Eternamente Dourado - Capítulo 9: Port Angeles - Parte 1

Nota do autor: Aviso: sugere violência.

Eu estava grato que Bella não tinha somente escolhido uma cidade pequena, mas também veio com amigas. Elas estavam fazendo compras em uma grande loja de departamentos, com muitas pessoas em volta. No total, eu sentia que seria uma viajem sensata. E aqui pensava eu que estava tão certo… somente para ser provado que eu estava tão horrivelmente enganado…

Fiquei em meu carro, inclinado para trás e olhando o teto. Se eu pudesse dormir, eu tinha certeza que os pensamentos de Jessica Stanley teriam me apagado como um bebê. Sua mente era tão trivial, tão tediosa, era tortura pura ter que tomar conta de Bella dessa forma.

Arrãm, sei… nunca foi a um baile.. ela está mentindo… Cheia de caras em cima dela aqui mas ela age tão esnobe e não aceita sair com ninguém… nem mesmo para o baile…

Parte de mim estava intrigado pela conversa e, igualmente preocupado. Se ela nunca foi a um baile de escola, o que ela estava esperando? Ela queria ir para o baile no final das contas? E se sim, por que ela recusou cada homem humano que se aproximou a ela? Ela teria dito não para mim também? E ainda, se ela tivesse aceitado ir ao baile com alguém… Eu balancei minha cabeça, tentando controlar o ciúme insano. Era loucura até pensar dessa forma sobre ela. Eu sentia que ela era minha, ainda que não fosse. E nunca pudesse ser.

Obviamente a escola inteira sabe que Tyler está levando ela ao baile… Como ela pode ser tão estúpida?

Eu me engasguei, lançando-me para frente e batendo minha testa contra o volante.

Lauren a odeia de morte por roubar Tyler, todos sabem disso…

A cobra ataca de novo, eu pensei amargamente. Eu fechei meus olhos e apertei a ponte do meu nariz.

Huh… eu não acho que é verdade… Melhor contar a Lauren que Tyler ainda está livre…

Eu sorri e soltei uma respiração. Isso não era nada mais do que um falso rumor, espalhado pelo iludido Tyler Crowley.

Eu mal posso esperar para mostrar esse vestido para Mike… que dia comprido… meus pés estão me matando… todo esse trabalho melhor me render um beijo de Mike… uau, eu estou meio faminta…

Muito obrigada por esses detalhes, Jessica Stanley. Eu queria bater minha cabeça contra o volante repetidamente.

Jessica Stanley continuou tagarelando em sua mente em uma forma que eu nunca tinha ouvido antes. Eu queria dizer que ela estava tagarelando coisas sem sentido, falando sem parar com qualquer vitima que estivesse por perto. Ela pensava principalmente em suas compras. Sem duvida ela estava se mostrando para Bella, provavelmente que ela iria ao baile enquanto Bella não. Eu baixei o volume de sua voz depois que vi em sua mente que elas iriam a um restaurante para jantar. Que alivio.

Me pergunto onde Bella está…

Uma pergunta tão inocente, ainda assim eu congelei em terror. Bella não estava com elas? Eu me amaldiçoei por não ter prestado melhor atenção na mente vazia de Jessica Stanley e liguei meu carro.

Eu dirigi para a livraria que vi na mente de Jessica, a que Bella supostamente iria, mas ela não estava lá. Eu vi seu rosto brevemente na mente da mulher da loja… Também vi pássaros cantando por algum motivo qualquer. Eu baixei a janela um centímetro, o suficiente para cheirar o ar. O cheiro de Bella tinha cruzado pela loja, mas ela não entrou. Ao invés disso, ela continuou indo ao sul.

Por que, Bella? Questionei esses pensamentos misteriosos dela enquanto eu comecei a dirigir em círculos, checando cada mente humana que eu podia encontrar. Como você pode ser tão imprudente? Por que você andaria sozinha numa cidade estranha? Onde ela foi?! Minha ansiedade aumentou quando o sol começou a baixar. Eu estava a um segundo de sair e começar a procurar por ela a pé quando vi a imagem mais tenebrosa que eu jamais quis ver em minha mente.

Bella. Sua roupa rasgada, agarrando os ombros de um homem sujo que suava e rugia em êxtase. A virando, permitindo a seus amigos fazê-la como sua. Minha sanidade foi perdida e completamente substituída por uma fúria cega.

A imagem do rosto dela passou pela mente do homem, alternando entre sua fantasia nojenta e seu doce, inocente rosto, enquanto ela rapidamente fugia. Eu sabia que eu deveria estar aliviado que a fantasia ainda não havia virado realidade, mas tudo o que senti era raiva.

O monstro em minha cabeça entrou em ação, pensando, planejando, lambendo os lábios. Eu poderia matar pelo menos dois homens os atropelando com meu carro, se não todos os quatro. Se algum sobrevivesse, eu poderia rapidamente pular do carro e quebrar seu pescoço. Então eu pegaria Bella, a atiraria dentro do carro e dirigiria para longe antes dela poder perceber o que tinha acontecido.

Eu quase podia ouvir Carlisle em minha mente enquanto o céu ficava cada vez mais escuro como meu humor.Nós não somos heróis, Edward. Eu não me importava. Eu poderia ser o vilão nessa história, mas eu não deixaria minha Bella ser machucada por homens que obviamente não eram menos monstros do que eu era.

E se eu os matasse, seria o suficiente para acalmar minha fúria? Eu seria capaz de deixar seus cadáveres e resistir o desejo de drená-los? E, mais importante, eu poderia lutar contra esse desejo enquanto Bella estaria sozinha comigo no carro?

Não parecia provável. Me sentir o quão vampiro eu me sentiria no momento e então ter a mais deliciosa presa sentada do meu lado em um espaço fechado e sem ventilação, era o plano mais perigoso de todos.

Mas eu não poderia deixar isso acontecer. Eu tinha que salvá-la. Eu tinha. Deus me ajude…

Eu pisei fundo no acelerador quando eu vi aqueles homens revoltantes se juntando ao redor de minha Bella. Ela não parecia assustada, mas isso só me deixou mais preocupado. Havia um olhar de concentração profunda em seu rosto que eu não conseguia decifrar. Não se mova Bella, nem um centímetro, eu pensei enquanto eu dirigia na direção deles.

Bela boca… O primeiro homem estava pensando.

Eu vou segurá-la… Pensou outro homem.

É melhor eu ter um turno essa vez… Foi o pensamento enojante de um terceiro homem.

Eu mal posso esperar para pegar ela… Foi o último pensamento que eu ouvi, levando minha raiva a atingir novos níveis.

A tentação era incontrolável, e os homens estavam tão perto. No último segundo, eu cantei pneu ao redor deles e parei bruscamente. Eu abri a porta de passageiros e ordenei, “Entre.”

Eu tinha menos de um segundo para fazer uma escolha vital. Eu deixo aqueles homens ali… vivos? Bella estava ao meu lado, sã e salva. Sua respiração estava acelerada, assim como seus batimentos cardíacos, ainda assim ela estava estranhamente calma. Aquele homem, eu assumi ser o líder do grupo, continuava fantasiando sobre todas as coisas que ele queria fazer com Bella, ainda que desapontamento estivesse manchando as imagens em sua cabeça enquanto elas iam sumindo.

Nem um segundo passou e eu fiz minha decisão. Eu deixaria os homens viverem. Matá-los somente colocaria Bella em um perigo maior. Em alguma pequena parte de minha mente, eu estava surpreso que Alice não havia ligado, uma vez que ela sentiu minha decisão. Talvez não houvesse perigo real.

Não, eu não acreditei nisso, nem por um momento. O perigo ainda era muito real e iminente. E eu era esse perigo. Eu manobrei o carro, secretamente desejando que eu errasse e atropelasse um dos homens. Então eu dirigi para o norte tão rápido quanto eu pude sem hesitar. Naquele momento, eu não podia dizer de quem eu estava fugindo. Daqueles homens? Ou do monstro em minha cabeça? O monstro rugiu e se enfureceu de uma forma perigosa enquanto eu dirigia para fora da cidade.

Pelo canto dos olhos, mesmo que eu não ousasse olhar, eu vi Bella agarrando o assento do carro fortemente com as duas mãos.

“Ponha o cinto,” eu comandei.

Ela obedeceu, graças a Deus.

Longe, eu precisava ir para bem longe. O monstro em minha cabeça ainda estava arquitetando, não querendo desistir da possibilidade de banquetear aquela noite. A única presa disponível era Bella. Eu rugi para o monstro em minha cabeça. Ninguém iria machucá-la. O monstro começou a retroceder, choramingando e reclamando sobre o fogo furioso em minha garganta.

Eu podia sentir seus olhos em mim enquanto passávamos dos limites da cidade e entrávamos na rodovia escura.

“Você está bem?” ela disse, sua voz meio abalada.

Eu me envergonhei, sabendo que eu somente a estava assustando assim como aqueles homens estavam. Aqueles homens vis e revoltantes, com seus pensamentos nojentos e fantasias pútridas…

“Não,” eu disse curtamente. Eu podia ouvir a raiva contra aqueles homens em minha voz. Eu queria matá-los.

Ela não disse nada, mesmo que eu ainda sentisse seus olhos em mim, me observando. Eu não podia nem respirar, a raiva era muito forte. Virei o carro e estacionei no acostamento da estrada. As arvores cercaram minha linha de visão, altas e orgulhosas. Nem arvores anciãs poderiam me parar. Eu podia voltar e assassinar aqueles homens imediatamente. Eu queria. E o monstro também.

Eu precisava de uma distração, qualquer coisa pra me lembrar que eu não era um assassino… não mais. Carlisle ficaria incrivelmente desapontado comigo se eu voltasse aos meus modos antigos. Ele me apoiaria, obviamente, mas nós teríamos que nos mudar e reconstruir tudo de novo. Eu não poderia fazer isso com a minha família.

“Bella?” eu perguntei, me esforçando muito para tentar me controlar.

“Sim?” sua voz ainda estava rouca e ela começou a limpar sua garganta. Ela tinha que entrar em choque em breve, e eu teria que cuidar disso. E então, eu teria que domar o monstro.

“Você está bem?” eu perguntei, sabendo que minha raiva ainda estava transparecendo.

“Sim,” ela disse suavemente. Eu não acreditei nela, mas ela estava sã e salva por enquanto.

“Me distraia, por favor” eu pedi. Esperei que eu não soasse como se estivesse implorando. Não era um pedido, eu precisava que ela fizesse isso para mim.

“Desculpe, o quê?”

Eu exalei bruscamente. Eu teria que respirar para explicar para ela e eu não queria inalar seu cheiro.

“Só fale sobre algo sem importância até eu me acalmar,” eu esclareci, fechando meus olhos e pressionando a ponte do meu nariz com meu dedão e o indicador.

“Hm,” ela hesitou. Agora, Bella! “Eu vou atropelar Tyler Crowley amanhã antes da aula?”

Eu mantive meus olhos fechados enquanto lutava contra um sorriso. Aqui estava eu, tentando não machucar humanos e ela estava contemplando a mesma coisa.

“Por quê?”

“Ele está dizendo para todo mundo que ele me levará ao baile – ou ele é insano ou ele está tentando se desculpar por quase me matar… bem, você se lembra, e ele pensa que o baile é o jeito certo de fazer isso. Então acho que se eu por sua vida em perigo, estaremos quites, e ele não precisará tentar se redimir. Eu não preciso de inimigos e talvez Lauren se acalmasse se ele me deixasse em paz. Talvez terei que detonar seu Sentra, também. Se ele não tiver um carro ele não pode levar ninguém pro baile…” ela tagarelou.

“Eu ouvi sobre isso.” Era uma omissão, mas pelo menos minha fúria estava começando a ceder.

“Você ouviu?” ela perguntou incrédula. “Se ele ficar paralisado do pescoço para baixo, ele também não pode ir ao baile,” ela murmurou, aperfeiçoando seu plano.

Suspirei e abri meus olhos. Sua pequena história foi divertida, mas não era o suficiente para dissipar completamente minha fúria.

“Melhor?” ela pediu.

“Não muito.”

Não falamos mais nada por um momento. Eu encostei minha cabeça no assento, encarando o teto do carro.

“O que foi?” ela murmurou.

O que foi? Eu quase matei quatro humanos e eu ainda estava em risco de assassinar uma garota inocente, sentada no meu carro, sem nenhuma testemunha por milhas e milhas…

“Às vezes eu tenho problemas com meu temperamento, Bella.” Eu suspirei, e encarei a janela. Era uma declaração tão ridícula. Meus olhos se apertaram, lembrando de cada detalhe daqueles homens. “Mas não seria de ajuda para mim voltar e caçar aqueles…” Estupradores. Escória da terra. Humanos não merecedores de ar. Presas.

Eu desviei o olhar, lutando por um momento para controlar minha raiva novamente. Raiva contra aqueles homens, assim como a mim mesmo.

“Pelo menos,” eu continuei, “é o que estou tentando convencer a mim mesmo.” E eu não estava sendo muito convincente assim.

“Oh.”

Era uma palavra tão pequena, mas sua resposta falou alto para mim. Eu senti que ela entendeu o perigo em que estava e ela ficou perfeitamente parada, como uma boa e pequena presa. Eu queria tão desesperadamente remover aquela imagem da minha mente, vê-la como a linda mulher que eu sabia que ela era. A mulher pela qual me apaixonei, que quase foi tirada de mim.

Sentamos em silêncio de novo. Concentrei em manter o monstro preso e em controle, o monstro que estava argumentando comigo que eu tinha mais do que tempo o suficiente para drenar quatro humanos antes que alguém percebesse.

Eu a vi olhar o relógio no painel do carro. Era passado das seis e meia.

“Jessica e Angela vão ficar preocupadas,” ela murmurou. “Eu deveria encontrá-las.”

Sim, o restaurante. Ela deveria ir lá e jantar, ao invés de vagar sozinha pela pior parte da cidade. Ela deveria estar lá agora. Eu deveria levá-la para jantar, ter certeza que ela fosse bem alimentada e me cercar de humanidade. Dessa vez, o monstro não ganharia.

Sem nenhuma palavra, eu liguei o carro, e dei a volta, rapidamente indo de novo para a cidade. E eu sabia do que eu estava fugindo naquele instante… de mim.

2 comentários:

brenda disse...

AMoOo D++++++++++

BellaCullen disse...

Edward teem um controle absurdo e isso é muito BOOM *--*

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