A Visita dos Franceses - Capítulo 37: Consequências

[Bella]

Contornei o caminhão; o motorista tinha o rosto pregado contra o vidro rachado.
Então eu pude abafar o cheiro que me queimava, agora que eu estava rodeada por vampiros e o aroma se confundia. O carro dos Éclat estava intacto. Pelo visto Stuart também pertencia ao clube de vampiros que dirigem excepcionalmente bem.
O rostinho de Renesmee era tão angelical e delicado como antes, ainda muito semelhante ao de Edward. Mas eu notei (com meus olhos muito mais perceptivos) leves mudanças em sua face.
Formavam um rosto cada vez menos infantil; as bochechas menos rechonchudas.
Mas talvez fosse sua expressão que afetava seus traços.
Ela também estava sofrendo com o sangue em abundância, porém lutava contra a dor por estar junto com o pai.
Ela estava feliz e não queria ninguém preocupado.
– Mamãe!
Sorri para minha filha, o amor materno explodindo em meu peito.
Antes que eu pudesse tomá-la em meus braços, notei que havia um impasse entre os Éclat e Carlisle.
Estavam estacados, tão seduzidos pelo sangue quanto eu. Mas Arthur – que crescera alguns centímetros desde a última vez que o vira – lutava para se desvencilhar do aperto da mãe. E Carlisle aparentemente era contra isso.
– O estado do rapaz não está nem um pouco bonito. Ele teme por Arthur – Edward esclareceu sério.
– Eu
preciso ir! – o garoto gritou com angústia. – O rapaz está perdendo sangue!
Senti meu queixo cair.
Ele não estava angustiado pelo cheiro magnífico do sangue.
Estava angustiado pelo rapaz que morria aos poucos.
– De que adianta ter o dom da cura se eu não posso salvar vidas? – ele berrou.
Dominique vacilou; ele tinha razão.
Aproveitando esse momento de hesitação da mãe, o garoto prendeu a respiração e desvencilhou-se, correndo até o ferido. Erguendo a madeira que esmagava o rapaz com força surpreendente, ele estendeu a mão, pronto para a cura.
O cheiro triplicou de potência. A aparência do rapaz não era nada bonita: A pele de seu rosto estava pendurada, misturando-se com a carne exposta que deixava tudo espantosamente vermelho. Seu corpo era empapado de sangue.
Arthur cambaleou um pouco.
Com nítida dor, ele tocou a face do pobre coitado.
Foi exatamente neste momento que ouvimos o coração do homem parar de bater.
– Não... – o menino caiu de joelhos ao perceber que tocava inutilmente o falecido.
Carlisle correu até os dois.
Sua boca era uma linha apertada; ele ajudou a erguer Arthur do chão.
Não havia mais nada a fazer pelo homem.

1 comentários:

Larissa Prates disse...

Que dóoo!! Tarde d+!

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