Uma vampira. Enfim, nosso segredo havia sido revelado. Vovó Esme abafou um suspiro mais longo, colocando as mãos em sua boca. Um silêncio perturbador tomou conta da nossa casa. Durou vários minutos. Acredito que a vovó estava se recuperando do choque, quando pude finalmente ouvir sua voz dizer:
- Bella... que brincadeira é essa? – ela perguntou, com a voz trêmula.
- Não é brincadeira, mãe. Eu SOU uma vampira. Eu, Edward, a família inteira. Nós somos vampiros. – ela parou.
- Vampiros? Do tipo que bebe sangue, dorme em caixão e sua imagem não se reflete? Esse tipo de vampiro? – vovó perguntou.
- Algumas das histórias que inventam são mitos, mãe. Não dormimos em caixões. Nós ao menos podemos dormir. Nós temos imagem e não... não derretemos na luz do sol.
- Mas bebem sangue? – ela perguntou.
- Sim. Bebemos. Mas nossa família é vegetariana.
- Vegetariana? – ela repetiu. Seu tom de voz era sempre assustado. – Comem folhas?
- Não. Não bebemos sangue humano. Somente sangue de animais.
Um silêncio se fez. Sabia que estava sendo difícil para eles entenderem o que somos. Alguns minutos de silêncio se fizeram e então vovó falou novamente.
- E vocês... são... perigosos? – ela quis saber.
- Não a nossa família. Nós nos controlamos bastante. Edward principalmente, já que namoramos quando eu ainda era... humana.
- E você consegue se controlar? – ela quis saber.
- Sim, - papai respondeu. – Bella surpreendentemente se controla melhor do que Carlisle. Bella era apenas uma recém nascida quando Charlie teve aqui pela primeira vez. Qualquer um de nós teria sede de sangue humano se fosse um recém nascido, mas Bella é especial. Nós, no entanto, precisamos de anos de aperfeiçoamento para viver entre os humanos.
- Quantos anos você tem, Edward? – vovó quis saber.
- Dezessete. Mas minha data de nascimento data de 1901. – ele explicou.
- Oh! – vovó exclamou. – Então... você não vai envelhecer?
- Não. Não vamos. – ele explicou. – Nem eu, nem Bella, nenhum de nós. Também não vamos morrer.
- Não? – ela perguntou.
- Não.
Outro minuto de silêncio se fez. Só então pude ouvir a voz de tia Rose discutindo com seu marido, na sala de televisão.
- Eu disse que não era prudente ter Bella em nossa família. Mais cedo ou mais tarde ela acabaria soltando a língua, mas alguém me escutou? Não! “Não vou contar a ninguém” ela disse. “Quero ser uma de vocês”. Que tolice acreditar nisso.
- Rose, tenha calma. - Ele tentou acalmá-la. – Bella é esperta, ela sabe o que faz.
- Não... me... venha... com... essa, Emmett. – ela trincou seus dentes enquanto dizia. – Bella acabou de entregar o segredo de nossa família.
- Mas talvez os pais dela não...
- Emmett, cale a boca. – ela disse, e então calou-se. Eu imaginei que estava tentando ouvir mais da conversa, agora que as pessoas do lado de fora estavam começando a falar. Não tinha percebido o sorriso da minha tia mais baixa perto de mim. Por um momento fiquei tentada a perguntar o que ela tinha visto em suas visões, mas achei melhor esperar. Tudo o que pude ouvir foi a voz de vovó Renée.
- Filha... eu, não sei o que dizer. – ela falou. – Sinceramente, pra mim tudo não passa de um sonho esquisito e que eu vou acordar na Flórida, ao lado do Phill me perguntando por que minha filha ainda não saiu de férias.
- Se você pensar bem, verá que eu digo a verdade. – Mamãe disse. – Pense que quando fomos visitá-la, Edward não comeu absolutamente nada e nem saiu à luz do sol.
- Mas você disse que vampiros não derretem...
- Nós brilhamos. – ela falou. – Muito bonito, se souber apreciar. É como um diamante reluzente.
- Por isso escolhemos Forks para viver. – papai disse. – As nuvens não permitem que o sol apareça sempre. Podemos ser normais aqui.
- Sinto muito ter escondido isso por tanto tempo. Mas é para a sua segurança, sua e do papai, que não falamos sobre isso?
- Não compreendo. – pela primeira vez o vovô falou alguma coisa. – Vocês já falaram sobre isso, mas ainda não entendi.
- Tem uma linhagem dentro dos vampiros. Um clã. Os Volturis. Eles não são como nós. – mamãe falou. – Eles tentam colocar a ordem no mundo dos vampiros e se souberem que dois humanos sabem de nossa existência vão persegui-los... Eles estavam atrás de mim também. Um dos motivos pelo qual casei com Edward foi que prometemos a eles que eu me transformaria em vampira para não revelar seu segredo. Por isso vocês não podem comentar com ninguém.
- E quem acreditaria? – vovô falou. – Filha, nós somos seus pais. Jamais faríamos alguma coisa que te machucasse. Você fez sua escolha, nós vamos apoiá-la e respeitá-la até nosso último sopro de vida. Não é mesmo, Renée?
Um silêncio se fez. Sabia que todos estavam esperando a resposta da vovó Renée. Não consegui esperar por mais um momento. Queria ver pessoalmente a sua expressão. Desci os degraus rapidamente e me escondi atrás de uma cortina, perto da porta principal. Pude ver que mamãe olhou para trás, tensa. Papai sorriu. Tinha certeza que vovó já tinha a resposta em mente e papai pôde lê-la. Minha confirmação veio ao ouvir a sua voz, firme, porém sorrindo.
- Claro. – ela sorriu. Mamãe também sorriu e correu para abraçá-la.
- Com cuidado, Bella. – papai brincou.
E então, se abraçaram. Sabia que mamãe estava sendo cuidadosa, mas mesmo assim foi um abraço apertado. Foi lindo. Os olhos da vovó Renée estavam cheios de lágrimas, que agora desciam por suas bochechas.
- Eu te amo, minha filha. Não importa se você seja vampira, fada, sereia. Eu te amarei para sempre.
- Também te amo, mamãe.
Vovô Charlie deu um leve pigarro. Também queria compartilhar esse momento.
- Eu também te amo pai, não seja bobo. – mamãe disse enquanto abraçava seus pais. Senti meus olhos lacrimejarem.
- Receio que devo atrapalhar um pouco esse momento. – papai falou, se aproximando. – Tem alguém aqui que está louca para conhecê-la, Renée.
- Renesmee... – ela sussurrou. – Posso... posso ver minha neta?
- Claro que sim. Mas devo preveni-la que Renesmee não é nenhuma criança de colo. – mamãe sorriu.
- Filha, eu você é uma vampira, seu amigo é um lobo. Contanto que Charlie não carregue um * anel, eu já presenciei tudo. – ela falou, rindo.
- Renesmee. Eu sei que você está escondida atrás da cortina. – papai disse para todos ouvirem. – Venha conhecer sua avó.
- Tem certeza? – eu gritei.
- Claro que sim. Não seja teimosa igual a sua mãe, venha. Renée quer te conhecer.
Então, resolvi sair. Tomei coragem e sai de cabeça baixa até chegar ao topo dos degraus da porta. Consegui encarar, pela primeira vez, aqueles grandes olhos azuis que me fitavam, curiosos. Eram tão lindos, mais lindos que os de Virgínia. Ela era muito parecida com a minha mãe, exceto pelos olhos, cor e comprimento do cabelo e poucas marcas de idade em seu rosto. Mas ainda assim era linda.
- Oi vovó... – eu disse, timidamente.
- Oi... – ela sussurrou. Ela me encarou, por mais alguns instantes, séria e descrente no que via. Ela agora era mãe de uma vampira de dezoito anos e avó de uma menina de uma adolescente. Sabia que era tudo novo para ela, então eu não esperei nenhuma grande reação vinda dela naquele exato momento. Felizmente, ela me surpreendeu. Abriu um largo sorriso, abriu os braços e falou. – Não vai dar um abraço em sua avó?
Então, ela havia me aceitado. Eu sorri e sai em direção ao abraço que eu esperei por tanto tempo. Era quente, não tão quanto o de Jacob, mas era acolhedor. Era um abraço de uma avó humana, igual ao da televisão. Vi tantas vezes na televisão avós brincando com seus netos, fazendo cookies na cozinha enquanto contavas histórias para eles. Como eu queria por um momento ser assim. Senti as lágrimas caindo no meu rosto, mas consegui dizer aquilo que estava engasgado por tanto tempo.
- Vovó... eu esperei tanto por isso. – eu disse, enquanto chorava.
- Renesmee, como você é linda. – ela disse, chorando. – Eu nunca pensei que eu fosse ter uma neta tão linda quanto você.
- Não preferiria que eu fosse um bebê? – eu quis saber.
- Bebê? Oh, não, meu amor. Não sei se estou mais na idade de trocar fraldas. – todos riram, inclusive eu. – Você é perfeita.
Eu não podia estar mais feliz. Agora eu estava completa. Minha família, finalmente, estava completa.
- Mas, devo admitir que vai ser curioso quando você for arranjar um namorado. – vovó admitiu. – Trazê-lo para cá, conhecer seus pais vampiros. Você envelhecendo e sua família não.
- Não vou envelhecer vovó. – eu falei. – eu sou Meio humana e meio vampira. Já cheguei à idade limite. E... eu já tenho namorado.
- Nossa, você é realmente precoce. – ela riu. – Ele também é vampiro.
- Na verdade, - eu falei, soltando-me do seu abraço e me juntando ao Jake. – ele é um lobo.
Ela parou, pasma, enquanto olhava para mim e para Jake. Não entendia o porque, já que ela finalmente havia aceitado uma família de vampiros, qual seria o problema em aceitar que sua neta se apaixonara por um menino que virava lobo.
- Eu pensei que... – ela dizia. Papai tentou interrompê-la, amas as palavras saíram sem querer. – que Jacob fosse apaixonado por Bella.
Então, era isso. O melhor amigo da minha mãe, aquele que ela tinha rejeitado para ficar com meu pai era o Jake. O meu Jake.
* Referência a Frodo, o hobbit do Senhor dos Anéis, que carrega O Anel com ele.
4 comentários:
Eu ri do anel se referendo a Frodo. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
nossaaaaaaaaaaaa
nossa a nessie descobriu que o jake ja se apaixonou por bella
Tá tudo otimo as coisas agora !! Que bom que ela ceitou !
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