Nascer do Sol - Capítulo 29: Não há lugar como Forks

- Edward? Edward? Fale comigo. Você parece estar em choque ou algo assim. – eu disse, enquanto chacoalhava minha mão em frente aos olhos bronze do meu irmão. Já não havia uma coloração tão dourada devido ao sangue de Bella, mas ainda assim não era tão avermelhada quanto os olhos dos vampiros que apareceram na clareira há algumas semanas.

Longos minutos demoraram, até que Edward dissesse alguma coisa. Exatamente 23 minutos. Pra mim pareceu uma eternidade.

- Ela... Ela acha que Bella estaria melhor na Flórida. Bella gosta de sol. Ela gosta de calor. Eu... eu não sou calor. Eu não lhe ofereço calor. Eu sou uma lua, apenas refletindo a luz que vem dela, Alice. Eu nunca vou poder ser o sol de Bella...

- Bom... Há uma maneira dela se sentir quente ao seu lado. – eu disse, enquanto tocava a sua mão. Para mim, ela parecia bastante quente... Não tanto quanto a de Bella, mas era uma temperatura normal. Deixei meus pensamentos correrem até que ele tirou a mão debaixo da minha e rugiu baixo.

- Você sabe que isso está fora de cogitação. - ele respondeu ao ver a cena em que Bella e eu estávamos rindo, abraçadas, ela tão pálida quanto nós, com grandes olhos dourados e dentes brilhantes. – Eu não vou transformá-la e você sabe disso.

- Sei? Sei mesmo? Não, Edward, eu não sei, eu apenas vejo as coisas. O futuro dela está se tornando mais forte a cada dia. Aceite. Um dia ela será uma de nós...

- Então eu vou ter que deixá-la ir à Flórida com a mãe. – ele disse, rudemente, me interrompendo.

Ouch. Aquilo doeu.

Ele abriria mão de Bella? Aquilo me deixou tão nervosa que minhas visões começaram a falhar. Eu via Bella só, no meio de algum lugar. Eu via Bella triste, olhando para a nossa mesa da cafeteria. Ela não ficaria bem.

- Reconsidere, por favor. Eu não quero Bella sofrendo. Ela é minha amiga. Sua namorada, Edward. Lute por ela, faça com que o amor que ela tem por você valha. Não pense no que você quer, pelo menos uma vez na vida, pense em outra pessoa.

- Você acha que eu quero ficar longe dela? Claro que não. Não estou pensando em mim dessa vez. Eu estou pensando nela... – ele começou a falar, mas eu interrompi.

- Você não está. – eu levantei, olhando diretamente nos olhos dele. – Você nem pensa na possibilidade dela te querer tanto quanto você a quer. Você nem a perguntou se ela quer ser uma de nós. Não é tão ruim assim e você sabe. Bella é consciente, ela é quem deve julgar se está pronta ou não para isso.

- Alice, você é inacreditável. Carlisle transformou a mim, Emmett, Rose e Esme, pois não tínhamos saída. Não existe isso. Uma pessoa não entra em comum acordo com um vampiro para se transformar em outro.

- Ah, não? – eu perguntei. Deixei que Edward vagasse em minha recente. A conversa com Carlisle sobre o vampiro ter me transformado para que eu pudesse salvar a minha irmã, minha avó e minha mãe.

Ele simplesmente baixou a cabeça. Eu dei um pequeno sorriso.

- Está desculpado. – Eu disse, enquanto abraçava meu irmão.

- Alice, mas ela tem uma opção... Ela pode viver uma vida normal, sem mentiras, sem se esconder, sem ter sede em matar.

- Vamos dar tempo ao tempo, está bem? – eu disse. – Hum... Melhor ir para o quarto, Romeu. Bella acordará em 9 minutos.

Ele não esperou duas vezes.

Resolvi ouvir a conversa de fora do quarto.

- Não, não faça. – ele a ordenou. A bobinha queria tirar os tubos do seu rosto. Eu também o teria feito. Aquelas coisas eram feias.

- Edward? – ela perguntou, tão baixo que se nós não tivéssemos um ouvido tão apurado, não poderíamos ter escutado. - Oh, Edward. Eu sinto muito!

- Shhhh. Tudo está bem agora.

- O que aconteceu?

- Eu quase cheguei tarde demais. Eu podia ter chegado tarde demais... – sua voz falhou.

- Eu fui tão estúpida, Edward. Eu achei que ele estava com minha mãe. – ela disse.

- Ele enganou a todos nós. – Edward admitiu.

- Eu tenho que ligar para Charlie e para minha mãe... – ela disse. Bobinha, eu já havia feito isso tudo. Deixei que tivessem um pouco de privacidade.

Até ouvir o meu nome, novamente. – Alice... Alice viu a fita?

- Sim. – ele respondeu. Quase tinha me esquecido da fita em meio a tanta coisa.

- Ela sempre esteve no escuro, por isso não conseguia lembrar. – ela disse. Não, bobinha. Eu bati com a cabeça, por isso não lembro de mais nada.

Resolvi dar-lhes prioridade de novo. Não sabia aonde os outros tinham ido, mas resolvi ficar por perto caso precisassem de mim. Até que vi Renée caminhando no fundo do corredor.

- Renée está indo para o quarto, Edward. – eu disse, sabendo que ele me escutaria.

Ela passou por mim, deu um grande sorriso.

- E então? – ela perguntou.

- Sua filha cansou de brincar de Bela adormecida. Ela já acordou. Eu dei uma leve espiada na porta, Edward está dormindo. Você pode entrar.

- Obrigada, meu amor. – ela disse, tocando a maçaneta e abrindo a porta do quarto.

- Mãe! – Bella disse, surpresa.

- Ele não vai embora nunca, não é? – Renée disse a respeito do meu irmão. Não, ele realmente nunca ia embora.

- Mãe, eu estou tão feliz de ver você! – Bella disse, sinceramente.

Então, resolvi dar privacidade as duas... Mas não consigo me controlar quando escuto o meu nome, então voltei a ouvir.

- E a irmã de Edward. Ela é uma garota adorável. – Renée disse.

Renée me achou adorável?

- Ela é.- Bella respondeu.

Ela também me acha adorável?

- Você não me contou que tinha tão bons amigos em Forks.

Nossa, eu não poderia ter ficado mais alegre.

Dei palminhas de felicidade. Emmett e Jazz estavam chegando no exato momento.

- Que euforia é essa? – Emmett perguntou.

- Eu sou adorável. – eu disse.

- Sim. Eu também sou. – ele disse, piscando os olhos várias vezes.

Ignorei meu irmão idiota e retornei a escutar. Será que falariam de novo sobre mim? Eu pensei.

- E você vai gostar tanto de Jacksonsville...

- O quê? – Emmett deu um grito.

- Por favor, garoto, você está em um hospital. – uma enfermeira passou, recriminando a atitude de Emmett.

- Desculpe. Ela o quê? Ela quer levar Bella embora?

- Calma Emmett. Vamos escutar. – Jazz disse.

- Espere, mãe...- Bella disse. - Do que é que você está falando? Eu não vou para a Flórida. Eu vivo em Forks.

- Mas você não tem que viver mais, sua boba. - Renée riu. "Phil vai conseguir ficar mais parado agora... nós falamos muito sobre isso, e o que eu vou fazer é deixar de ir a alguns jogos, metade do tempo com ele, metade do tempo com você.

- Mãe...Eu quero viver em Forks. Eu já estou acostumada com a escola, eu tenho algumas amigas. – Bella respondeu.

- Bella quer ficar conosco!- Emmett me pegou no colo, me abraçando.

- Eu sabia que Bella não queria ir embora... – Jazz disse.

- Sim, quem você é agora, Alice? – Emmett zombou, me colocando no chão. Rimos da situação.

Decidimos não ouvir o resto da conversa. Daríamos um pouco de privacidade a todos. Resolvemos ir à cafeteria.

- Então... – Jazz começou a falar...

- Você quer saber o que vou fazer em relação à minha antiga família, não é? – eu perguntei.

- Lógico que você já sabe a resposta para a sua pergunta. – Emmett se intrometeu. – Responda, estou curioso também.

- Bom... Ainda não decidi. Edward e Bella vão precisar de todos nós por enquanto. Eu vou ajudar quando Bella estiver em casa. Não posso simplesmente sair à procura deles.

- Mas vai procurá-los, não vai? – Jazz perguntou.

- Sim. Quero descobrir minhas raízes... Saber de onde vim... Isso não fará diferença no que sou agora... Mas é bom saber. Eu tinha uma irmã... Uma família.

- Você tem uma família agora também.- Jazz pegou na minha mão.

- E irmãos. Sei que não sou uma irmã, mas...

- Você é melhor que uma irmã, Emmett! – eu disse, pegando em sua mão e sorrindo para ele. Ele retribuiu com um grande sorriso, fazendo aparecer suas covinhas. – Agradeço todos os dias por cada um de vocês. Até a Rose.

- Rose pode ser difícil às vezes, Alice, mas sei que ela gosta muito de cada um de nós. –Jazz confidenciou. Emmett concordou com a cabeça.

- Ela não gosta de Bella. – eu conclui.

- Não é que ela não goste de Bella... Rose não lida muito bem com mudanças. A sua vida sempre foi muito certa. Horários... Compromissos da sociedade... Tornar-se vampira foi uma mudança drástica, algo que ela digere a cada dia. – Emmett disse. – Se ao menos... ao menos eu pudesse realizar seu maior desejo... – ele disse, baixando a cabeça.

- Não é sua culpa, irmão. – Jazz falou. – Nada vivo poderá brotar de nossos corpos. Rose não poderá ser uma mãe... Mas ela tem a nós... e tem você, é claro, que às vezes se comporta como uma criança. – ele riu. Emmett fez uma careta, mas logo depois sorriu.

- Obrigado. – ele respondeu.

Passados alguns instantes, Carlisle sentou-se conosco e ficou calado, contemplando cada um de nós.

- O que foi? – Emmett quis saber.

- Sabem, eu nunca pensei que diria isso devido a tais circunstâncias, mas estou orgulhoso de cada um de vocês. – ele disse, pela primeira vez desde que chegamos ao hospital.

- Não me sinto orgulhosa em ter matado aquele vampiro, mas não havia outro jeito, Carlisle. Ele mataria Bella... Ele teria matado minha família...

- Foi uma vingança pessoa, Alice...

- O esquecimento mata as injúrias. A vingança multiplica-as. – Emmett disse.

Todos olhamos para ele.

- Onde você leu isso? – eu perguntei.

- Eu não posso ter pensado nisso sozinho? – ele perguntou, magoado.

- Não. Não se você não for Benjamin Franklin. – Carlisle disse. Todos rimos. Sempre podíamos contar com Emmett para quebrar um momento de tensão. – O que quis dizer foi, fiquei orgulhoso, pois a família se uniu por uma causa única. Há muito tempo não fazemos isso. Estou muito orgulhoso dos meus filhos. – ele sorriu.

Naquele momento soube que meu passado não importava tanto quanto eu pensava. Carlisle, Esme, Rose, Emmett, Edward, Bella, Jazz... Eles são meu presente e serão meu futuro. Minha jornada não teria fim, mas eu a faria feliz do meu jeito.

- Bella receberá alta em três dias. – Carlisle concluiu. – Liguem para Esme e avisem, por favor. Estou providenciando um helicóptero para levar Bella daqui até Seattle e lá terá uma ambulância para nos levar até Forks.

- Bella provavelmente vai odiar a idéia de helicóptero. Chegar chamando a atenção é tudo o que ela mais deseja na vida. – eu ri.

- Podemos colocar umas placas na ambulância: Isabella Swan, quarentena, cuidado! – Emmett disse. Rimos, mas claro, ninguém concordou com a idéia. – Ah, Carlisle, vamos, vai ser bem legal... – ele saiu atrás de Carlisle.

Quando parei de rir, notei que Jazz me olhava.

- Eu te amo. – ele concluiu.

- Bobo, eu também. E só a você.

- Não me importo mais com quem tenha amado no passado. Desde que me ame para sempre.

- Te amarei até o dia da nossa morte.

- Boba, não vamos morrer.

- Eu sei. – eu disse, selando a nossa jura com um beijo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, Eu Ri Muito Com o Emmett falando que era ADORAVEL, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

bjs.
- Mary Alice.

Postar um comentário

blog comments powered by Disqus
Blog Design by AeroAngel e Alice Volturi