Ressurreição - Capítulo 17: A Guerra

[Bella]

Eu queria muito saber o que exatamente Alice tinha previsto. Mas não havia tempo a perder, então eu precisava contar com a idéia de que haveria esperança de uma luta sem sangue para nós.

- Vamos, não podemos perder tempo, teremos que nos dividir. Um grupo cuidará dos lobos, e outro parte para Volterra. - Jasper andava pela sala destruída, falando como se desse ordens - Bella, Edward,Rosalie e Emmet eu e Alice vamos para Volterra. Jacob, Seth, Renesmee, Jimmy e Jonny, e Esme também. O poder de Nessie será suficiente para todos, assim como esperamos que o de Bella também seja - Jasper virou-se na minha direção.

Emmet estalou os músculos do braço.

- O que estamos esperando para mostrar para eles quem é que manda?

Rosalie deu um tapão na cabeça de Emmet.

- Como se você pudesse contra Demetri.

- Demetri é meu! - Sibilou Edward

- Eu fico com Aro. - Falei, convicta.

- Fica nada. Quem fica com Aro sou Eu! - Alice mostrou a língua pra mim.

- Ah é? E eu fico com quem?

- Caius? Caius para... Bella? - Rosalie sibilou. - Eu fico com Caius... Aquele cachorro está me devendo.

Ninguém entendeu nada. Eu, menos ainda. Ignorei.

- Ok, pego Marcus...

- Pega nada. Quem cuida de Marcus sou eu... Afinal, esperei um século por isso. - Jasper sorriu.

Franzi a cara.

- E eu vou fazer o que? - olhei para Edward, que tinha um sorriso no canto dos lábios. Ele ficou sério rapidinho. Inchou o peito como um balão, e seus olhinhos ficaram brincalhões.

- Você? Você vai ficar de Escudo pra todos nós.

Eu fiquei pensando por um tempo. Eu seria o Escudo. Se isso era o que eu fazia de melhor, eu não faria objeção... mas uma parte de mim queria lutar, rasgar, matar, acabar de uma vez por todas, com essas ameaças que tiravam a nossa paz.

- Ok, se vocês acham melhor assim... - fiz beicinho.

- Bella, querida... não fica assim - Edward segurou meu queixo, dando aquele sorriso torto que ainda me deixava sem ar e então seus lábios estavam nos meus. Primeiro delicadamente, e então eu não me conti, e fui sofregadamente pedindo mais e mais...

- Aham... - O som de alguém limpando a garganta me trouxe de volta a realidade. - e pensar que depois desses anos todos você tivesse apagado esse fogo Bella! Onde está seu tão famoso autocontrole, hein?

Peguei uma laje quebrada do chão e joguei na direção dele. Rosalie pegou a laje no ar e a espatifou no chão.

- Cuide do que é seu, Bella, e eu cuido do que é meu. - Rosalie lançou um olhar raivoso na minha direção. Edward riu.

" - Ela ainda sente ciúmes de você, amor... " ele disse, sussurrando nos meus ouvidos. Rosalie apertou os lábios e cruzou os braços.

- Ok, não temos tempo a perder. Vamos pessoal!

- Não precisa bancar o mandão, Jasper... - Alice fez uma careta para ele.

- Infantis... - Edward murmurou.

Ao que podíamos ver, o meu Mercedes fora a única obra de arte que não fora destruída. Franzi a cara. Edward se empertigou.

- Bella, algum problema?

- Nenhum, Edward - mas meus lábios continuavam apertados.

- Por favor, se você não me contar, eu acharei que é comigo, que é algo pior que imagino. Por favor? - O ouro líquido ficou ardente nos meus. Droga. como ele conseguia isso?

- Eu odeio esse anti-tanques. Devia ser um carro normal, não um abrigo anti-aéreo... - reclamei.

- Bom. Pelo menos poderemos usá-lo hoje, não é? Ele está intacto. - Edward gargalhou, enquanto todos me olhavam como se eu fosse louca.

Dei de ombros. Ainda bem que eu não tinha o dom de ler pensamentos, como Edward. Caso contrário, acho que meu gênio explodiria o tempo todo.

Edward abriu a porta do passageiro para mim.

- Entre, amor, dessa vez a viagem é por minha conta.

- Como se nunca tivesse sido - murmurei, de cara feia.

- Seja boazinha, Bella... - Ele rangeu os dentes.

Rosalie entrou, com Emmet, seguida de Alice e Jasper. Meio espremidos no banco de trás. Emmet dava gritos de satisfação.

- Agora sim, estou me sentindo como Indiana Jones... Vocês não estão?

- Mais uma palavra Emmet, e você vai caçar a Arca Perdida na Antártida. E pode parar de se mexer que está bagunçando meu cabelo.

Alice fechou os olhos e Jasper ria baixinho. Acho que ele estava gostando do sentimento de união que emanava de todos. De todos, menos de mim. Primeiro, porque eu não queria ter um tanque. No máximo um Jeep... Mas não um tanque anti-bombas. Segundo, porque eu ia de carona, no MEU carro que eu NÂO queria ter. Bufei.

- Tudo bem, Bella, tudo bem... - Jasper deu uma batidinha no meu ombro.

- Shhhhh, gente, preciso me concentrar!

Emmet puxou o cabelo de Alice. Foi um pandemônio. Os gritos ficaram histéricos, e depois com a calma emanada de Jasper, os gritos foram substituídos por palavras irônicas.

- E pensar que você era crescido... - murmurou Alice.

- Mais crescido que Jasper, eu garanto - devolveu Emmet.

Rosalie pôs as mãos na cabeça.

- Meu cabelo... - choramingou.

Edward estava impassível, o rosto talhado de mármore. Sem dizer uma palavra, arrancou, cantando os pneus.

Eu fiquei observando o rosto de Emmet pelo retrovisor. Me arrependi.

Emmet fez um gesto com a língua pra fora, querendo dar a entender que eu era o cachorrinho de Edward.

Seria uma viagem tão longa...

A viagem transcorreu normal, exceto por mim, que não estava calma o suficiente para aguentar ficar sem saber de Carlisle.

- Alice, pode dar uma olhada em Carlisle - virei para trás e perguntei.

- Não com esse tumulto - ela fez uma careta.

- Como se a criança fosse eu - Emmet devolveu. Alice mostrou a língua novamente.

Eu comecei a sentir meu gênio explodir. O metal líquido subiu para a superfície de minha pele.

- Bella, faça-me o favor de poupar energia... O carro ´pode ser resistente a bombas, mas não é a você.

Fechei a cara mais do que eu podia.

- Não se meta, Edward, e Alice, você tem cinco minutos.

- Cinco? - Ela arregalou os olhos.

- Quatro, agora.

Ela fechou os olhos com força e fez beiço. Virei para frente.

- Acha que Carlisle ficará bem? Eu não consegui salvá-lo...

- Ficará, Bella, temos que acreditar nisso. - ele afirmou, sem olhar para mim. Mas pegou a minha mão e apertou.

- E então?

- Eu vi ele normal, como um vampiro... vindo nos abraçar. Acho que ficará bem!

Emmet aplaudiu.

- Okays! Ótimo! e nossa luta?

- Continua lá. Aro chamará Chelsea.

Edward continuou imóvel.

- OQUÊ? Chelsea? - Jasper quase gritou.

- Bella, você terá que projetar o escudo em todos nós. Não perca o foco, ou lutaremos contra você. Seremos forçados a lutar. - Ela foi enfática.

- Parece que meu escudo foi mesmo um presente dos céus, não? - murmurei comigo mesma.

Logo que chegamos em Seattle, discutimos se seria bom irmos de avião até New York ou se íamos de carro mesmo. Edward achou melhor irmos de avião, pois seria mais rápido. somente Emmet fez cara de pouco caso. Rosalie acabou discutindo com ele.

- Emmet, será que você não consegue enchergar a gravidade da situação? - ela sibilou.

- Mas eu vejo o lado divertido, também... - Emmet puxou Rosalie pelo pescoço e sussurrou algo que a fez rir.

- Bobo...

Descemos do carro e fomos comprar as passagens. Estávamos com sorte, havia um vôo para New York dali a cinco minutos. Nos dirigimos ao check-in e colocamos nossas mochilas ( que eram as mesmas mochilas com roupas que eles usaram para me salvar em Volterra, e por sorte ou ironia do destino deixamos no porta malas do carro ).

Quando a mochila do Emmet passou, o alarme soou. Alice revirou os olhos.

- Emmet! - Não acredito que você fez isso!

Emmet ria, gostosamente. Rosalie olhou para ele.

- Se você tiver feito alguma gracinha, vai se ver comigo quando voltarmos para Forks.

- Se voltarmos - eu disse - serei eu que vou lhe dar uma lição.

Rosalie jogou os cabelos para trás e riu alto, uma risada irritante. A onda de paz de Jasper logo estava ali, e esquecemos que queríamos uns arrancar as cabeças dos outros.

O guarda veio furioso, exigindo nossos passaportes. Entregamos.

- ele está de mal humor hoje.. Alice, consegue prever se ele vai nos liberar? - Edward sussurrou nos ouvidos dela.

- Nessas circunstâncias, Edward, a única coisa que consigo prever é a raiva que estou sentindo nascer, se tudo der errado.

O guarda começou a olhar-nos, desconfiados. Se ele soubesse...

- Vamos para uma sala reservada - A voz e a expressão do guarda não eram nada boas.?

- Porquê? - Minha voz subiu uma oitava. Mas quando olhei ao redor, 7 agentes do FBI postaram-se atrás da gente.

- Não temos escolha, teremos de seguí-los - Jasper falou. Se qualquer um de nós tiver problemas, favor fazer o que for preciso para fugir. O ponto de encontro é o nosso Hangar, não fica muito longe daqui. - Os lábios de Jasper moveram-se tão rapidamente que tornou-se impossível qualquer humano entender o que ele falava. Foi como se ele apenas tivesse assoprado, as palavras não existiram.

- Vocês serão interrogados em conjunto, e depois separadamente. Sigam-me, por favor.

Vários suspiros resignados se seguiram.

Seguimos-os cautelosamente. Algo me dizia que isso viraria um Pandemônio. Mas fiquei na minha. Já que todos achavam que eu sempre estava errada, desde meus tempos de humana, eu não iria me estressar mais do que já estava na frente do FBI. Ninguém precisava que meu escudo eletrocutasse todos.

Edward foi à frente, eu o segui, e atrás de mim, em fila iam Jasper e Alice, seguidos de Rose Emmet, flanqueados por 7 agentes armados até os dentes.

- Entrem aqui, por favor. – O agente engravatado mais velho abriu a porta, fazendo um gesto para que entrássemos. Quando entramos, notamos que a sala era meio poeirenta, eu podia até mesmo contar as partículas de pó que existiam ali. Uma parte do meu cérebro realmente se ocupou disso. “ Um, dois, três “...

Dessa maneira não haveria como eu perder a cabeça. Ou melhor dizendo, como os outros perderem a cabeça.

Um embrulho pardo foi jogado em cima da mesa, levantando um pó multicolorido. Me perdi da conta. Franzi o cenho.

- Droga, perdi.... – resmunguei.

Edward olhou para mim com uma expressão de incredulidade. Sacudiu a cabeça.

- Boa tarde, senhores. Sou o Agente McKartney, divisão antibombas do FBI e esse embrulho disparou o alarme de segurança máxima do aeroporto. Os senhores podem me dizer do que se trata? – Ele era meio calvo, com olhos profundamente azuis, e uma barriga saliente. Suava bicas.

Todos os Cullens olharam para Emmet.

- Eu te mato, Emmet..... – Rosalie estava verde. Dessa vez, eu duvidei intimamente de que Emmet escaparia ileso das mãos de Rose.

- Ah, é só um relógio que faz tic-tac...Eu queria ver se realmente os alarmes soariam. – Emmet gargalhou, mas quando viu os rostos furiosos dos Agentes e de Rose, ficou quieto na mesma fração de segundos.

O agente, furioso, abriu o pacote e viu que era, realmente, um relógio de corda no formato de um porquinho rosa.

- Relógio? O senhor é louco? Tem noção de que fraude é crime punível diante da Lei? O senhor ainda não cresceu? Além de fazer seus amigos perderem a viagem, e eu perder o meu tempo, o senhor ainda ri? Pois bem, senhor... – McKartney parecia que ia explodir.

- Emmet, Emmet Cullen.

- Que seja, sr. Cullen, o senhor vai ficar em prisão decretada em uma cela durante 24h para aprender a não nos fazer tempo, debochando de nossa segurança. Os restantes receberão novas passagens se quiserem e poderão embarcar.

- Bem feito – Rosalie riu cruelmente – Mas não é o suficiente. Quando eu voltar, a gente conversa.