- Emmett?
- Não se mecha...
- Carlisle?
- Ela ficou desacordada por muito tempo...
- Esme?
E então, as vozes foram se afastando, mas ainda conseguia ouvi-las. Ao me levantar, me encontrei em um quarto completamente escuro. E agora, as vozes estavam tão distantes que não as entendia. Tateando as paredes, consegui achar uma porta. A maçaneta estava tão fria! Pensando bem, eu estava com frio, o que não seria normal. E também estava com fome; não sede, mas fome. Não sabia onde estava, e comecei a ficar com medo.
Abri a porta, e a claridade era tanta que meus olhos arderam. Carlisle segurava meu braço, e Esme chorava, eu vestida de branco. Jornalistas tentavam tirar uma foto de mim. Conhecidos estavam sentados em bancos, e a marcha nupcial começou. A igreja era bonita, imagens de anjos por todos os lados, flores variadas, e tudo parecia ser feito a mão, numa delicadeza indiscritível. No altar, Emmett estava bem vestido, de terno. Alice e... Bom, Bella, jogavam pétalas de rosas, as quais eu sentia o cheiro doce. Tudo parecia tão perfeito, quase impossível de ser real. No instante seguinte, vi que tinha razão.
Carlisle já não segurava me braço, e sim papai, e era mamãe quem chorava. O pior, não foi resgatar lembranças que causavam a dor em meu coração, e sim, que agora, Royce havia tomado o lugar de Emmett. Não sei de onde tirei, mas tinha uma arma na mão. Com ela, atirei em Royce, e, enquanto as pessoas me acusavam, eu gritava "Ele merece, vocês não entendem, não sabem!" Tudo parecia um verdadeiro pesadelo.
E então eu acordei.
* * *
Todos estavam a minha volta: minha família, minha família que me ajudara desde que virei... O que sou agora. Perguntavam se queria algo, se estava me sentindo bem, se queria um esquilo, um coelho, uma chuva de abraços, Alice estava simplesmente histérica. Até que me perguntaram:
- O que aconteceu com você?
Claro que eu não poderia responder a verdade por completo. Victoria saberia, e mataria a todos nós. Será que ela cumpriria a promessa, seria fiel? De qualquer modo, eu não poderia arriscar jamais. Não era a minha vida em jogo apenas; era a de todos que eu amava. Mas eu queria saber mais sobre o que acontecera comigo, então deveria falar algo.
- Fui resolver alguns negócios, e na volta encontrei uma outra família de vampiros. Uma deles me deu uma pasta esverdeada, meio ácida. Desde então, não me sinto muito bem. Deveria ter resitido, sei, mas parecia que alguma coisa mais forte que eu me obrigava a...
- Com certeza sei o que é. - falou Carlisle.
Então ele voltou com um livro grosso nas mãos, de capa dura: já estava ficando amarelado, pelos anos, a capa era da cor de um vinho escuro, brilhante. Até seu cheiro era atraente. As letras eram escritas em uma tinta feita de ouro líquido, e tudo o que eu senti no momento em que o vi, era que deveria te-lo em minhas mãos; não queria possui-lo, apenas tocá-lo, pois imagino, seria estremamente prazeroso...
- Claro, aqui está: "Poucas coisas podem controlar por inteiro um vampiro. Apenas coisas como algumas sopas, de pinhas e verbena, ou pastas, como a de enxofre com caule de rosas. A princípio, o mal estar é pequeno, e sem perceber, o vampiro concorda com tudo que seu mestre diz. Em alguns casos, ele (a) tem momentos de lucidez, e fica cansado, e após sete horas, desmaia, sonhando com algo que tenha marcado sua vida, geralmente, uma espécie de coisas em comum entre a vida humana e a vida de vampiro, e logo sai do transe..." Vê, Rosalie? E minhas pesquisas constantes ainda provam que, o verdadeiro poder está no resultado do modo que a acidez do enxofre age sobre a seiva da rosa.
- Carlisle, muito obrigada pela explicação, mas eu preciso conversar com Emmett, de verdade.
- Entendo.
Assim, eles sairam silenciosamente, nos deixando a sós. Senti um calafrio: não sabia o que esperar dali em diante. Meu coração parecia bater mais rápido, apesar de não bater a anos... Mas logo soube que não precisava ter medo:
- Querida, eu tive tanto medo! Medo de que algo ruim pudesse acontecer a você, medo de que a culpa fosse minha e de minha frieza... Medo de que a última coisa que ouvisse de mim fossem palavras rudes...
- Emmett... Mesmo que elas fossem rudes, você teria razão. Nunca mais faço coisas como aquela. Obrigada... Por ser você.
Será que mereço ser amada? Mereço... Me apaixonar? Qual o verdadeiro significado da palavra paixão? Se a palavra amor, transmite uma mensagem tão pura e inocente, vinda diretamente do coração, como a paixão poderia ser mais intensa? Se o amor já é algo tão belo, só por ser amor, como pode existir um sentimento mais profundo? Pode existir algo mais belo do que amar, amar incondicionalmente? Algo mais belo que um amor correspondido? Jamais. A coisa mais triste? Não alguém que não seja amada, e sim alguém que nunca ame, ou um amor destruído. Coração de pedra? Seria um coração que não vive. E eu não preciso de um coração que bata para sobreviver; preciso apenas amar.
Assim, eu e Emmett ficamos abraçados por um longo tempo... E sussurrei a frase mais deliciosa, mais bela de todos os tempos, em seu ouvido:
- Eu te amo.
1 comentários:
Ai...q lindooooooooooooooooooooooo!!!
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