Verde, Vermelho, Dourado - Capítulo 11: Rebelião Vermelha – Newark, NY, 1927

Eu corri e continuei correndo, por cidades e metrópoles humanas. Me tornei um vampiro vadio, desgrenhado e sempre com fome. Minhas roupas muitas vezes eram rasgada pelam vegetação rasteira das florestas que passavam, meu cabelo emaranhado com galhos finos. Estava ficando mais difícil me esconder em plena vista. Mas então concluí que não havia nenhuma necessidade. Essa era a escolha de Carlisle, não minha.

Não tinha começado a caçar seres humanos ainda, continuei com animais. Era uma inevitável necessidade. A ardência em minha garganta, os músculos de meu estômago se contorcendo, era tudo difícil demais para resistir, e tinha de matar o que fosse conveniente. Assim, os meus olhos permaneceram dourados durante a primeira parte de minhas viagens. Odiava admitir para mim mesmo, mas estava nervoso e era inexperiente quando se tratava de caçar humanos. Não era tão simples como caçar animais, cujos pensamentos subconscientes eu não podia Queria grandemente começar a caçar humanos, mas me faltava a experiência de saber por onde começar.

Sempre que encontrava um humano cujo sangue apelava o suficiente, eu era repelido por seus pensamentos que me lembravam de sua humanidade. Era um conceito tão simples, caçar a minha presa natural. Mas estava se provando ser bastante complicado. Eu estava incerto se podia fazer esse compromisso quando eu estava muito consciente de sua humanidade e das imagens de seus entes queridos em suas mentes. Os maridos, esposas e as crianças que sentiriam imensamente a falta deles. Era um compromisso que eu estava sem disposição de fazer.

Ocasionalmente eu encontraria um humano cujos pensamentos eram tão vis que era fácil para mim ignorar a sua assim chamada humanidade. Houve apenas uma conclusão que pude chegar. Caçar humanos que não eram menos do monstro que eu era. Agora tudo o que eu precisava era a oportunidade, o estímulo mais leve e poderia fazer esse compromisso. Tudo o que eu precisava era uma justificação.

Então eu estava em Newark no que parecia ser o dia perfeito, para vagar sem rumo por uma cidade cheia de saborosos humanos. Sem aviso, o sol abriu passagem pelas nuvens. Tive de me esconder. Rápido. Amaldiçoei a mim mesmo enquanto me metia atrás de uma lanchonete. Era inacreditavelmente frustrante encontrar a mim mesmo se escondendo mais uma vez.

O sol não estava desistindo. Rapidamente passei meus dedos por meu cabelo, tirando toda aquela folhagem. Alisei minha roupa o melhor que eu pude. A sombra na qual eu estava desaparecendo rapidamente. Entrei silenciosamente na lanchonete, meus olhos passaram por todo o lugar. Me sentei.

“O que posso te servir?” a garçonete disse.

“Por agora um copo de água, obrigado, ” respondi com a voz que reservei para não assustar humanos. Água eu poderia colocar para fora facilmente depois, eu não iria ousar tentar nada mais.

“Trago já, ” ela disse felizmente. Bem lindinho, em uma forma meio esquisita. . .

Claramente, eu tinha perdido meu juízo. Não bastasse que estava me escondendo, mas eu tinha escolhido um pequeno estabelecimento cheio de humanos pungentes. E por cima de tudo, pelo que ouvi da garçonete, eu estava chamando atenção desnecessária para mim. Eu tinha de me distrair desesperadamente e me encolher mais ainda em minha própria concha. Então fechei meus olhos e concentrei-me em sua conversas sem importância.

“. . . Só posso dizer, não encontramos nada ainda. ”

“Ele é um garotinho tão bom. Realmente espero que eles descubram algo logo. ” Mas não tão rápido. . .

“Eu também, minha esposa está enlouquecendo com preocupação. Ela tem passando todos os dias com Elice, a consolando. ”

“Isto é muito bondoso da parte dela. ”

“É, embora ela continue me mandando à loja para buscar mais coisas. Quantas tortas de maçã uma mulher pode assar de qualquer forma?”

“Mulheres e as suas prioridades. Acho que torta de maçã irá ajudar Elice com essa tragédia. ” E espero que ajude. Espero que ela deixe isso de lado e pare de procurar por seu filho. . . Não posso ser pego. . .

Meus olhos abriram rapidamente. Observei a garçonete cautelosamente colocar um copo de água na mesa. Algo em meu rosto a fez rapidamente partir, mas ainda assim decidindo que eu lindo de qualquer forma. Procurei com os meus olhos apenas pelos homens que eu tinha ouvido conversar. Haviam dois deles. Pelo seus trajes, percebi que eles trabalhavam com construção.

Rapidamente encontrei o homem que eu procurava. Um cavalheiro grisalho, embora provavelmente não houvesse nada gentil sobre ele. Agora que eu estava olhando, eu podia ver como ele traia sua culpa em modos minúsculos. Uma mudança em seus olhos. O jeito que ele se movia em sua cadeira, constantemente tentando encontrar uma posição mais cômoda. Eles eram todos movimentos humanos que não teriam sido notados por olhos também humanos. Mas eu sabia.

Inalei o ar, procurando por seu cheiro. Então o guardei na memória.

O homem movia-se desajeitadamente. . Era cômico. Ele andou os degraus que o levava ao porão, seus passos eram golpes barulhentos que anunciavam sua presença. Em suas mãos, ele transportava uma grande bolsa de papel, emitindo cheiro forte de comida humana. Ele acendeu o interruptor, depois ofegou. A bolsa caiu e maçãs rolaram pelo chão. Peguei uma maçã, rodando o fruto em minhas mãos.

“Quem diabos é você?” o homem gritou.

“Não posso te dizer quem sou, ” eu disse serenamente, “mas posso te dizer quem eu não sou. ” Comecei a descascar a maçã com as minhas pontas dos dedos. “Não sou Frankie. ”

“O que você fez com o meu menino?” ele disse nervosamente.

Arqueei uma sobrancelha. “O seu menino? Eu estava com a impressão que ele é o filho do vizinho. Se você se refere ao Frankie, bem, eu o libertei há pouco tempo. ” Casualmente segurei uma das cordas ainda atada à cadeira na qual me sentava. “Honestamente, esse é o tipo de corda reservada para o gado. Me levou apenas um milissegundo para mastigá-las. ” Estreitei meus olhos em sua direção. “Você é realmente patético, Henry. ”

“Você não entende, ” ele começou a suplicar.

“Ah, acho que entendo tudo muito bem, ” eu disse casualmente. “Seu cheiro estava por todo aquele menino. ”

“Eu. . . quer dizer. . . explico. . . oh Deus . . . ” ele gaguejou, caindo de joelhos.

Lancei a maçã de uma mão para a outra. “Seriamente duvido que você possa explicar a sua justificação para violar uma criança. ”

“Mas ele estava se debatendo!” ele disse defensivamente. “Muito mais do que os outros, tive de contê-lo. Foi culpa dele mesmo! Se ele tivesse apenas me escutado, teria acabado mais rápido. Então eu o teria deixado ir. ”

“Outros?” Comentei obscuramente.

Henry ofegou. Uma onda de imagens passou em flashes por sua mente, cada criança que ele tinha violado alguma vez na escuridão do seu porão. Houve muitas crianças. Não senti nada além de pura raiva.

Em um movimento cegamente rápido, eu estava em sua frente. Peguei a maçã e a meti em sua boca. Então agarrei este Henry, e o lancei através da sala. Ouvi um osso quebrar. Prendi minha respiração, depois ouvi seu batimento cardíaco. Ele ainda estava vivo. Bom. Eu não queria matá-lo ainda. Andei cuidadosamente, permitindo-o esperar pela minha aproximação em um suspense torturante.

Ele colocou suas mãos em frente ao seu rosto. “Por favor, não me machuque. ”

“Não se atreva a me dar ordens!” Rugi. Agarrei sua cabeça, e à força movi para o lado, revelando seu pescoço e veias pulsantes.

“Por favor, ” ele pediu, “prometo que não farei novamente. ”

“Claro que não fará, ” murmurei.

Mostrei meus dentes, preparando-me para o bote. Uma imagem passou como um flash por sua mente naquele momento, e vacilei. Ele me via como um Deus vingativo, vindo para dar sua mais que merecida punição.

“Quem é você?” ele sussurrou.

“Só posso te dizer quem não sou. Não sou Deus. ” Rasguei sua carne e arranquei suas veias.

O absoluto prazer e poder que percorreram por mim eram estonteantes. Um assassinato justificado. Um pecado justificado. Foi o momento que comecei a perder a mim mesmo. Pelos próximos anos, um monstro de olhos vermelhos tomou o meu lugar.

2 comentários:

Kah disse...

Foi aíi qe ele era um herói e um vilão ao mesmo tempo uhu!!!

Júlia Karolyne disse...

HERÓI OU VILÃO? HUN...

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