Sun Light - Capítulo 19: Prisioneiros

Livro VII - Bella


Edward e eu havíamos sido capturados há meses e apesar de nossas inúteis tentativas de fuga Jane continuava a nos manter presos, estávamos de volta a Volterra na casa dos Volturi e apesar de Aro, Caius e Marcus não estarem envolvidos, eles nada podiam fazer, pois não tinham conhecimento de nossa presença.

Jane nos mantinha em uma parte da casa onde poucos tinham acesso e pelo estado do local há muito tempo ninguém mais ia até lá, um lugar onde mesmo nossos gritos e chamados por ajuda podiam ser ouvidos, tratava-se de uma passagem secreta que poucos conheciam e estava desativada há anos, uma espécie de masmorra onde pelo visto apenas Jane tinha conhecimento do tal local.

Havia três vampiros a nossa frente, um era Nahuel que em silêncio sofria calado por nossa situação, assim que Jane descuidou-se pela primeira vez retirando de nós a ilusão de dor eu logo tratei de colocar de volta o meu escudo em mim e em Edward que novamente pode ouvir mais claramente os pensamentos dos outros a nossa volta e ele sabia tão bem quanto eu que Nahuel não queria fazer nenhum mal a nós, ele se sentia culpado e envergonhado, mas nós nada podíamos fazer, de qualquer forma não sentíamos nenhum ódio dele, se saíssemos daquela situação com certeza falaríamos isso a ele, mas duvidávamos que sair com vida de onde estávamos era possível tanto para mim e Edward quanto para o pobre Nahuel.

A segunda vampira era Jane, que nos vigiava dia e noite incansavelmente, Jane só saia para caçar algumas vezes e sempre exigia que Nahuel ficasse próximo a nós para que Alice não pudesse ver nossa localização, ter Nahuel por perto foi um grande trunfo de Jane e ela nunca abria mão de que ele nos deixasse se quer por um segundo, sempre que Nahuel se afastava mesmo por pouco que fosse Jane aplicava a ele suas habilidades, eu queria colocá-lo em meu escudo, mas de onde estávamos Jane poderia entrar nele novamente e eu não poderia me permitir errar mais uma vez.

Não que meu escudo pudesse nos proteger do que Jane estava planejando para nós nos últimos meses, mas era a única forma que eu tinha de proteger a mente de Edward e a minha da dor que Jane queria nos causar.

Ela já havia nos castigado de todas as formas possíveis que um vampiro poderia suportar, Jane não usava de violência física conosco, a sua vingança era drenada por mexer com nossas emoções, e ela sabia bem como fazer isso.

A maneira mais fácil de atacar o coração morto de um vampiro ao ponto de fazê-lo quase bater por um instante é causar a dor aqueles que se amam, Jane estava conseguindo isso dia após dia quando ela parava a frente de nossa cela para nós contar seus planos de vingança contra o fruto do nosso amor, Renesme.

No início não sabíamos por que Jane ainda não havia nos matado, por que raios afinal ela não tinha nos dividido em pedaços e ateado fogo em nós, mas Jane não queria apenas nos matar, ela queria que sofrêssemos o máximo possível.

Ela queria que soubéssemos o quanto ela nos odiava, o quanto a nossa simples existência era repugnante aos seus olhos, simplesmente por sermos quem éramos, por que para Jane Aro deveria ter nos matado anos atrás e ela nunca o perdoou por isso.

Jane tinha razão estávamos sofrendo de todas as formas, a dor física causada por suas ilusões era a que menos importava, sofríamos com a ausência das pessoas que amávamos, sofríamos ao saber o que Jane tinha planejado para Renesme assim que pusesse suas mãos sobre ela, sofríamos por saber o quão impotente estávamos e ainda tínhamos que suportar a cede que queimava em nossas gargantas.

Ela não nos alimentava, bom, pelo menos não o suficiente, o que Jane nos dava era apenas o bastante para que não morrêssemos. Ela nos provocava dia após dia, fazia questão de que suas frágeis presas fossem mortas em nossa frente, nossas gargantas queimavam, nossos olhos negros demonstravam a dor incessante vinda de nossas gargantas, Jane apenas sorria para nós, como uma criança que se lambuza com doce.

Jane testava nossa capacidade de controle a todo tempo, suas caçadas sempre resultavam de humanos que a nossa frente eram mortos, mas antes Jane sempre os oferecia a nós, por mais que nossas gargantas queimassem e que a cede permanecesse latente através de nossos olhos, ainda sim procurávamos ser fortes, tudo que Jane queria era que cedêssemos aos nossos instintos, mas nesses momentos lembrávamos-nos das pessoas a quem amávamos, pessoas que acreditavam em nós e não nos permitíamos ceder aquilo.

Aquela tarde Jane novamente se prostrou de frente a nossa cela com suas provocações baixas.

- Tenho uma surpresinha para vocês dois. – Ela nos disse com sua voz meiga e infantil, como eu odiava o tom de voz de Jane, sempre tão infantil, se eu não a conhecesse poderia jurar estar de frente com um anjo.

Não respondemos, não tínhamos mais forçar para discutir com Jane, nós já sabíamos bem que tipo de surpresa Jane estaria preparando para nós, nos últimos meses a cena sempre se repetia ao menos uma vez por semana.

- Ah que pena, vocês não querem saber qual é a surpresa que tenho hoje para vocês? – Ela apontou para Nahuel, para que ele pudesse buscar a vitima daquela semana.

Estávamos cansados de ver gente ser morta a nossa frente e imaginávamos o que as famílias daquelas pessoas pensariam se soubessem que seus filhos, pais, maridos e esposas estavam sendo cruelmente assassinados por uma vampira com a voz de anjo como Jane.

Nahuel entrou na sala com uma menina de mais ou menos 12 anos, ela tinha a pele branca como à neve, seus olhos eram de um castanho que lembravam muito os olhos de Renesme, seus cabelos no mesmo tom dourado de Nessie, por um instante podia jurar que estava vendo Nessie a nossa frente, minha mente se fechou e eu não conseguia mais distinguir o rosto da menina, de repente ela era apenas minha Nessie, minha Renesme a quem eu e Edward havíamos prometido proteger e amar para sempre.

- O que vai fazer? – Eu gritei a ela.

Edward segurou minha mão percebendo o meu desespero, ele provavelmente já havia lido os meus pensamentos e sabia exatamente o que eu estava pensando naquele momento.

- Bella, não é a nossa Nessie. – Ele sussurrou em meu ouvido, sua voz fraca pela cede que nos consumia.

- Mas ela é uma criança Edward. – Eu respondi a ele enquanto olhava novamente o rosto da garota assustada a nossa frente e pude ver que não era minha filha.

Jane a tomou dos braços de Nahuel puxando a pela mão como uma coleguinha que chama a outra para brincar de bonecas.

- Venha pequenina, não tenha medo, eles são os malvados. – Ela disse apontando para nós. – Você não precisa ter medo.

- Não Jane. – Eu gritei inutilmente enquanto a menina sorria para Jane acreditando estar segura do perigo sem saber que o perigo estava ao seu lado.

Quando a pequena garota sorriu para Jane ela agiu rápido o suficiente para que sua presa não pudesse revidar, Jane agarrou a pequenina em um abraço o que facilitou a proximidade de seus dentes afiados e cheios de veneno ao pescoço jovem e saboroso da garotinha.

Fechei meus olhos me encostando contra o peito de Edward que me abraçou, eu não queria ver aquilo, imaginava em minha mente o que Jane faria assim que encontrasse Nessie. Só pude ouvir quando menina soltou um pequeno gemido de dor e então quase que automaticamente abri meus olhos novamente, mas a pequena garota já estava morta.

- Eu havia separado ela para vocês. – Ela nos disse. – Uma pena que tenham recusado, o sangue dela estava delicioso não tive como resistir. – O sorriso angelical ainda estava em sua face.

- Você é repugnante Jane. – Edward cuspiu as palavras para ela.

- Eu não diria isso se fosse você Edward, só estou tentando unir a sua linda família e você me agradece assim?

- Ela já estava muito unida antes que nos trouxesse para esta prisão. – Eu disse a ela com a voz embargada por todo ódio que nunca havia sentindo antes por nenhuma pessoa em minha existência.

- Mas agora vocês estarão todos juntos, mortos por uma eternidade, só falta trazer a pequena Renesme para que tudo fique perfeito.

- Não ouse falar o nome de minha filha Jane, você não é digna de pronunciá-lo. – Edward disse soltando-se de meus braços e agarrando-se as grades da cela em que estávamos.

Meu coração já morto agora estava em pedaços, por que Jane nos odiava tanto a ponto nos fazer passar por tudo aquilo? Nem mesmo os Volturi haviam nos provocado daquela maneira, por que aquela garota agia daquela forma?

Minha mente girava no costumeiro turbilhão de duvidas de sempre, eu estava cansada daquela situação, cansada de tudo aquilo, eu queria voltar para casa e ter a companhia de minha filha, as piadas sem graça de Emmet, o humor de Alice, o carinho de Jasper, a proteção de Esme, os conselhos de Carlisle e até mesmo o mau humor de Rose, sem falar claro da compreensão do meu amigo Jacob.

Eu realmente estava cansada e queria te-los todos a minha volta novamente, fazendo planos para o futuro como em nossa primeiro dia de aula em Dartmouth.

Dartmouth. A lembrança a Dartmouth me despertou a atenção ao terceiro vampiro a nossa frente.

Joseph Morris.

Morris, sempre esteve ao lado de Jane, só não entedia como Alice não conseguiu ver isso antes, mas afinal Jane era parte dos Volturi ela com certeza o havia instruído de forma que ele não tivesse suas decisões tomadas para ser identificado como um aliado dela.

Morris havia chegado ao local onde estávamos um pouco antes de Jane assassinar cruelmente a pobre garota, ele se encostou na parede e observou toda a cena como um pai orgulhoso de sua filha pelo que ela estava fazendo.

- Como estão indo as coisas Morris? Jane perguntou a ele ainda limpando algumas gotas de sangue que escorriam de seus lábios.

- Não tão bem Srta Jane. – Morris falou cautelosamente.

- O que você quer dizer com não tão bem?

- Eu consegui me aproximar da menina, cheguei a falar com ela, ela já estava me seguindo.

Minha garganta ardeu ao ouvir aquilo, era como se meu mundo tivesse desmoronado em cima da minha cabeça, ele havia se aproximado de minha filha, minha pequena Nessie.

Senti o corpo de Edward enrijecer ao meu lado de fúria e ódio, eu tenho certeza que se ele pudesse naquele momento teria acabado Morris.

- O que você fez com a minha filha? – Eu gritei angustiada para ambos, mas eles ignoraram minha pergunta então eu voltei a gritar. – O que você fez me responda?

Edward me puxou para mais próximo dele sussurrando em meu ouvido enquanto me abraçava.

- Acalme-se Bella, ele não pode fazer nada Jacob estava la. – Edward já havia lido a mente de Morris, mas mesmo em sussurros Morris pode ouvir o que Edward havia acabado de me dizer.

- Sim vampiro. – Morris respondeu para Edward. – Aquele lobo estava la e eu não poderia enfrentar um lobo estando sozinho, essa foi a única coisa que em impediu de reunir vocês a Srta Renesme.

- Morris você é um incompetente. – Jane disse a ele, seus olhos negros mesmo tendo acabado de se alimentar delatavam seu ódio.

- Srta Jane, as coisas não são tão simples, Aro esta desconfiado do que esta havendo, o líder deles, o tal Carlisle esteve com ele, todos estão a minha procura, a família deles e os Volturi estão me seguindo, eu já estou bem encrencado com toda essa história.

- Certo Morris, pare de reclamar como um bebê. Não entendo como é que você não consegue simplesmente enganar uma criança e trazê-la até mim?

- Jane, ela não é mais uma criança, parece que com o desaparecimento dos pais a menina acelerou seu crescimento, ela aparenta ter agora entre 17 e 18 anos.

- Nessie cresceu? – Eu perguntei a ele apavorada, minha filha havia crescido e eu não estive com ela e o pior a razão de seu crescimento fora nosso desaparecimento.

Morris ignorou minha pergunta e continuou a relatar os fatos a Jane.

- O lobo a levou para um lugar chamado La Push, você conhece? – Ele perguntou a Jane?

- Sim, sim. Sei onde fica. – A voz de Jane era de desprezo a Morris. – Veremos o que podemos fazer. Será que terei eu mesma que ir até la buscar essa garota? Agora tenho que sair daqui, se alguém da guarda descobre que estamos aqui nossos planos irão por água abaixo.

Jane e Morris saíram desaparecendo na escuridão do lugar, ficamos apenas Nahuel, Edward e eu, no silencio que foi quebrado pelo som da voz de Edward.

- Bella, vamos dar um jeito. – Ele disse me abraçando.

- Edward como ela esta? Me diga? – Eu sabia que Edward havia visto Nessie nos pensamentos de Morris quando ele leu sua mente.

- Ela esta linda. – Ele me respondeu sorrindo, era o primeiro sorriso que eu via brotar dos lábios de Edward em meses. – Ela lembra muito você.

- Como eu queria estar com ela Edward, eu não suporto mais isso, eu quero minha filha de volta. – Eu poderia jurar que eu estava chorando, mas isso era impossível, porem minha voz saia quase como que embargada por lágrimas.

- Talvez eu possa ajudá-los. – Nahuel que estava parado próximo a parede sussurrou. – Ela vai me matar de qualquer jeito, eu peço desculpas a vocês, quando tudo isso começou eu achei que poderia ao menos proteger minha irmãs e Nessie, mas vejo que Jane ira matá-las de qualquer forma, talvez se vocês saírem daqui tenham uma chance.

- Nós sempre soubemos disso Nahuel, nunca achamos que você concordasse com o que estava acontecendo. – Eu respondi calmamente a ele. – Mas a não ser que você tenha a chave desta maldita cela, não há nada que você possa fazer.

- Sim Bella, a o que fazer pois eu sou a sua chave.

Edward sorriu novamente para Nahuel e eu não consegui compreender o que aquele sorriso queria dizer.

- Sim claro Nahuel, há uma chance de que você esteja certo. – Edward disse a ele provavelmente lendo seus pensamentos.

- Mas do que vocês estão falando? – Eu perguntei intrigada.

- Bella, você não vê. Se Jane realmente for ela mesma a La Push ela se afastara suficientemente de Nahuel e Alice poderá avisar a todos, enquanto isso ela não estará aqui e Nahuel poderá se afastar de nós também a ponto de que Alice nos veja também sabendo nossa localização e nós poderemos ajudá-la com isso.

- Edward, este lugar é tão escondido e Alice nunca esteve aqui, como ela poderá identificá-lo.

- Com o sangue de Nahuel, Bella.

- Você ira mata-lo Edward? – Eu estava apavorada com a idéia de uma pessoa morrer por nós.

- Acalme-se Bella, ninguém irá morrer.

- Edward eu não estou entendendo.

- Você entenderá, agora fique quieta Jane esta vindo para ca novamente.

Eu não sabia o que se passava pela cabeça de Edward e Nahuel, mas naquele momento por um instante algum lampejo desconhecido de esperança passou por minha mente.

4 comentários:

Anabeatrizsasilva disse...

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!VAO MATAR O NAHUEL!!!!!!!!!!!!!

Jaami disse...

nao vao nao. Bom.. eu acho

Larissa Prates disse...

To curiosa... Que plano éh esse?? E o tal de Morris... TRAIDOR,TRAIDOR...!Como eu consegui acreditar nele? Amando a fic!! A melhor!!

Pampi Cullen disse...

vc n entendeu o morris n é traidor ele está fingindo ele é um espião do aro e esta ajundando Nessie e A Familia dela

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