- Bella? Bella? – papai a segurava pelos ombros e sacudia levemente.
- Pensei que não entrássemos em choque – tia Rose disse.
- Aparentemente, Bella é uma em um milhão. – tio Emmett riu. Ninguém mais riu.
Mamãe olhava para o nada, como tia Alice quando tinha suas visões. Tive a impressão que havia ficado mais pálida. Suas pernas tremeram e então, ela caiu no chão, provocando um enorme barulho. Vovô se assustou e eu também.
Sua boca se movia, mas não saia som. Todos nos aproximamos para ouvir o que ela tinha a dizer. Finalmente, as palavras saíram.
- Mãe... vindo... Renesmee... – ela olhou para mim. – Não.
- Meu amor, você não tem coerência no que diz. Por favor, não, o que? – papai tentava levantá-la.
- Não podemos... Renée... não podemos deixar minha mãe ver Renesmee... ela não pode me ver.
- Francamente, Bella, você não pode esconder isso da Renée também. – vovô Charlie disse. – Ela pode ser cabeça de vento, mas ela tem que aceitar você do jeito que é.
- Você, por um instante, pareceu que não iria aceitar, pai. – ela estava se recuperando.
- Bem... eu confesso que me assustei quando vi Renesmee, mas já acostumando com a idéia. Seja lá no que você se transformou, foi a sua escolha, vou amá-la e respeitá-la enquanto eu viver. Sua mãe precisa ser tolerante com as mudanças, afinal... – ele calou-se, baixando a cabeça. Mamãe o abraçou e eu não entendi nada.
- Não sei se posso enfrentá-la. Não sei se posso contar a ela que fiz exatamente igual a ela.
- Você se arrepende de ter casado comigo, Bella? – papai perguntou. Seu olhar estava confuso.
- Não. Claro que não. A coisa mais linda que eu fiz em minha vida foi ter casado com você e você me retribuiu me dando Renesmee. Não me arrependo de ter você comigo e nunca me arrependerei. – ela disse, puxando-o para um abraço, enquanto segurava a mão do vovô. – Me perdoe, Edward, não foi isso o que eu quis dizer.
- Eu sei, eu sei. – papai deu um beijo em sua testa. – Alice?
- Sim? – ela respondeu.
- Quanto tempo até Renée chegar?
- Ela sairá da Flórida amanhã. Deve chegar em dois dias.
- Bom... é a sua decisão, Bella. Você acha necessário esconder a verdade de Renée? – vovô estava enxugando algumas lágrimas em seu rosto.
- Pai... eu não sei o que mamãe vai pensar quando eu disser que tenho uma filha adolescente. O que vou dizer a ela?
- Minta, Bella. – tia Rose disse. – Você não contou nosso segredo, mas quem garante que com sua mãe será assim?
- Ah, cala a boca, loira. – Jake estava atrás de mim. – Ela tem todo o direito de saber o que aconteceu com a filha dela.
- Ninguém pediu a opinião de um cachorro fedido. – ela respondeu.
- Rose, isso não foi muito gentil. – vovó Esme falou.
Então, uma longa discussão começou. Todos os vampiros, lobo e humano estavam falando ao mesmo tempo. Eu estava começando a ficar com dor de cabeça. Não agüentava mais aquela pressão toda. Decidi por um ponto final nisso.
- CHEGA! – eu gritei. Todos pararam pra me ouvir. Tio Emmett abafou uma risada e eu vi, pelo canto do olho, que tia Rose lhe deu uma cotovelada. – Ninguém aqui que saber o que eu penso?
- Eu concordo. – tia Alice veio para o meu lado. – Afinal, o maior das incógnitas é se Renée deve conhecer Nessie ou não. Bella pode dizer que está diferente por alguma cirurgia plástica pra corrigir algo que ela sempre quis e nunca teve coragem de pedir. Mas conhecer Nessie vai ser a chave de tudo. De ela descobrir que somos diferentes e saber que é avó. – e então, ela parou de frente pra mim. – Nessie, você quer conhecer a sua avó?
- Mais do que tudo, mais até do que a vontade de ir para a escola.
- Bem vinda ao clube. – tio Emmett disse, levando outra cotovelada da tia Rose. – Ai, Rose. Mas ela deve saber que qualquer coisa é melhor do que ir para a escola.
- Cala a boca, Emmett. – tia Rose falou, enfurecida.
- Então, vamos votar. Quem acha que Nessie...
- Renesmee. – mamãe a corrigiu.
- Renesmee deve conhecer Renée, levante as mãos.
Vovoô Charlie foi o primeiro. Vovó Esme em seguida, tio Jasper, tio Emmett, tia Alice e papai, o último.
- Edward! – mamãe disse, surpresa.
- Desculpe amor, mas tenho que ser justo. Minha filha quer conhecer a avó, e mesmo que isso implique em revelar nosso segredo mais uma vez... ela será atendida.
- Obrigada papai. – eu sorri para ele.
- Então, é isso. – tia Alice baixou a mão. – Nessie, prepare-se para conhecer a sua avó.
Acho que se estivéssemos numa clareira ao meio dia e minha família estivesse exposta aos raios do sol eu ainda estaria mais radiante. Eu nunca fiquei tão feliz com uma coisa em toda a minha – curta – vida. Finalmente, eu conheceria a vovó Renée. Finalmente eu veria seus olhos azuis com quem tanto eu havia sonhado. Eu sorria, maravilhada, mas ao mesmo tempo senti uma pontada de pena. Mamãe não estava feliz. Eu me sentia egoísta por estar feliz quando a criatura que me ama mais do que a própria existência estava magoada.
Então, o silêncio rompeu. Todos nós olhamos para mamãe. Ela, por sua vez, fitava um ponto esquisito. Papai, pela primeira vez, estava desesperado. Sabia que estava angustiado por, pelo menos uma vez na vida, ter ido contra as idéias da sua companheira. Sentia em seu olhar que estava extremamente triste. Decidiu acompanhá-la quando ela anunciou que iria para nossa cabana, pensar um pouco. Já estava tarde quando vovô Charlie decidiu ir embora. Passou a maior parte do tempo confabulando um plano com tia Alice. Vovó, antes de tudo, iria até a casa de vovô. Iria perguntar o caminho da casa dos Cullens. A função dele seria prevenir. Dizer que mamãe estava um pouco diferente e que havia coisas que ela deveria saber, mas que deveriam ser mantidas em sigilo. Nós estaríamos esperando a vovó. Todos nós. Explicaríamos o que aconteceu e eu usaria meu talento pra que ela visse como é a minha vida e como eu cresci tão rápido – tentando omitir a parte em que nós caçamos animais para saciar nossa sede.
Todos estavam ocupados com alguma coisa. Papai estava na cabana com a mamãe. Aparentemente, ela ainda estava chateada. Tia Rose estava assistindo televisão. Tio Emmett disputando uma queda de braço com tio Jasper. Tia Alice estava em seu computador, escolhendo convites para o meu baile de debutante. Vovó estava lendo algum livro no escritório. Eu... bem. Eu decidi acompanhar Jacob em um passeio na beira do rio.
- É pra mostrar a você que ainda somos Jake e Nessie. – ele me disse.
No meu interior, eu sabia disso. Mas também estava ciente de que algo mudara. Jacob na era mais meu melhor amigo. Aquilo já não era suficiente para mim. Eu queria estar sempre em seu abraço. Eu queria sempre sentir seu cheiro amadeirado e acolhedor. Eu queria sentir a temperatura quente do seu corpo. Afinal, eu estava realmente me apaixonando pelo Jacob? Entre meus pensamentos, fui me perdendo até que uma voz rouca e familiar puxou o assunto.
- Sabe Nessie, quando você estava na barriga de sua mãe eu não conseguia sair de perto dela por algum motivo. Não achei que hoje eu amaria a pessoa que provocou a transformação da minha melhor amiga.
- Devo levar isso como um elogio ou como uma ofensa? – eu perguntei. Não gostava de ser lembrada que meu nascimento provocaria a morte da minha mãe, mas sei que ela está bem feliz sendo o que é.
- Não quis ofendê-la. – ele se desculpou. – O que eu quero dizer é que, quando eu a vi pela primeira vez nos braços da loira, é como se o mundo sem você não existisse mais. Naquele momento, você se tornou o centro do meu universo.
- Como o sol? – eu sentei à beira do rio, colocando os pés na água.
- Sim. Como o sol. – ele sentou ao meu lado.
- Como posso ser como o sol se sou fria como a noite? – eu perguntei, olhando para ele. – Como eu posso ser como o sol se sou branca como a neve alva? Como posso ser como o sou se sou se...
- Você é o meu sol, Nessie. É por você que eu acordo todas as manhãs. É esse brilho interno que me faz gostar de você. Você acha que eu estaria numa casa cheia de vampiros se não fosse por você?
- Eu... nunca parei pra pensar nisso. – eu respondi, séria, olhando para meus pés dentro da água. O sopro do vento em meu cabelo anunciando que a chuva estava vindo, após a estiagem daquela tarde. O sopro me fez despertar para algo que eu já sabia. Sim, eu sabia que Jake nunca habitaria uma casa cheia de vampiros se não fosse por mim. Sim, eu sabia que eu era o centro do universo para ele. Sim, eu estava apaixonada por ele. – Jake?
- Sim, Nessie? – ele perguntou.
- Como ter certeza se estamos... apaixonados por alguém?
Ele sorriu, pegou na minha mão.
- É mais ou menos assim. – levou a minha mão até seu peito. – Seu coração acelera quando o ser amado se aproxima. – ele se aproximou um pouco mais.
- E o que mais? – eu disse, quase num sussurro, baixando a cabeça.
- Ai, você sente como se respirar fosse um tormento se não sentir o cheiro do ser amado.
Eu sabia a sensação. O cheiro de Jacob era a melhor coisa que havia entrado por minhas narinas. Até o sangue mais doce não era tão perfumado quando a pele avermelhada dele.
- Daí, - ele disse, rindo- você sente como se seus pés estivessem dentro da água.
- Você é um bobo, Jake, eu estou com os pés... – eu tinha levantado a cabeça, mas não havia percebido que nossos rostos estavam tão próximos. Eu pude sentir seu hálito quente em meu rosto. Seus olhos negros estavam olhando para os meus.
- Nessie... – ele sussurrou. – Devo?
- Posso... posso não ser boa nisso. – eu também sussurrei.
Senti algo quente tocando levemente os meus lábios. Eram suas mãos, acariciando a minha boca, como se tivesse analisando-a. Fechei meus olhos enquanto sentia o seu rosto se aproximar do meu. Seus lábios tocaram, então, os meus. Eram mais quentes do que as pontas de seus dedos. Tão macios e quentes que eu queria ficar naquele momento para sempre. Sua mão acariciou meu rosto de leve. Sua outra mão buscou meus cabelos. Eu, por instinto, coloquei minhas mãos em sua nuca e nos abraçamos. Desisti de não ceder a meu destino. Eu era de Jacob. Jacob era meu. Para sempre e infinitamente.
7 comentários:
aaaaaahhhh que lindoooo
Completamente romantico..... apesar de ser tao .... rapido... rsrsrs
q amor !!
Lindo demaiiis!!
Ahahhhaahhahhh Pirei Pirei Pirei, q LINDOOOO,, amei amei amei <3
Adorei " Posso não ser boa nisso" kkkkkkkkk
Perfeito ♥♥
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