E Se Jasper Salvasse Rosalie... - Capítulo 05: Descobertas Desagradáveis

Rosalie

Eu estava voltando em si. Eu podia sentir levemente o vento em contato com meus braços e em alguns fios de cabelos que estavam em cima de meu rosto, alguns dançavam em minha bochecha. Eu também podia sentir a claridade do dia, mesmo com os olhos fechados.

Abri os olhos, me espreguicei mais do que rapidamente para afugentar toda a preguiça. Fui até a janela, já estava tarde, pessoas já andavam na rua de um lado ao outro, a cidade já estava funcionando há horas.

Foi então que, ao olhar pela janela, vi a árvore. Lembrei de quando me senti voar, senti aquela sensação de ser tão leve quanto uma pena na mão de uma pessoa. E havia aquele homem, Jasper Whitlock, certo?! O homem que segurava a pena.

Ele era tão forte, tão corajoso, tão destemido. Ele é como uma daqueles cavalheiros que só existem em contos e histórias de grandes livros de literatura. Às vezes, sinto como se ele não existisse, como se ele não fosse real.

Mas é. Eu o senti ontem. Ele me ajudou, me pegou no colo, me trouxe para casa, me colocou na cama e me pôs para dormir. Naquele momento, apesar de não estar completamente consciente do que acontecia, eu sentia seu carinho, sua compreensão e respeito, pelo menos, em relação a mim.

Jasper era o meu herói, só faltava o seu cavalo branco e as vestes reais com muito azul marinho ou vermelho sangue junto do belíssimo dourado ouro.

Fiquei ali, parada, na janela. Deixei que os raios do Sol me aquecessem, me dessem energia o suficiente para começar meu dia. Enquanto eu permanecia nesse ritual matinal, Ruby entrou em meu quarto.

- Oh, demorou a acordar, hein, senhorita Rosalie!

- Ah, nem me fale Ruby... Tive um sonho meio estranho... Não, bem, não fora bem um sonho, foi bem que mais ou menos um pesadelo. Mas também me pareciam bem reais.

- Ixi, então a noite foi agitada para a senhorita, não?!

- E como foi, e como foi... Mas, sabe, foi boa, mesmo assim...

- O que a senhorita sonhou?

- Não sei ao certo, há partes que eu não me lembro por completo. Lembro que eu estava saindo da casa de Vera quando fui atacada por Royce e uns amigos dele.

- Ai minha Nossa Senhora... Rosalie, Deus te livre de sonhar essas coisas, querida.

- É, foi triste. Eu tinha ficado tão assustada, mas então surgiu um homem do nada, de repente, era como se ele estivesse o tempo todo por perto, e só quando eu estava realmente em perigo, ele foi me salvar.

- Hmmm...

- E ele era bonito, Ruby... Ele era muito bonito, não tenho comparação com qualquer homem de Rochester. Não era rico, obviamente, mas... seu rosto parecia ser esculpido com os mínimos detalhes, seus olhos eram bem escuros, como a noite. Seus cabelos eram desajeitados, mas de certa forma o deixava mais gracioso.

- E ele cheirava bem?

- Como?! – me assustei. Que pergunta!

- É, sabe, ouvi sua mãe contar à sua tia esses dias que o dono daquela perfumaria que abriu esses dias disse para ela que o cheiro da pessoa atrai outra pessoa, é o cheiro.

- Bom, eu só sabia que isso se relacionava aos animais, mas... Sério?! Que nojo!

- É, pode ser, mas que é bom um homem bem cheirosinho, aah é, não?!

- Ruby, controle-se! – acabei rindo com a alegria desmedida dela. – Mas, é sim...

- Então, ele cheirava bem?

- Na verdade, não muito viu... Mas, sinceramente, depois do que sonhei, não ligo com isso. A comparação que eu tenho de homem cheiroso é com o Royce, e ele foi muito desrespeitador, sabe... Não ligo se aquele homem cheira bem ou mal, o importante é que ele me salvou!

- Ok, que bom.

Continuei ali em pé em frente à janela apenas observando as pessoas que passavam lá embaixo. Por vezes eram homens de ternos preto ou cinza com suas cartolas, o protegendo do sol, carregavam uma maleta igualmente da cor do terno. Os sapatos deles combinavam com o terno. Às vezes, um brilho esvaia-se dos botões do blazer, era o relógio de bolso com sua corrente à vista. Eles eram os negociantes importantes de alta classe da cidade, não importando qual era seu verdadeiro emprego: dono de loja de tecidos, donos de perfumarias, administradores, advogados, banqueiros, vereadores e até mesmo o prefeito.

Sim, meu pai andava da mesma forma, éramos quase da classe alta. Somos da média, mas nos passamos facilmente pela alta, já que meus pais são adorados e queridos por muitos, o que lhes rendem vários brindes e oportunidade ímpares. Meus pais são de classe alta, eu e meus irmãos somos de classe média.

Ainda assim, os homens não eram os únicos a passear por aí em frente de minha casa. Algumas mulheres passavam afobadas, elas quase podiam correr por aí. Seus vestidos não eram os mais bonitos das lojas, os que seguem as palavras da moda parisiense, eram mesmo os restos, sobras. Essas mulheres não tinham roupas caras, mas eram batalhadoras, não tiveram sorte ao nascer, então tem de trabalhar para conseguir se sustentar.

Vera segue essa linha de mulheres, apesar de que no caso dela não há trabalho, mas sim um filho tão lindo para ser cuidado e amado dentro de casa.

E pouquíssimas vezes eu pude ver casais. Era manhã, meio da semana, todos estavam trabalhando. Passeios em casal apenas em horários em que o Sol está brando, quase que ao por do sol, e então o homem já “devolve” a mulher em sua casa antes do anoitecer.

E, ah sim, também havia passeios aos fins de semana. Aí sim, apenas passeios, famílias e amigos nas ruas, nada de trabalho.

Me perdi em meus pensamentos quando senti um cutucãozinho no ombro. Olhei e era Ruby quietinha.

- Sim?

- Rosalie, já terminei de arrumar seu quarto e já lhe deixei separado um vestido claro para passar o dia. Eu já chamei a Michaella e pedi para que ela trouxesse água para um banho. Ela já trouxe alguns baldes, eu a ajudei, ela ainda trará mais alguns para a senhorita.

- Ah, sim, um banho seria formidável.

- Sim, claro, com certeza, ainda mais com essa camisola tão estranha e suja que a senhorita está usando, né?! Aliás, é nova?!

- Camisola nova?!

Assim que olhei para baixo vi uma camiseta enorme, larga em todo meu corpo. Meu Deus. Essa camiseta toda larga era de... era... Ai, não, não, não. Era de Jasper, o meu anjo protetor, o meu herói dos contos de fadas!

- É, essa camisetona que a senhorita está vestindo. É moda também?!

Ai, cale-se Ruby. Meu Deus, ninguém pode saber que estou vestida assim, vão pensar que eu... O sonho! O sonho não era sonho, era real! Eu fui abordada sim por Royce e seus amigos, e Jasper foi sim me salvar.

Tudo isso por um lado era bom e por outro ruim, muito ruim. Não sei qual sobressai ao outro, mas tenho uma leve impressão de que o ruim sai em disparada.

- Ruby, querida, se alguém perguntar, você não viu essa camiseta!

- Não, eu vi sim, olha ela aí em você!

- Ruby, é uma metáfora, ok?! Se alguém perguntar dessa camiseta, minta, fala que não sabe de quem é, mas é claro que para que isso não aconteça, eu quero que você jogue ela fora, pique em pedacinho, queime... Sei lá, faça algo!

- Ok, ok, senhorita – ela respondeu entrando em meu nervosismo. – Mas por que tudo isso, Rosalie?

- Se eu te contar, você não vai acreditar!

- Ah, imagina... Conta aí! – ela disse em tom descontraído. Mas então deu um pulinho como se tivesse sido assustada por alguém que veio por trás, me olhou assustada e então voltou a falar. – É lógico que só se a senhorita quiser...

- Ok, Ruby, sabe o Jasper, o moço que lhe contei?!

- Sei sim, o moçoilo do seu sonho, né?!

- Sim, esse mesmo. Então, acho que ele é de verdade, acho que ele existe de verdade.

- Como, se a senhorita sonhou ele?!

- Então, eu já lhe disse, acho que não foi sonho, acho que foi tudo verdade, eu só deveria estar muito assustada, certo? Até mesmo porque, quem não ficaria assustada ao ver seu noivo perfeito se transformar em um louco assassino à noite com uma garrafa de bebida alcoólica na mão?

- Bem, você foi de verdade na casa de Vera...

- Ai, foi tudo real, é tudo verdade! Ruby, o que eu faço?!

- Bem, eu posso lhe dizer uma coisa...

- Shh... – fiz sinal para que ela parasse de falar, até mesmo porque a empregada acabara de entrar em meu quarto trazendo os baldes com mais água. Ok, esperamos ela sair, mas antes, ela ficou encarando as costas de Ruby. Fiz sinal de que a empregada queria falar com ela, que então se virou para ver.

- Ruby, já terminei, precisa de mais água?!

- Acho que não, até mesmo porque a senhorita Rosalie não gosta de tanta água assim, se não quando ela entra, a água cai e vem parar aqui no quarto dela.

- Ok, já vou descendo.

- Sim, sim, obrigada. Já vou descendo daqui a pouquinho também!

- Nem pensar! – respondi em repreensão.

- Ok, nem tão daqui a pouco assim, mas eu desço alguma hora.

Ruby era estranha, não?! Mas era uma boa alma.

A outra empregada saiu e então ficamos a sós.

- Ok, vai, me conta o que tem a me dizer.

- Bem, a única coisa que eu tenho a lhe dizer é... Na verdade são duas. Primeiro, se você precisar de ajuda, você pode contar comigo. Até mesmo porque, sinceramente, eu não sei o que vai acontecer agora com o casamento de vocês dois, então você pode contar com a minha ajuda no que for possível, desde um lencinho para uma choradinha à até mesmo um piso bem molhado e escorregadio para quando ele passar...

- Ah, Ruby, como você é maldosa!

- Ah, mas se for verdade mesmo tudo o que aconteceu, ele é muito mais malvado, ele merece cair de boca no chão umas par de vezes, viu?!

- Sim, bem, isso é verdade.

- E outra coisa: se o tal do Jasper é mesmo verdade, você vai querer vê-lo novamente?

- Ah, não sei. Não sei como encontrá-lo, foi ele quem me encontrou ontem.

- Bem, porque se você o encontrar novamente, pode ser que ele queira a camiseta dele de volta, certo?! Eu posso muito bem lavar essa camiseta e deixá-la bem guardadinha com você aqui no seu quarto, aí se qualquer dia você o ver, avisa ele sobre a camiseta dele!

- Hmm... Boa ideia!

- Sim, mas sabe qual é a outra boa ideia?

- Não...

- Banho!

- Ok... – fomos rindo para o banheiro.

- Banho e conversa. Quero que me conte com detalhes o que aconteceu, quero lhe ajudar com o que for preciso. E, ah, quer que eu chame Vera, ela pode te ajudar com algo também...

- Sim, antes de entrarmos no banheiro, peça para que alguém vá buscar Vera, por favor.

Ruby saiu, ficou fora por alguns minutos até voltar tempo depois. Fui para o banheiro, me deliciei na minha banheira e com a água morna relaxante. Vinte minutos depois, Vera entrava no banheiro assustada perguntando o motivo de eu tê-la chamada. Contei tudo, tudo mesmo!

10 comentários:

Gabii disse...

Primeira a comentar \o/
Ruby è uma pessoa maravilhosa e Vera tbm...
Estou na expectativa dela se reencontrar com seu eròi!!!

JaneVolturi♥♥ disse...

Concordo Gabii...Adoreii!!!
Foi demais!!Bjs..

Amy Lee disse...

Não imaginava qe a Ruby era tão amiga da Rosalie assim!
Finalmente ela caiu na real e percebeu que não era um sonho né? 

o.O
O Jasper deve tá sem camiseta ate agora... "q
Acho que vou procurar ele... rsrs

Laryfamilia disse...

Mt bom o capitulo! Ainda bem q ela tem com quem contar!bjs.

Esme Cullen disse...

Sim, a Rose tem boas amigas!
Mas uma delas vai descepcioná-la em breve...
Então, fiquem de olho para ver qual será :)

Esme Cullen disse...

Obrigadinha!!! :)

Esme Cullen disse...

Sim, a Rose fica tanto sozinha que precisava de mais uma amiga. Já que a Vera mora longe, né?

Huahau, não deixe a Alice ver isso, ahauhauahau

Esme Cullen disse...

Obrigadinah :)

Karem Scarabeli disse...

Decepçoes sao osso... mas adoro essa versão da Rose... e apesar de amar Carlisle, estou ficando fissurada no Jasper... aiaiaiaia Suspirosss...Parabens pela exelente escrita.

Marii2121Luttz disse...

ai que legal  adorei
amei amei amei
otimo o trabalho
bjs

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