estranho Marcus... Depois de me tornar uma de vocês, eu serei assim gelada? E meus olhos ficarão vermelhos? Poderia me explicar como funcionam as coisas? Quero estar preparada para tudo.”- Ela havia deitado em sua cama, estava exausta, mas a curiosidade falava mais alto.

“ depois de sua transformação Allie, não sentira sua pele gelada, será como a nossa, em uma temperatura agradável para seres como nos. Os olhos são vermelhos por causa de nossa alimentação, o sangue humano. Temos regras que devemos cumprir Allie, Nunca devemos contar aos humanos o que somos, nunca sair na luz do dia, nunca transformar uma criança em imortal e principalmente nunca chamar a atenção para nos mesmos.” – Allie absorveu todas as instruções sem me interromper.

“ Quanto a alimentação Marcus... não existe outra maneira??” – Sim, existe... A maneira dos Cullens, será que era isso que desejaria?

“Existe um clã na cidade de Forks, onde eles vivem de outra forma. Não apenas eles, há outros no Alasca também. Sua alimentação é com animais e não com humanos. Há um tempo atrás, o filho dele Carlisle Cullen, nosso amigo, engravidou uma humana. Ela quase morreu por conta do parto. Deu a luz a uma criança meio-humana, meio-vampira. A esposa dele, Isabella Cullen, se transformou depois. Nunca havia presenciado um laço tão forte como o dessa... família. É assim que eles se consideram.”

“Então existe outra opção? Será que posso tentar?”- Me admirei com sua pergunta. Parei e pensei por um momento enquanto ela me observava.

“Não sei Allie. Teria que pedir ajuda... Alias, como você esta se sentindo?”- Para tomar qualquer atitude, teria que sair do palácio.

“Eu estou bem... por que?”- Levantei-me da cama e fui a direção ao seu closet. Peguei uma capa parecida com a de Jane. Isso bastaria.

“Vista isso querida. Vamos dar uma volta fora do palácio, apenas será frio e não pode adoecer.”- Joguei para ela o manto. – “Aconselho prender seus cabelos, fará muito vento no passeio.”- Ela sorriu, pelo horário não deveria ser ruim sair do palácio. – “Já volto Allie.”.

Desci as escadas e entrei na sala do trono. Todos me olharam, não acreditavam no que estava a sua frente. Ignorei os olhares.

“Aro, preciso lhe falar meu irmão... a sós.”- Todos da guarda se retiraram imediatamente.

“Ora, ora meu irmão.... Esta elegante com esse cabelo. Não gostei das roupas, não são dignas de um rei... Enfim, em que posso ajudá-lo?”

“ Vou levar Allie para dar uma volta pela floresta. Vou sem a guarda. Isso não terá necessita, visto que esta noite e não há sinal de perigo... retornarei dentro de uma hora. Aro... Allie esta doente e a qualquer momento poderá morrer. Terei que antecipar sua transformação.” – Aro parou e me encarou.

“ Mudanças nos planos meu irmão? Terei que pensar a respeito... Tome cuidado na floresta Marcus, nunca se sabe o que poderá acontecer por lá. Ate breve meu irmão.”

Fui em direção ao quarto de Allie, ela já estava pronta. Vestia o manto preto, por baixo um simples vestido, meia e sapato. Seu enorme cabelo agora prendia a uma tranca que tinha inicio no topo da cabeça e fluía ate sua cintura.

“ Belíssima.” – Eu a elogiei. Ela abaixou a cabeça. – “Então, vamos?” – Ela fez que sim com a cabeça. Eu a peguei no colo e ela soltou um grito abafado de surpresa.

“Desculpe-me pelo grito Marcus, não esperava...” – Eu beijei seus lábios suavemente e comecei a correr pelos espaços úmidos e frios do palácio. Allie agrarrou-se ainda mais ao meu pescoço, e fechou seus olhos, sentindo a brisa atingir seu rosto. Saímos dos arredores de Volterra rapidamente, parando na floresta, em frente ao rio, onde a lua se refletia na água.

“’E lindo Marcos!” – Sorri para minha amada... Era estranho como tudo ao lado dela era fácil. Peguei o telefone que estava em meu bolso. Sempre tínhamos um a nossa disposição. Uma ruga se formou na testa de Allie, ela não estava entendendo nada. Disquei o numero para o qual jamais pensei que um dia fosse ligar.

“Alo? Alice Cullen falando. Quem e?” – Como se ela não soubesse.

“Ola Alice, como vai? Aqui e Marcus... Marcus Volturi e preciso de sua ajuda!” – O telefone ficou mudo por trinta segundos.

“ Pois não senhor Marcus.... em que posso ser útil?” – Allie permaneceu em silencio, fitando a imagem da lua na água.

“Alice, eu tenho uma nova companheira, seu nome e Allie, preciso que me diga quanto tempo ela tem de vida. Pelo amor que você tem a sua família, me ajude...” – Mais um minuto de silencio.

“Marcus, sinto muito... ela tem apenas mais dez minutos de vida...” – Imediatamente desliguei o telefone e olhei para Allie que começara a ficar branca feito a lua refletida na água e aos poucos foi tendo o batimento de seu coração enfraquecendo.

“ Marcos... ajude-me... você prometeu não sair do meu lado.” – Eu a peguei antes que caísse definitivamente.

“Duvida da luz dos astros,

De que o sol tenha calor,

Duvida até da verdade,

Mas confia em meu amor.”

“Não vou sair de seu lado... Perdoe-me que isso doera... mas acredite, doera mais em mim do que em você...” – Sussurrando em seu ouvido continuei. – “Espero conseguir... amo-te minha Allie.”

“ Meu rei... eu... te... amo... obrigada por não me abandonar.” – Ela terminou a frase e eu beijei seu pescoço, cravando meu dentes em suas veias, foi quando a mão que levemente segurava em meu cabelos, cedeu com a dor.

Começou o frenesi, ela mal se movia em meus braços, o sangue fluía por minha boca, descendo maravilhosamente bem. Um ultimo suspiro de Allie, e eu consegui sair do frenesi, me lembrando de que não poderia perdê-la novamente. Tirei minha boca de seu pescoço e olhei para seu rosto pálido.

Antes de retornar ao palácio, agora com o ato consumado, havia algo que deveria fazer... algo por ela... pela mulher que amo... Peguei o telefone e redisquei o numero, Alice atendeu.

“ Tenho que te agradecer... graças a você consegui salvar Allie, ou condena-la como queira... Mas antes de qualquer coisa, preciso saber algo... uma resposta que apenas um Cullen de verdade pode me dar...”