[Bella]
Tudo isso se passou rápido pela minha mente, que podia pensar em mil coisas em um segundo.
Edward freou bruscamente o carro. O motor roncando acabou me despertar de meus próprios pensamentos. Ele pegou minha mão como se entendesse que eu planejava partir. Engoli
- Bella. Quero que me prometa que não fará nenhuma loucura. Pelo menos, não sem mim - suplicou.
Não respondi de imediato. Em uma fração de segundos, saí do carro e corri - ou melhor, voei - para a porta da residência dos Cullen - nossa casa.
Edward seguiu-me como um relâmpago que percorre o céu na tempestade, parando, ao meu lado. Suas mãos foram para a minha cintura. Seus lábios firmes e decididos roçaram pelo meu pescoço... até que ele deu um longo suspiro.
- Bella, nada que vier a acontecer poderá me separar de você. A Eternidade sem você seria o inferno para mim. Quando você fica distante desse jeito, é como se eu a tivesse perdendo - perdendo para algo maior que eu - sua mente. Como eu queria ler você! Para que eu sempre a pudesse confortar. Diga-me o que está pensando, por favor?
- Edward - sussurrei - eu ainda nem formulei meus pensamentos direito... e você já se preocupa? - menti - Olha, não importa se um dia o impossível acontecer e meus olhos se fecharem para essa vida imortal, eu quero que você me prometa que eu viverei sempre nas suas lembranças, como um fogo que nunca se extingue, durante cada minuto dessa vida eterna. Eu nunca desejarei a sua morte. Quero que você sempre viva - gaguejei nessa última frase.
Não esperei sua resposta - afastei-me delicadamente de seu abraço protetor, sem olhar no seu rosto. Corri novamente em direção a sala, onde todos nos esperavam.
- Bella, Bella! - Alice cantou alegre, como se fosse um bebê - Viu o que Aro nos mandou? Passagens para Volterra!Já posso ver que não teremos problemas... Veja! Vamos poder fazer compras por lá - esticou os olhos de desaprovação pelas minhas roupas... eu estava de jeans e camiseta. Seda não combinava para corridas e escaladas. - Vamos para a Itália!!! - bateu palmas, contente... - Vamos renovar seu closet! Você vai ficar linda... a partir de agora.
Revirei os olhos. Mas pensei... ué... não havia perigo? Eu tinha me enganado?
- Alice, por favor, se você não se importa eu prefiro usar agora só o básico. Estou cansada de rasgar tecidos de seda e cetim a cada pulo que eu tenha que dar!
Todos riram - exceto Jasper. Claro... Jasper podia sentir minhas emoções. Não era muito difícil imaginar o que ele estaria pensando.
- Não tenho culpa, querida, se você tem instintos de macaquinha - e sorriu graciosamente - vem, vou dar um jeito em você!
- Adianta protestar? - retorqui.
- Já sei tudo o que você diria... então... não adianta. Por favor Bella, você não vai morrer!
- Dê-me as roupas de uma vez... - resmunguei.
Então, fomos para o quarto dela. Fui quase arrastada. Olhei de relance para Edward - quase suplicando. Ele deu de ombros e sorriu. Isso que dá ter uma vidente como irmã...
Alguns minutos depois e um espelho. Eu estava usando um vestido de cetim azul, com decote em V no busto. Azul-marinho. Era a cor que Edward mais gostava. “Pelo menos ele vai gostar”.
Suspirei. Nova definição de inferno: Alice me vestindo.
Batidas na porta do quarto, e Jasper entra. Ele segurava quatro passagens para Volterra. Mas seus olhos não eram tranquilos.
- Meninas, nosso vôo parte em 4 horas. Temos que correr.
4 horas? Eu tinha apenas 4 horas para destruir os passaportes, dar adeus a Edward e partir.
Vi Jasper colocar as passagens nas mãos de Alice, que já me olhava furiosa. Entendi.
- Alice, tente entender. Eu não posso perder vocês. Nem arriscar suas vidas!
- E eu e Edward podemos arriscar a sua? Que idéia idiota e desnecessária é essa, Bella? Já disse que não há perigo nenhum! Não dificulte as coisas.
- Se não há perigo - contra-ataquei - então posso ir sozinha. - Encarei seu olhar.
Alice olhou para Jasper... e deu um sorriso travesso.
- OK. Apoiarei você. Não contarei nada a Edward. Com uma condição.
- Qual? - coisa boa não poderia ser.
- Eu vou com você - disse ela, toda feliz.
Arrrrrgh! Eu havia me esquecido, ao elaborar meu mais-que-perfeito plano, de um detalhezinho: Alice. Eu a conhecia o suficiente para saber que ela era uma criaturinha irredutível. Pior que ela, só existia uma pessoa: Eu.
- Não!!!! - bati o pé.
- Por que não? - Olhou-me ela, toda inocente.
- Porque se você for, Edward irá também. E eu não quero que ele vá! - implorei.
- Se eu prometer não falar nada a Edward, você me deixa ir junto? - inquiriu ela.
- Alice...
- Deixa, deixa, por favor, por favor? Eu te amo tanto, sabia?
- Humpf! Parece que não tenho muita escolha - falei de má vontade.
- Isso é um sim? - Aplaudiu ela.
- Isso é um não! Mas vai se tornar um sim amargo, sem vida e desinteressado. Vou ser insuportável a viagem toda - avisei, arqueando uma sobrancelha e olhando na direção daquela alegria esfuziante.
- Yupiiiii! - Os gritinhos de Alice eram contagiantes. Era impossível não se sentir alegre com ela. Mas eu não estava a fim de rir. Fechei a cara.
- Pode deixar - disse ela - vou fazer as nossas malas. Aliás - disse ela, chegando perto de mim, com os olhos apavorados - você vai mesmo falar para Edward o que eu vi na minha visão?
- Sim, Alice. É o único jeito de ele não me seguir. Encontro você direto no Aeroporto. Invente qualquer coisa. Mas não leve Edward e cuidado com seus pensamentos. - falei, implorando.
- Bella, você tem idéia de como isso será doloroso para ele? Não há necessidade...
- Pare, Alice - a interrompi bruscamente, mas decidida - Eu o amo demais e não vou arriscar perdê-lo. Você levará Jasper? - perguntei, já sabendo a resposta.
- Não, não levarei, mas...
- Fim da linha. - disse, triunfante - Te vejo daqui 4 horas. E nada de Edward.
Ela me olhou intensamente, um meio sorriso no rosto, um olhar de desespero pelo irmão.
Desci as escadas, arfando. O que eu diria a Edward? Pensaria na hora em que tivesse de falar. Assim, poderia jogar as palavras, sem sentí-las antecipadamente.
Quando desci o último degrau, pousei minha mão direita no corredor. Observei a sala. Edward estava sentado ao lado de Emmett, conversando alegremente. Franzi a cara. Com certeza, fazendo piadinha nas minhas costas...
Rosalie estava grunhindo ao telefone de forma hostil. Nunca a tinha visto hostilizar ninguém nos últimos anos a não ser... Jacob. Esme estava tricotando uma colcha na velocidade da luz. E Carlisle, estava sentado ao lado dela, lendo o que provavelmente seria um livro de medicina.
Edward. Meu anjo glorioso, meu protetor imortal. A droga que eu precisava para poder viver. Ele era muito mais que o sol girando ao redor da terra para manter a vida. Para mim, Edward significava a razão de eu existir.
Meu coração doeu, como se estivesse
- Edward! - Chamei, com doçura.
- Bella!! - e em uma fração de segundos, ali estava ele, me beijando, passando as mãos pelo meu pescoço, puxando meus cabelos, apertando seu corpo macio contra o meu.
Alguém limpou a garganta.
- Crianças, a casa de vocês é nos fundos - gritou Emmett - se a coisa incendiar, por favor, mantenham a nossa casa longe de vocês!! - e gargalhou como se tivesse ouvido uma piada muito engraçada.
Edward rosnou furiosamente para Emmett, visivelmente irritado.
- O que há, Emmett? Quando você e Rosalie conseguiram quebrar a parede do quarto de vocês e invadiram meu quarto quando eu estava estudando, eu nem reclamei! - grunhiu ele.
- Tá bom, tá bom - disse Emmett, levantando as mãos na defensiva - Não está mais aqui quem falou! Mas maneirem, crianças, pelo menos na frente do papai e da mamãe!
Edward revirou os olhos. Pegou-me no colo e voou para a nossa casa, nos fundos da casa dos Cullen.
- Edward - sussurrei. Preciso dizer uma coisa importante, Ouça com toda atenção que puder, ok?
- Fale, meu amor. Eu ouviria você por toda a eternidade se isso fosse possível. - Olhou-me de forma intensa, um fogo devorador em seu olhar, olhos ardentes como um animal selvagem.
- Edward, preciso de um tempo. Estou casada com você há 50 anos, preciso saber se te amo de verdade ou não te amo, ou se te amo só porque você é meu protetor. Preciso partir para pensar no que eu sinto por você.
Fitei-o cuidadosamente para ver a reação de minhas palavras... Sua face empalideceu, branca como a morte... como um vampiro. Seus olhos de caramelo dourados cintilavam como se pudessem chorar. Suas mãos se entrelaçaram umas nas outras como se segurassem.
- Não, não acredito nisso. Você me ama - disse ele, a voz saindo sufocada.
- Não, Edward. Talvez eu não te ame. Tente viver com isso. Pelo menos até eu ter certeza. - retirei com cuidado a minha aliança de Elizabeth Masen de minhas mãos, e os coloquei em suas mãos, que ficaram geladas. - Segure-a com você até que eu saiba que te amo. Se eu voltar, você a colocará em minhas mãos, de volta, para sempre.
- Não, Bella! Eu sei que você me ama! Meu corpo todo sabe o quanto o seu corpo pede pelo meu! - E começou a me beijar ardentemente. Arrancou meu vestido - levando-me para a cama, quebrando a cabeceira, rasgando os lençóis, furando os travesseiros, enquanto furiosamente tentava me mostrar o quanto eu devia desejá-lo.
Foi difícil, muito difícil - ficar inerte, impassível, enquanto ele amava loucamente cada pedaço de meu corpo em uma fúria ímpar. Então, permaneci parada, ignorando as mil sensações de desejo ardente que passavam pelas minhas veias, observando-o no seu frenesi selvagem.
Quando ele finalmente parou, seus olhos, vendo-me imóvel, todo o seu corpo deslizou de joelhos ao lado da cama, se encolhendo. Enterrou o rosto nas mãos... Eu tive o impulso de abraçá-lo, de gritar e dizer o quanto o amava, mas não podia.
Reuni todas as forças que ainda me restavam.
- Edward - minha voz saiu indiferente - Preciso ir.
- Bella! Como vou viver sem você? Sem amar você? Como vou enfrentar o pôr do sol e o nascer do sol, como viverei um dia sequer sem olhá-la? Sem tocar seu rosto, sem beijar seus lábios? Como, Bella, depois de conhecer a vida com você vou me permitir morrer a cada dia estando vivo?
- Se o seu amor for verdadeiro - falei, cuidadosamente - se o meu amor for infinito, essa breve separação será como o intervalo entre uma música e outra. Será apenas uma página em branco antes do início de um novo capítulo. Eu preciso disso. - assinalei.
- Bella... E se você... Não me quiser mais? E se você não me amar mais? Não importa. Eu a seguirei por todo lugar, eu a reconquistarei. Mesmo que você não me queira eu lutarei pelo seu amor. Ainda que você - vacilou ele - venha a amar outro vampiro, eu me ajoelharei a seus pés e implorarei por todos os dias do infinito. Eu nunca deixarei de amá-la a não ser quando eu deixar de existir. Só me faça um favor. Prometa que voltará para me dizer o que decidiu - suplicou ele.
- Sim, Edward, eu voltarei para lhe dizer.
Eu virei as costas, sem olhar para trás. Edward, com as mãos estendidas para mim, os olhos como a escuridão, insondáveis, o seu corpo atirando-se ao chão em um misto de dor e desespero.
Corri o mais longe possível para que ele não visse o quanto eu estava sofrendo.
Quando eu já estava longe, na mais alta montanha de Forks, olhei o relógio. Faltava apenas 1 hora para o vôo a Volterra. Senti minhas penas fraquejarem pela primeira vez em minha vida imortal. Caí em direção à grama verde, enquanto a dor fervilhava no fundo do meu coração, dilacerando-o e deixando-o em um vazio sem fim.
Fiquei assim, sentindo esse buraco, enquanto os minutos se arrastavam.
Eu o havia deixado.
9 comentários:
mt triste :(
UMA segunda Lua Nova NAO POR FAVOR
Lua Nova na versão da Bella?
Qual é, se as pessoas quisessem isso a Meyer teria escrito!
Na verdade, essa fanfic é BEM diferente de Lua Nova. Continue lendo, ela possui uma história com bastantes emoções. ;)
MEUS DEUS, QUE TRSITE :'(
bastante emoções????mais?????
HWWWWW eu chorei esse cap inteiro!
e kd a Ness????
Por Favor leiam o 1º Capitulo e veijam o motivo pela qual ela deixou o Edward... No fundo o mutivo tem algo a ver com o New Moon, mas a história em si "Ressurreição" é bastante diferente...
Beijocas,
NessCullen
Segundo a Alice Volturi disse no capitulo passado, ela irá aparecer em breve...
Beijocas,NessCullen
véei, Q dóo de Edward :(
Postar um comentário