Eternamente Dourado - Capítulo 17: Confissões

Nota da autora: Darei um aviso aqui. Eu queria fazer algo diferente para esse capítulo. Eu tomei muita licença criativa. Mesmo que eu tentei deixar o mais fiel possível, isso é minha própria interpretação.

Amor.

Não houve correria, não houve gritaria. Bella sentou-se perto, seus olhos grudados em minha pele iridescente. Eu estava tão aterrorizado com sua reação comigo, como eu realmente era – sem a máscara. E isso deixava minha carne inumana. Ainda assim, ela apenas sentou me admirando, silenciosa, como um pássaro descansando nas primeiras horas da manhã, antes que o dourado do nascer do sol houvesse se revelado.

O limpo e quente ar deslizava à nossa volta enquanto eu deitava na grama. Tudo estava calmo, a paz era intoxicante. Eu estava apaixonado. Fechei meus olhos e cantei em júbilo.

“Por que seus lábios estão tremendo assim?” Ela sussurrou timidamente.

“Estou cantando para mim mesmo, deve ser muito baixo para seus ouvidos, ” eu respondi com o mesmo sussurro.

De vez em quando o ar úmido rodopiava, movendo seu cabelo, mandando seu cheiro em minha direção. Mas na aberta clareira, o cheiro era vago, como um perfume que havia sido passado dias atrás, e eu estava sentindo os últimos restos do aroma. Ele se misturava agradavelmente com as flores próximas e a grama selvagem.

Então eu ouvi seus movimentos, lentos e hesitantes. Um de seus delicados dedos chegaram e deslizaram nas costas de minha mão. Abri meus olhos e observei, me maravilhando com sua falta de medo. Eu sorri.

“Eu não assusto você?” perguntei brincalhão, embora a curiosidade queimava em minha mente.

“Não mais do que de costume, ” foi sua resposta sincera. Abri ainda mais meu sorriso.

Ela se aproximou mais um pouco e traçou meu antebraço com todos os cinco dedos. Eles tremeram levemente mas então seu toque se tornou mais confiante. Suavemente, ela levou seus dedos para meu bíceps. Eu nunca havia sido tocado tão gentilmente assim antes, com tanta doçura. Fechei meus olhos em prazer.

“Você se importa?” ela perguntou.

“Não, ” eu disse sem abrir meus olhos. “Você não pode imaginar como isso se sente. ” Eu suspirei, contente.

Seu toque dançou sobre os músculos de meu braço e mergulhou no vinco do meu cotovelo. Eu abri meus olhos. Eu a vi se esticando para virar a minha mão. Sem pensar, virei minha palma para cima. Seus dedos congelaram em meu braço, paralisados. Então eu percebi, o movimento havia sido muito rápido para ela.

“Desculpe, ” eu murmurei enquanto fechava meus olhos novamente. “É muito fácil ser eu mesmo com você. ” Fácil demais, o que era grande parte do problema. Foi muito fácil simplesmente chegar e tomâ-la, a chamar de minha.

Ela levantou minha mão, a virando de um lado para outro. Eu podia sentir seu calor enquanto ela segurava minha mão próxima de seu rosto. O que ela via quando inspecionava minha pele alienígena? Quais eram os pensamentos correndo por sua mente? Eu tinha que saber.

“Diga o que você está pensando, ” eu sussurrei, abrindo meus olhos. Eu a observei intensamente. “Ainda é tão estranho para mim, não saber. ”

“Sabe de uma coisa, o resto de nós nos sentimos assim o tempo todo, ” ela comentou.

“É uma vida difícil. ” A fragilidade da humanidade pode ser um fardo tal como a imortalidade. “Mas você não me contou. ”

“Eu que queria poder saber o que você está pensando… ” ela hesitou.

“E?”

“Eu queria poder acreditar que você é real. E estava desejando que eu não estivesse com medo. ”

“Não quero que você sinta medo, ” murmurei suavemente. Eu desejava que pudesse confortá-la, dizer à ela que não havia nada do que ter medo, mas eu não podia.

“Bom, esse não é exatamente o medo do qual me refiro, embora isso certamente seja algo a se pensar. ”

A curiosidade me dominou. Eu me levantei para uma posição meio sentada, escorando em meu braço direito. Minha mão esquerda ainda descansava na dela, presa ao seu calor. Sua face estava apenas a alguns centímetros da minha. Mas eu não podia lê-la. Ela estava muito parada.

“Do que você tem medo, então?” sussurrei urgentemente.

Mas ela não respondeu. Ela se inclinou para mais perto, arqueando seu pescoço para me alcançar, inalando meu aroma. Sua garganta mandou ondas de deliciosamente aromatizada tentação. O monstro em minha mente se lançou à frente, preparando para atacar. Não! Não não não! Eu voei para longe e me apressei para a borda da clareira, me escondendo na sombra de uma árvore de abeto.

“Me…desculpe… Edward, ” eu ouvi ela sussurrar. Sua voz doce estava cheia de dor e choque.

“Me dê um momento, ” eu disse, apenas alto o suficiente para seus ouvidos menos sensíveis. Ela se sentou imóvel. Senti um momento de desorientação enquanto eu a observava, parecendo tão pequena e perdida na grama selvagem.

Ela é sua, você já a ganhou, o monstro sussurrou cruelmente em minha cabeça.

Não, eu implorei, por favor, não. A deixe viver.

Ataque-a, o monstro demandou.

Não, eu não tenho direito de atacá-la, eu argumentei.

Não há testemunhas, ninguém precisaria saber. Imagine o gosto, escorrendo por sua garganta abaixo, o monstro tentou.

Eu rangi os dentes. Queime no inferno sem alma, eu rugi em minha mente.

Eu deveria ter ficado nas sombras por mais um momento. Ao invés disso, eu me rebelei contra o monstro e calmamente caminhei de volta para ela. Mantive meus olhos nos dela, testando a mim mesmo a cada passo do caminho. Parei alguns pés longe dela e me sentei, cruzando minhas pernas. Eu respirei fundo duas vezes, então sorri me desculpando.

“Eu sinto muito. ” Eu pausei, procurando por palavras que iriam aliviar o clima. “Você entenderia se eu dissesse que fui apenas humano?”

Ela moveu sua cabeça uma vez, incapaz de sorrir completamente com a minha tentativa patética de fazer uma piada. O cheiro de seu sangue estava ainda mais forte e eu podia cheirar a pesada adrenalina pulsando por suas veias. O monstro conhecia aquele cheiro bem demais. Era o cheiro de conhecimento, quando uma vitima sabia que iria morrer. A desorientação retornou. O monstro deu um passo à frente e eu me perdi.

Assassinato.

Desde meu lado exterior, eu vi o monstro em toda sua glória. Seus olhos de borgonha entediados do meu amor. Seus músculos estavam preparados para saltar, prontos para abater. E ele era igual a mim.

“Sou o melhor predador do mundo, não sou?” Edward de olhos vermelhos regozijou. “Tudo sobre mim te convida – minha voz, meu rosto, até meu cheiro. Como se eu precisasse de qualquer uma dessas coisas!” Ele rapidamente se levantou, pulando para longe. Sabia que ele tinha certeza que ela estava hipnotizada por ele – o assassino – e não por mim.

Ele correu ao redor da clareira e então parou abaixo de uma árvore. Eu tinha tão pouco controle. Eu ouvi enquanto ele dizia, “Como se você pudesse ser mais rápida do que eu. ” Ele riu e eu injetei minha própria acidez em sua voz.

Eu vou mostrá-la que cordeiro perfeito ela é, ele me disse. Ele arrancou um grande galho do tronco da árvore. Ele balançou em sua mão por um momento e então atirou em outra arvore. O galho se despedaçou, assim como meu coração. Minha sanidade tremia assim como a árvore que foi atacada.

Então ele correu de novo e ficou a dois pés de distância dela. “Como se você pudesse lutar comigo, ” ele disse, sua voz cheia de pena.

O rosto estava pálido, olhos arregalados. O belo pássaro congelou em terror, na ira que estava vindo do monstro. De mim.

Ela é minha! Eu a tenho! O monstro gritou triunfante.

Não, ela NÃO é, sibilei enquanto dava um passo para trás em minha própria mente. Estava tumultuada, nós dois brigando por controle e poder. Mas eu nunca quis poder, apenas queria saciar a infinita sede queimando em minha garganta.

E por que não? Ele demandou.

Porque eu a amo! Finalmente gritei tão alto que o derrubei.

Edward de olhos vermelhos levantou, um rosto cheio de desapontamento. Ele sabia, nesse momento, ele nunca poderia me vencer. Eu era mais forte que ele. Ele levantou suas mãos em sinal de rendição, acenou graciosamente e então vagarosamente recuou para os recessos do meu subconsciente. Eu sempre estarei aqui, ele jurou em um sussurro. E eu sempre o vencerei, eu prometi.

O monstro desapareceu e me encontrei.

Naquele momento Carlisle virou ainda mais meu herói do que já era antes. Por eu saber que foram seus ensinamentos consistentes que me permitiram reganhar controle. Era um conceito tão simples que ele esteve tentando me fazer entender o tempo todo: sempre foi minha escolha.

Amor. Eu escolhi amor.

E então lá sentado estava o meu amor, aterrorizada de como eu havia me comportado. Seus olhos normalmente aconchegantes estavam arregalados com puro medo. Vê-la daquela forma me entristeceu à em um nível imensurável.

“Não tenha medo, ” eu murmurei. “Eu prometo… ” hesitei, pensando sobre o monstro que nunca iria embora. Mas me senti confiante que eu sempre venceria. Minhas palavras foram tanto para ele quanto para mim. “Eu juronunca te machucar. ”

Dei um passo para mais perto, vagarosamente para que assim não a assustasse mais ainda. “Não tenha medo, ” sussurrei novamente. Eu sentei, até que nossos rostos estivessem no mesmo nível, somente com um pé de distância. “Perdoe-me, por favor, ” eu disse formalmente. Por favor perdoe o monstro que eu poderia ser. “Eu posso me controlar. Você me pegou de guarda baixa. Mas agora estou em meu melhor comportamento. ”

Eu esperei, mas ela não respondeu, ainda congelada em terror.

“Hoje não estou com sede, honestamente. ” Eu pisquei. Eu era eu mesmo novamente.

Com isso, ela sorriu, embora o som fosse trêmulo e sem fôlego.

“Você está bem? ” perguntei ternamente, estendendo o braço lentamente, cuidadosamente, para colocar minha mão de volta na dela. Eu não queria que ela pensasse que eu repelia a aproximação. Era bem o oposto, eu queria estar ainda mais próximo dela, agora mais do que nunca. Eu queria a mostrá-la que eu tinha finalmente feito minha decisão. Eu havia escolhido ela, não seu sangue, ela.

Ela olhou para minha mão, repousada imóvel sobre as suas delicadas. Eu não podia acreditar que alguma vez havia contemplado a morte dessa doce e bela criatura que está diante de mim. Eu realmente a amava. Eu poderia apenas sentar lá e esperar, esperar por algum tipo de indicação que ela estava bem. Ela olhou para cima e eu segurei minha respiração. Mas então ela olhou para baixo, traçando as linhas de minha mão com a ponta de um dedo. Senti um golpe de esperança, ela não se importava em nada com a proximidade. Então ela olhou para cima de novo e sorriu timidamente.

Eu estava imensamente aliviado. Tudo estava bem. Sorri em retorno.

“Então onde estávamos, antes de eu me comportar tão grosseiramente?” perguntei.

“Sinceramente eu não consigo me lembrar, ” ela murmurou.

Eu sorri com sua honestidade, embora eu estivesse imensamente envergonhado. “Acho que estávamos falando sobre a razão pela qual você tinha medo, além do motivo óbvio, ” eu a lembrei.

“Ah, sim. ”

“E então?” eu persuadi.

Ela olhou para baixo novamente e correu seus dedos por minha palma. Por mais que eu apreciasse o gesto, eu estava ficando impaciente por sua resposta. Se mover em velocidade humana era desesperador.

“Como facilmente frustrado eu sou, ” suspirei, incomodado que não podia prover mais paciência por ela.

Ela respirou fundo e falou enquanto observava minhas mãos. “Eu estava com medo… porque, bem, por motivos óbvios, eu não posso ficar com você. E tenho medo de que gostaria de ficar com você, muito mais do que deveria. ”

“Sim, ” concordei lentamente. “Isso é algo para se ter medo, realmente. Querer ficar comigo. Isso realmente não faz parte de seu melhor interesse.” Embora era um desapontamente saber que ela tinha medo de ficar comigo, eu concordava que não ficar comigo era bem mais saudável para ela.

Ela inexplicavelmente fechou a cara.

“Eu devia ter me afastado há muito tempo atrás, ” eu suspirei, pedindo por perdão pelos meus jeitos egoístas. “Eu devia ir embora agora. Mas não sei se posso.”

“Não quero que você vá embora, ” ela balbuciou suavemente, olhando para baixo de novo.

“O que é exatamente o motivo pelo qual deveria. Mas não se preocupe. Sou essencialmente uma criatura egoísta. Desejo demais sua companhia para fazer o que deveria. ” Meu senso de certo e errado estava severamente obscurecido pelo o que eu queria. Ela.

“Fico feliz por isso. ”

“Não fique! ” Ela não tinha nenhuma moral? Ela não podia apoiar meu egoísmo de forma alguma. Retirei minha mão, cuidadosamente para não machucá-la com minha velocidade inumana. Minha voz, contudo, saiu soando áspera. “Não é apenas sua companhia que eu desejo! Jamais se esqueça disso. Jamais se esqueça de que eu sou mais perigoso para você do que para qualquer outra pessoa. ” Eu parei, encarando a floresta, lembrando do meu abominável comportamento no primeiro dia que a vi.

Depois de um momento, ela falou. “Eu não acho que entendo exatamente o que você quer dizer – pelo menos a última parte. ” ela disse.

Olhei para Bella, meu amor por ela preenchendo novamente minha mente. Eu sorri.

“Como posso explicar?” eu refleti. “E sem assustar você de novo… hmmmm. ” Coloquei minha mão na dela de novo, querendo sentí-la, para assim segurar minha sanidade. Eu estava prestes a admitir o detalhe mais vergonhoso de mim mesmo, incerto se essa seria a informação que finalmente a repeliria. Mas então ela segurou minha mão mais forte na dela. O calor de sua pele esquentou meu coração morto.

“Isso é incrivelmente agradável, o calor, ” eu suspirei.

Eu procurei em minha mente para achar a explicação mais apropriada. Algo simples… algo que um humano pudesse se relacionar…

“Sabe como todo mundo gosta de sabores diferentes?” eu comecei. “Algumas pessoas amam sorvete de chocolate, outras preferem morango?”

Ela moveu sua cabeça em concordância.

“Desculpe pela analogia com comida – não consegui pensar em outra forma de explicar. ”

Ela sorriu. Eu sorri de volta, triste.

“Veja bem, cada pessoa tem um cheiro diferente, tem uma essência diferente. Se você trancar um alcoólatra em uma sala cheia de cerveja envelhecida, ele felizmente a beberia. Mas ele poderia resistir, se quisesse, se ele fosse um alcoólatra em recuperação. Agora digamos que você tenha colocado naquela sala uma taça de conhaque de cem anos, o mais raro e refinado conhaque – e preenchido a sala com seu quente aroma– como você acha que ele se comportaria então?

Ficamos sentados em silencio, olhando-nos nos olhos– tentando ler os pensamentos um do outro. Era uma analogia apropriada. Eu tinha certeza que minha família teria entendido perfeitamente. Mas para um humano, conhaque poderia soar fácil demais de seresistir.

“Talvez esta não seja a comparação correta. Talvez seria fácil demais rejeitar o conhaque. Talvez eu devesse ter feito de nosso alcoólatra um viciado em heroína. ”

“Então o que você está dizendo é que sou seu tipo preferido de heroína?” ela brincou.

Eu sorri, apreciando seu juízo rápido e inteligência. “Sim, você é exatamente meu tipo de heroína. ”

“Isso acontece com freqüência?” ela perguntou.

Eu encarei as árvores, relembrando as breves conversas que tive com Jasper e Emmett sobre o assunto.

“Falei com meus irmãos sobre isso. ” Eu ainda olhava para a distancia. “Para Jasper, todos vocês são a mesma coisa. Ele é o mais recente em se juntar à nossa família. É uma luta para ele se privar de tudo isso. Ele não teve tempo para desenvolver sua sensibilidade as diferenças em cheiro, em sabor. ” Olhei de volta para ela. “Desculpe, ” eu pedi desculpas.

“Não me importo, ” ela disse docemente. “Por favor, não se preocupe em me ofender, nem em me assustar, ou o que for. Esse é o seu jeito de pensar. Posso entender isso, ou pelo menos posso tentar. Apenas explique como puder. ”

Eu respirei fundo e olhei para o céu novamente.

“Então Jasper não tinha certeza se já havia se deparado com alguém que fosse tão” – eu hesitei, procurando pela palavra certa – “atraente como você é para mim. O que me faz pensar que não. Emmett está na estrada há mais tempo, por assim dizer, e ele entndeu o que eu quis dizer. Disse que foram duas vezes para ele, uma mais forte do que a outra. ”

“E para você?”

“Nunca. ”

A palavra ficou pairando ali por um momento na brisa quente.

“O que o Emmett fez?” Ela perguntou, rompendo o silencio.

E naquele pensamento, minha mão se fechou em punho dentro da dela. Fez? Ele assassinou ambos à sangue frio. Mas eu amava meu irmão e nunca pensei nele como um assassino. Eu não podia respondê-la, eu não podia permiti-la saber o quão feroz minha espécie poderia ser.

“Acho que sei, ” ela finalmente disse.

Eu levantei meus olhos, esperando com toda minha força que ela perdoasse meu irmão.

“Até o mais forte de nós dá um deslize, não dá?” sorri tristemente.

“O que você está pedindo? Minha permissão?” Sua voz saiu aguda e me picou. Mas então ela lutou para usar um tom mais leve. “Quer dizer, não há esperança então?”

“Não, não!” eu disse desafiador. “É claro que há esperança!” Eu acabei de provar para mim mesmo que sempre há esperança. “Quer dizer, é claro que eu não… ” Não acabei a frase, ao invés disso decidi defender meu irmão. “É diferente para nós. Emmett… esses foram desconhecidos que cruzaram seu caminho. Foi há muito tempo atrás e ele não era tão… experiente, tão cuidadoso, como é agora. ”

Eu cai em silêncio e a observei intensamente enquanto ela pensava sobre isso.

“Então se tivéssemos nos encontrado… hm, em um beco escuro ou coisa parecida… ” sua voz falhou.

“Tomou todas as minhas forças para não pular no meio daquela sala cheia de crianças e… ” eu parei, olhando para longe, não desejando ver seu rosto enquanto fazia minhas confissões. “Quando voce passou por mim, eu podia ter estragado tudo o que Carlisle construiu para nós, naquele exato momento. Se eu não tivesse renegado minha sede pelos últimos, bem, ” quase um século, “por muitos anos, eu não teria sido capaz de me controlar. “Eu pausei, franzindo o cenho para as arvores.

Então olhei de volta, pensando em sua expressão. Eu podia ver em seus olhos que ela lembrava doo primeiro dia tão bem quanto eu. “Você deve ter pensado que eu estava possuído. ”

“Eu não podia entender o motivo. Como podia me odiar tão rapidamente… ”

Estremeci por dentro. Eu tive ódio contra ela, embora verdadeiramente eu apenas odiava a mim mesmo.

“Para mim,” eu expliquei, “foi como se você fosse uma espécie de demônio, conjurado de meu próprio inferno pessoal para me arruinar. A fragrância que vinha de sua pele… Pensei que me enlouqueceria naquele primeiro dia. Naquela hora que passou, pensei em cem maneiras diferentes de atrair você para fora da sala comigo, ficar sozinho com você. E lutei contra cada uma delas, pensando em minha família, o que eu faria a eles. Tive que fugir, sair dali antes que pudesse pronunciar as palavras que te fariam me seguir… ”

Olhei para sua expressão paralizada. Sua hora chegou na primeira vez que te conheci, fora as palavras que eu havia dito a ela. Quão pouco ela percebia que eu estava fazendo minha confissão completa naquele exato momento. Mas eu queria que ela entendesse que embora eu pudesse, eu não fiz isso, e sua vida foi poupada.

“Você teria vindo, ” eu garanti.

“Sem dúvida nenhuma, ” ela concordou. Embora ela estivesse tentando soar calma, eu podia ouvir a tensão atrás de suas palavras. E ainda havia tanto para revelar…

Franzi enquanto olhava para suas mãos. “E depois, enquanto eu tentava reorganizar meu horário em uma tentativa sem sentido de evitá-la, você estava ali… naquela quente e pequena sala, o cheiro era enlouquecedor. Foi por muito pouco que não a peguei ali mesmo. Apenas havia outro frágil ser humano na sala – era tão fácil lidar com aquilo. ”

Ela tremeu delicadamente, apesar do quente sol.

“Mas eu resisti.” Continuei. “Não sei como. E me obriguei a não esperar por você, a não seguí-la da escola. Era mais fácil do lado de fora, quando eu não podia mais sentir seu cheiro, mais fácil pensar com clareza, tomar a decisão certa. Deixei os outros perto de casa – eu estava envergonhado demais para dizer à eles como eu era fraco, eles apenas souberam que algo estava muito errado – e então fui diretamente procurar Carlisle, no hospital, para lhe dizer que eu estava indo embora. ”

Sua expressão de surpresa não escapou de meu percebimento. Ela estava surpresa que eu havia fugido como um covarde?

“Troquei de carro com ele, ” eu continuei, “ele tinha o tanque cheio e eu não queria parar. Não ousei ir para casa e enfrentar Esme. Ela não teria me deixado ir sem uma cena. Ela teria tentado me convencer que não era necessário… ”

“Na manhã seguinte eu estava no Alasca.” Eu estava envergonhado pelo fato que fugi tão desesperado, com tanta vontade de ir longe de todas as tentações. “Passei dois dias lá, com alguns velhos conhecidos… Mas eu estava com saudade de casa. Odiava saber que tinha chateado Esme, e o resto deles, minha família adotiva. No ar puro das montanhas era difícil acreditar que você era tão irresistível. Convenci a mim mesmo de que era fraco fugir. Eu havia lidado com a tentação antes, não desta magnitude, nem sequer perto disso, mas eu fui forte. Quem era você, uma garotinha insignificante” – eu sorri ao quão falso a afirmação era e o quão belamente fui provado que estava errado –“ para me afugentar do lugar no qual eu queria estar? Então voltei… ” eu encarei o vazio.

Ela não disse uma palavra.

“Tomei precauções, ” admiti, “caçando, alimentando-me mais do que de costume antes de ver você de novo. Eu tinha certeza de que era forte o bastante para tratá-la como qualquer outro ser humano. Fui arrogante sobre isso.”

“Foi sem dúvida uma complicação que eu não pudesse simplesmente ler seus pensamentos para saber qual seria sua reação comigo. Não estava acostumado a ter que chegar a medidas tão tortuosas, ouvindo suas palavras na mente de Jessica… que não é muito original, e era irritante ter que se rebaixar à isso. E então, eu não podia saber se você realmente foi sincera no que disse. Era tudo extremamente irritante. ” Franzi o cenho com essa memória.

“Eu queria que você se esquecesse meu comportamento naquele primeiro dia, se possível, então tentei falar com você como faria com qualquer pessoa. Na verdade, eu estava ansioso, esperando decifrar alguns de seus pensamentos. Mas você era interessante demais. Eu me vi preso em suas expressões… e uma hora ou outra você agitava o ar com sua mão ou seu cabelo, e o cheiro me tomava de novo…

“É claro, então você quase foi esmagada até a morte diante de meus olhos. Mais tarde, pensei em uma desculpa perfeitamente boa para eu ter agido naquele momento… porque se eu não tivesse salvado você, se seu sangue fosse derramado ali na minha frente, eu não acho que poderia ter me controlado em expor o que nós somos. Mas apenas pensei naquela desculpa depois. Na hora, apenas o que eu podia pensar era: ‘Ela não. ’”

Fechei meus olhos, perdido na insuportável memória de ter Bella quase arrancada de mim. Eu não me importei que havia um estacionamento cheio de testemunhas, eu não me importava se minha família estava a menos de dois pés de distância. Ela. Não. Eu não me importava que meus irmãos estavam gritando em minha mente enquanto eu saltava sobre os carros estacionados. Ela não.

Sua voz estava fraca quando ela falou. “No hospital?”

Meus olhos lampejaram para os dela. “Eu estava sem palavras. Não conseguia acreditar que havia nos colocado em risco, que havia me colocado em seu poder… Justo você, de todas as pessoas. Como se eu precisasse de outro motivo para matá-la. ” Nós dois vacilamos quando essa palavra escapou. “Mas teve o efeito contrario, ” eu continuei rapidamente. “Eu briguei com Rosalie, Emmett e Jasper quando eles sugeriram que agora era a hora… A prior briga que já tivemos. ” Que diabos você estava pensando?! Você expôs a todos nós! Por que você faria isso conosco? “Carlisle ficou ao meu lado, e Alice. ” Não importa, ela vai ser uma de nós de uma forma ou outra. Eu franzi. “Esme me disse para fazer o que eu precisasse para ficar. ” Fique comigo, eu não posso perder outro filho, por favor… Eu balancei minha cabeça, ainda sentindo a culpa de por a idéia que eu a deixaria na cabeça de Esme.

“Por todo o dia seguinte, ouvi a mente de todos que você havia conversado, chocado por você ter mantido a sua palavra. Eu não te entendia de forma alguma. Mas sabia que não poderia me envolver mais com você. Fiz o meu máximo para ficar o mais longe possível de você. ” Vou simplesmente ignorar Bella Swan a partir de agora. Ela vai esquecer com o tempo. E ainda assim, eu não podia esquecer. “E todo dia o perfume de sua pele, de seu hálito, de seu cabelo… me atingiam com a mesma intensidade do primeiro dia. ”

Meus olhos encontraram os dela de novo, ela era tão suave, tão doce.

“E por tudo isso, ” eu continuei, “Eu teria feito melhor se tivesse mesmo exposto a nós todos naquele primeiro momento, do que se agora, aqui – sem testemunha nenhuma e nada para me parar – eu fosse te machucar. ”

“Por que?” ela perguntou.

“Isabella. ” Eu cuidadosamente enunciei seu nome completo, então brinquei com o seu cabelo. “Bella, eu não poderia conviver comigo mesmo se alguma vez te ferisse. Você não sabe como isso tem me torturado.” Olhei para baixo, envergonhado de novo. “Pensar em você, imóvel, branca, fria… Nunca mais vê-la corar de novo, nunca mais ver aquele flash de intuição em seus olhos quando você vê através de meus pretextos… seria insuportável. ” Eu levantei meus olhos para os dela, sentindo a agonia daquele pensamento enquanto falava. “Você é, agora, a coisa mais importante para mim. A mais importante para mim sempre. ” Eu estava tão loucamente apaixonado por ela.

Esperei por uma resposta. Ela olhou para baixo, para suas mãos entrelaçadas.

“Você já sabe como me sinto, é claro, ” ela finalmente disse. “Eu estou aqui… o que, numa tradução grosseira, significa que eu preferiria morrer a ficar longe de você. ” Ela franziu o cenho. “Sou uma idiota. ”

“Você é mesmo uma idiota, ” eu concordei com uma risada. Nossos olhos se encontraram, e ela riu, também. Riamos juntos da idiotice e da mera impossibilidade de um momento desses.

“E então o leão se apaixonou pelo cordeiro… ” eu murmurei.

Ela desviou o olhar. “Que cordeiro estúpido, ” ela suspirou.

“Que leão masoquista e doentio. ” Eu encarei a floresta, pensando no quanto eu tinha usado meus instintos destrutivos em mim mesmo. E o pior de tudo, eu tive prazer em me torturar enquanto Bella permanecesse intocada.

“Por quê… ?” ela começou e depois parou.

Eu olhei para ela – tão viva – e sorri. “Sim?”

“Me diga porque você fugiu de mim antes. ”

Meu sorriso desapareceu. “Você sabe o porque.” Para sua segurança, por sua vida.

“Não, quero dizer, exatamente o que eu fiz de errado? Eu terei que estar de guarda, sabe, então é melhor eu começar a aprender o que não devo fazer. Isso, por exemplo” – ela afagou as costas de minha mão – “parece não fazer mal algum. ”

Eu sorri novamente. “Você não fez nada de errado, Bella. A culpa foi minha. ”

“Mas eu quero ajudar, se puder, a não dificultar ainda mais as coisas para você. ”

“Bem… ” eu contemplei uma explicação que não botaria a culpa nela, por que realmente não era em nada sua culpa. “Foi apenas em quão perto você estava. A maioria dos humanos se intimida conosco por instinto, são repelidos por nossa estranheza… Eu não estava esperando que você chegasse tão perto. E o cheiro de seugarganta. ” Eu parei, olhando para ver se eu a tinha deixado triste.

“Tudo bem, então, ” ela disse irreverente. Ela afundou seu queixo. “Sem exposição de garganta. ”

Eu ri da sua excentricidade. “Não, é sério, foi mais a surpresa do que qualquer outra coisa. ”

Para explicar minha restrição em uma situação controlada, eu levantei minha mão livre e coloquei levemente no lado de seu pescoço. Eu podia sentir seu sangue correr por baixo da pele, mas o monstro continuou quietamente escondido. Eu estava bem. “Está vendo, ” eu disse. “Perfeitamente bem. ”

Uma cor rosada apareceu em suas bochechas, as fazendo parecer duas maçãs maduras, tão vermelhas em comparação com a sua pele de porcelana.

“O rubor em suas bochechas é lindo, ” eu murmurei. Eu cuidadosamente libertei minha outra mão. Suas próprias mãos caíram flácidas em meu colo. Consciente, mesmo agora, de o quão quebrável ela era, eu afaguei sua bochecha manchada de vermelho, e então segurei seu rosto entre minhas mãos.

Eu queria estar aindamais próximo a ela, mas eu tinha tanto medo. “Fique completamente parada, ” eu sussurrei. Embora ela parecesse já estar congelada, eu precisava que ela não se mexesse em absoluto se eu fosse tentar estar perto dela.

Lentamente, mantendo os meus olhos nos seus, inclinei-me em sua direção. Então descansei minha bochecha contra o espaço na base de sua garganta. O seu pulso estrondeou e o seu odor encheu as minhas narinas, mas não me importei. Eu estava perto dela, como sempre desejei desde que percebi que estava apaixonado.

Com uma lentidão deliberada, deslizei minhas mãos pelas laterais de seu pescoço. Ela tremeu e a minha respiração se prendeu. Mas não pausei enquanto movia minhas mãos para seus ombros, e depois parei. Virei meu rosto para o lado, meu nariz deslizando suavemente em sua clavícula. Descansei com o lado do meu rosto pressionado gentilmente contra seu peito.

Ouvindo seu coração.

“Ah, ” eu suspirei contente. Eu realmente gostava de ouvir seu coração tamborilar com vida. O calor de seu corpo encheu o meu, sensual e gloriosa lembrança de sua humanidade. Eu a segurei por tanto tempo quanto eu ousei. Eventualmente seu pulso se acalmou para um ritmo mais calmo. Ela não estava mais assustada. Nós dois tínhamos dominado nossos demônios e saído vitoriosos. E então, eu a libertei.

“Não será assim tão difícil novamente, ” eu disse com satisfação.

“Foi muito difícil para você?” ela perguntou.

“Não tão ruim quanto eu imaginei que seria. ” O que era o mais verdadeiro que eu poderia dizer. “E você?”

“Não, não foi ruim… para mim. ”

Eu sorri de sua inflexão. “Você entendeu o que eu quis dizer. ”

Ela sorriu.

“Aqui. ” Eu peguei sua mão e coloquei em meu rosto. “Você sente como está quente?”

Ela congelou, olhos arregalados. Eu brevemente me preocupei se ela não queria me tocar. Mas então determinação preencheu seus olhos e ela sussurrou, “Não se mexa. ”

Eu obedeci, fechando meus olhos e ficando o mais imóvel que eu pude.

Ela se moveu ainda mais lentamente que eu, como se eu fosse o quebrável. Ela acariciou minha bochecha ainda quente, delicadamente afagou minha pálpebra e deslizou pela cavidade abaixo de meu olho. Ela traçou a forma de meu nariz e então, cuidadosamente, meus lábios. Embaixo de sua mão, meus lábios se separaram, sem pensar e com um desejo ardente. Então ela abaixou sua mão e se inclinou.

Abri meus olhos, pensando se meu desejo por ela apareceu em meu rosto já que seu pulso se acelerou de novo. Eu nunca antes a quis tanto quanto naquele momento. Não como um vampiro – embora essa parte de mim sempre estivesse ali – mas como um homem. Eu queria tê-la, protegê-la, fazê-la feliz, nunca a ofender, nunca machucá-la. Como eu podia possivelmente sentir tanto de uma vez só? As emoções que eu sentia estavam batalhando entre si por dominação.

“ Eu desejo, ” eu sussurrei, “desejo que você pudesse sentir a… complexidade… a confusão… que eu sinto. Que você pudesse entender. ” Eu levantei minha mão para seu cabelo, então cuidadosamente a deslizei por seu rosto.

“Me diga, ” ela respirou.

“Não acho que possa. Eu já lhe falei, por um lado, a fome – a sede – aquela criatura deplorável eu sou, eu sinto pena por você. E penso que você pode compreender isso, até certo ponto. Mas” – eu dei um meio sorriso – “como você não é viciada em nenhuma substância ilegal, provavelmente não pode ter uma empatia completa.

“Mas… ” eu toquei seus lábios gentilmente. “Existem outras fomes. Fomes que eu nem sequer entendo, que são desconhecidas para mim. ”

“Posso entender isso melhor do que você pensa. ”

“Não estou acostumado a me sentir tão humano. É sempre assim?”

“Para mim?” ela parou. “Não, nunca. Nunca antes disso. ”

Segurei suas mãos entre as minhas. Elas pareciam tão quentes e frágeis em meu aperto.

“Não sei como ficar perto de você, ” eu admiti. “Eu não sei se posso. ”

Ela se inclinou para a frente devagar, me alertando com seus olhos. Eu fiquei parado, esperando. Ela encostou seu rosto contra meu peito.

“Isso basta, ” ela suspirou.

Apenas essa proximidade era mais que o suficiente para ela. Eu estava tão incrivelmente emocionado por sua bondade que eu tinha que demonstrar à ela minha gratidão. Eu envolvi meus braços ao seu redor e pressionei meu rosto contra seu cabelo. Embora isso nunca pudesse ser verdade, por um breve momento, eu era humano para ela.

“Você é melhor nisso do que você se dá o crédito, ” ela observou.

“Tenho instintos humanos – eles podem estar enterrados no fundo, mas eles estão lá. ” Eu a garanti.

Nos sentamos assim por um longo tempo. Eu nunca quis que esse momento acabasse. Era absolutamente perfeito em toda sua glória. O sol moveu pelo céu em seu modo determinado e muito rápido, as sombras da floresta começaram a aparecer e nos tocar. Bella suspirou. Ela percebeu que muito tempo havia passado, e que o dia estava em seu final.

“Você tem que ir, ” eu disse.

“Achei que você não pudesse ler minha mente. ”

“Está ficando mais clara, ” eu sorri.

E era mesmo bem tarde. Para um humano pelo menos. Se ela pudesse viajar como eu a hora do dia não faria a mínima diferença. Então eu tive uma idéia maravilhosa. Eu peguei seus ombros e olhei em seu rosto, preparado para ler a reação em seus olhos.

“Posso lhe mostrar uma coisa?” eu perguntei, me sentindo bem empolgado.

“Me mostrar o que?” ela se espantou.

“Vou lhe mostrar como eu viajo na floresta. ” Pânico inundou seus olhos. “Não se preocupe,” eu a assgurei, “você estará bem segura, e chegaremos em sua picape muito mais rápido. ” Eu sorri torto.

“Você vai se transformar em morcego?” ela perguntou cautelosa.

Eu ri alto. “Como se eu não tivesse ouvido essa antes!”

“Certo, tenho certeza que você escuta essa o tempo todo, ” ela disse sarcasticamente.

“Venha, sua covardezinha, suba em minhas costas. ” a instrui.

Eu sorri enquanto lia sua hesitação, e estendi a mão para ela. Seu coração reagiu daquele modo lindo e excitado que eu havia aprendido ser sua atração por mim. Eu a coloquei em minhas costas e ela engatou suas pernas e braços ao meu redor. Eu sorri, sabendo que ela estava usando toda a sua força humana. Eu mal sentia seu peso.

“Sou um pouquinho mais pesada do que a sua mochila normal, ” ela tentou me alertar.

“Rá!” Eu bufei, revirando os olhos.

Sem qualquer aviso da minha parte, eu agarrei sua mão. Ela resistiu levemente mas então compadeceu. Eu queria ver se meu controle ainda era forte. Eu pressionei a sua palma em meu rosto e inalei profundamente.

“Fica mais fácil o tempo todo, ” eu murmurei. Não apenas eu ainda estava forte o suficiente, mas o monstro em minha cabeça não ousou se revelar. Ele sabia que eu o derrotaria à uma massa de sangue.

E então eu corri.

Sua respiração ficou vaga e seus batimentos cardíacos acelerados. Eu acelerei pelas arvores, mostrando para ela a beleza imensa da floresta enquanto ela zumbia ao nosso redor. Eu sempre gostei da liberdade e da velocidade da corrida. Era uma grande honra dividir esse prazer com ela.

Que outros prazeres eu poderia dividir seguramente com Bella? A conversa que eu ouvi entre Jessica e ela veio em minha mente. Ugh… ela nem beijou ele ainda. Jessica quis dizer que Bella queria me beijar mas eu não tinha tido coragem? E se ela verdadeiramente queria meu beijo, eu poderia? Seria seguro o suficiente? Eu nunca havia beijado ninguém antes. O homem dentro de mim se sentia confiante com a idéia, mas eu me preocupava infintamente que meu beijo não seria bem recebido por ela. Havia apenas um modo de dizer, eu tinha que tentar.

Então chegamos no carro. Eu parei de correr, ainda me sentindo extasiado.

“Divertido, não?” eu disse excitado.

Eu fiquei imóvel, esperando ela descer. Seus músculos estremeceram levemente, mas fora isso, ela não se moveu.

“Bella?” eu perguntei ansiosamente.

“Acho que preciso me deitar, ” ela arfou.

“Oh, me desculpe. ” Eu esperei por ela, mas ela ainda não se moveu.

“Acho que preciso de ajuda, ” ela disse debilmente.

Ri baixinho de sua fofura. Eu gentilmente afrouxei seu aperto e então a virei para me encarar, a segurando em meus braços. Então, Esme estava certa. Eu achei de fato um jeito de senti-la em meus braços. E então a coloquei cuidadosamente nas samambaias primaveris.

“Como você se sente?” eu perguntei.

“Tonta, eu acho. ” ela disse sem confiança.

“Coloque sua cabeça entre os joelhos, ” eu sugeri.

Ela fez isso, respirando lentamente, mantendo sua cabeça o mais imóvel possível. Momentos passaram e ela levantou a cabeça.

“Parece que não foi a melhor das idéias, ” eu refleti. Obviamente muito de uma experiência para um humano, eu deveria ter percebido.

“Não, foi muito interessante, ” ela disse fracamente.

“Rá! Você está branca feito um fantasma… não, está branca como eu!” Era incrível que ela tentava soar positiva considerando que ela parecia bem doente.

“Acho que deveria ter fechado meus olhos. ”

“Lembre-se disso da próxima vez. ”

“Próxima vez!” ela gemeu.

Eu ri, meu humor ainda prazeroso.

“Exibido, ” ela murmurou.

“Abra seus olhos, Bella, ” eu disse quietamente. Suas pálpebras se abriram vagarosamente para revelar profundo olhos castanhos. “Eu estava pensando, enquanto corria… ” eu parei, incerto sobre como expressar que eu queria tentar beijá-la.

“Em não bater nas árvores, espero. ”

“Bella bobinha, ” eu ri. “Correr é uma segunda natureza para mim, não é uma coisa na qual tenha que pensar. ” E ainda se eu batesse numa árvore, ela sofreria muito mais do que eu jamais iria.

“Exibido, ” ela murmurou de novo.

Eu sorri.

“Não, ” eu continuei, “Estava pensando que há uma coisa que quero tentar. ” E então peguei seu rosto em minhas mãos de novo.

Eu hesitei, observando seu rosto bemde perto. Eu escutei pelo monstro em minha cabeça mas ele não estava em lugar algum. Talvez ele estivesse se escondendo em algum lugar, lambendo suas feridas. Eu senti certeza, talvez arrogância, mas bem certo que era seguro o suficiente.

Eu me inclinei e pressionei meus lábios o mais gentilmente que pude contra os dela. Tão inacreditavelmente quente, aqueles lábios luxuriantes e cheios dela. Eu me perdi na textura, no calor crescente. Era um primeiro beijo espetacular.

Mas então ela fez o inesperado. Eu nunca, nem em um milhão de anos, teria esperado sua reação. Estar aterrorizada por estar tão perto de meus dentes? Sim, aquilo era esperado. Se afastar para longe ou congelar no lugar pela proximidade? Muito esperado. Mas ela não fez nada disso.

Seu sangue esquentou rapidamente, sua respiração veio em um arfo selvagem. Seus dedos se agarraram em meu cabelo, me empurrando para ela. Seus lábios se partiram e ela inalou.

Eu congelei, completamente e extremamente congelado. Eu podia sentir o monstro dentro se levantando. Eu muito gentilmente a afastei dos meus instintos terríveis. Um pequeno movimento, o monstro cantou em minha cabeça,se ela ao menos estremecer, eu a tomarei.

Ela abriu os olhos, seus lábios ainda partidos. “Oops, ” ela ofegou.

“Isso é uma observacão incompleta , ” eu disse, mantendo um nível de voz apesar do meu tumulto interior. Seu sangue acelerou tão fortemente, eu podia realmente sentir o calor crescendo.

Eu juntei firmemente a minha maxila em restrição aguda enquanto sentia o fluxo fresco de veneno enchendo minha boca. Segurei seu rosto a apenas polegadas do meu. Ninguém saberá, o monstro zombou, a tome agora.

“Será que devo… ?” ela tentou se libertar. Não! Não tente fugir como a vitima perfeita. Não dê ao monstro mais incentivo para te matar! Eu a segurei firmemente, a impedindo de mover um centímetro.

“Não, é tolerável. Espere um momento, por favor. ” Eu mantive minha voz educada, controlada.

Eu lutei sem descanso contra o monstro enquanto minha questão de mais cedo voltou à minha mente. Amor ou assassinato? Eu o derrotei e ele choramingou enquanto se arrastava. Amor. Sempre amor. Eu lutei com o monstro duas vezes agora e ganhei. Eu sorri.

“Pronto, ” eu disse, imensamente satisfeito comigo mesmo.

“Tolerável?” ela perguntou.

Eu ri. “Sou mais forte do que eu pensava. É bom saber disso. ”

“Queria poder dizer o mesmo. Desculpe, ” ela disse timidamente.

“Você é apenas humana, afinal de contas. ”

“Muito obrigada, ” ela disse seca.

Eu me levantei e a estendi minha mão à ela. Ela hesitou mas pegou minha mão mesmo assim. Eu estava grato, pelo contato e por Bella usar minha força para ajudar seu equilíbrio. Ela estava bem instável quando tentou se levantar. Mas mais do que tudo, eu estava grato pelo beijo.

“Ainda está fraca pela corrida? Ou foi minha perícia em beijo?” eu sorri.

“Não posso ter certeza, ainda estou tonta. ” Ela respondeu. “Mas, acho que um pouco dos dois.”

“Talvez você deva me deixar dirigir, ” eu sugeri.

“Você ficou maluco?” ela protestou.

“Posso dirigir melhor do que você em seu melhor dia, ” eu provoquei. “Você tem reflexos muito mais lentos. ” O percurso até aqui tomou um tempo ridiculamente longo.

“Tenho certeza que isso é verdade, mas não acho que meus nervos, ou minha picape, poderiaagüentar, ” ela contradisse.

Honestamente! Eu passei o dia inteiro lutando com o instinto de matá-la e ela não podia confiar em mim para dirigir sua picape. “Um pouco de confiança, por favor, Bella. ”

Ela franziu seus lábios, deliberada, então sacudiu sua cabeça com um sorriso apertado. “Não. Nem pensar. ”

Eu levantei minhas sobrancelhas em descrença.

Ela começou a passar por mim, claramente indo para o lado do motorista. Se eu quisesse impedi-la fisicamente de dirigir, eu teria feito isso facilmente. Mas eu não queria me impor muito. Eu fortemente senti que ela não estava em forma para dirigir, ela parecia estar completamente embriagada. Então ela oscilou levemente, eu aproveitei a oportunidade. Eu botei meu braço ao redor de sua cintura, não permitindo espaço para escapar.

“Bella, ” eu tentei explicar meu ponto gentilmente, “Já gastei muito esforço pessoal nessa esta altura para manter você viva. Não vou deixar você se sentar ao volante de um carro quando você nem consegue andar direito. E, além disso, amigos não deixam que os amigos dirijam bêbados, ” eu disse com uma risada.

“Bêbada?” ela objetou.

“Você está embriagada com minha presença. ” Eu sorri brincando.

“Não posso contrariar isso, ” ela suspirou. Ela segurou suas chaves e então as deixou cair. Eu alcancei e as peguei sem algum som. “Vá com calma – meu carro é um cidadão idoso. ”

“Muito sensível, ” eu aprovei.

“E você não está nada afetado?” ela perguntou, aborrecida. “pela minha presença?”

Senti meu rosto suavizar, toda a provocação me abandonou quando eu olhei em seu doce rosto. Como eu não poderia estar afetado? Palavras nunca fariam uma resposta justa. Então eu decidi mostrá-la. Eu aproximei meu rosto do seu e deslizei meus lábios vagarosamente por sua mandíbula, desde sua orelha à seu queixo, ida e volta. Ela estremeceu. Claro que eu estava afetado, tão quanto ela estava. Mas o fato que ela estava sem equilíbrio e que era bem humana era muito mais importante.

“Mesmo assim, ” murmurei, “eu tenho melhores reflexos. ”

5 comentários:

Bebetty_rp disse...

muito lindo!!!tava ansiosa por esse cap!

Carol C disse...

AMEI!!!!!!!
É PERFEITO!!!!

Convidada disse...

DOIS CABEÇAS DURAS!

Dama disse...

Oh, céus!  Essa fic é perfeita! Tenho certeza q todos q leram o livro queria uma descrição desse capítulo pelo Edward. Na verdade, queriam o livro todo, contado por ele também! Já q a Titia Steph não vai mais escrever Sol-da-Meia-Noite, essa fic é perfeita pra mostrar de uma forma fascinante *-*  !! Realmente, Parabéns!!

Júlia Karolyne disse...

STEPHENIE Ñ VAI MAIS ESCREVER O LIVRO?
AHHHHHHHH

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