Verde, Vermelho, Dourado - Capítulo 1: Verde Gramado

“Para Lucasta, em ir à Warres, “ comecei.

“Diga-me não, Amor, me chamo Unkinde;

Aquele vindo de Nunnerie,

De peito puro, e mente tranqüila,

Para Warres e Armes eu vou.

Verdade; uma nova Amante agora persigo,

O primeiro Inimigo no Campo,

E com uma Fé ainda presa mais fortemente,

Uma Espada, um Cavalo, um Escudo.

Ainda esta inconstância é tal,

como você também a deve adorar,

Não posso amá-la, Deare, tanto assim;

Amor, não o honro mais.”

Me virei para Mary com um sorriso triunfante, e fui imediatamente desapontado por sua expressão facial.

“Isso foi lindo, Edward, ” Mary sussurrou. Ela tocou seus olhos com um pequeno lenço de seda. Não vi lágrimas, e fortemente suspeitava que ela estava fazendo uma ceninha. Olhei para ela impacientemente.

“Não é para ser lindo, ” expliquei.”É sobre quão grande é a honra de um soldado que está apaixonado com a guerra.” Não consegui ver entendimento em seus olhos, a garota era realmente de cabeça vazia e estava testando minha paciência cada vez mais.

“Então se eu for para a guerra, ” tentei novamente, “e estiver longe por períodos largos de tempo. . . é por minha lealdade à ela. Meu amor por você, ” ou qualquer garota, já que não amava Mary e a considerava ser bastante temporária, “sempre estará em segundo lugar. Apesar que considerando meu forte desejo em ser um soldado, até segundo lugar é muito bom.” Eu sorri para ela timidamente, na esperança de um mínimo sinal de entendimento.

“Claro, Edward, ” ela disse com olhos bem abertos, “o que te fizer feliz.”

Suspirei exasperado, e me levantei. Estendi minha mão, a ajudando a se levantar. Ela me olhou em retorno com uma expressão confusa. Realmente não me importava. Eu tinha muita certeza que uma vez que já tivesse sido mandado para a guerra, ela esqueceria tudo a meu respeito.

Eu estava bem consciente de que nossos pais estavam discutindo a possibilidade de um casamento. Pensei sobre isso enquanto ela se levantava delicadamente, seu vestido branco de musselina farfalhando ruidosamente à sua volta. Como eu poderia considerar passar o resto da minha vida com uma garota com quem eu não podia nem ter uma conversa inteligente?

Mary era bonita, eu sabia disso. Todas as garotas que meus pais me apresentaram eram bonitas. Ainda assim nenhuma podia prender meu interesse por muito tempo. Loira, com seu espartilho, altamente criada Mary, muito menos. Eu não me importava com esses detalhes superficiais, embora eu vestia um belo terno cinza e cabelos penteados, sempre que necessário. Eu realmente não queria ferir seus sentimentos, como fiz várias vezes com outras garotas. Havia sempre algo de errado com elas. Elas não eram a garota certa.

Mary era o tipo de garota que as pessoas considerariam ser a esposa perfeita. Prendada, educada, que sabe apoiar. Ela sempre teria um vaso de flores frescas na mesa da sala de jantar e um beijo recatado para mim pela manhã antes de eu sair para trabalhar. Ela me receberia calorosamente quando estivesse de volta, com uma dose de scotch em sua mão. Completamente tedioso. Eu não procurava aquele estilo de vida, de qualquer modo, não buscava nenhum estilo. Minha mente e meu coração já estavam marcados na glória de me tornar um soldado.

Estendi meu braço para ela, mais por hábito que por cortesia. Ela balançou seus cílios estupidamente e colocou uma de suas mãos em meu braço. Caminhamos através do vasto e verde jardim da propriedade de minha família em silêncio. Isso não era problema para mim, mas senti ser para ela. Ela olhou em volta inquieta, constantemente fitando meu rosto. Me parecia que ela lutava para encontrar algo para dizer, e aquilo estava começando a me irritar seriamente, que ela obviamente não podia pensar em nada. Tão tola.

“Está um belo dia, ” eu comentei. Ao menos um de nós era capaz de segurar uma conversa, eu pensei, virando minha cabeça ligeiramente, para que assim ela não pudesse me ver revirando os olhos.

“Sim, ” ela suspirou de alívio, “está um dia muito bonito.” Ela não disse mais nada e eu também não. Me recusava a ter uma conversa de apenas um lado.

Entrando em casa, caminhamos em passos largos até a sala de estar. Esperando em um sofá de veludo vermelho estava minha prima, Heather. Ela era do lado da minha mãe, o que era bastante óbvio. Ela tinha o cabelo cor de bronze, que era a marca registrada.

Ela era dois anos mais nova do que eu e ainda não tinha sido apresentada à sociedade. Contudo, ela estava extremamente ansiosa para isso. Nesse ano passado ela tinha começado a me fitar com um olhar que me deixava desconfortável. Era o mesmo olhar que via naquelas garotinhas bobas que meu pai insistia que eu devesse conhecer.

“Olá, Edward, ” Heather cumprimentou contente, levantando-se num salto. Franzi as sobrancelhas em desaprovação do vestido que ela usava, era um pouco adulto demais para ela. Um pouco decotado demais, embora ela realmente não tivesse nada para mostrar. Suspeitava fortemente que ela estava usando um espartilho. Cheguei a conclusão que ela só estava sendo esperançosa, embora seus esforços parecessem prematuros.

“Olá, Heather, ” respondi sem emoção.”Uma vez que temos convidados, trarei a criada.” Coloquei Mary sentada no sofá e a deixei rapidamente.

Não era necessário, é claro. Tínhamos maravilhosos empregados, muitos haviam se tornando bons amigos meus. Um deles estaria presente quase que de imediato. Era só uma desculpa para deixar a sala, para ter um momento para mim mesmo, um momento de paz. O fato de me tornar um homem tinha provado ser muito mais estressante do que eu tinha antecipado. Inclinei-me de costas contra a parede perto da entrada, fitando o teto.

“Como estão as coisas com você e Edward?” Ouvi Heather perguntar. Franzi o rosto. Não gostava que minha própria família bisbilhotasse sobre mim nas minhas costas.

“Ele é muito doce, ” respondeu Mary cautelosamente, “ele recitou um poema para mim hoje.”

“Foi um poema de amor?” Heather pressionou. Ela estava obviamente pescando por detalhes solícitos.

“Não tenho certeza.” Eu podia ouvir a desaprovação na voz de Mary. Apertei os lábios, tentando com força reprimir a risada.

Naquele momento, Nelly, a criada, virou a esquina do corredor e me pegou. Sorri timidamente para ela. Ela levantou uma sobrancelha.

“O que está fazendo, Edward?” Ela me repreendeu. Nelly era uma das minhas favoritas. Uma mulher grande, roliça, com bochechas suaves. Ela vinha em acirrado segundo lugar, perdendo apenas para minha mãe, como a favorita mulher em meu mundo. Eu a adorava, e me sentia muito afortunado por ter mais de uma mãe amorosa em minha vida. Pressionei um dedo contra meus lábios, a urgindo para ficar em silêncio.

“Esse é um olhar travesso em seus olhos, jovem Edward, ” ela me reprimiu, mas manteve sua voz bem baixa.

“Ele beijou a sua mão? Ou sua bochecha?” Ouvi Heather perguntar demasiadamente ansiosa atrás de mim.

“Você está espreitando nas senhoritas?” Nelly sussurrou asperamente.

“Não. . . embora eu deseje que ele o fizesse, ” disse Mary triste.

Nelly ridicularizou.”Que garota estúpida, ” ela disse. Pressionei uma mão por cima da minha boca segurando as risadinhas que estavam escapando da minha garganta. Nelly e eu rimos em sussurros silenciosos.

“Você encontrará a menina certa, ” Nelly disse depois que acalmamos nossas risadas. Encolhi os ombros e me desviei de seu olhar fixo.”Sei que vai, Edward. Você é um bom homem, você tem um bom coração.”

Deixei-a ver um pequeno sorriso.”Obrigado, Nelly.”

Não acreditava realmente naquilo, embora fosse difícil negar a sinceridade de Nelly. Era só que amor, garotas e casamento simplesmente não eram prioridades para mim. Eu já tinha uma quantidade infinita de problemas para que conseguisse que alguém na minha família entendesse que eu estava loucamente apaixonado pela glória de me tornar um soldado. Estava comprometido a isso e não podia ver nada mais além. Estava cego.

“Vamos lá, então, ” disse Nelly, empurrando-me em direção à sala de estar, “não pode ser grosseiro com seus convidados.”

Aquilo foi horrivelmente embaraçoso e Heather era completamente culpada. De alguma forma ela conseguiu flertar comigo, mantendo um tom ciumento com Mary, e se auto-convidar para o jantar, praticamente tudo ao mesmo tempo. Estava muito irritado e muito ansioso para que as duas fossem embora. Eu queria ser deixado em paz com os meus sonhos de batalhas triunfantes que eu lutaria, e ganharia.

Assim lá estávamos nós, sentados na mesa de sala de jantar, esperando a chegada dos meus pais. Heather fez algumas perguntas fúteis sobre os meus interesses, meus passatempos, se eu iria à sua infame festa de aniversário no próximo mês.

Mary permaneceu tímida, incapaz de pensar em uma palavra para dizer. De repente senti pena dela. Embora ambos tivéssemos sido formalmente apresentados à sociedade, e éramos adultos, ainda assim, éramos jovens. Crianças. Senti que ela não estava pronta para ser uma mulher ainda, e vivia expectativas além das suas capacidades. De qualquer forma, por que todos nós tínhamos de crescer tão rápido?

Os meus pais nunca chegaram. Estava começando a ficar preocupado. Era um comportamento extremamente incomum. Então serviram-nos a sopa, e meus pais ainda não haviam chegado. Tentei chamar a atenção do empregado, mas ele rapidamente deixou a sala antes de que eu pudesse sequer dizer uma palavra.

Olhei fixamente minha sopa. Algo estava errado, sabia que estava. Essa sopa deveria ser tão apimentada? Senti um suor lento se formando em minha testa. Podia ouvir vagamente Mary e a Heather conversando. Ao que parecia, Heather tinha grandes planos para seu aniversário. Tive a impressão de que ela sentia que finalmente tinha idade o suficiente para se socializar com os adultos. Minha sopa virou um borrão diante de meus olhos e perdi meu apetite de repente.

Sem aviso, Nelly entrou correndo na sala de jantar. Vi seus olhos bem abertos, sua boca se contorcendo. Algo muito errado. Levantei-me num salto e corri até ela, segurando seus braços.

“O que é, Nelly, ” demandei. Em algum lugar da minha mente me toquei que estava sendo muito grosseiro, mas não liguei para isso. Vi sua boca se contorcer ainda mais, seus olhos em todos os lugares, exceto para mim.”Onde estão meus pais?” Perguntei devagar.

Foi quando ela finalmente me encarou, com lágrimas nos olhos.”Eles estão sendo levados para o hospital, Edward, ” disse ela suavemente.

“Por quê?”

“Eles estão muito doentes e precisam de assistência médica.”

“Por quê?”

Ela suspirou fundo.”Está espalhada por aí, estão chamando de Gripe Espanhola.”

Meu coração caiu aos meus pés. Eu estava bem ciente daquela doença, ciente de que qualquer um com ela raramente sobrevivia.

Pensei em abrir minha boca e deixar sair uma enorme quantidade de exigências. Tinha de ir ao hospital, tinha de ver meus pais. Naturalmente meus pais tinham levado o carro, mas eu ia ordenar à Nelly que preparasse uma carruagem, ou um cavalo. Eu montaria em pêlo se fosse necessário. Pensei em dizer tudo isso e mais, mas não o fiz. Em vez disso, abri minha boca e tossi sangue em minha camisa.

7 comentários:

amyleeblack disse...

Wow ! Ele já está com os sintomas é?

Oh My God !

tete disse...

Noosa,que medo!

Kah kah disse...

Cara...eu fiquei com pena e curiosa agora!!!
eu vou parar de escrever para ler
xau xau bjs beijinhos beijões!!!

Júlia Karolyne disse...

LOUKINHA PRA TERMINAR DE LER

Anônimo disse...

Tadinho do Edward!!!
Vou continuar lendo, bjs!!
Mary Alice.

nice disse...

vc começou muito rapido com os sintomas não acha????

nice disse...

nooosssaaa agora que vi isto e de dois anos atras provavelmente nem vai ler os comentarios ....que pena

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