[Carlisle]
“Eu podia ouvir as batidas aceleradas e trôpegas do coração de Heidi. Eu não podia permitir que a garota sofresse algum dano por estar comigo, ao meu lado.
Olhei ao meu redor, e percebi que havia uma pequena janela, que deixava passar a luz do sol. Ocorreu-me uma idéia.
- Heidi, tenho que tirá-la daqui, vamos sair por aquela janela - apontei para a janela minúscula. Heidi olhava de mim para a janela, obviamente achando que eu fosse louco, pois a janela era pequena demais até para uma pessoa. - confie
Heidi piscou os olhos, incrédula.
A porta de madeira escancarou-se em um estrondo, e um homem que liderava a revolta precipito-se correndo em nossa direção, com um machado na mão.
Agarrei Heidi o mais rápido e delicadamente quanto pude, e voei para a janela. Curvei meu corpo sobre o de Heidi, para que os estilhaços não a machucassem, então, literalmente, eu atravessei a parede, correndo pelo campo aberto, onde o sol brilhava, imponente, apontando para mim, o ser vampiro e maldito que brilhava como diamante, carregando sua frágil menina.
Senti o coração de Heidi ir se acalmando, e enquanto eu corria veloz, atravessando vários Bairros de Volterra, dei uma olhada rápida e fugaz para a linda criatura que jazia obediente em meus braços frios. Ela estava com a boca aberta em "o" e uma de suas mãos levantava-se na direção de meu rosto, impressionada, sedenta por me tocar. Antes que ela o fizesse, porém, eu finalmente encontrei uma igreja abandonada - o que considerei uma terrível ironia do destino - e entrei ali para me esconder.
Coloquei Heidi no chão quando adentramos a igreja empoleirada e velha, que tinha uma grande Cruz em seu único vitral que filtrava a luz multicolorida. Heidi não tirava os olhos de mim.
- Você... é um anjo? - Ela balbuciou, inocentemente.
- Heidi, você sabe que sou um vampiro, seria mais um demônio, do que um anjo - repliquei tristemente.
- Não... Para mim, você é um anjo... um anjo lindo... um anjo tão bom, que salvou a minha vida. - Heidi aproximou-se, com passos resolutos em minha direção.
Eu fiquei imóvel, duro como pedra, não sabia o que fazer.
Ela tocou em meu rosto, e sua pele de seda percorreu minha pele.. Da forma mais linda e inocente que pudesse ser uma mulher tocando um homem, assim Heidi fazia comigo, e me conquistava com sua ternura.
Eu peguei Heidi pelo queixo, enquanto seus olhos verdes e brilhantes me sondavam cheios de amor, e dei-lhe o beijo mais delicado que pude dar - um beijo que selasse meu respeito e devoção. Um beijo que significasse esperança para mim... Ela retribuiu meu beijo, ali, diante da cruz que parecia me abençoar.
Abracei-a fortemente em meus braços como se precisasse defendê-la de algo invisível. Então eu senti medo de perdê-la.. Heidi... minha Heidi...Ela era humana... Fadada a morrer. Não importava. Eu aguentaria vê-la morrer, se durante a sua vida, com ela eu pudesse viver.
- Que comovente, Carlisle - Aro bateu palmas enquanto avançava no recinto, como ele sabia que eu estava ali? - O amor é mesmo tão lindo...Quem é essa moça, você não vai me apresentar? - Aro avançou mais para perto, e pude ver que haviam duas sombras encapuzadas esperando perto de uma porta que dava para o interior de uma igreja, e reconheci Marcus e Caius.
- O que você deseja, meu amigo? - Perguntei no tom mais cortês que eu pude. Coloquei Heidi para trás de mim, eu era muito amigo de Aro, mas a opção dele por alimentar-se de humanos não o tornava confiável para mim.
- Veja você, Carlisle! Essa igreja pertence a Marcus, e por coincidência, ele foi padre aqui até bem pouco tempo atrás... Certamente você se lembra da história que lhe contamos sobre nós, não é? Mas isso não vem ao caso.. estou mesmo impressionado com essa linda jovem que está com você. é uma humana não?
Um rosnado começou a se formar em meu peito.
- Carlisle, não vou me alimentar, é sério! Já nos alimentamos essa semana. - Ele faiscou os dentes em um sorriso cruel - mas, sabe como é... temos nossas regras. Ela tem de ser transformada.
- Não! Ela ficará humana, não permitirei que façam isso com ela, amaldiçoando-a!
- Carlisle, quantas vezes vou ter que lhe dizer que não somos amaldiçoados? Você e suas baboseiras sobre Deus, mas ELE bem pode ter nos criado, caçador e presa, não concorda? De qualquer forma, não iremos lutar com você - ele foi enfático - Mas Heidi será transformada, ou morta, porém não serei tão baixo a ponto de matar quem você ama. Caius! Marcus!
- Não! - Eu gritei feroz e avancei para Marcus.
Marcus e Aro no entanto eram dois, e eu apenas um; me imobilizaram no chão. Levantei a cabeça e pude ver Caius perseguindo Heidi, que gritava apavorada fugindo por entre os bancos, e então a alcançando. Caius a arrastou enquanto Heidi esperneava, e jogou-a no chão violentamente.
Eu queria fechar os olhos, mas não pude. Não consegui, eu assisti ao sofrimento...
Caius fechou os dentes no pescoço de Heidi, e foi sugando o seu sangue olhando fixamente para mim.
"Eu só podia olhar o vazio tomar conta de seus olhos enquanto ela começava a gritar. O veneno estava a curando, a transformando em uma vampira. Era tarde demais para fazer qualquer coisa. Eu tinha esperanças de que Heidi pelo menos depois de transformada pudesse tornar lindo o nosso amor imortal.
Eu estava redondamente enganado.
Três pavorosos dias se passaram, enquanto eu segurava a mão de Heidi, dizendo a ela que eu estava ali, e que aquela dor iria passar. Então veio o silêncio das batidas do coração de Heidi.. Ela estava ainda mais linda. Seus olhos estavam fechados, mas seus negros cabelos encaracolaram-se modando-se ao seu rosto. Suas curvas se tornaram definidas e porque não dizer, acentuadas. Seus lábios ficaram ainda mais desejosos, e sua pele havia embranquecido como papel. Eu podia sentir a força de sua força segurando a sua mão. Heidi seria terrivelmente forte. Notei então que ela não usava um vestido como as mulheres de sua idade, e época, mas usava calças coladas e blusa branca. Incrivelmente linda, mas terrivelmente sedutora. A comunidade devia odiá-la.
Então o momento esperado aconteceu. Heidi abriu seus olhos para a eternidade. Ou melhor dizendo, uma imitação da eternidade. Seus olhos brancos não eram mais verdes, mas eram de um negro ocre vívido. Ela despertara com sede.
Eu estava tão absorto nela que havia me esquecido que esses três dias Caius, Marcus e Aro, estavam à espera, sentados nos bancos da Igreja.
Aro levantou-se e ordenou à Heidi que se levantasse, no que ela, prontamente, obedeceu.
Heidi levantou com uma cara de desdém, como se fosse superior aos demais. Deu um torto e malicioso sorriso na direção de Aro.
- Eu sinto sede...- ela falou, insinuando o corpo e balançando a cabeça oferecidamente.
- Querida, sobre isso que quero falar com você - comecei, mas não conseguir terminar. Aro me interrompeu.
- Marcus, Caius. Segurem-no.
- Não, mas porque? o que vocês vão fazer? - eu inquiri, preocupado, olhando para Heidi, enquanto sentia novamente os braços duros e fortes dos dois Anciões.
Vi, então, horrorizado, Aro ir para a rua, e voltar em uma fração de minutos. Heidi se balançava sobre si mesma, sorrindo desdenhosamente para mim.
Aro voltou trazendo uma senhora que gritava de medo.
Atirou-a aos pés de Heidi.
- Sirva-se - Orientou ele.
Heidi atacou a mulher sem dó nem piedade.
Eu entendi então o que Aro fizera. Heidi era nova nessa vida. Se provasse o sangue humano seria dificílimo fazê-la se alimentar apenas de animais. Mas o que me intrigava era a desdenha que ela fazia como se fosse melhor que nós. O renascer dela incrementou o seu dom, que era visualmente perceptível: ISCA.
5 comentários:
Carlisle tem mais segredos do que eu imaginava q tivese
Tem a noção que ele não os tem mesmo não tem??
Pelo menos o verdadeiro Carlisle não...
Tem a noção que a "Ressurreição" não foi escrito pela Meyer não tem??
Verdade. A fic é ótima e tal, mas meio que impossível. Os dons e os segredos são absurdos, impossíveis. Meyer não faria algo assim, tão... tão... tão... err... usando tanta... "imaginação"...
Até agora não entendi o dom da Renesmee, mas tudo bem. Vamos ao próximo capítulo.
bjs.
- Mary Alice.
Q Aro ruuiin '-'
poii éer
Postar um comentário