Freaky Fred
Vagar, vagar e vagar... era essa minha vida desde que decidi sumir da guerra que Riley e a criadora resolveram travar contra o clã “olhos amarelos” por conta de território... Território... Clã inimigo... Tudo mentira... Mentira que a levou de mim, mentira que fez minha querida e amada Bree se afastar... e ir embora para sempre de minha agora... existência amaldiçoada. Eu voltei após a data marcada da batalha para tentar encontrá-la e a única coisa que achei foram seus restos mortais em uma chama que teimava em manter-se acesa. Eu queria me vingar... Eu fui atrás do Clã inimigo... Faz-me rir... inimigos... Como uma família poderia desejar o mal a alguém? Mais uma vez a única resposta que encontrei foram mentiras.
Desde então eu vivo sozinho, escondido pelos becos escuros das cidades, isolando-me do mundo, jamais encontrando alguém para dividir minhas angustias ou meus medos, jamais sem ter com quem conversar, alimentando-me apenas dos piores seres humanos que possam existir na face da Terra... Ao menos eu encontrei uma utilidade para o demônio que me tornei... livrar o mundo desses indivíduos horríveis... Se é que podem ser chamados de indivíduos... Minhas únicas companhias são as músicas e a leitura... Ler e ouvir sempre me levaram para perto de minha Bree, que sempre permaneceu viva em minhas memórias...
Estava ouvindo John Frusciante, Scratches em meu iphone... estava no Alaska... local onde não conhecia e sempre quis ver o branco infinito... Infinito e vago como minha existência, quando de repente eu vi... um rosto lindo, cabelos loiros e olhos dourados, que me fitava com um olhar curioso... Será que eu havia morrido e encontrado anjos? Bem... morto eu estava literalmente, mas... anjos? Louco... Só posso estar louco!
“Oi... me chamo Tanya Denali... Você... é da mesma espécie que a minha... Incrível... O faz por aqui?” – Por mais que tentei meu poder não a repeliu, não fez com que a afastasse de mim... Foi quando eu estendi a mão para cumprimentá-la e a música gritou em meus ouvidos: “The spaces in the law look, like the face in a word book... I get by…”
“Me chamo Fred... Prazer em conhecê-la...” – Foi então que nossas mãos se tocaram e olhei em seus olhos... foi como se nossas almas acabassem de se beijar, fazendo parecer que meu fim, acabara de encontrar seu começo...